terça-feira, 17 de julho de 2012


Problemas na documentação impedem embarque de urânio


O comboio de 12 caminhões-contêineres que saiu de Caetité (a 757 km de Salvador) com 178 toneladas de urânio com destino ao Porto de Salvador foi levado ao pátio do 1ª BPM, em Feira de Santana (a 108 km de Salvador), na quinta-feira, 12, à noite, devido a problemas na documentação da carga para a entrada na França, para onde seria transportada.


Alean Rodrigues l Sucursal Feira de Santana

Luiz Tito/Agência A TARDE


A carga de urânio que estava no 1º BPM, em Feira de Santana, já voltou a Caetité

Segundo Edil Melo Brito, da empresa Indústrias Nucleares do Brasil (INB) – estatal ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) –, o Ministério do Meio Ambiente da França não liberou a entrada da carga porque o pedido de autorização chegou fora do prazo.

“Eles exigem que o pedido seja feito com 15 dias de antecedência, mas o transportador só deu entrada no dia 5 e não nos avisou. Tomamos conhecimento ontem (quinta-feira) e recorremos ao plano de transporte que determina que, em uma situação de emergência, a carga seja colocada em uma instalação militar, porque tem espaço e segurança suficiente”, explicou Edil Brito.

Como não houve resposta sobre a autorização, o comboio voltou a Caetité no final da tarde de sexta, 13. A equipe de proteção radiológica da INB e a Polícia Rodoviária Federal acompanham e monitoram o transporte da carga, até que a situação seja resolvida. “Lá, há condições técnicas para guardar o material. Mas estamos com um prejuízo de cerca de R$ 800 mil com esse problema”, revelou.

Quanto à possibilidade de a carga de urânio oferecer riscos à população, Edil Brito foi enfático. “Estamos seguros do ponto de vista técnico e ambiental. Esse é um material natural que não sofreu intervenção químico-física, e, além disso, existe o amparo técnico do armazenamento e das embalagens”, garantiu.

Por medida de segurança, as gestantes que trabalham no 1º BPM foram liberadas do serviço, até que a carga seja removida. O local foi isolado e técnicos da empresa permaneceram de prontidão para monitorar os caminhões.

O material tem como destino final a localidade de Blind River, no Canadá, onde será enriquecido.

por João Suassuna— Última modificação 17/07/2012 10:32

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