O mundo com sede.
Dois terços da população
mundial em 2025 não terão acesso à água potável se nada for feito para evitar
a escassez.
27/06/2012http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/desenvolvimento/conteudo_261013.shtml Da Redação Revista Atualidades Vestibular -2008
ANTONIO MILENA
Hidrelétrica Porto Primavera, no Rio Paraná. O Brasil é um dos países mais bem contemplados com fontes de água doce do planeta - Ela pode acabar
A natureza pode ser irônica quando responde às
agressões causadas pelo homem. Exemplo disso é a relação da humanidade com a
água, o líquido mais abundante da Terra. Tratamos tão mal nosso planeta que
acabamos nos colocando numa realidade catastrófica, de dupla face: ao mesmo
tempo que corremos o risco de afogar nossas cidades sob a água salgada do
mar, padecemos da falta de água doce.
De um lado, está o aquecimento global, com o
conseqüente derretimento das geleiras e a elevação do nível dos mares, que
ameaça desalojar bilhões de habitantes das zonas litorâneas. De outro, há o
esgotamento das reservas de água potável do planeta. Em outras palavras,
estamos chegando à mesma situação extrema de um náufrago, que se vê com água
por todos os lados, mas sem nenhuma gota para beber.
Relatórios da Organização das Nações Unidas
(ONU) repetem o diagnóstico cada vez mais alarmante: mais de 1 bilhão de
pessoas - o equivalente a 18% da população mundial - não têm acesso a uma
quantidade mínima aceitável de água potável, ou seja, água segura para uso
humano. Se nada mudar no padrão de consumo, dois terços da população do
planeta em 2025 - 5,5 bilhões de pessoas - poderão não ter acesso à água
limpa. E, em 2050, apenas um quarto da humanidade vai dispor de água para
satisfazer suas necessidades básicas.
A escassez de água não ameaça apenas com a
sede. Traz a morte na forma de doenças. Segundo a ONU, 1,7 bilhão de pessoas
não têm acesso a sistemas de saneamento básico e 2,2 milhões morrem a cada ano
em todo o mundo por consumir água contaminada e contrair doenças como
diarréia e malária.
A água potável é um bem raro por natureza.
Quase 97,5% da água que cobre a superfície da Terra é salgada. Dos restantes
2,5%, dois terços estão em estado sólido, nas geleiras e calotas polares - de
difícil aproveitamento. A maior parte da água em estado líquido encontra-se
no subterrâneo. Lagos, rios e lençóis freáticos menos profundos são apenas
0,26% de toda a água potável.
É dessa pequena fração que toda a humanidade (e
boa parte da flora e fauna) depende para sobreviver. É claro que, a
princípio, fontes não deveriam esgotar-se, com o ciclo da água garantindo a
permanente renovação do volume de rios, lagos e lençóis freáticos por meio
das chuvas, originadas pela evaporação dos mares. A água está em eterna
reciclagem, há bilhões de anos. A questão é o descompasso entre o tempo
necessário para essa renovação e o ritmo em que exploramos os recursos
hídricos.
DESEQUILÍBRIO
O primeiro problema é o desequilíbrio na distribuição - um desequilíbrio que começa pela geografia física e segue pela economia. Alguns países têm muito mais água do que sua população necessita. É o caso do Canadá, da Islândia e do Brasil. Outros são situados em regiões extremamente secas, como o norte da África, o Oriente Médio e o norte da China.
Como resultado dessa má distribuição, um
canadense pode gastar até 600 litros de água por dia, enquanto um africano
dispõe de menos de 30 litros para beber, cozinhar, fazer a higiene, limpar a
casa, irrigar a plantação e sustentar os rebanhos.
As populações que habitam as áreas mais áridas
da Terra vivem o que se chama "estresse hídrico", uma reunião de
fatores ambientais, como falta de chuvas, e socioeconômicos, como crescimento
demográfico alto, que resulta em gente demais para água de menos.
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sábado, 7 de julho de 2012
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