terça-feira, 18 de junho de 2013

Quem ganha com o desmonte da Eletrobrás?

 Heitor Scalambrini Costa
Professor da Universidade Federal de Pernambuco
Ao divulgar o plano diretor da companhia 2013-2017, o presidente da Eletrobrás anunciou que no período, a previsão de redução no orçamento de custeio será da ordem de 30%. Um dos itens da contenção de despesas é o programa de incentivo ao desligamento voluntário (PIDV), cuja projeção inicial é que alcance entre 20 e 25% do total dos 27 mil empregados da holding.

Quando se fala de desligamento de pessoal, o discurso oficial é sempre o mesmo. De que todo cuidado será tomado para que não haja descontinuidade técnica e nem perda da qualidade dos serviços oferecidos à população. No caso do fornecimento elétrico, este já vem há tempos, sofrendo com as interrupções (também chamado de apagão) frequentes.

O agravante para o país com a dispensa de pessoal em uma empresa com alto conteúdo técnico, caso da maior empresa estatal (como bem diz o nome – pertence ao Estado, e não ao governo, partidos, bancadas ou políticos individuais) na geração de energia elétrica, é o tratamento dispensado ao seu potencial humano. Formado ao longo de vários anos de estudos, e com prática na própria empresa, essa competência técnica em menos de 2 anos será dissolvida.

O programa de demissão voluntária é a forma adotada para o “enxugamento” do quadro de funcionários da Eletrobrás, motivado pela reestruturação depois da catastrófica perda financeira imposta pela lei 12.783/2013.

Além das verbas rescisórias já previstas na legislação trabalhista oriunda da demissão sem justa causa, os funcionários receberam vantagens como pagamento de salários, assistência médica ao empregado e dependentes por um determinado período após o desligamento, complementação do plano de previdência privada e auxílio de consultorias para transição de carreira ou para abertura de um empreendimento. Tudo isto está no “script”.

Obviamente a empresa não pode obrigar o funcionário a aderir ao plano de desligamento em nenhuma hipótese. E é bom lembrar que geralmente esses tais planos de demissão voluntária são precedidos de uma onda de boatos, fofocas, assédio moral, muita pressão, terrorismo e intimidação, o que faz com muito(a)s não tenham "cabeça" para avaliar adequadamente o que é melhor individualmente para ele(a).
 
Infelizmente, neste que é um dos momentos mais importantes da vida da pessoa, em que ele precisa ter condições de avaliar, o mais friamente possível, as consequências que podem advir da sua decisão, é precedido de toda sorte de sentimentos que lhe deixa inseguro, quando ele deveria estar o mais tranqüilo possível.

Neste processo todo, em que o objetivo é o desligamento de milhares de pessoas, merece uma reflexão o papel dos dirigentes do grupo Eletrobrás e de suas empresas. Estes indicados, e muito deles “sem passado” na empresa que dirige, mas que na partilha dos cargos pelos partidos políticos, que compõem a base do governo de plantão, foram alçados aos cargos de chefia, terão grande responsabilidade no “enxugamento” das empresas.
 
Para estimular os dirigentes/diretores bem cumprirem as ordens, e conseguirem maior o número de demissões de funcionários eles terão garantidos honorários extras. Ou seja, segundo informação amplamente difundida pela imprensa, em um oficio dirigido pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, através do Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais ao Secretário Executivo do Ministério de Minas e Energia ficou definido que “a participação nos lucros e resultados (PLR) dos dirigentes está condicionada ao alcance de metas do plano de redução de pessoal, material, serviços e outras despesas (PMSO)”.

Ainda de acordo com este documento encaminhado ao MME o dirigente que conseguir uma redução de 30% ou mais na quantidade de funcionários terá dois honorários de PLR. Quem reduzir de 20% a 30% terá 1,5 PLR. E aqueles menos “eficientes” que diminuírem o quadro de pessoal de sua empresa em até 20% receberão um honorário apenas. A titulo de quantificar o PLR a ser pago aos diretores das 19 empresas do grupo Eletrobrás, em 2012 o valor médio foi de R$ 72.500,00.

Assim fica mais claro e cristalino, saber quem vai ganhar, e muito lucrar, com o desmonte da Eletrobrás e suas empresas, inclusive a Chesf.

sábado, 15 de junho de 2013

Situação volumétrica dos reservatórios das hidrelétricas da CHESF - 14/06/2013



Estamos iniciando uma atividade semanal de informação, aos interessados, dos estágios em que se encontram os níveis de acumulações volumétricas dos principais reservatórios da Chesf, na bacia do rio São Francisco. No caso específico da região do Sub-médio São Francisco - local onde é gerada a maior parte da energia elétrica do Nordeste -, os reservatórios, principalmente o de Sobradinho, acumulam água no período de novembro a abril, para disponibilizarem os volumes acumulados, no processo de regularização das vazões do Velho Chico, no período de maio a outubro. Estamos no dia 14/06/2013, portanto, em período no qual os reservatórios estão numa fase de disponibilização volumétrica. Acompanhem a evolução desse processo, nos endereços abaixo, clicando no canal “Bacia do Rio São Francisco”.
14/06/2013
Reservatório            Data                 Afluência                Defluência                Volume
                                                           (m³/s)                     (m³/s)                   útil (%)
Sobradinho            13/06                    1230                       1153                     48,00
Itaparica                13/06                    1110                       1110                     39,00
Xingó*                   13/06                    1014                      1108                        -
* - Não há percentuais acumulatórios, tendo em vista o rio correr em seu leito, a fio d´água
 
07/06/2013
Reservatório            Data                 Afluência                Defluência                Volume
                                                           (m³/s)                     (m³/s)                   útil (%)
Sobradinho            06/06                    0970                       1190                     47,30
Itaparica                06/06                    1170                       1171                     39,20
Xingó*                   06/06                    1129                      1221                        -
* - Não há percentuais acumulatórios, tendo em vista o rio correr em seu leito, a fio d´água

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Fonte: Chesf
http://www.chesf.gov.br/portal/page/portal/chesf_portal/paginas/sistema_chesf/sistema_chesf_bacias/conteiner_bacias

Fonte: ANA
http://www2.ana.gov.br/Paginas/servicos/saladesituacao/default.aspx

É o Núcleo de Estudos e Articulação sobre o Semiárido (NESA), da Fundação Joaquim Nabuco, divulgando a realidade do Nordeste seco.




Sobre o assunto:
Comitê do São Francisco critica decisão do governo federal de reduzir a vazão do rio
http://www.remabrasil.org/Members/suassuna/campanhas/comite-do-sao-francisco-critica-decisao-do-governo-federal-de-reduzir-a-vazao-do-rio/view


COMENTÁRIOS
João Suassuna - Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, Recife
A manutenção da acumulação volumétrica de Sobradinho, na casa dos 48%, está se dando à duras penas. Notem os volumes que estão saindo da represa para o Submédio e o Baixo São Francisco. Estão variando em torno de 1.100 m³/s. Esse volume tem contrariado determinações do IBAMA, que exige volumes da ordem de 1.300 m³/s na foz do rio. Ora, se de Sobradinho está saindo cerca de 1.100 m³/s, volumes muito próximos a esses estão chegando à foz. Nesse caso, a Chesf está tentando solucionar um problema de recuperação da represa, e criando outro de consequências mais danosas para a vida do pescador, que não consegue mais pescar o seu peixe nas vazões reduzidas do Velho Chico. E é em um rio nessas condições que querem retirar volumes suficientes para o abastecimento de 12 milhões de pessoas no Setentrional, com o projeto da Transposição. Com a continuidade desse processo, infelizmente, a situação tende a piorar.


 
por João SuassunaÚltima modificação 14/06/2013 15:36

terça-feira, 11 de junho de 2013

Bolsa Família: O Desabafo de uma Magistrada!

Que não apenas se dê o peixe, mas que se ensine também a pescar, ou seja, que se criem mecanismos para que o homem tenha a dignidade de ganhar seu pão com o suor de seu próprio trabalho, e não de esmolas governamentais em troca de votos.

A CORAGEM DE ADRIANA LINS DE OLIVEIRA BEZERRA:

JUIZA DE CAJAZEIRAS É CONTRA A BOLSA FAMÍLIA E DIZ POR QUE !!!!!!!


Apenas a título de esclarecimento, aos que respeitam opiniões contrárias, e apenas a esses, é que escrevo agora.
Fui alvo de críticas e agressões acerca de minha opinião avessa ao Bolsa Família, programa criado pelo Governo Federal há 10 anos.
Grande parte optou por uma justificativa simplista:
- “ é rica, juíza, elite, fala porque nunca passou necessidades, nunca passou fome...”.

Pronto, essa justificativa encerra a questão e resolve o problema. É uma idiota que nada sabe sobre a vida.

Apenas a título de informação saibam que não sou rica, nunca fui e nunca serei. Meu salário é bom, e com ele, se Deus quiser, nunca passarei fome nem necessidade, mas lutei por ele, e como lutei. Sofri, estudei, trabalhei e lutei, repita-se. Mas isso é uma outra história que em outro momento, se interessar a alguém, posso contar.

Contudo, existem outros motivos que levam as pessoas a formarem suas opiniões que não necessariamente as suas condições financeiras.
Nunca passei fome, graças a Deus e ao trabalho de meus pais, mas da mesma forma que nunca faltou, também nunca sobrou.

Trabalho desde os 18 anos de idade, quando me submeti a concurso público e fui ser funcionária pública, trabalhar oito horas diárias e ganhar menos do que um salário mínimo, apesar da Constituição Federal já vedar tal conduta. Mas como já disse, isso é uma outra história.

O final de semana passado retrata exatamente um dos fatores que me levam a formar a opinião que tenho.

Um simples “boato” de que o Bolsa Família iria acabar foi suficiente para causar um caos em várias agências da Caixa Econômica Federal. Uma pessoa me disse que teve que pedir dinheiro emprestado para sair do seu sítio para receber o bolsa família que “ía acabar”...

A pergunta é: de que viveriam essas pessoas se o bolsa família acabasse?
A minha resposta: passariam ainda mais fome do que tinham quando começaram a recebê-lo.
E sabem porque? Porque agora, com a certeza do “benefício”, não se propõem mais a trabalhar, ou estudar ou se profissionalizar. Enfim. Estão escravizados.

É a isso que me oponho.
Quando esse programa foi implantado a situação das pessoas era caótica, lastimável.
Essas pessoas estão sendo tratadas como inúteis, incpazes. A partir do momento em que se implanta um programa de assistência sem uma política paralela de reestruturação, capacitação para restabelecimento de condições de trabalho, auto sustento, enfim, de independência, ou se considera que essas pessoas não tem capacidade para tanto ou não se está querendo ajudar, mas tão somente escravizar. É no que acredito.

A ONU, embora elogie o programa, critica o assistencialismo e o apelo político que ele gera. Segundo essa Organização o programa rendeu muita popularidade e votos, mas as DESIGUALDADES continuam elevadas com pequenos progressos.

Como programa de caráter EMERGENCIAL, o Bolsa Família foi importante, mas onde está a inclusão socieconômica sustentável das populações?
O saudoso Luiz Gonzaga já dizia em uma de suas canções, de composição com Zé Dantas:
- “Seu Doutor uma esmola para o homem que é são, ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão...”.
É nisso que acredito muito antes de me tornar Juíza.
A Coordenadora do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil afirmou que da forma como o programa funciona, não tem sido útil para identificar e retirar as crianças do trabalho e que esse programa não tem impacto nenhum na redução do trabalho infantil.

Vejam a entrevista de Frei Beto ( que não é juiz), um dos líderes do Fome Zero e me digam o que acham.
O programa existe há 10 anos e pouquíssimo foi mudado na vida dessas pessoas. O que foi feito de efetivo para reestruturar essas famílias?

Visitem as casas dessas pessoas e me digam o quanto mudou!
Enquanto apresentam índices de redução de evasão escolar, em razão do Bolsa Escola, os adolescentes que passam pela Vara que ocupo não sabem a data de seus nascimentos, não sabem o seu nome completo, não sabem o nome de seus pais e, pasmem, não tem a menor ideia de seus endereços.
Que noção de civilidade esses meninos tem? Esses mesmos meninos que estão querendo jogar na prisão!?!

Quem ou QUE vai dar essa noção de civilidade senão um programa SÉRIO de educação, capacitação, dignificação das pessoas?
Bolsa família não dignifica. Escraviza. É o que acho.

As pessoas se tornam escravas da vontade política e não formadoras dessa vontade. E isso para mim é um =FAZ de CONTA, SIM=.
Não disse que a Presidente era um faz de conta. Disse que o Brasil é um País de faz de conta.
Defender a redução da maioridade penal é um exemplo disso.
Defender a pena de morte também. Fazem de conta que isso vai resolver a criminalidade e não vai.
Da mesma forma que fazem de conta que cumprem o ECA, que existe há mais de vinte anos, e não cumprem. Nunca cumpriram.

Como eu posso cobrar de alguém a quem eu nunca dei a chance???
As pessoas não podem viver de esmolas. Precisam aprender a andar com as próprias pernas e precisam saber que isso é responsabilidade delas também.
É dever dos Governos Federal, Estadual e Municipal oferecer essas condições e dos cidadãos escolher uma delas e seguir suas vidas com a dignidade que cada profissão oferece, porque todas a tem.

Vejo mulheres jovens e saudáveis pedindo dinheiro nas ruas. Cada uma com seus três ou quatro filhos. Mas nenhuma pede um emprego. Porque?

Os senhores tem ideia de quantos cartões desse programa estão nas famosas “Bocas de fumo”?

Vejo homens jovens e saudáveis nas portas dos bares ou papeando nas esquinas em pleno dia da semana. Porque não estão trabalhando?

Qual o trabalho que as políticas públicas oferecem ou a capacitação?

É certo que existem alguns programas profissionalizantes. Mas são tímidos, limitados, e não recebem a milésima parte do investimento que o programa de “caridade” gasta.

A quê isso vai nos levar, senhores? A quê nos levou até agora? Como estão essas pessoas? Sem fome? Tem certeza que R$ 130,00 (cento e trinta reais) realmente mata essa fome?

Não sou contra partido político algum. Sou contra políticas públicas inúteis e danosas ao futuro da nossa Nação. Sou e serei sempre.

É a minha opinião senhores. Respeitem. Discordem, mas respeitem. E não sejam tão simplistas assim. As coisas não são simples e não podem ser “explicadas” dessa forma principalmente por quem não me conhece.

O homem precisa ser dignificado e não escravizado.
As pessoas continuam sofrendo com a seca absolutamente TODOS OS ANOS HÁ DÉCADAS.
- E o que foi feito de política de irrigação, de política que permaneça que se perpetue e que de fato transforme a vida do sertanejo?

É contra isso que sou. Sou Nordestina com muito orgulho e me sinto humilhada com notícias como as que passaram no Jornal Nacional com pessoas “famintas” na porta do Banco para receberem suas migalhas.
Não precisamos disso. Somos inteligentes e capazes. Temos força e vontade de trabalhar. Só precisamos de oportunidades e onde elas estão? Onde está a água das chuvas do ano passado?

Bem. Não sei se melhorei muito a situação. Mas não foi essa a minha intenção. Precisava apenas explicar os meus motivos.

Aos que me criticaram com decência, fico com as críticas para refletir sobre elas na construção de minhas opiniões futuras.
Aos que apenas me agrediram, fico com a dor que me causaram e com o consolo de que o tempo cura quase tudo.
Aos que perderam alguns minutos de suas vidas para lerem essa minha resposta. Agradeço a atenção.
A todos. Reafirmo. Esta é a minha opinião. Não a de uma Juíza, mas a de uma mulher que quer muito mais do que ESMOLAS para o cidadão brasileiro e, principalmente, para os jovens adolescentes.

Que Deus esteja conosco!
Cajazeiras – PB, 26 de maio de 2013.

Adriana Lins de Oliveira Bezerra
Juíza de Direito, Eleitora e Cidadã

Fonte para edição no Rema:
Waldecy Pinto - waldecypinto@hotmail.com
Presidente da Academia Pernambucana de Ciências

sexta-feira, 7 de junho de 2013


Situação volumétrica dos reservatórios das hidrelétricas da CHESF - 07/06/2013


Estamos iniciando uma atividade semanal de informação, aos interessados, dos estágios em que se encontram os níveis de acumulações volumétricas dos principais reservatórios da Chesf, na bacia do rio São Francisco. No caso específico da região do Sub-médio São Francisco - local onde é gerada a maior parte da energia elétrica do Nordeste -, os reservatórios, principalmente o de Sobradinho, acumulam água no período de novembro a abril, para disponibilizarem os volumes acumulados, no processo de regularização das vazões do Velho Chico, no período de maio a outubro. Estamos no dia 07/06/2013, portanto, em período no qual os reservatórios estão numa fase de disponibilização volumétrica. Acompanhem a evolução desse processo, nos endereços abaixo, clicando no canal “Bacia do Rio São Francisco”.

07/06/2013

Reservatório            Data                 Afluência                Defluência                Volume

                                                           (m³/s)                     (m³/s)                   útil (%)

Sobradinho            06/06                    0970                       1190                     47,30

Itaparica                06/06                    1170                       1171                     39,20

Xingó*                   06/06                    1129                      1221                        -

* - Não há percentuais acumulatórios, tendo em vista o rio correr em seu leito, a fio d´água

 

31/05/2013

Reservatório            Data                 Afluência                Defluência                Volume

                                                           (m³/s)                     (m³/s)                   útil (%)

Sobradinho            28/05                    1020                       1219                     47,80

Itaparica                28/05                    1150                       1313                     39,20

Xingó*                   28/05                    1146                      1214                        -

* - Não há percentuais acumulatórios, tendo em vista o rio correr em seu leito, a fio d´água

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Fonte: Chesf

http://www.chesf.gov.br/portal/page/portal/chesf_portal/paginas/sistema_chesf/sistema_chesf_bacias/conteiner_bacias

 

Fonte: ANA

http://www2.ana.gov.br/Paginas/servicos/saladesituacao/default.aspx

 

Aventura Selvagem em Cabaceiras - Paraíba

Rodrigo Castro, fundador da Associação Caatinga, da Asa Branca e da Aliança da Caatinga

Bioma Caatinga

Vale do Catimbau - Pernambuco

Tom da Caatinga

A Caatinga Nordestina

Rio São Francisco - Momento Brasil

O mundo da Caatinga