sábado, 14 de julho de 2012


Safra do Ceará deve ser a pior em 17 anos.


Safra cearense já acumula queda estimada em mais de 82% ante o previsto no início deste ano.

06/07/2012

http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1156767


A escassez de chuvas nas macrorregiões produtivas do Ceará está projetando o pior cenário dos últimos 17 anos para a safra do Estado. O último Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), realizado entre 16 de maio e 15 de junho deste ano, apontou uma redução de 82,78% na previsão da colheita de grãos, quando passou de 1,4 milhão de toneladas (em janeiro de 2012) para apenas 247,7 mil toneladas.


A estiagem comprometeu a safra de grãos no Ceará como há muitos anos não ocorria, trazendo prejuízos irreversíveis aos agricultores FOTO: WILSON GOMES

Para a técnica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Regina Lúcia Feitosa, o agravante é que os agricultores cearenses não esperavam um ano de seca e, por isso, investiram no cultivo dos grãos. Com isso, a possibilidade de perda significativa na produção é cada vez maior.

"Neste ano, nós tivemos o fenômeno (meteorológico) La Niña, e ele nunca significa seca para o Ceará. Diferente do El niño. Por isso, os produtores investiram na plantação", justificou a especialista.

Estiagem em números.

O longo período sem chuva foi comprovado ainda na utilização de dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos, a Funceme. No relatório do LSPA estão destacadas as informações que apontam uma redução de 20% da incidência de chuvas no Ceará entre 1960 e 2012. Na lista onde o chamado desvio das pluviosidades chegou a mais de 80% figuram importantes áreas produtoras do Estado como Ibiapaba (-90,6%), Jaguaribana (-87,6%), Sertão Central e Inhamuns (-87,1%) e Litoral Norte (-83,6%).

"Em Canindé foram oito veranicos (períodos sem a incidência de chuvas). Se um deles caiu na época de formação do grão de milho, que é o carro chefe da safra, ele não gerou", ressaltou a técnica do IBGE.

Participação dos grãos.

A projeção ainda demonstrou impacto sobre a representação dos grãos nos 247 mil toneladas da safra. "Normalmente, o milho tinha 67% do todo e, agora, caiu para 52,16%", apontou.

Outro que teve sua participação em queda foi o feijão de corda de 1ª safra, o qual detinha 22% do montante e caiu para 16, 89%. Na contramão de tudo, o arroz saiu dos costumeiros 7% para 20,36%. Para a técnica do IBGE, isso deve-se à produção irrigada do grão.

Frutas.

Nas 18 frutas frescas pesquisadas pelo LSPA no Ceará, apenas a de sequeiro do Sertão de Crateús (laranja e manga) foram abatidas. O efeito disso fez com que houvesse um decréscimo de 2,53% em relação à previsão inicial, de janeiro. Entre 16 de maio e 15 de junho, a produção projetada para 2012 é de 1,12 milhões de toneladas.

Númeropífio.

247 mil toneladas de grãos devem ser colhidas nesse ano. Milho, que, normalmente, tem 67% desse total, contribuirá com somente 52%.

Produção praticamente estável no País

São Paulo.
A safra de grãos 2011/2012 deve atingir 162,6 milhões de toneladas em todo o País, número 0,1% menor do que o obtido na safra 2010/2011, quando atingiu 162,8 milhões de toneladas.

A estimativa foi divulgada hoje pelo Ministério da Agricultura e pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

Os dados mostram um crescimento da produção do milho segunda safra de 60,9% -13,08 milhões de toneladas sobre a última safra, alcançando 34,57 milhões de toneladas.

Beneficiado

Os resultados na produção do milho se devem às condições favoráveis nas áreas de maior produção, fato oposto ao que ocorre no Estado do Ceará

Já a estimativa para as safras consolidadas (primeira e segunda safras) apresenta um crescimento de 21%, alcançando 69,48 milhões de toneladas.

Soja

A safra 2011/2012 de soja, por sua vez, atingiu a quantia de 66,37 milhões de toneladas - o que representa 8,9 toneladas a menos do que a passada.

A cultura foi severamente afetada por uma seca, que atingiu as lavouras do Sul do país.

No ano passado, o Brasil produziu um volume recorde da oleaginosa: mais de 75 milhões de toneladas.

ARMANDO DE OLIVEIRA LIMA.

REPÓRTER.

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