Produção residencial de energia solar já é economicamente viável para 15% dos lares brasileiros.
Publicado em julho 4, 2012 por HC
Tags: energia, energia
solar
De acordo com a pesquisa da EPE, o custo da
geração nas residências brasileiras, a partir de um equipamento de pequena
potência, é R$ 602 por megawatt-hora (MWh), mais barato do que a energia
vendida por dez das mais de 60 distribuidoras de energia, como a da Ampla,
responsável pelo abastecimento de municípios do Grande Rio e interior
fluminense.
O cálculo é feito com base no custo médio de
instalação de um painel com a menor potência, R$ 38 mil. Graças a novas
resoluções da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), publicadas neste
ano, os consumidores que instalem painéis solares em suas casas ou condomínios
podem não apenas reduzir a quantidade de energia comprada das distribuidoras,
como também vender o excedente da energia produzida para essas empresas.
Segundo o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim,
esse mercado potencial pode crescer bastante se forem concedidos incentivos
como o financiamento à compra dos painéis e conversores fotovoltaicos
(equipamentos que transformam a luz do sol em energia elétrica), a isenção
fiscal para a produção desses equipamentos no país e a redução do Imposto de
Renda para os consumidores.
Caso o governo esteja disposto a criar os três
tipos de incentivos, ao mesmo tempo, a energia solar pode se tornar competitiva
para 98% dos consumidores residenciais brasileiros. “Hoje a geração distribuída
já é mais ou menos interessante em alguns lugares. Agora, para ampliar, seria
necessário ter incentivos ou esperar o preço [do equipamento] cair”, disse
Tolmasquim.
Por outro lado, o estudo mostra que a geração
centralizada, isto é, produzida em larga escala por usinas comerciais, ainda
não é viável economicamente. Hoje, o custo de produção da energia solar gira em
torno de R$ 405 por MWh, enquanto a média do preço de outras fontes de energia,
nos últimos leilões do governo, foi R$ 150 por MWh.
Mesmo com incentivos, como a redução de impostos,
que barateiem em 28% o preço da energia, a solar não seria viável, porque ainda
custaria o dobro da média cobrada nos leilões de venda de energia.
Segundo Tolmasquim, o país tem as opções de
esperar o custo da energia solar diminuir para colocá-la em leilões ou de criar
um leilão específico para que não haja disputa com outras fontes mais baratas,
como a eólica.
Tolmasquim explicou que a criação de um leilão
específico é uma opção para criar um mercado e desenvolver tecnologicamente o
país, a fim de acelerar a redução do custo. “Mas teria que ser vendida uma
quantidade pequena [de energia] para não onerar o consumidor.”
Há ainda a opção de abrir a possibilidade para
que empreendimentos de geração de energia solar disputem o leilão de energia
com outras fontes. A expectativa da Agência Internacional de Energia é que a
solar esteja competitiva com outras fontes no mundo a partir de 2020.
Tolmasquim disse, no entanto, que não é possível
saber quando a energia solar será competitiva para produção em larga escala no
Brasil. Há hoje no país apenas oito empreendimentos, que produzem apenas 1,5
megawatt (MW) de um total de 118 mil MW do Brasil.
Reportagem de Vitor Abdala, da Agência
Brasil, publicada pelo EcoDebate, 04/07/2012
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