domingo, 24 de agosto de 2014

Nordeste exporta energia para o Sudeste Ajuda é pequena, porém simbólica: ocorre pela primeira vez na história da região. http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/economia/pernambuco/noticia/2014/08/12/nordeste-exporta-energia-para-o-sudeste-139874.php Giovanni Sandes Produção de térmicas é a maior pressão na conta de luz A crise da água no Sudeste trouxe um marco simbólico para o setor elétrico do Nordeste, que este mês deixou a condição histórica de importador de energia de outras áreas do País para exportar eletricidade. Desde o início de agosto a região já enviou, em três dias diferentes, energia para ajudar a socorrer a chamada caixa d’água do País, o Sudeste, onde a população e as hidrelétricas sofrem sem chuvas. A ajuda é pequena, mas surpreende especialistas pelo significado histórico e por ser motivo de alerta. O socorro vem do acionamento máximo das usinas térmicas, caras, poluentes e principais responsáveis pelo arrocho no preço da energia que já começa a pipocar no País – e que vai pesar em Pernambuco do ano que vem até 2017. Leia Também  Térmicas superam hidrelétricas no Nordeste Dados do Operador Nacional do Sistema (ONS), responsável por coordenar o funcionamento de usinas e linhas de transmissão do Brasil inteiro, mostram que as térmicas do Nordeste bateram novo recorde no último sábado, ao produzir 4.589 megawatts-médios de energia. Foi mais da metade do necessário para a região, em época de chuvas e consumo baixo de energia. Durante todo o fim de semana, bem como no último dia 2, a região gerou um pequeno excedente, de 2% de sua produção, e enviou para o Sudeste por linhas de transmissão. No Brasil, o sistema elétrico é interligado e permite a troca de energia entre regiões. Por ter base não na tradicional energia hidrelétrica, limpa e mais barata, e sim na térmica, a exportação de eletricidade preocupa. “Isso não é bom. É péssimo para o Nordeste e para o Brasil”, explica Conceição Cavalcanti, consultora em Regulação e Comercialização da C&T Assessoria e Gestão de Energia. “O Nordeste aumentou ao máximo a geração térmica para manter equilibrado o sistema elétrico nacional. Isso encarece ainda mais o custo da energia”, comenta. As térmicas geram eletricidade com a queima de gás ou óleo e podem ser ligadas a qualquer momento. Assim, elas se multiplicaram após o racionamento de 2001, causado justamente pela falta de chuvas, para dar segurança ao País. Mas são poluentes e caras e viraram um “seguro-apagão”, uma RESERVA . Desde setembro de 2012, contudo, a seca que afeta o Nordeste e o Sudeste motivou o uso regular das usinas. “A situação hídrica difícil não é do Sudeste ou Nordeste. É do Brasil inteiro”, afirma José Antônio Feijó, do Instituto Ilumina. Ele diz não lembrar de o Nordeste já ter exportado energia. “É um fato bastante inusitado”, comenta. Confira a íntegra da reportagem no JC desta terça-feira (12). Confira o Balanço de Energia AQUI COMENTÁRIOS João Suassuna - Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, Recife A prova, mais do que clara, de que o Rio São Francisco não poderá dispor de seus volumes para o abastecimento do povo, por intermédio do projeto da transposição de suas águas. A seca é generalizada e está podo em risco todo o sistema gerador do país. Acertamos mais uma vez em nossas previsões decanas. Ora, esse envio de energia das termelétricas, do Nordeste para a região Sudeste, é a assinatura do atestado de incompetência de nossas autoridades no que diz respeito às causas sanfranciscanas. Mesmo com essa deficiência hídrica generalizada, não se surpreendam com a existência de proposta de envio de água do Velho Chico para a solução dos problemas de abastecimento dos paulistanos. Ninguém merece! por João Suassuna — Última modificação 12/08/2014 17:53
Meus Prezados, É preciso que Sua Excelência comece a colocar no rol de suas preocupações, a incapacidade de o rio São Francisco vir a satisfazer, com suas águas, as demandas do povo nordestino, por intermédio do projeto da Transposição. Lembro aos menos avisados, que no município de Pirapora (início do Médio São Francisco), a bacia do Velho Chico está com a sua ossatura à mostra, e o povo vem atravessando o rio de bicicleta, fato inusitado que bem demonstra a total incapacidade do São Francisco no fornecimento dos volumes que serão pretendidos pelo referido projeto. Ministra do Meio Ambiente alerta para baixa reserva de água no Brasil É preciso discutir a questão da reserva de água, diz ministra. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, alertou ontem (20) para a baixa reserva de água no país, lembrando a situação vivida no início desta semana pelos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo e Minas Gerais em relação ao abastecimento do Rio Paraíba do Sul. Izabella disse que o país precisa discutir a questão. “Se você tirar todos os reservatórios de energia elétrica do país, sobra muito pouco para o abastecimento. Temos que discutir a reservação e também a estrutura de redundância.” Ela citou o próprio Rio de Janeiro, explicando que o estado tem “forte dependência” do Rio Paraíba do Sul por ter pouca reservação. A estrutura de redundância citada pela ministra trata da existência de sistemas auxiliares de estrutura hídrica que podem suprir eventuais falhas no sistema principal. “Se não chover em determinada região, seria possível deslocar água de outras áreas para atender àquela região. Segurança hídrica é garantir que se oferecerá água em situações de estresse”, explicou a ministra, após o lançamento do Plano Nacional de Segurança Hídrica (PNSH), em Brasília. O PNSH vai ao encontro dos problemas enfrentados pela Região Sudeste nos últimos dias. O objetivo é diagnosticar quais áreas de gestão e de infraestrutura do setor devem sofrer alterações para que não haja escassez no fornecimento de água a partir dos próximos anos. De acordo com o diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu, o PNSH vem para garantir o abastecimento de água para a população, independentemente da ocorrência de chuvas no país. OTRABALHO da agência nesse cenário é planejar as mudanças que serão executadas pelos estados ou pelo governo federal em uma etapa posterior. O plano é resultado de uma parceria entre a ANA, o Ministério da Integração Nacional e o Banco Mundial, no âmbito do Programa de Desenvolvimento do Setor Água. O PNSH tem prazo até 2020 para identificar as necessidades do setor de recursos hídricos e até 2035 para realizar as intervenções necessárias em barragens, sistemas adutores, canais e eixos de integração. A meta é que as obras identificadas pelo plano sejam realizadas, primordialmente, pelo Ministério da Integração Nacional e seus parceiros nos estados e em âmbito federal. Por Marcelo Brandão, da Agência Brasil. EcoDebate, 21/08/2014 Os nossos leitores gostaram igualmente de  Brasil recolhe 94% das embalagens de defensivos agrícolas, diz instituto  STF recebe denúncia contra deputado federal por trabalho escravo  Aumento de 800% no consumo de ritalina alerta especialistas  Tratamentos físico-químicos de água, artigo de Roberto Naime  Programa Lixo Zero aplicou mais de 57 mil multas no Rio até agora  Pescadores reclamam de perda de espaço e da diminuição de espécies na Baía de Guanabara  Nível de mercúrio em algumas zonas dos oceanos triplicou em função de atividade humana  MPF/RS e fórum de combate a agrotóxicos alertam para uso de herbicida paraquat  O pico do fósforo e o aumento do preço dos alimentos  Atividade Econômica em Bases Ecológicas, artigo de Marcus Eduardo de Oliveira Sobre o assunto Setor de energia brasileiro passa por período complicado http://www.remabrasil.org/Members/suassuna/campanhas/setor-de-energia-brasileiro-passa-por-periodo-complicado/view Seca na Grande São Paulo continua http://www.remabrasil.org/Members/suassuna/campanhas/seca-na-grande-sao-paulo-continua/view COMENTÁRIOS João Suassuna - Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, Recife É preciso que Sua Excelência comece a colocar no rol de suas preocupações, a incapacidade de o rio São Francisco vir a satisfazer, com suas águas, as demandas do povo nordestino, por intermédio do projeto da Transposição. Lembro aos menos avisados, que no município de Pirapora (início do Médio São Francisco), a bacia do Velho Chico está com a sua ossatura à mostra, e o povo vem atravessando o rio de bicicleta, fato inusitado que bem demonstra a total incapacidade do São Francisco no fornecimento dos volumes que serão pretendidos pelo referido projeto. por João Suassuna — Última modificação 21/08/2014 15:23
*Campanha do bilhão*. Heitor Scalambrini Costa Professor da Universidade Federal de Pernambuco. Encerrado o prazo legal (em 5 de julho) para o registro das candidaturas ao pleito presidencial de 2014, onze candidatos se registraram junto ao Tribunal Superior Eleitoral. De acordo com os dados apresentados pelos partidos políticos, o gasto estimado com a campanha será próximo de R$ 1 bilhão de reais. Com nove concorrentes, a campanha presidencial de 2010 totalizou despesa de R$ 289,20 milhões (em valores da época). Sabemos nós, moradores da ilha da fantasia chamada Brasil, que os valores oficiais apresentados estão longe de representarem o que realmente se gasta em uma campanha eleitoral. Nada se fala dos valores paralelos, o “caixa dois” ou outro nome que se queira dar. Portanto, sem medo de errar, podemos multiplicar por três os gastos oficiais sugeridos para 2014. O que elevaria os gastos na campanha à Presidência da Republica deste ano para mais de três bilhões de reais. Numero impressionante por si só, mas quando se agregam os gastos das candidaturas a governador, deputados federais e estaduais pelo país afora, verifica-se uma deformação, pois as grandes somas em dinheiro envolvidas acabam anulando a vontade popular. Desta forma, o voto não representa mais o cidadão. É o poder econômico que elege para atender aos seus interesses mesquinhos. O financiamento das campanhas no Brasil, ou seja, o modo como os partidos políticos custeiam suas campanhas eleitorais, segundo a legislação vigente, pode vir de recursos públicos e privados. Oficialmente, a forma de arrecadação e de aplicação dos recursos são submetidas a um complexo conjunto de regras que deveriam controlar, enquadrar e multar o candidato, sempre que houvesse abusos contra as regras eleitorais. Mas não servem para muita coisa. Regras podem ser boas quando cumpridas, no entanto, na ilha da fantasia, é tudo “faz de conta”. A fiscalização praticamente não existe. E quem deveria fazê-la “olha para o outro lado”. Uma vergonha. Quanto à origem, os recursos destinados às campanhas eleitorais podem ser recursos próprios dos candidatos, doações de pessoas físicas, doações de pessoas jurídicas, doações de outros candidatos, de comitês financeiros ou partidos políticos, receitas decorrentes da comercialização de bens e serviços ou da promoção de eventos, bem como da aplicação financeira dos recursos de campanha. O projeto *Às Claras *(http://www.asclaras.org.br/@index.php), atuando desde 2002, mostra que as eleições no país são “compradas” pelos grandes grupos econômicos, que se constituem na fonte mais importante de financiamento das campanhas. As empreiteiras dominam as doações. Para elas é um investimento com retorno certo. Segundo o Instituto Kellog para cada real doado a candidatos, as empresas obtêm R$ 8,50 em contratos públicos. Os maiores financiadores de campanhas, não por acaso, são justamente aqueles com interesse em licitações de serviços públicos. As mais conhecidas no Brasil, por sua atuação no setor de construção civil, as chamadas “quatro irmãs” – Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez – são as maiores financiadoras das eleições. Alguma dúvida do porquê estas empresas e suas terceirizadas dominam o cenário das obras publicas? A farsa da democracia é construída desde a legislação eleitoral, que determina as regras do jogo, indo até o empresariado que financia as grandes campanhas eleitorais. Daí a necessária reforma política. Não se pode admitir que nosso país tenha “donos”. Obviamente uma reforma substantiva não ocorrerá com este Congresso Nacional. E talvez com nenhum outro, enquanto não alterarmos sua atual genética, moralmente corrompida. Para quem ainda não desistiu, a *participação *é a pedra de toque para as mudanças que a maioria deseja para o país. Se discutirmos sobre as próximas eleições tanto quanto se discutiu sobre o acidente que tirou Neymar da seleção brasileira, com certeza estaremos no caminho para construir um país melhor para a maioria do seu povo. Informações sobre o Fórum Social Temático Energia a ser realizado em Brasília de 7 a 10 de agosto: www. fst-*energia*.orgEis uma uma contribuição ao debate energético. Caso considere interessante, por gentileza queira divulgar, cordialmente, Heitor

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Térmicas continuarão ligadas no mínimo até o fim do ano Conforme o ONS, a expectativa é que haja uso "acentuado" dessas usinas nos próximos meses e até em 2015. http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/negocios/termicas-continuarao-ligadas-no-minimo-ate-o-fim-do-ano-1.1063532 Com o maior custo da energia térmica, as distribuidoras tiveram que ser ajudadas pelo governo e por empréstimos feitos por meio da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, que acabarão sendo pagos pelo consumidor Em 12 meses, a energia residencial soma uma alta de 7,95%. O indicador acumulado mostra que o benefício da redução das tarifas de energia em 16%, no ano passado, já ficou para trás, diante da necessidade de reajustes maiores Fortaleza/Rio de Janeiro. Após a série de reajustes tarifários de dois dígitos aprovados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para grande parte das distribuidoras do País neste ano, tendo em vista o maior custo da energia gerado pelo acionamento das usinas termelétricas, os consumidores brasileiros devem voltar a sentir o peso da energia elétrica em seus orçamentos no próximo ano. Desta vez, o aumento pode vir além do esperado. Tendo em vista o volume insuficiente de chuvas para recuperar o volume dos reservatórios das principais hidrelétricas do País, o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, afirmou, ontem (22), que as usinas termelétricas em operação deverão ficar ligadas até o final deste ano. Segundo ele, a expectativa é que haja uso "acentuado" das termelétricas nos próximos meses e até no próximo ano. Segundo projeção da ONS, os reservatórios das usinas das regiões Sudeste e Centro-Oeste (a principal fornecedora de energia ao Sistema Interligado Nacional) devem fechar julho, em nível de 33% de energia armazenada, chegando a 18,5%, em novembro deste ano, caso as previsões meteorológicas se confirmem. Na última segunda-feira, o nível dos reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste era de 34,68%, conforme o ONS. Já no Nordeste, o nível dos reservatórios das hidrelétricas estava em 33,61%. As hidrelétricas do Sul e do Norte possuíam os melhores níveis de armazenamento: 92,59% e 87,98%, respectivamente. Funcionamento Conforme Hermes Chipp, mesmo que o regime de chuvas que enche os reservatórios das principais hidrelétricas do País seja equivalente à média histórica, as termelétricas vão continuar funcionando. "(O objetivo é garantir) o armazenamento (de água nos reservatórios). Não deixar o nível cair tanto e tentar recuperar um pouco o reservatório e dar uma tranquilidade", disse. Impacto para o consumidor Na avaliação do presidente do Conselho de Consumidores da Companhia Energética do Ceará (Coelce), Erildo Pontes, o impacto do consumo da energia gerada por usinas termelétricas deverá ser muito mais forte para o consumidor no próximo ano. "Seguramente, nós vamos ter um aumento muito grande em 2015, seja reajuste ou revisão", diz, lembrando que, neste ano, a tarifa de energia do Ceará teve um reajuste médio de 16,77% aprovado pela Aneel, acima do pleito feito pela Coelce. "Para a sociedade, é extremamente preocupante a situação que a gente vive no momento. Quando o ONS diz que 100% das térmicas estão em operação, significa que boa parte da nossa energia tem um custo muito alto. A geração de energia térmica pode ser de seis a oito vezes mais cara que a energia hidrelétrica", completa. Campanha Para Erildo Pontes, uma campanha governamental para conscientizar a sociedade sobre o momento atual e sobre a necessidade de realizar um consumo mais racional seria importante para melhorar um pouco o cenário. "Tá faltando que o governo tenha coragem para lançar alguma campanha de redução do consumo de energia. É uma irresponsabilidade muito grande que o governo não esteja fazendo hoje o que fez em 2001. Hoje, estamos consumido livremente uma energia mais cara", afirma o presidente do Conselho de Consumidores da Coelce. Pontes lembra ainda que a ajuda financeira do governo às distribuidoras e os empréstimos realizados por meio da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, serão pagos pelos consumidores. "Mais na frente, isso será pago por todos nós", enfatiza. Aneel: R$ 6,5 bi resolvem rombo do setor elétrico Brasília. O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, confirmou nesta terça-feira, 22, que o valor demandado pelas empresas de distribuição para resolver o rombo do setor até o fim deste ano é de R$ 6,5 bilhões. A medida será feita por meio de um financiamento bancário da ordem de R$ 3,5 bilhões, além de um empréstimo via BNDES, que deve ser de R$ 3 bilhões. Segundo ele, as condições dos novos empréstimos seguem as mesmas da operação firmada no primeiro semestre deste ano, quando as distribuidoras de energia tiveram acesso a um empréstimo bancário de R$ 11,2 bilhões. Esse primeiro crédito de R$ 11,2 bilhões foi o suficiente para cobrir as despesas das distribuidoras apenas até abril. "O valor demandado pelas empresas é mesmo de R$ 6,5 bilhões e esse valor, a princípio, resolve o problema até o fim do ano", disse Rufino, ao chegar para a reunião semanal da diretoria colegiada do órgão regulador. Segundo ele, o BNDES pode entrar no pool de bancos que já foi responsável pelo primeiro empréstimo ou ter um contrato em separado com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que faz a ponte entre as instituições financeiras e as empresas de energia. "Se o BNDES participar, deve aderir à operação já desenhada. A ideia é que sejam as mesmas condições já acordadas", afirmou Rufino. "As garantias dadas são muito robustas e fortes", completou. O diretor-geral lembrou que o empréstimo ainda está em negociação e disse esperar que o novo contrato possa ser firmado até o dia 31 deste mês, prazo até o qual parte da liquidação dos gastos de maio do setor foi adiada pela Aneel. "Mas se não sair o novo empréstimo até essa data, podemos adiar novamente a liquidação", concluiu. Esses novos valores repassados ao setor deverão refletir em aumentos gradativos nas tarifas dos consumidores durante dois anos, a partir de 2015. Reajustes afetam meta da Inflação Rio de Janeiro. De acordo com analistas de mercado, a energia elétrica poder ser a principal contribuição para que a inflação do Brasil ultrapasse o teto da meta do governo para este ano, que é de 6,5%. A energia já foi o principal impacto de alta no índice prévio da inflação - o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) - de junho e deve avançar ainda mais até o fim do ano, com a previsão de novos reajustes. Com o reajuste de 18% das tarifas da Eletropaulo (as de maior peso no IPCA), a energia elétrica subiu, no País, 1,35% no IPCA-15 de julho. A previsão é de que esse aumento seja ainda mais intenso no IPCA fechado, já que parte do aumento não foi ainda incorporado. Com altas maiores neste ano por conta dos reajustes mais salgados autorizados pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para a maioria das distribuidoras em razão do custo extra da energia com o uso mais intensivo das térmicas, a energia subiu 6,39% neste ano - acima do IPCA-15 até julho (4,17%). Acumulado Em 12 meses, a energia residencial soma uma alta de 7,95%, acima dos 6,51% do índice geral - que neste mês rompeu o teto da meta e se situou no maior patamar desde junho de 2013. O indicador acumulado mostra que o benefício da redução das tarifas de energia em 16% no ano passado já ficou para trás diante da necessidade de reajustes maiores para as distribuidoras não quebrarem com o aumento do custo da energia comprado das usinas. E os aumentos só não são maiores porque o governo federal empurrou a maior parte da conta para 2015 e 2016, depois das eleição presidencial deste ano. Peso Com o novo socorro anunciado pela Aneel às distribuidoras, que deverão receber mais R$ 6,5 bilhões, analistas alertam que essa conta será paga pelo consumidor a partir do ano que vem e a inflação de 2015 já entrará o ano com esse "peso adicional". A inflação também só não superará a meta deste ano porque outros preços controlados pelo governo foram contidos neste ano eleitoral - algo que costuma ser praxe em todos os anos de pleitos. Um dos exemplos é a tarifa de ônibus, congeladas em importantes capitais do País. Também não aumentaram o preços das passagens Recife, Distrito Federal, Fortaleza, Salvador e Curitiba. Com isso, os ônibus subiram 3,48% neste ano, abaixo da inflação média. A expectativa é que esses aumentos represados também ocorram em 2015, segundo analistas. Ônibus e energia são dos itens de maior peso no orçamento das famílias. Previsões Apesar dessa contenção de reajustes de preços e tarifas administradas, as consultorias esperam um IPCA muito perto do teto da meta neste ano. A Rosenberg & Associados prevê 6,3% - e conta com a freada dos alimentos para tal. A LCA espera uma taxa baixa também no IPCA fechado em junho (0,07%) diante da expectativa de queda de artigos de vestuário com as liquidações, nova deflação de alimentos e de passagens aéreas, além do recuo dos preços de serviços pessoais. COMENTÁRIOS João Suassuna - Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, Recife E as autoridades do setor elétrico, apostaram todas as suas fichas na interligação do setor, para solucionar, de vez, os problemas de geração elétrica do nosso país. Erraram feio! As termelétricas, concebidas para usos emergenciais, agora estão sendo usadas de forma permanente. Essa é a principal razão de o governo ter perdido o controle das tarifas de energia do povo brasileiro. As tarifas, com o uso dessas térmicas, irão parar na estratosfera. E o que dizer da utilização das águas da transposição do São Francisco, rio responsável por cerca de 95% da energia gerada no Nordeste? As autoridades teimam em não aceitar que esse erro irá custar muito caro ao bolso do usuário brasileiro. Ninguém merece! por João Suassuna — Última modificação 23/07/2014 15:51
Pesquisador João Suassuna contesta irrigação de cana no Semiárido defendida por ministro. http://www.asabrasil.org.br/Portal/Informacoes.asp?COD_CLIPPING=1263&WORDKEY=Jo%E3o%20Suassuna Site Rema Atlântico Verônica Pragana - Asacom 24/08/2011 No último dia 9, o Jornal do Commercio de Pernambuco publicou a matéria “Irrigação terá 5 bilhões”, na qual o ministro da Integração, Fernando Bezerra Coelho, anunciou um projeto nacional de irrigação no Semiárido do Nordeste para viabilizar a “nova fronteira da cana-de-açúcar”. “O ministro defendeu que essa área por onde vão passar os projetos de irrigação “é a nova fronteira da cana-de-açúcar e o Semi-árido do Nordeste atende a lógica da geração do etanol”. Pelos cálculos do ministério, dos 200 mil hectares a serem irrigados, 100 mil deles poderão ser ocupados com a cana-de-açúcar.”, revela um trecho da reportagem. Para debater sobre esse projeto, a Asacom entrevistou o pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, especialista no estudo hidrológico do Semiárido, autor do livro “A transposição do Rio São Francisco na perspectiva do Brasil real” e tem mais de 80 artigos publicados, muitos dos quais sobre o projeto de transposição. O que o senhor acha de plantar cana irrigada no Semiárido? João Suassuna - O Rio São Francisco é um rio de múltiplos usos, tem uma importância enorme na geração de energia no Nordeste. Já temos mais de 10 mil megawatts de potência instalada no rio. A região é uma grande importadora de energia. No ano de 2010, o sistema Chesf gerou seis mil megawatts médios e a região precisou de oito mil megawatts médios. Ou seja, o rio São Francisco já não atende a geração de energia do Nordeste. Temos que consumir energia vinda de fora. Nós também temos um parque irrigável importante na margem do rio São Francisco, algo em torno de 800 [mil] a um milhão de hectares, dos quais 340 mil já estão irrigados, isso já leva uma fatia enorme da água do São Francisco. Numa hora em que o São Francisco já não dispõe de volume pra gerar a energia necessária no Nordeste, na hora em que temos um parque de irrigação que cresce essa área a 4% ao ano e já existem projetos em carteira que não vão pra frente porque o rio São Francisco não dispõe de volume pra atender a irrigação daquela área prevista, nessa hora se quer tirar água para irrigar o oeste de Pernambuco, que se fala em 160 mil hectares, dos quais 80 mil só com cana de açúcar. Isso, fisicamente, é impossível atender com os volumes do São Francisco atuais a essa área que estão pretendendo irrigar. A cana de açúcar é um vegetal muito eficiente em pegar os gases atmosféricos e os nutrientes do solo para transformar em sacarose, mas precisa de muita, muita água. Seguramente, não vamos contar com os volumes [de água] do São Francisco primeiro para atender as demandas de energia e irrigação que já vinham sendo feitas e, agora, querer irrigar mais 160 mil hectares, 80 mil só com cana de açúcar? Fisicamente, isso vai ser impossível. Asacom - Quando o senhor fala deste parque de irrigação, o senhor inclui o a irrigação prevista no projeto de transposição do São Francisco? João Suassuna - Não. Porque esta irrigação prevista no projeto de transposição é no Nordeste Setentrional, é fora da bacia do rio, são 350 mil hectares a mais. Isso só tem a agravar o problema. Eu tenho estudado a questão da transposição há 16 anos, tenho mais de 80 artigos circulando na internet e no ano de 2010 escrevi um livro aproveitando todo esse acervo de informação gerado por mim. Falo, neste livro, sobre as debilidades do São Francisco em oferecer volumes para atender a tudo isto. Já tem a irrigação, a geração de energia no Nordeste e querer levar as águas para atender a 12 milhões de pessoas que estão sedentas e ainda irrigar 350 mil hectares nas margens dos canais, é outra coisa que vai ser impossível. Estou mostrando que existem alternativas mais interessantes. O próprio governo federal mostrou estas alternativas com a edição do Atlas Nordeste de Abastecimento Urbano de Água, que é um trabalho que está sendo coordenado hoje pela ANA [Agência Nacional de Águas]. É um trabalho que, com metade do custo previsto para a transposição - com R$ 3,3 bi quando a transposição estava prevista no primeiro momento no valor de R$ 6,6 bi - abastece algo em torno de 34 milhões de pessoas no Nordeste, enquanto a transposição visa o beneficiamento de 12 milhões de pessoas. É um projeto socialmente mais abrangente. E, pra surpresa nossa, quem foi priorizado no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) não o foi o Atlas e sim a transposição. Asacom - Mas esse projeto de transposição revela um modelo de desenvolvimento econômico concentrador das riquezas... João Suassuna - Pois é. Essa água seguramente não vai atender a quem mais precisa no Nordeste, que é a população difusa, que vive nos pequenos lugarejos, nos sítios, nas propriedades, nos grotões. Essa população, que hoje é assistida por frotas de carros-pipa, ela não vai ver uma gota da água do São Francisco porque essa água, quando abastecer as principais represas do Nordeste, vai ser utilizada pelo grande capital. É um modelo de concentração de renda para os grandes. Os pequenos, as populações difusas, vão continuar sendo assistidas por frotas de caminhões pipa. No nosso modo de entender é exatamente aí onde reside a indústria da seca. Asacom - De que maneira a sociedade pode se organizar para fazer resistência ao projeto de irrigação de cana no Semiárido? João Suassuna - Já existe uma ação que no meu modo de entender é muito importante. Foi feito o zoneamento da cana-de-açúcar pela Embrapa, que excluiu a cana-de-açúcar irrigada dos limites do Semiárido porque [a região] não dispõe de volume suficiente [de água] pra praticar esse tipo de cultivo. Antes de se propor um projeto maluco como esse de se tirar água da represa de Sobradinho pra irrigar 160 mil hectares no oeste de Pernambuco, tem que se observar os trabalhos já feitos por órgãos oficiais, como a Embrapa. Se existe um trabalho de zoneamento agrícola que exclui a cana de açúcar dos limites do Semiárido, por que se propor a irrigação de 80 mil hectares de cana no Semiárido? Isso não tem sentido. Asacom - E ainda há os impactos ambientais de uma monocultura num solo suscetível à desertificação... João Suassuna - Os solos do Semiárido são solos dificílimos de serem trabalhados, porque nós temos 70% do Semiárido com uma geologia que chamamos de cristalino. A rocha que dá origem ao solo está praticamente na superfície, em alguns lugares chega a aflorar. Esses tipos de solos são difíceis de serem drenados. E essa região tem uma evapotranspiração muito acentuada, evapotranspira no Nordeste seco mais de dois mil milímetros por ano, numa região que chove até 800 [milímetros]. Se você observar diretinho chove mais de baixo para cima do que de cima pra baixo. E se não houver uma assistência técnica adequada, o cidadão que pegar água do São Francisco e começar a irrigar e não se preocupar com a drenagem, vai ter um insucesso tão grande e, a curto prazo, vai começar a salinizar toda a região. Isso é uma coisa que estamos começando a divulgar neste momento. O que se deveria estar sendo feito hoje no governo Dilma e já tinha questionado isso no governo Lula, era primeiro partir para revitalizar toda a bacia do São Francisco, que está completamente degradada, já não temos mais matas ciliares, as matas estão virando carvão. Em todo o oeste de Pernambuco tem uma jazida de gipsita, que é transformada em gesso sob o uso da lenha da Caatinga. Naquela região, que faz parte da bacia do são Francisco, já não tem mais Caatinga. A gente teria que prestar mais atenção e investir todas as nossas fichas nisso aí e não tirar água do rio para abastecer o povo que nós sabemos que não vai ser abastecido e sim essa água vai ser direcionada para o grande capital, é a criação de camarão, é a irrigação em grande escala e por aí vai. E outra: temos que dar apoio sim ao trabalho que a ASA [Articulação no Semi-Árido Brasileiro] vem fazendo nessas tecnologias de acesso à água que vem da chuva, que é o caso da cisterna rural de 16 mil litros que abastece uma família de cinco pessoas – água para beber e cozinhar – nos oito meses sem chuva. Isso é uma coisa certa. A gente faz um cálculo de telhado que em um metro de telhado, se chover um milímetro, você tem um litro d´água. E no Semiárido chove até 800 milímetros! Você tendo aquela água e acumula no oitão de casa, isso é uma alternativa que soluciona a questão da água para beber. Partiríamos para o Atlas Nordeste, para o abastecimento de municípios de até cinco mil habitantes, e teríamos soluções extremamente mais viáveis em termos de problemas de abastecimento e não partindo para uma transposição do São Francisco, que é um projeto faraônico que só vai encher os bolsos das empreiteiras e dos grandes empresários. por João Suassuna — Última modificação 22/07/2014 16:30
O São Francisco já é um rio intermitente, artigo de Roberto Malvezzi (Gogó) Embora não tenha cortado totalmente seu fluxo de água, o São Francisco já é praticamente um rio intermitente. A atual defluência – saída de água rio abaixo - da represa de Três Marias, em Minas Gerais, é de 150 m3 por segundo (sic!). Não se espantem, é essa mijada de gato. Portanto, um fiapo de água para o que já foi o grande Rio São Francisco (CBHSF). Essa realidade é visível a olho nu em municípios como Pirapora. Até a extração de água para abastecimento humano das cidades ribeirinhas já está comprometida. Se formos fala em navegação, pesca, etc., é melhor procurar nas fotografias. A cidade de Xique-Xique, no médio São Francisco, se abastece de um braço do Velho Chico. Em 40 dias – se o rio não recuperar volume – terá seu abastecimento cortado. A calha central está há mais de trinta quilômetros da cidade. Portanto, Xique-Xique vai conhecer o que é um rio intermitente antes das demais cidades. Abaixo, em Sobradinho, a defluência está em 1.100 metros cúbicos por segundo. As maiores balsas de transporte de passageiros entre Juazeiro e Petrolina estão encostadas no porto. Não há profundidade para sua navegação. Gostaria de saber onde andam os políticos, os técnicos, o pessoal do governo que projetou a Transposição e nos diziam com arrogância em todos os debates que a defluência em Sobradinho era - com absoluta segurança - de 1800 metros cúbicos por segundo, portanto, a extração de água para a Transposição seria absolutamente insignificante. Onde será que eles estão? Em terceiro, abaixo de Xingó, no Baixo São Francisco, a defluência também continua com 1.100 metros cúbicos por segundo, comprometendo até a produção de água para consumo humano e para a bacia leiteira de Alagoas. Sergipanos e alagoanos são os que pagam a conta de toda degradação e irresponsabilidade de quem destrói o São Francisco. Na foz, o mar já adentrou o rio em cerca de 50 quilômetros. Hoje ainda se fala na Transposição, ela continua na mídia, por muitos considerada ainda como a redenção do Semiárido. Vamos respeitar a ignorância dessa afirmação, afinal o Nordeste e o Semiárido continuam desconhecidos para 90% dos brasileiros, mas vale lembrar que 40% do Semiárido brasileiro estão em território baiano, portanto, longe dos eixos da Transposição. Quantos ainda falam da Revitalização? Alguém tem alguma notícia? O São Francisco continua em processo de extinção rápida e fatal. Mesmo assim fala-se em projetos de 100 mil hectares de cana irrigada em Pernambuco, 800 mil hectares de cana irrigada na Bahia, Transposição para outros estados, assim por diante. Certamente voltará a chover, o rio vai recuperar volume, mas, as secas serão cada vez maiores e mais constantes. A NASA, anos atrás, projetava que o São Francisco seria um rio intermitente em 2060. Realizamos a façanha de antecipar a projeção em mais de 40 anos. Roberto Malvezzi - É membro da Comissão Pastoral da Terra (CPT) - Bahia COMENTÁRIOS João Suassuna - Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, Recife O que havíamos previsto, nos últimos 20 anos de muita luta, aconteceu: o Velho Chico entrou em estado crítico e já não vai mais poder contribuir, com seus volumes, para o atendimento das necessidades dos nordestinos, sem, antes, acontecer o pior. Nesse artigo, Roberto Malvezzi mostra, de maneira clara, que o rio está dando seus últimos suspiros. Não foi por falta de aviso que essa situação viesse acontecer. Nos debates que participamos, na tentativa de salvar a vida do rio, alertávamos para o pior: por ser um caudal de múltiplos usos, e sem o planejamento devido, era fácil de se chegar à conclusão de que o São Francisco secaria ou pelo menos chegaria à situação em que se encontra. Questionamos isso ao ex-ministro Ciro Gomes, no programa Roda Vida em São Paulo, onde debatemos a questão, que não deu a mínima atenção para as nossas preocupações. Chegamos até a escutar absurdos, de algumas autoridades de que, mesmo colocando um equipamento ultra sensível na margem do rio, este não seria capaz de medir a variação de seu nível, dada a pequena retirada volumétrica que iria ser efetuada. Erraram e erraram feio. O Velho Chico está aí, com a sua ossatura à mostra, para calar a boca daqueles que, em ato de pura imprudência e incompetência para com as causas ambientais, conseguiram por um fim na pujança do rio da Integração Nacional. Esse assunto terá que ser muito bem esclarecido na campanha presidencial que se avizinha. Ricardo Ramalho - Instituto Terraviva. Caro João Suassuna, Classifico a mensagem, embora verdadeira, como cruel e impactante. Não imaginava essa velocidade vertiginosa na decadência de nosso Velho Chico, pela sua imponência e serenidade, enquanto vital curso d'água para o Semiárido Brasileiro. Sem sequer entrarmos no mérito da famigerada transposição, o rio agoniza sob o ausente olhar do poder público nos seus três âmbitos. Continuam desmatando suas margens, assoreando seu leito e poluindo suas águas, contrariando os mais elementares princípios ambientais para uma propalada revitalização de sua bacia, com a absoluta inércia dos órgão que deveriam cuidar do meio ambiente. Lamentável, lamentável, lamentável! Ecossaudações Ricardo Ramalho Engenheiro agrônomo e ambientalista do Instituto Terraviva.

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