domingo, 31 de outubro de 2010

CRIAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO EM PERNAMBUCO.



No dia 14 de outubro próximo passado, a CÂMARA TÉCNICA DO COMITÊ ESTADUAL DA RESERVA DA BIOSFERA DA CAATINGA – CERBCAA/PE reuniu-se, no Auditório da CPRH – Recife-PE, para apreciar a seguinte Pauta:

1. Situação atual e encaminhamentos de curto prazo para as propostas de criação das Unidades de Conservação de Serra Talhada e Pedra do Cachorro.

2. Sistematização e análise das áreas prioritárias para conservação no Estado de Pernambuco.

3. Sugestões de preparação e realização da Oficina sugerida na reunião SECTMA/MMA/CERBCAA do dia 28.09.2010.

Participaram da referida Reunião: Vileide de Barros Lins, Joice Brito, Liane Melo B. Azevedo e Nahum Tabtchnik (CPRH), Alipio Carvalho Filho (EMA), Ednilza Maranhão (UFRPE/UAST), Paulo Roberto C. Sousa Jr. (ICMBIO), José Luiz Vieira da Cruz e Frans Pareyn (APNE).

Com referência à Situação atual e encaminhamento de curto prazo para as propostas de criação das Unidades de Conservação de Serra Talhada e Pedra do Cachorro, considerando os avanços na avaliação já obtidos, objetivando a elaboração de uma proposta concreta para encaminhamento ao CONSEMA-PE, deliberou-se:

Quanto ao projeto da UC Serra Talhada:

1. Obter um posicionamento formal do IPA e da UFRPE/UAST com relação ao interesse em ceder a propriedade para criação da UC. Este posicionamento deverá ser solicitado via ofício pela coordenação do CERBCAA.
2. Obter o mapa da Fazenda Saco do IPA para orientar melhor o formato e a delimitação física da unidade proposta.
3. Definir se a área atualmente pertencente à UAST entrará na proposta ou não.
4. Verificar junto às prefeituras envolvidas a possibilidade de deslocamento da estrada intermunicipal e as possibilidades de colaboração neste sentido.
5. Verificar junto ao IPA o uso atual e pretensões futuras de uso do açude.
(Responsáveis pelos procedimentos Frans Pareyn e Ednilza Maranhão).

Quanto ao projeto da UC Pedra do Cachorro:

1. Obter as informações sobre as propriedades (proprietários, mapas, quantas, situação fundiária)
2. Os proprietários têm conhecimento da proposta e têm interesse?
3. É importante incluir as propriedades com inscrições rupestres (identificar na lista de propriedades a serem contempladas).
4. Esboçar um desenho preliminar básico da área pretendida.
(Responsáveis: Guaraci e Alba).

Quanto ao projeto da UC Floresta:

1. Obter Mapas das propriedades selecionadas.
2. Registrar alguns pontos com GPS para georreferenciar os mapas posteriormente.
(Responsável: Alípio).

No que tange à Sistematização e análise das áreas prioritárias para conservação no Estado de Pernambuco o Grupo adotou os seguintes critérios para iniciar a definição de áreas prioritárias e a montagem de uma lista preliminar:

1. Não especificar, neste momento, a esfera de criação (federal, estadual, municipal);
2. A representatividade das áreas propostas;
3. A conectividade entre as áreas propostas e/ou unidades já existentes;
4. De preferência constar na lista de áreas prioritárias do MMA;
5. De preferência constar na lista de áreas prioritárias do Atlas de Biodiversidade de Pernambuco.

Com essa ótica, elaborou-se a lista de áreas prioritárias para criação de UCs nos próximos 5 a 10 anos constantes do Anexo I.

Finalmente, com referência à realização da Oficina sugerida na reunião SECTMA/MMA/CERBCAA do dia 28.09.2010, ficou deliberado os seguinte:

1. Realização da Oficina Técnica, conforme discussões anteriores entre a Coordenação do CERBCAA, MMA e a SECTMA, e, de acordo com as discussões da 1ª reunião do GT, para discutir e propor uma lista de áreas prioritárias para criação de Unidades de Conservação no Estado a ser apresentada na próxima Reunião do CONSEMA-PE.

2. Apresentação da lista preparada pelo GT do CERBCAA como ponto de partida para discussão durante a oficina.

3. Data da Oficina: 08.11.2010

4. Horário: 09:00 – 17:00

5. Local: Auditório do IPA (1ª opção) ou Auditório da Perpart (2ª opção)

6. Programação: Introdução (Coordenador do CERBCAA, Rodrigo, MMA), Apresentação da proposta do GT, Apresentação de novas propostas pelos participantes, - Desenvolvimento da proposta final.

7. Participantes: GT-CERBCAA, Sectma, MMA. Rodrigo, FUNAI, ITEP, FUNDAJ, IBAMA, ICMBIO, UFPE, UFRPE, UNICAP, UPE, ASA-PE, AMUPE, UNIVASF/CRAD, CHESF, CODEVASF, IPA.

Esperamos ansiosamente a realização da Oficina proposta oportunidade em que se poderá decidir sobre a criação de uma ou mais Unidades de Conservação no Estado de Pernambuco.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

EXTINÇÃO DA ESPÉCIE BALEIA.

Foto: Greenpeace


Caros amigos,

Muitas baleias estão entre o 1/3 de toda a vida no planeta que está à beira da extinção. Governos estão se reunindo esta semana para considerar um plano ousado de proteger 20% dos oceanos e terra firme até 2020.

Nós só temos alguns dias e um chamado internacional poderá fazer a diferença. Clique para assinar a petição pelo plano 20/20 e encaminhe este alerta:

Hoje existem apenas 300 baleias francas do atlântico norte e 99% das baleias azuis já foram eliminadas. Estes majestosos gigantes estão ameaçadas de extinção e seu caso está sendo usado como exemplo repetidamente. Mas na realidade, um terço de todas as formas de vida no planeta estão à beira da extinção.

O mundo natural está sendo esmagado pela atividade humana, poluição e exploração. Mas existe um plano para salvá-lo - um acordo mundial para criar, financiar e implementar áreas protegidas cobrindo 20% das nossas terras e mares até 2020. Agora mesmo, 193 governos estão reunidos no Japão para enfrentar esta crise.

Nós só temos 3 dias até o fim desta reunião crucial. Especialistas dizem que os políticos estão hesitantes em adotar um objetivo tão ambicioso, mas que um clamor público mundial poderá fazer a diferença, mostrando aos governantes que os olhos do mundo estão sobre eles. Clique para assinar a petição urgente e encaminhe este email amplamente - a mensagem será entregue diretamente para a reunião no Japão:

http://www.avaaz.org/po/o_fim_das_baleias/?vl

Ironicamente 2010 é o Ano Internacional da Biodiversidade. Os nossos governos já deveriam estar caminhando para "uma redução significativa da taxa atual da perda da biodiversidade". Eles falharam repetidamente, cedendo para a indústria e trocando assim a proteção das espécies por lucros limitados. Nossos animais, plantas, oceanos, florestas, solos e rios estão sufocando sob fardos imensos de super-exploração e outras pressões.

Os seres humanos são a principal causa desta destruição. Mas podemos reverter a situação - já salvamos espécies da extinção antes. As causas do declínio da biodiversidade são vastas e salvá-la vai exigir uma guinada das promessas vagas, sem clareza de quem financia a proteção, para um plano ousado, com fiscalização rigorosa e financiamento sério. O plano de 20/20 é justamente isto: os governos serão forçados a executar programas rigorosos para garantir que 20% das nossas terras sejam protegidas até 2020, e para isso aumentar drasticamente o financiamento.

Tem que ser agora. Em todo o mundo o quadro está cada vez mais sombrio - há apenas 3.200 tigres na natureza, os peixes dos oceanos estão se esgotando e nós estamos perdendo fontes de alimentos ricos para a monocultura. A natureza é resistente, mas temos que prover espaços seguros para ela se recuperar. É por isso que esta reunião é fundamental - é um momento decisivo para acelerar ações baseadas em compromissos claros para proteger nossos recursos naturais.

Se os nossos governos sentirem a pressão esmagadora do público para serem corajosos nós podemos convencê-los a aderirem ao plano de 20/20 nesta reunião. Mas para isto vamos precisar que cada um de nós que está recebendo esta mensagem, faça-a ecoar até chegar na convenção no Japão. Assine esta petição urgente abaixo e depois encaminhe-a amplamente:

http://www.avaaz.org/po/o_fim_das_baleias/?vl

Este ano os membros da Avaaz tiveram um papel fundamental na proteção dos elefantes, defendendo a proibição da caça às baleias, e garantindo a maior Reserva Marinha do mundo nas Ilhas Chagos. Nossa comunidade tem mostrado que podemos definir objectivos ambiciosos - e vencer. Esta campanha é a próxima etapa na batalha essencial para criar o mundo que a maioria de nós em todos os lugares querem - onde os recursos naturais e das espécies são valorizados e o nosso planeta está protegido para as futuras gerações.

http://www.avaaz.org/po/o_fim_das_baleias/?vl.

RISCO DE EXTINÇÃO DE DIVERSOS ANIMAIS.





(Fonte: JORNAL NACIONAL
Edição do dia 26/10/2010)
Estudo revela risco de extinção enfrentado por diversas espécies animais
As principais causas apontadas foram as agressões ao meio ambiente ao redor do planeta. Aproximadamente 20% de todas as espécies estão ameaçadas.
Um estudo divulgado nesta terça-feira à noite pela revista Science, uma das mais respeitadas do mundo, revelou o risco de extinção enfrentado por diversas espécies animais. As agressões ao meio ambiente, ao redor do planeta, foram apontadas como a principal causa.
Do urso ao sapo. Do tubarão à arara. Vinte e cinco mil espécies de mamíferos, aves, anfíbios, répteis e peixes, que estão na lista de animais ameaçados de extinção, foram analisadas por 174 cientistas do mundo todo.
Pela primeira vez os animais foram vistos numa escala global. E a descoberta foi desagradável.
De acordo com a pesquisa 20% de todas as espécies de vertebrados estão ameaçadas: 41% de todos os anfíbios; 33% dos peixes cartilaginosos, como os tubarões; 25% de todos os mamíferos; 22% dos répteis; 15% dos peixes ósseos, como o bacalhau e o atum e 13% das aves estão em risco de desaparecerem.
O estudo mostra que esses números são crescentes. Em média, 52 tipos de aves, mamíferos e anfíbios ficam mais perto da extinção a cada ano.
E, para os pesquisadores, tudo isso poderia ser 20% pior. Só não foi por causa do esforço mundial de preservação, afirmam os cientistas. Mas um esforço, segundo eles, insuficiente para reverter os danos causados pelo manuseio da terra, pelas mudanças do clima e pelo aquecimento dos oceanos.
E os pesquisadores destacam que as espécies estão desaparecendo num ritmo mais alarmante em regiões tropicais: a pior situação, de acordo com o estudo, é no sudeste asiático, onde a expansão agrícola, a extração de madeira e a caça são intensas. No continente africano, grupos inteiros de mamíferos podem deixar de existir com a destruição de florestas.
A Amazônia, claro, também aparece na pesquisa. Os cientistas alertam que a combinação de desmatamento florestal e alterações climáticas leva à seca na região e isso pode acabar com a vegetação e com os alimentos dos animais.

DIAS PARA IMPEDIR A EXTINÇÃO EM MASSA.




AVAAZ.Org
Dias para impedir a extinção em massa
Um terço de todos os animais e plantas sofrem risco de extinção - baleias azuis ameaçadas, recifes de corais e muitas outras espécies. A onda de extinção causada por humanos atingiu uma velocidade não vista desde a extinção dos dinossauros há 65 milhões de anos atrás.

Mas existe um plano para salvá-los - um acordo global para criar, financiar e implementar áreas protegidas abrangindo 20% dos nossos mares e terras até 2020 . Agora, 193 governos estão reunidos no Japão para enfrentar esta crise. Mas sem a pressão pública, é provável que eles ficam aquém da ações ousadas necessárias para evitar o colapso dos ecossistemas de todo o mundo.

Este encontro termina sexta-feira dia 29 de outubro - não temos tempo a perder. Vamos construir rapidamente um clamor público global pedindo para os governos salvarem a vida na Terra. Assine a petição abaixo e ela será entregue diretamente para a reunião:

Para todas as partes da Convenção sobre Biodiversidade:
Um terço das espécies da Terra estão à beira da extinção. Apelamos para que você concorde urgentemente em criar, executar e financiar a proteção de 20% dos nossos oceanos e terras até 2020. Somente uma ação ousada e imediata vai proteger a rica diversidade da vida no nosso planeta.

SOB RISCO DE COLAPSO.



ESTADÃO.COM.BR/TÓPICOS
Sob risco de colapso
No mundo, 70% das espécies comerciais estão com estoques baixos; no Brasil, índice chega a 80% no Sudeste
27 de outubro de 2010 0h 00
Karina Ninni ESPECIAL PARA O ESTADO - O Estado de S.Paulo
A redução drástica da população de algumas espécies de peixes e crustáceos e o desaparecimento de outras foram tema de debate na Conferência da Biodiversidade, em Nagoya, Japão, que acaba na sexta-feira. Especialistas repisaram o alerta: por milênios o ser humano encarou o mar como fonte inesgotável de alimento, mas isso não vale mais, não no planeta de 6,6 bilhões de habitantes. O grande vilão do fenômeno é a pesca desordenada, que no Brasil já ameaça mais de 80% dos estoques do Sul e Sudeste e 50% no Norte e Nordeste.
O relatório Global Ocean Protection, recém-lançado em Nagoya, é claro. "Alguns estoques estão próximos do colapso e não deveriam mais ser pescados. E todos deveriam ser alvo de planos de uso sustentável de longo prazo", afirma Caitlyn Toropova, uma das autoras do estudo.
Relatório divulgado este mês pela ONG World Wildlife Foundation indica que 70% das espécies comerciais do mundo, como o bacalhau do Atlântico Norte e o atum do Mediterrâneo, estão com estoques baixos.
No Brasil, o Censo da Vida Marinha divulgado este mês pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) indica que, das 1.209 espécies de peixes catalogadas na costa e nos estuários, 32 são sobre-exploradas. O caso dos crustáceos é ainda pior: a sobrepesca afeta 10 de 27 espécies.
A situação é agravada pela falta de políticas de ordenamento da atividade pesqueira. O Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA)calcula em 350 mil o número de pescadores profissionais do País, que respondem por 70% da captura de espécies marinhas na costa. De acordo com o MPA, existem 60 mil embarcações artesanais e cerca de 10 mil industriais nos 3,5 milhões de quilômetros de quadrados de mar sob jurisdição brasileira.
Pelos números oficiais, foram tiradas dos mares brasileiros 585.671,5 toneladas de pescado em 2009. Mas o sistema de licenciamento, a permissão para a pesca de uma determinada espécie, foi criado nos anos 70 e 80, quando os estoques eram outros.
"É comum, na ausência de um recurso para o qual tem permissão de pesca, que o pescador se volte para outro. A verdade é que não se sabe quem está pescando o quê e com qual licença", diz o professor Jose Angel Alvarez Perez, integrante do Grupo de Estudos Pesqueiros da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), em Santa Catarina.
Segundo Perez, existem espécies em que há sobrepesca há décadas, para as quais não se deveria mais conceder licenças de captura, como a corvina. "E há outras, como os linguados, para as quais não há nenhuma instrução normativa para a captura."
"Na Europa, diferentes países dividem os recursos e isso favoreceu a normatização e a geração de informações. Os primeiros relatos de sobrepesca na Europa datam do século 19", afirma Antonio Olinto Ávila da Silva, pesquisador do Instituto de Pesca (IP) de São Paulo.
No entender de Perez, da Univali, o problema não é tanto de falta de informação, mas de adoção de políticas efetivas. "Em 2004 o MMA lançou uma lista das espécies ameaçadas de extinção e pela sobrepesca. A ideia era que, a partir da lista, o sistema de licenciamento para embarcações pesqueiras fosse revisto."
A presidente da Associação Litorânea Extrativista do Estado de São Paulo Isaura Martins dos Santos, de 54 anos, confirma a informação sobre o déficit de monitoramento. "A gente pesca tudo quanto é tipo de peixe, carapeva, parati, peixe-espada, corvina. Não fazemos uma pescaria específica, isso só de camarão, mas o que acontece é que a escassez é para tudo. O que diminuiu foi a quantidade, não o tamanho", argumenta Isaura, que, além de pescar há 24 anos, é casada com um pescador.
Um dos problemas apontados por especialistas é a falta de entrosamento entre as instituições responsáveis pelo licenciamento e pela fiscalização da pesca. "Imaginávamos que a criação do Ministério da Pesca fosse melhorar o problema da governança, mas isso não aconteceu, porque o MPA e o MMA não trabalham integrados. O MPA existe para fomentar a produtividade e tem mais força política do que o MMA", diz Leandra Gonçalves, coordenadora da campanha de oceanos do Greenpeace.
Passivo. "A nova Lei de Pesca foi sancionada no ano passado, mas há três anos estamos criando um novo sistema de permissões. Só que o passivo é muito grande", diz Cleberson Carneiro Zavaski, secretário-executivo do MPA. "No passado foi incentivado um crescimento desordenado que potencializou a sobrepesca de algumas espécies."
Para Ávila, do IP, é preciso diferenciar sobrepesca de colapso. Segundo ele, se bem administrada a sobrepesca é uma ferramenta importante para o manejo dos estoques. "Quando você pesca mais do que deveria, significa que o estoque que ficou na água vai ter mais condições de se reproduzir: mais espaço, mais alimento etc. Só quando há sobrepesca por anos seguidos é que os estoques começam a cair."
"A pesca tem uma importância muito mais social do que econômica e as políticas públicas deveriam levar isso em conta. No Estado que mais pesca no País, Santa Catarina, a participação da pesca no PIB é risível", diz Ávila. "O processo de gestão pesqueira tem de ser participativo. Não adianta criar uma boa lei se não houver um trabalho intenso com uma população pouco alfabetizada, para a qual a pesca artesanal é a principal fonte de renda." / COLABOROU REJANE LIMA.
TUBARÃO
Barbatanas, carne, óleo de fígado, cartilagens e peles: tudo se aproveita do tubarão. Por isso ele é cobiçado. O preço do quilo da barbatana do tubarão-martelo-recortado chega a US$ 100.

BACALHAU
O maior estoque do mundo de Bacalhau do Atlântico Norte (Gadus morhua) está no Mar de Barents, ao norte da Noruega e da Rússia. Ele está na lista de espécies vulneráveis da IUCN .

ATUM AZUL
Usado nos sushis, o bluefin" está tão ameaçado que tem cotas de captura na Europa. Em junho, a temporada de pesca foi abreviada, porque a cota foi superada. Os estoques caíram 80% em 40 anos .

CORVINA
Espécie mais pescada no Sudeste depois da sardinha, está sobre-explorada há três décadas. É capturada com outras espécies por pescadores que têm licença para "peixes diversos" .

LAGOSTA
Em 1995, o Brasil pescou 10.338 toneladas de lagosta, o maior volume dos últimos 15 anos. Depois, a produção caiu. Hoje está na casa das 7 mil toneladas. O Nordeste é o maior produtor do País .

CAMARÃO-ROSA
Está na lista de espécies sobre-exploradas do MMA. O volume pescado oscila bastante historicamente. Em 2006, foi registrada a maior captura dos últimos anos: 12.382 toneladas.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

CONHEÇA MAIS SOBRE O PANTANAL -PATRIMÔNIO NATURAL DA HUMANIDADE E RESERVA DA BIOSFERA.

(Fonte: Folha Online)

O Pantanal ocupa territórios de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Em 1977, com a separação, Mato Grosso do Sul ficou com dois terços de sua área. São 89.318 km² de planície alagada por 175 rios que formam a Bacia do Rio Paraguai, onde se abrigam 650 espécies diferentes de pássaros, 300 de peixes, 167 de répteis, 35 de anfíbios, além de 95 de mamíferos. Em um simples passeio a pé, a cavalo ou de barco, é possível avistar jacarés, capivaras tamanduás e veados convivendo em harmonia com milhares de pássaros como tuiuiús, araras azuis, tucanos e ariranhas. Esse ecossistema é ainda mais rico em microelementos e insetos.

Considerado Patrimônio Natural da Humanidade e reserva da Biosfera pela Unesco, o Pantanal chama a atenção do mundo inteiro não só por suas belas paisagens, mas pela riqueza de seus ecossistemas e de sua biodiversidade, formados por três outros biomas: Cerrado, Chaco Boliviano-Paraguaio e Floresta Amazônica, contando ainda com a presença de espécies da Caatinga.

Através dos anos, a população pantaneira foi aprendendo a conviver harmoniosamente com a sua privilegiada natureza. Inicialmente, com as lições dos povos indígenas, depois, com o desenvolvimento de uma consciência ecológica que permeou toda a cultura regional.

Para o pantaneiro e escritor corumbaense Augusto César Proença, "No Pantanal tudo depende das águas. São elas que condicionam os diversos tipos de vida, levam o homem a ter necessidade de mudanças nas grandes enchentes, modificam os solos, obrigam certas aves a migrar para outros lugares do planeta, empurrando o gado para cima das cordilheiras, quebram a monotonia da planície, ilhando muitas fazendas, obrigando ao emprego de canoas que substituem os cavalos para conduzir a criação aos lugares mais altos e, portanto, livres do desespero das águas. Quem vive no Pantanal e dele depende sabe o quanto é difícil adaptar-se a essa natureza insconstante e até certo ponto bravia. Paga a sua cota de provação e, sobretudo, tem que se sujeitar aos caprichos tão repentinos e imprevisíveis das águas, que muitas vezes exageram em transbordar".

Fauna e Flora

É no Pantanal que vive o maior felino brasileiro, a onça-pintada. Nos rios, baías e lagos é vasta a quantidade de peixes, moluscos, crustáceos e anfíbios. Tamanduás-bandeira e tamanduás-mirins, caxinguelês, quatis, cotias, pacas, lagartos, tatus, porcos-do-mato, queixadas e ariranhas. Há centenas de tipos de aves e peixes na região. Outros animais que vivem nesse habitat são as lontras, antas, jaguatiricas, gatos-do-mato, cachorro-vinagre, lobo-guará e cervo-do-pantanal. Na região também há morcegos, rato-do-cerrado e macacos, principalmente bugios, macacos-prego e sagüis. Ainda flamingos, biguás, socós, garças, patos, marrecos e jaburus. É grande a quantidade de espécies de formigas, cupins, aranhas e mosquitos.

O Pantanal Mato-Grossense apresenta-se como uma das mais importantes regiões do mundo, relacionadas à manutenção da avifauna. Sua grande diversidade de espécies e habitat, faz dele um rico e importante local para o desenvolvimento deste tipo de fauna, apresentando vasta oferta de alimentos, abrigo e locais para reprodução. A diversidade da fauna do Pantanal é muito grande, apresentando, segundo especialistas, aproximadamente 90 espécies de mamíferos, 700 de aves, 160 de répteis, 260 de peixes e 45 de anfíbios.

Neste ecossistema, são encontradas várias espécies da fauna, típicas de seus biomas vizinhos, como o Cerrado e a Amazônia, sendo considerada uma das mais importantes regiões do mundo para aves aquáticas, atraindo aves migratórias da região temperada. Os tuiuiús Jabiru mycteria, os biguás Phalacrocorax brasilianus, garças, colhereiros Platalea leucorodia, patos das mais variadas espécies, araras, como a arara-azul

Anodorhynchus hyacinthinus, e papagaios são facilmente observados na região.

O regime de cheias e vazantes e a alta disponibilidade de alimentos faz da região do Pantanal um importante local de alimentação, descanso e reprodução para muitas espécies, constituindo-se assim, um singular sítio de biodiversidade. Nos rios, baías e lagoas são encontradas cerca de 230 espécies de peixes, dentre as quais se destacam a piranha, o pintado, o pacu, o curimbatá e o dourado.

Parque Nacional Patrimônio Natural da Humanidade

O Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense (PNPM) foi criado em 1981 por meio do Decreto número 86.392, que tem como objetivos proteger e preservar amostras de ecossistemas pantaneiros, bem como sua biodiversidade, mantendo o equilíbrio dinâmico e a integridade ecológica dos ambientes contidos no Parque.
O Pantanal representa o elo de ligação entre o cerrado, no Brasil Central, o chaco, na Bolívia e Paraguai, e a região amazônica, ao norte. O reconhecimento internacional da grande importância que a região pantaneira representa na preservação da biodiversidade é demonstrado pelos títulos que lhe foram conferidos, como por exemplo:

Reserva da Biosfera Mundial: Título concedido pela Conferência da Organização das Nações Unidas para a Ciência e a Cultura (Unesco), ao Pantanal Mato-grossense, em 9 de novembro de 2000;

Patrimônio Natural da Humanidade: reconhecimento dado ao PNPM, também pela Unesco, em 29 de novembro de 2000;

Sítio Ramsar: O PNPM recebeu esse reconhecido em 24 de maio de 1993, pelo fato de conter uma das maiores concentrações de fauna do neotrópico, abrigando várias espécies de mamíferos, aves, répteis e peixes, ameaçadas de extinção.

O estado de Mato Grosso, onde está localizado o PNPM, possui áreas significativas, preservadas por meio de unidades de conservação federais como o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, Estação Ecológica da Serra das Araras, Estação Ecológica de Iquê, Estação Ecológica de Taiamã.

Pantanal é um espetáculo de vida

O turismo já é a terceira principal atividade econômica de Mato Grosso do Sul. Ecologia, pesca, eventos, patrimônio histórico, flora e fauna tornam o Estado potencial centro turístico. E o principal apelo da chamada indústria sem chaminé é o Pantanal, onde a vida faz o espetáculo.

Na Nhecolândia, a seis horas de carro de Campo Grande, está concentrada a porção mais rica em fauna do Pantanal. Por estar numa zona de baixo relevo e altitude, dezenas de rios confluem para essa área, formando lagos e vazantes que servem de bebedouros para os animais o ano todo, inclusive no período da seca, de junho a novembro.

Ao amanhecer, quando o céu explode em tons avermelhados e os pássaros saem dos ninhos e voam de um lado para outro em movimento sincronizado, é possível ter a dimensão da beleza desse importante ecossistema.

O Pantanal abriga 650 espécies diferentes de pássaros, 300 de peixes, 167 de répteis, 35 de anfíbios, além de 95 de mamíferos. Em um simples passeio a pé, a cavalo ou de barco, é possível avistar jacarés, capivaras tamanduás e veados convivendo em harmonia com milhares de pássaros como tuiuiús, araras azuis, tucanos e ariranhas. Esse ecossistema é ainda mais rico em microelementos e insetos, já tendo sido catalogadas, por exemplo, mais de mil espécies de borboletas.

Considerado Patrimônio Natural da Humanidade e reserva da Biosfera pela Unesco, o Pantanal chama a atenção do mundo inteiro não só por suas belas paisagens, mas pela riqueza de seus ecossistemas e de sua biodiversidade, formados por três biomas: Cerrado, Chaco Boliviano-Paraguaio e Floresta Amazônica, contando ainda com a presença de espécies da Caatinga.

O Pantanal é um dos mais delicados e valiosos patrimônios naturais do Brasil. A dinâmica que regula o ciclo das águas, a fauna e a flora pantaneira, comprova uma interdependência de vida. Basta que um elemento diferente interfira para que a cadeia se fragmente ou se modifique.

Através dos anos, a população local foi aprendendo a conviver harmoniosamente com a sua privilegiada natureza. Inicialmente, com as lições dos povos indígenas, depois, com o desenvolvimento de uma consciência ecológica que permeou toda a cultura regional. O Estado tem um extraordinário patrimônio hídrico, formado pelas bacias do rio Paraguai e do rio Paraná e pelo Aqüífero Guarani.

Corumbá é conhecida como a Capital do Pantanal e destaca-se no turismo de pesca às margens do rio Paraguai, que possui uma grande diversidade de espécies de peixes. Há ainda mergulhos, turismo contemplativo (Estrada Parque) e visitas às minas do Urucum, além de safári fotográfico, treking, passeios de barcos e a cavalo.

A abundância de animais faz da região do Pantanal um dos lugares mais propícios do Brasil para observação da flora, fauna e para a prática da pesca – permitida somente entre março e outubro. A área total é de 230 mil quilômetros quadrados, abrangendo 12 municípios dos Estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Ao Norte, estão as serras dos Paracis, Azul e do Roncador. A Leste, a Serra de Maracaju. Ao Sul, a Serra da Bodoquena.

*Corumbá fica no extremo Oeste do Brasil e, durante muito tempo, foi acessada quase que exclusivamente pelo rio Paraguai. Hoje, pode-se chegar até lá de carro, ônibus, trem, avião e, obviamente, de barco.
Principais pontos turísticos no Pantanal

Poconé

A cidade de Poconé fica a 100 quilômetros de Cuiabá e é um dos pontos de partida para quem pretende visitar o Pantanal mato-grossense. É por Poconé que os turistas chegam à rodovia Transpantaneira, que leva ao Porto Jofre. Saindo da cidade também é possível viajar pela MT-370, que vai até Porto Cercado. O acesso a Poconé é feito, por Cuiabá, seguindo por 11 quilômetros pela BR-070 e depois mais 89 quilômetros pela MT-060 em estrada asfaltada. A cidade possui um aeroporto para pequenas aeronaves.

Porto Jofre

O acesso a Porto Jofre é feito pela rodovia Transpantaneira, principal porta de entrada ao Pantanal. Ao percorrer a estrada é possível observar uma grande variedade de pássaros, de diversas espécies, além de muitos jacarés e capivaras que vivem nesse habitat. As aves que são mais vistas nessa localidade são, principalmente aquelas que se alimentam de peixes e moluscos, como o caso de tuiuiús, cabeças-secas, garças, baguaris, colhereiros, curicacas, gaviões, além de dezenas de aves migratórias que passam temporadas na região. Às margens da Transpantaneira encontram-se também muitas pousadas e hotéis-fazendas, desde os mais sofisticados aos mais rústicos.

Como chegar: de Poconé ao Porto Jofre são 149 Km por estrada de terra (Rodovia Transpantaneira).

Porto Cercado

Para chegar a Porto Cercado, o acesso é pela rodovia MT-370, saindo de Poconé. O local também é referência para a visitação ao Pantanal mato-grossense. No trajeto, é possível observar também uma série de animais característicos da fauna pantaneira, semelhante ao que é avistado na Transpantaneira. Dezenas de pontes sobre a planície alagada fazem parte do trajeto. Ao final está a Estância Ecológica Sesc Pantanal, que possui uma grande estrutura de lazer e hospedagem com trabalhos orientados para o desenvolvimento sustentável adequados à educação ambiental e pesquisa científica.

Na Estância Ecológica os turistas podem realizar passeios de barco pelos rios, baías e corixos, além de conhecer a vida do dia-a-dia do pantaneiro. Passeios de cavalo, pescaria e visita aos ninhais são alguns dos outros atrativos da região.

Como chegar: de Poconé a Porto Cercado são 43 Km por estrada de terra (MT-370).

Baías de Chacororé e Siá Mariana

As duas baías pantaneiras ficam no município de Barão de Melgaço (135 km de Cuiabá), que é a cidade mais pantaneira de Mato Grosso. A baía de Chacororé tem um diâmetro aproximado de 15 quilômetros, sendo que na época da cheia ela fica duas vezes maior que a baía de Guanabara. A baía de Siá Mariana também é um viveiro natural que atrai muitos turistas na época de pesca permitida. Para chegar às baías, o acesso pode ser pela rodovia BR-364 e em seguida pela MT-361, chegando em Barão de Melgaço. Outra alternativa, também por terra, é saindo de Cuiabá a passando por Santo Antônio de Leverger. Esse caminho é mais curto, mas deve ser feito na época da vazante, de julho a dezembro.

Aquidauana

Localizada no Pantanal Sul, Aquidauana é um autêntico paraíso povoado por exuberantes espécies da fauna e flora que se espalham por uma imensa planície inundável, formada por baías, colinas, cordilheiras, vazantes e corixos. É um dos portões de entrada para o lado Sul do Parque Nacional do Pantanal e tem localização privilegiada na região da Serra de Piraputanga. No século XVI, os espanhóis fundaram o povoado de Xaraés, que deu origem à cidade, às margens do Rio Aquidauana. Os índios da região chamam a planície local de Mar de Xaraés.

Miranda

Miranda é considerada o Portal do Pantanal Sul, visto que a grande planície alagadiça começa praticamente dentro da cidade. Desde a sua entrada, o turista já encontra uma flora tipicamente pantaneira nos dois lados da rodovia - assim como várias espécies da fauna, com destaque para as aves. E aí começam os atrativos colocados à disposição dos turistas, como áreas de camping, hotéis e pesqueiros.

Rio São Lourenço

No coração da região pantaneira, o rio tem pacus, pintados e cacharas. A pesca dos dourados com isca artificial é muito produtiva, principalmente nas galhadas. Convém contratar um guia que conheça bem os pontos menos freqüentados. A melhor época para a pesca é de julho a novembro.

Rio Paraguai

A espinha dorsal do Pantanal é o Rio Paraguai, que corta a região de norte a sul e recebe as águas dos rios Miranda, Aquidauana, Taquari e Cuiabá. De outubro a abril, as cheias fazem surgir enormes lagos, baías, braços de rio e corixos - canais de escoamento.

Instituto Luiz de Albuquerque

No museu podem-se encontrar animais empalhados, peças de várias tribos indígenas da região, sessões de artes plásticas e de artesanato em couro e barro, utensílios usados nas fazendas centenárias, objetos pessoais dos primeiros desbravadores do Pantanal e do Marechal Cândido Maria da Silva Rondon. O prédio de arquitetura francesa, construído em 1922 para abrigar um grupo escolar, foi restaurado para dar espaço, além do museu, a duas bibliotecas.

Forte Coimbra

Localizado numa área de difícil acesso - apenas avião ou barco chegam ao local - foi construído em 1775 para defender o território brasileiro contra as invasões espanholas. Foi cenário de batalhas também na época da Guerra do Paraguai. Tombado em 1975, hoje é sede da artilharia de costa da 18º Brigada de Infantaria de Fronteira do Exército.

Casario do Porto

Em 1814, o Porto foi o 3º maior da América Latina. Desembarcavam transatlânticos com mercadorias para compra e venda da Europa para o Brasil. Tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional em 1992, o cartão postal da cidade ainda guarda vestígios de um período de grande prosperidade. Os prédios abrigavam grandes empórios, 25 agências bancárias internacionais, curtumes e a primeira fábrica de gelo do Brasil. O prédio Wanderley Baís&Cia, construído em 1876, é um dos mais belos do porto. No local funciona hoje a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Turismo e a Fundação de Cultura do Pantanal. Outro casarão de igual valor arquitetônico é a casa Vasquez & Filhos, construída em 1909 pelo arquiteto italiano Martino Santa Lucci.

Forte Junqueira

Construído em 1871, logo após a Guerra do Paraguai, está localizado numa área privilegiada de onde se avista o Pantanal. Os 12 canhões fabricados na Inglaterra nunca foram usados. As paredes são de calcário e têm meio metro de espessura. O Forte, situado dentro do Quartel do 17º Batalhão de Caçadores, tem esse nome em homenagem a José Oliveira Junqueira, ministro da guerra na época de sua construção.

Estrada Parque

Podem-se ver, ao longo dos seus 120 Km e 87 pontes de madeira, aves, mamíferos e jacarés. Na Estrada Parque se encontra o Porto da Manga, que se destaca pela mostra maravilhosa da flora dos ipês, das bocaiúvas e animais vivendo em perfeito entrosamento. O acesso pode ser feito pela BR-262, a partir do Buraco das Piranhas, seguindo o sentido do Passo do Lontra; ou a partir de Corumbá, seguindo para Porto da Manga.
Ao Norte do Estado, Rio Verde, Coxim e Costa Rica oferecem opções de passeios ecológicos, pesca esportiva, safáris fotográficos ou de contemplação.

O tuiuiú é um dos símbolos do Pantanal. É a maior ave voadora do Brasil medindo um metro e pesando até oito quilos.

Considerado Patrimônio Natural Mundial e Reserva da Biosfera, o Pantanal é um ecossistema com cerca de 230 mil km² de extensão.

O maior mamífero da América do Sul vive no Pantanal. É a anta, que apesar de poder chegar a até 300 quilos, é uma excelente nadadora.

Uma infinidade de répteis vive no Pantanal, sendo o jacaré um dos mais conhecidos e numerosos.

É no Pantanal mato-grossense que vive o maior felino brasileiro, a onça-pintada.

Mais de 80 espécies de mamíferos vivem na planície alagada do Pantanal.

Nos rios, baías e lagos é vasta a quantidade de peixes, moluscos, crustáceos e anfíbios.

No Pantanal, milhares de espécies da fauna convivem em harmonia com uma flora exuberante.

A capivara é o maior roedor do mundo e vive em regiões alagadas, como o Pantanal. Ela pode chegar a até 80 quilos.

A fauna pantaneira é muito rica. Lá vivem, por exemplo, cerca de 650 espécies de aves.

CERRADO - TRAJETÓRIA DO 'PRIMO POBRE' DOS BIOMAS BRASILEIROS.

Cerrado (Foto UNB)

Publicado:setembro 2, 2010

O bioma, que concentra um terço da nossa biodiversidade, é a maior vítima dos 204 mil focos de queimadas registrados no País até agosto.

Washington Novaes, para O Estado de S.Paulo.

De 1.º de janeiro a meados de agosto, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou 204,8 mil focos de queimadas no País, quase 180% mais que em igual período do ano passado, quando foram 73,1 mil (O Globo, 14/8). A região do Cerrado é a mais atingida e Mato Grosso, o Estado mais vulnerável, com 47,3 mil focos (16,5 mil em igual período do ano passado). Em Mato Grosso do Sul foram 8,1 mil. No Piauí, foram 365% mais; no Distrito Federal, 250%, em Goiás, Bahia e Minas mais de 100% acima dos números do ano passado. Uma das maiores unidades de conservação do Cerrado, o Parque Nacional das Emas, em Goiás, com 132 mil hectares, que ainda se recuperava de incêndios de 1994 e 2005, perdeu 80% da área em nova queimada. O Parque da Serra dos Pireneus, em Pirenópolis, perdeu 40%. Goiás registrou 586 focos de queimadas em apenas uma quinzena.

Nada a estranhar. Com mais de 100 dias sem chuvas nesta época de estiagem, com a média de temperaturas mínimas este ano 3,8 graus acima da média histórica de 30 anos, a média das máximas (31,2 graus) também 2,2 graus acima da média, a umidade do ar baixando a 13%, basta uma ponta de cigarro, uma fagulha das queimadas de pastos, um raio, para atear um incêndio de grandes proporções. Está sendo assim em todos os Estados do Cerrado.

Que perspectiva pode ter o Cerrado, mesmo com o Senado havendo recentemente incluído o bioma (e a Caatinga) entre os patrimônios nacionais, ao lado da Floresta Amazônica, da Mata Atlântica, da Serra do Mar e do Pantanal? Corrige-se uma omissão de 22 anos, mas não se muda a situação só com objetivos no papel. Pode ajudar a anunciada intenção do governo federal de cortar o crédito bancário oficial no Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento no Cerrado, prometido para este mês, em decreto. Mas ainda será pouco para impedir a perda média anual de 0,69% na vegetação observada entre 2002 e 2008 – com um total de 4,17% ou 85.074 quilômetros quadrados desmatados no bioma nesse período (na Amazônia foram 110.068 km;²; na Caatinga, 16.576 km²; no Pantanal, 4.279 km²; no Pampa, 2.183 km²).

Mais grave ainda é o monitoramento por satélites haver registrado em unidades de conservação, assentamentos rurais e terras indígenas a perda de 7,94 mil km² de matas nativas. Como também o estudo que revelou não haver resultado em qualquer avanço social o desmatamento nos 50 municípios que mais cortaram árvores, nem mesmo em crescimento puro e simples do PIB (Correio Braziliense, 24/5). E uma das causas do avanço na devastação foi o Cerrado ter sido deixado de fora do zoneamento federal para expansão das culturas de cana. Assim como a tolerância para o consumo de carvão vegetal do Cerrado em siderúrgicas, principalmente de Minas – prática que o então ministro Carlos Minc disse que precisa ser tolerada até 2013, embora já admitisse que o desmatamento está “perto do descontrole” (Estado, 17/3).

É um despautério. Afinal, o Cerrado significa um terço da rica biodiversidade brasileira e, portanto, uns 5% da biodiversidade planetária, uma das bases da vida, junto com os recursos hídricos. No Cerrado já foram catalogadas mais de 10 mil espécies vegetais, 800 aves, 160 mamíferos. Nele nascem 14% das águas que correm para as três grandes bacias nacionais – Amazônica, do São Francisco e do Paraná-Paraguai. Já há uns quatro anos, técnicos do Ministério do Meio Ambiente estimavam que a água estocada no subsolo do Cerrado – que havia sido calculada em sete anos do fluxo para essas bacias – caíra para três anos. Por causa do desmatamento, que leva à compactação do solo e dificulta a penetração e a retenção do líquido.

Quanto vale tudo isso? Há mais de dez anos, pesquisadores da Universidade da Califórnia, liderados por Robert Constanza, chegaram à conclusão de que, se fosse preciso substituir por ações humanas serviços prestados gratuitamente pela natureza (fertilidade do solo, regulação do clima, manutenção de fluxos hídricos etc), chegar-se-ia a um valor anual equivalente a três vezes o PIB global (uns US$ 180 trilhões, hoje). O renomado biólogo Thomas Lovejoy tem mostrado que só o comércio anual de medicamentos derivados de espécies vegetais chega a US$ 250 bilhões. Mas o Brasil não participa em quase nada disso – por não investir em pesquisa e aplicação da biodiversidade.

Um exemplo disso está na descoberta, há mais de 30 anos, por um cientista da USP em Ribeirão Preto, Sérgio Ferreira, de que havia no veneno da jararaca elementos capazes de bloquear mecanismos que influem no processo de elevação da pressão arterial em seres humanos. Se criasse métodos capazes de permitir a produção em massa de um medicamento com esse perfil, o valor comercial seria muito alto. Ele não conseguiu recursos no Brasil. Acabou aceitando convite de um laboratório americano e o medicamento passou a ser produzido lá. Hoje, o Brasil paga altas somas anuais pela importação.

É um entre muitos casos. Por isso, há poucos anos a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência propôs um projeto governamental de desmatamento zero na Amazônia, simultaneamente à aplicação de forte orçamento para formação de pesquisadores em biodiversidade naquele bioma e criação de centros voltados para essa atividade. Nada conseguiu. No Cerrado não é diferente. No ritmo em que as coisas vão, o Brasil terá dificuldade de cumprir a lei (e o “compromisso voluntário”) de reduzir em 40% (sobre os números previstos para 2020) as emissões de gases que intensificam o efeito estufa, já que 75% das nossas emissões decorrem de queimadas, desmatamentos e mudanças no uso do solo; dessas, mais de 50% têm sido atribuídas à Amazônia e o resto ao Cerrado.

Uma das razões centrais dos problemas no Cerrado está em que apenas 6,77% do território do bioma (que compreende 34% do território nacional) está protegido legalmente em unidades de conservação, quando a Convenção da Diversidade Biológica pede pelo menos 10%. Outra, no fato de as reservas legais obrigatórias no Cerrado (20% em cada propriedade, exceto na área de transição para a Floresta Amazônica, onde são 35%) não passarem de ficção legal. O proprietário só é obrigado a comprovar a existência da reserva no momento de venda da propriedade. Até ali, teoricamente é obrigado apenas a averbar a reserva no órgão ambiental do Estado, juntando um laudo de um topógrafo -, mas ninguém vai à propriedade comprovar se a reserva existe mesmo.

Se tudo isso não mudar, o Cerrado seguirá em sua trajetória de “primo pobre” dos biomas brasileiros, onde tudo é permitido, sob o pretexto de que é preciso “promover o desenvolvimento”.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

PRIMATAS BRASILEIROS AMEAÇADOS




Dois primatas brasileiros entram na lista de ameaçados

AFRA BALAZINA e ANDREA VIALLI, com AGÊNCIAS - O Estado de S.Paulo

O macaco-prego-galego e o guigó-da-Caatinga estão na lista dos 25 primatas mais ameaçados de extinção no mundo. A inclusão ocorreu durante o 23.º Congresso Internacional de Primatologia, realizado na Universidade de Kyoto, no Japão, no mês passado.

A lista passa por revisões a cada dois anos, sob a coordenação do Grupo Especialista em Primatas da União Internacional para a Conservação da Natureza (PSG/IUCN), e tem como objetivo ampliar as ações de conservação das espécies listadas.

A candidatura das espécies brasileiras foi apresentada pela delegação formada pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (CPB/ICMBio), universidades e ONGs.


Segundo Leandro Jerusalinsky, do CPB, as duas espécies foram incluídas porque suas populações estão sendo reduzidas continuamente. "A maioria dos primatas no Brasil sofre com a destruição e a fragmentação de seus hábitats, as florestas, o que leva à diminuição e ao isolamento de suas populações, além de sua extinção em várias áreas."

O macaco-prego-galego (Cebus flavius), listado como criticamente em perigo, foi redescoberto apenas em 2006, após 300 anos desaparecido para a ciência. Há cerca de dez áreas com ocorrência confirmada da espécie em pequenos fragmentos de Mata Atlântica nos Estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas.

Já o guigó-da-Caatinga ( Callicebus barbarabrownae) foi descoberto há 20 anos e é o único primata endêmico da Caatinga, bioma em grave estado de degradação. A espécie está criticamente em perigo.

CONSTRUÇÃO VERDE

Barcelona ganha hotel com certificado Unesco

O hotel ME Barcelona, que pertence à rede internacional Sol Meliá, foi certificado como "hotel da biosfera" pelo Instituto de Turismo Responsável (RTI, na sigla em inglês), associação ligada à Unesco. A certificação atesta que o empreendimento possui padrões avançados de gestão ambiental.
Diferentemente de outras certificações, a classificação hotel da biosfera foi criada especialmente para o setor hoteleiro e busca fomentar o turismo sustentável, não só em relação à parte ambiental, mas também à socioeconômica e cultural.

No caso do ME Barcelona, foram valorizados fatores como coleta seletiva de resíduos, painéis solares para aquecer a água da piscina, eficiência energética e a utilização de produtos ecológicos no cardápio, como orgânicos.


outubro 11, 2010

terça-feira, 12 de outubro de 2010

A REALIDADE POUCO CONHECIDA DA CAATINGA



DO PORTAL ECODEBATE
Outubro 11, 2010


A realidade pouco conhecida da Caatinga
admin
Bioma Caatinga, Caatinga
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Sertão, terra rachada, sol a pino, povo sobrevivente. A imagem mais relacionada à Caatinga esconde uma realidade pouco conhecida. O único bioma exclusivamente brasileiro é também a região semiárida mais rica em biodiversidade do planeta. Os dados mais atuais indicam 932 espécies de plantas, 148 de mamíferos e 510 de aves, algumas exclusivas do bioma.

Ocupando 11% do território brasileiro, a Caatinga também apresenta grande potencial de uso sustentável de seus recursos naturais como madeiras, forrageiras, medicinais, fibras, resinas, borrachas, ceras, tonantes, oleaginosas, alimentícias, aromáticas, além de sítios arqueológicos e paisagens consideradas ideais para o ecoturismo.

Contudo, o semiárido brasileiro ainda é lembrado principalmente pela pobreza, com seus 1.482 municípios entre os mais pobres do país; pelo clima seco, com 95% da área do bioma em regiões suscetíveis à desertificação; pela ocupação humana desordenada, que começou nos tempos do Brasil colônia e que, hoje, abriga 27 milhões de pessoas, o semiárido mais habitado do mundo; e pela grande área – quase metade do bioma – alterada por desmatamentos e queimadas.

O ciclo do desmatamento na Caatinga começa nas pequenas propriedades – descapitalizadas e dependentes do carvão – e move as indústrias de gesso e cerâmica no Nordeste, bem como a de ferro gusa nas siderúrgicas do Centro-Sul. Os dados do desmatamento na Caatinga, segundo o inédito Projeto de Monitoramento do Desmatamento dos Biomas Brasileiros por Satélite, mostram que o bioma ainda possui 53% de vegetação remanescente (dados do período entre 2002 e 2008). Uma confirmação de que ainda é possível conservar e fazer o uso sustentável dos recursos naturais do semiárido brasileiro.

Uso sustentável da biodiversidade

Um dos instrumentos mais efetivos para a conservação da biodiversidade é a criação de unidades de conservação (UC), que na Caatinga não atingiu a meta de 10% do bioma estipulada pela Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) e confirmada pela Comissão Nacional de Biodiversidade (Conabio). Na Caatinga, são 144 UC que representam 7% da área total do bioma, mas apenas 1% das unidades é de proteção integral, que são as mais restritivas à intervenção humana. Os dados são do Mapa de Unidades de Conservação e Terras Indígenas da Caatinga, produzido em parceria entre Ministério do Meio Ambiente e The Nature Conservancy e publicado em 2008.

Por outro lado, o uso sustentável dos recursos naturais – outro dos princípios da CDB junto à conservação e à repartição justa e equitativa dos benefícios – apresenta grandes perspectivas no semiárido brasileiro. A Caatinga dispõe de modelos já testados e com bons resultados para o manejo agrosilvopastoril, a integração do uso sustentável de produtos madeireiros e não-madeireiros e o manejo da vegetação para pecuária e agricultura. A valorização dos produtos da sociobiodiversidade e a criação de mecanismos de financiamento de atividades sustentáveis, aliados à tecnologia sustentável e aos conhecimentos tradicionais, são outras possibilidades para modificar o perfil de uso da Caatinga.

Com grande potencial de energia de biomassa, o manejo florestal sustentável, com a recomposição da cobertura florestal, é também uma alternativa do ponto de vista econômico e ecológico para melhorar a qualidade de vida da população do semiárido. Com uso sustentável, árvores podem ser usadas tanto para fins madeireiros quanto para uso diversos, como alimentação e remédio. Alguns instrumentos disponíveis são o Macrozoneamento Ecológico-Econômico (MacroZEE) do Nordeste, o Programa Caatinga Sustentável e o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento da Caatinga.

Texto de Ana Flora Caminha / Edição: Gerusa Barbosa / MMA

NOTA TÉCNICA DO COMITÊ NACIONAL DE PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS

domingo, 10 de outubro de 2010
Nota a respeito da série exibida na tv sobre fitoterápicos pelo Dr Dráuzio Varella

NOTA TÉCNICA DO COMITÊ NACIONAL DE PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS A RESPEITO DO QUE FOI VEICULADO SOBRE PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS NA IMPRENSA TELEVISIVA E ESCRITA NO ÚLTIMO MÊS

A Fitoterapia é uma prática terapêutica milenar, presente em todas as sociedades humanas. Ao longo de séculos, vem sendo utilizada e documentada por seu valioso conhecimento tradicional e popular decorrente de sua rica diversidade étnica e cultural. Esses conhecimentos são fontes estratégicas de informações preliminares de eficácia ou toxicidade das plantas medicinais, inspirando muitos estudos científicos sobre essas propriedades terapêuticas. A tradicionalidade de uso contribui enormemente com o surgimento de medicamentos inovadores, hoje comercializados em todo o mundo, para o tratamento de inúmeras enfermidades, inclusive para o câncer.

Com o intuito de promover o desenvolvimento sócio-econômico na área de plantas medicinais e fitoterápicos e proporcionar melhorias na qualidade de vida da população brasileira, foi instituída, em 2006, a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, por meio do Decreto nº 5.813. As ações decorrentes dessa Política constituem o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF), aprovado pela Portaria Interministerial nº 2.960/2008, a qual também cria o Comitê Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. O comitê tem a atribuição de avaliar e monitorar a implementação da política e seu programa.

O Programa se propõe, com vistas a atingir o objetivo da Política de “garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso sustentável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional” a:

- aperfeiçoar o marco regulatório sanitário e ambiental em todas as etapas da cadeia produtiva de plantas medicinais e fitoterápicos;

- a partir de modelos e experiências científicas e tecnológicas existentes no Brasil e em outros Países, promover a adoção das boas práticas de manejo, cultivo (de preferência orgânico), manipulação e produção de plantas medicinais e fitoterápicos;

- desenvolver instrumentos de fomento à pesquisa e de tecnologias e inovações, nas diversas fases da cadeia produtiva;

- aperfeiçoar a formação técnico-científica dos recursos humanos que atuam no setor de plantas medicinais e fitoterápicos;

- inserir plantas medicinais, fitoterápicos e serviços relacionados à Fitoterapia no Sistema Único de Saúde (SUS), com segurança, eficácia e qualidade.

Com estas ações em prática, é possível estabelecer no Brasil o uso de plantas medicinais, a exemplo do que ocorre em países desenvolvidos, como a Alemanha, cujo mercado de fitoterápicos é significativo. Cerca de 60% dos médicos alemães prescrevem fitoterápicos à população, produtos estes registrados no EMEA, órgão regulador europeu que tem as exigências mais rigorosas para o registro de fitoterápicos, semelhantes às definidas pela Anvisa no Brasil.

As plantas medicinais e os medicamentos fitoterápicos são fornecidos no SUS, desde a década de 80, conferindo à Fitoterapia uma valiosa opção terapêutica. As recomendações das Conferências Nacionais de Saúde, e das Políticas Públicas, como a de Medicamentos; de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde e de Assistência Farmacêutica, traçaram um caminho que culminou no reconhecimento dessa e de outras práticas terapêuticas, com a publicação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS, por meio da Portaria GM/MS nº 971/2006.

Em âmbito internacional, o Brasil é signatário da “Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB)”, acordo estabelecido no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU) e que tem por objetivos assegurar a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais; reconhecer a importância dos conhecimentos tradicionais de povos indígenas e de comunidades locais; garantir o direito desses povos de decidirem sobre os usos desses saberes e de também receberem os benefícios decorrentes deste uso. E ainda, a Organização Mundial da Saúde (OMS) vem estimulando o uso da medicina tradicional nos sistemas de saúde, de forma integrada às técnicas da medicina convencional, desde que observados os requisitos de segurança, eficácia e qualidade de serviços, plantas medicinais e fitoterápicos.

Entre os elementos que compõem a biodiversidade, as espécies vegetais, adequadamente selecionadas, tratadas e preparadas, são matérias-primas para a produção de fitoterápicos e outros medicamentos. No entanto, as plantas medicinais são também utilizadas em práticas populares e tradicionais como remédios caseiros, e ainda, para o desenvolvimento de trabalhos educativos em saúde, em hortos medicinais, com plantas validadas e com o apoio de profissional habilitado.

Devido a sua biodiversidade, os fitoterápicos e as plantas medicinais são hoje as classes de produtos que possuem maior potencialidade de crescimento no Brasil, as vendas têm crescido de 10 a 15% ao ano, porém ainda com participação de 2%, em média, no mercado de medicamentos.

Para o registro, manipulação/produção e comercialização de plantas medicinais e fitoterápicos, o Brasil tem normas sanitárias, uma das legislações mais rígidas e avançadas do mundo, e que levam em consideração a tradicionalidade de uso e/ou comprovações científicas de segurança e eficácia.

A partir de recomendações e experiências internacionais, a Anvisa construiu, no país, um sólido e coerente marco regulatório para a Fitoterapia, focada em saúde pública nos últimos 20 anos, o qual tem organizado o mercado nacional e permitido o seu desenvolvimento. Nesse cenário, foram construídas empresas, organizações, serviços, produtos, enfim uma gama de possibilidades onde as plantas medicinais, em suas diversas formas, têm auxiliado na prevenção e cura de inúmeras doenças e auxiliado milhões de pacientes brasileiros em todos os estados.

O Brasil, com seu amplo patrimônio genético e sua diversidade cultural, tem em mãos a oportunidade para estabelecer um modelo único e soberano no SUS com o uso sustentável de plantas medicinais e fitoterápicos, incorporados nas práticas integrativas e complementares.

A Fitoterapia é uma das opções terapêuticas disponíveis, considerando a Constituição Federal e as leis orgânicas da saúde para o país, baseada nos princípios do SUS, de universalidade e de equidade. Entende-se que a mesma sendo corretamente implementada no serviço de saúde, promoverá o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos por meio da orientação ao paciente, sobre o tratamento, com informações sobre dose, posologia, formas de utilização, possíveis interações e efeitos adversos.

Quanto à pesquisa, são fomentadas várias linhas voltadas ao tema, envolvendo os diversos aspectos relacionados, como o agronômico, fitoquímico, farmacológico, etnobotânico, entre outros, pelos diversos centros de referência existentes no país.

Em outro aspecto, o estímulo à pesquisa, produção e comercialização de plantas medicinais brasileiras gera trabalho, renda, desenvolvimento e integração regional, enfim uma gama enorme de possibilidades econômicas importantes ao desenvolvimento do país, de forma sustentável.

O mundo inteiro sabe pra quê as plantas medicinais e os fitoterápicos são bons. Esta é a hora do Brasil utilizar sua biodiversidade para o bem comum. E por isso, o Comitê afirma que o uso de plantas medicinais e fitoterápicos é bom para a população, é bom para o Brasil!

Desse modo, o Comitê Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos expressa sua discordância com as informações, emitidas recentemente em alguns órgãos da imprensa escrita e televisiva, sem qualquer embasamento científico e tecnológico. E declara, a todos os usuários e interessados, que a Fitoterapia brasileira está fundamentada em pesquisas científicas e respaldada por políticas públicas, não apresentando riscos à sociedade, e sim fornecendo benefícios, se utilizada de acordo com suas características, recomendações e normas.

Assinam os membros representantes das instituições:

Casa Civil/Ivanildo Tajra Franzosi

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento/Rosa Peres e Francisca Elizabete Ferreira de Oliveira

Ministério da Cultura/Mauricio Jorge S. Reis

Ministério da Educação/Ricardo Tabach

Ministério do Meio Ambiente/Alberto Jorge da Rocha Silva

Ministério da Saúde /José Miguel do Nascimento Júnior

Agência Nacional de Vigilância Sanitária/Ana Cecília Bezerra Carvalho

Representante da Agricultura Familiar/Associação Paranaense de Plantas Medicinais/ Kleber A. dos Santos Berté

Representante da Agricultura Familiar/Laboratório Yanten/Teolide Parizotto Turcatel

Representante da Agricultura/Conbrafito/ Sérgio Tinoco Panizza

Representante da Agricultura/Centroflora/Vânia Rudge

Representante do Bioma Amazônia/Grupo de Trabalho Amazônico/ Maria Jocicleide Lima de Aguiar

Representante do Bioma Caatinga/Centro Nordestino de Medicina Popular/Celerino Carriconde

Representante do Bioma Cerrado/Articulação Pacari/Jaqueline Evangelista Dias

Representante do Bioma Mata Atlântica/Rede Fitovida/Maria das Graças Pereira e Silva

Representante do Bioma Mata Atlântica/PROTER Programa da Terra/Consórcio Terra Medicinal/Armin Deitenbach

Representante do Bioma Pantanal/ Rede Pantanal/Isidoro Salomão

Representante da Indústria/Alanac/Douglas Duarte Q. Rego

Representante da Manipulação/Anfarmag/Ademir Valério Silva

Representante da Manipulação/Sobrafito/Paulo Chanel Deodato de Freitas

Representante da Pesquisa/Unesp/Vanderlan da Silva Bozan

Representante da Pesquisa/Uniban/Luis Carlos Marques

Representante de Gestor Municipal do SUS/CONASEMS/Suzana Ogava

Representante de Gestor Estadual do SUS/CONASS/Mary Anne Medeiros Bandeira

COMUNIDADES RURAIS SUSTENTÁVEIS NA CAATINGA

ORIGEM: Associação Caatinga

COMUNIDADES RURAIS SUSTENTÁVEIS NA CAATINGA – MANEJO FLORESTAL E SILVICULTURA.
A produção de carvão vegetal é uma dos maiores vilões da destruição da caatinga. Queimando nos fornos a lenha de pizzarias, churrascarias e padarias as árvores da caatinga estão desaparecendo e das matas modificando a paisagem no interior do estado do CE. O objetivo geral desse projeto é apoiar agricultores familiares e grupos produtivos ligados ao carvão, madeira e lenha na transição para tecnologias sustentáveis de extrativismo vegetal e contribuir para a geração de renda em bases sustentáveis e redução da degradação na Caatinga no município de General Sampaio-Ce. Para isso será realizado um diagnóstico da cadeia produtiva extrativista das espécies nativas madeiráveis no município e será implementada uma unidade demonstrativa de silvicultura com espécies nativas da caatinga, além da disseminação de técnicas de produção e plantio de mudas de espécies arbóreas nativas madeiráveis.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

NÚMEROS QUE MOSTRAM MUDANÇA DE ATITUDE.



A Fundação O Boticário de Proteção à Natureza vai apoiar 19 novos projetos de conservação da biodiversidade a partir do segundo semestre.
Ao todo, a organização vai doar aos projetos R$ 500 mil, que serão distribuídos ao longo do período de duração dos estudos, que pode variar de um a dois anos.

Os projetos foram selecionados de uma lista com 168 propostas e serão desenvolvidos em 14 estados brasileiros. Contemplam o ambiente marinho e três biomas (Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga).
Em seus 20 anos, a fundação doou mais de U$ 9,2 milhões para 1.218 projetos de quase 400 instituições em todo o Brasil.

A Coca-Cola Brasil anunciou recentemente que pretende ser neutra em água e reciclar 100% de suas embalagens até 2020.

A empresa também investe em ações para reduzir o consumo de energia, como a troca das lâmpadas internas das geladeiras de pontos de venda por modelos que utilizam a tecnologia LED, o que proporcionará 50% de eficiência energética.

A criação da Conferência do Semiárido foi uma das propostas encaminhadas pela Carta de Fortaleza, documento final da 2ª Conferência Internacional: Clima, Sustentabilidade e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas (Icid 2010), na metade deste mês.

A intenção da Conferência do Semiárido é reunir, a cada dois anos, governos, especialistas e sociedade na discussão por soluções para o combate à desertificação e para o crescimento sustentável do semiárido.

Ministério da Ciência e Tecnologia, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e Instituto Nacional do Semiárido anunciaram investimento R$ 12 milhões em pesquisas para o desenvolvimento do bioma.

LITORAL CEARENSE NA MIRA DE TSUNAMI

Ceará pode ser atingido por Tsunami. O fenômeno seria causado por um deslizamento de terra nas Ilhas Canárias. Em até seis horas, ondas de sete metros de altura chegariam ao nosso litoral. Especialista espanhol não arrisca uma data para o fenômeno

Viviane Gonçalves - 24/07/2010 02:00
Litoral cearense na mira de Tsunami

O Ceará pode ser uma das próximas vítimas do Tsunami. Ondas de sete metros de altura chegariam ao litoral nordestino em apenas seis horas. O fenômeno não tem data certa para ocorrer, mas tem despertado a atenção de especialistas em todo o mundo.
O Tsunami no Ceará seria provocado por um deslizamento de terra nas Ilhas Canárias, na Espanha. Segundo o chefe de Geociências Marinhas da Universidade de Barcelona, Miguel Canal, a campainha de alerta será quando o vulcão em La Palma entrar em erupção. A última vez foi em 1972.
O especialista explica que o Tsunami seria formado pela passagem de detritos do deslizamento que progressivamente escavaria e soterraria o fundo do mar. O trajeto das ondas ganharia maior altura à medida que se aproximasse dos mares oceânicos mais rasos. As ondas se propagam de forma circular. Dessa forma, o fenômeno atingiria, com poucos minutos de diferença, outras regiões, como a Flórida, nos Estados Unidos.
Só que para o Tsunami ocorrer de fato, a velocidade crítica deve ser de aproximadamente 25 metros por segundo e volume efetivo de 17 a 27 quilômetros cúbicos. “Este panorama representa o pior cenário possível ocasionado pelo deslizamento. Afinal, nem todo deslizamento gera uma Tsunami”, avalia. E completa que nada pode ser feito para evitar ou reduzir o fenômeno, já que os deslizamentos de terra tem sido um processo fundamental de evolução da parte oeste das Ilhas Canárias.
Aquecimento global
O aquecimento global pode ser um dos impulsores desse cenário, já que o aquecimento de águas profundas podem gerar deslizamentos subterrâneos e liberação de gases. Atualmente, os Estados Unidos são os únicos a possuírem um sistema de vigilância sobre possíveis Tsunamis. A boia de identificação está instalada no meio do Oceano Atlântico e emite sinais à medida que ocorre o aumento do nível do mar.
O sistema é privado e não está disponível para o Brasil. Caso o Tsunami se confirme no Estado, o coordenador acadêmico do Laboratório do mar (Labomar), Luis Parente, acredita que as barracas de praia e a orla da Beira Mar seriam completamente destruídas em poucos minutos, por exemplo.
PREOCUPAÇÃO PELO MUNDO
As Ilhas Canárias formam uma região autônoma espanhola - desde 1982 - que fica nas proximidades do Marrocos, no Oceano Atlântico. A população é de aproximadamente dois milhões de habitantes.
As ilhas mais jovens e com maior atividade vulcânica são El Hierro, La Palma e Tenerife. Essas regiões espanholas possuem evidências claras de deslizamento de terra de idade recente – levando em consideração o tempo geológico.
As provas da atividade incluem cicatrizes de deslizamentos nos flancos da ilha, depósitos de detritos nas encostas mais baixas da ilha e turbiditos vulcanoclástica no fundo das bacias oceânicas adjacentes.
O último grande deslizamento de terra registrado naquela região ocorreu há aproximadamente 15 mil anos.
A possibilidade de um Tsunami atingir o litoral nordestino brasileiro proveniente das Ilhas Canárias foi objeto de estudo e artigo científico publicado na revista especializada Geophys, com o título “Cumbre Vieja Volcano: Potential collapse and tsunami at La Palma, Canary Island”,elaborado pelos pesquisadores Steven N. Ward e Simon Day.

TEMAS SOCIOAMBIENTAIS: BIOMAS BRASILEIROS


Publicado em 19/08/2010 por Antonio Carlos Teixeira
A Ecologia nomeia bioma uma comunidade formada por espécies de fauna e flora e suas interações entre si e com o ambiente físico: solo, água e ar. Quando se fala em “área biótica”, refere-se á área geográfica ocupada por um bioma. O bioma do planeta Terra, por exemplo, compreende a biosfera.
Um bioma pode ter uma ou mais vegetações predominantes. É influenciado pelo macroclima, tipo de solo, condição do substrato e outros fatores físicos, não havendo barreiras geográficas; ou seja, independente do continente, há semelhanças das paisagens, apesar de poderem ter diferentes animais e plantas, devido à convergência evolutiva.
O Brasil possui 11 biomas:
- Amazônia, cujo domínio ocupa 49,29% do território nacional e que é constituída principalmente por: floresta ombrófila densa, floresta ombrófila aberta, floresta estacional decidual e campinarana;
- Cerrado, cujo domínio ocupa 23,92% do território e que é constituído principalmente por savanas;
- Mata Atlântica, cujo domínio ocupa 13,04% do território nacional e que é constituída principalmente por: floresta estacional semidecidual, floresta ombrófila densa, floresta ombrófila mista, floresta estacional decidual;
- Caatinga, cujo domínio ocupa 9,92% do território nacional e que é constituída principalmente por savana estépica;
- Pampa, ou campos sulinos, cujo domínio ocupa 2,07% do território nacional e que é constituído principalmente por estepe e savana estépica;
- Pantanal, cujo domínio ocupa 1,76% do território nacional e que é constituído principalmente por savana estépica.
- Ambiente Marinho (ou Zona Costeira);
- Transição Amazônia-Caatinga;
- Transição Amazônia-Cerrado;
- Transição Cerrado-Caatinga.

sábado, 9 de outubro de 2010

SEMIÁRIDO SOFRE DEVASTAÇÃO



Semiárido sofre devastação de 0,4% da sua área ao ano
Publicado em 21/08/2010

Irauçuba, localizado ao norte do Estado do Ceará, é um dos municípios citados pelo estudo do Ministério do Meio Ambiente como mais afetado pela desertificação no País. FOTO: CID BARBOSA
Estudo do Ministério do Meio Ambiente (MMA) mostra que, anualmente, o Semiárido Brasileiro sofre uma devastação de 0,4% de sua área total. Levando-se em conta que 11% do território nacional é formado pela região semiárida, o percentual ganha proporções devastadoras, pelo fato de ser pulverizado, como salientou a analista da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Vanderlise Gingo Petrelli.
Em sua apresentação sobre “Tecnologias para o Desenvolvimento do Semiárido: o caso da Embrapa”, na Segunda Conferência Internacional: Clima, Sustentabilidade e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas (Icid+18), Vanderlise disse que um dos principais prejuízos para o desenvolvimento é a perda constante de carbono.
“Temos que saber quais são os reflexos que causamos no bioma Caatinga. Temos os fatores característicos, com baixos teores naturais, baixa capacidade de retenção de água e o aumento dos efeitos da entropia nesses ecossistemas”, explicou. “É importante estabelecer um sistema de manejo, mantendo o aumento do estoque de carbono. Mas só iremos conseguir isso a partir do momento em que aumentarmos a variabilidade da flora. Temos que propor novos sistemas”, afirmou.
Para Vanderlise, também é importante, é debate o desmatamento em outras regiões do País, não ficando limitado somente a um determinado espaço, porque as relações do ecossistema estão interligadas: “Deve-se pensar também numa redução do desmatamento na Amazônia, o que corresponde a 80%; e no Cerrado, com 40%”. Disse, ainda, que é importante colocar em prática as metas estabelecidas pela NAMA 2020.
O analista e pesquisador da Embrapa, Iêdo Bezerra Sá, pensa da mesma forma. Ele acredita que a mudança só é possível se o combate à desertificação da Caatinga for realizado de forma intensa e responsável. “É importante que haja uma recuperação da mata ciliar e também uma efetivação da política das Áreas de Preservação Permanente (APPs), como as alternativas energéticas para o Semiárido e um trabalho de preservação das áreas degradadas”, destacou.
Um estudo realizado por ele, com apoio da Embrapa Semiárido, empresa vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), revelou que na região semiárida já são mais de 20 milhões de hectares o tamanho da área atingida por processos de degradação em níveis que variam entre baixo, acentuado, moderado e severo. A maior parte dessa área, cerca de 62%, encontra-se na situação mais intensa de deterioração ambiental.
As áreas afetadas mais seriamente estão localizadas nos núcleos de Cabrobó (PE), Gilbués (PI), Irauçuba (CE) e Seridó (RN). Os objetivos gerais que se pretende alcançar com o estudo são a implantação e a minimização dos efeitos da seca em função da transferência de tecnologias de convivência com o Semiárido, além da construção de indicadores de sustentabilidade ambiental.
Atualmente, as áreas degradadas no mundo se estendem por cerca de 61,3 milhões de quilômetros quadrados - algo em torno de um terço da superfície da Terra. Conforme dados da Organização das Nações Unidas (ONU), este fenômeno coloca fora de produção cerca de 60.000 km de terras férteis a cada ano.

MEMORIAL DO CERRADO.

Memorial do Cerrado já recebeu mais de um milhão de visitantes e é modelo para Pernambuco


Goiânia, 05.08.2010

Complexo cultural e científico que integra o Instituto do Trópico Subúmido (ITS), da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, que prima pela beleza e pela rica história que apresenta a seus visitantes, e eleito em 2008 o “Ponto mais bonito e símbolo de Goiânia”, conforme iniciativa da TV Anhanguera, o Memorial do Cerrado completou 10 anos, período em que recebeu mais de hum milhão de visitantes e é referência nacional. Com a intenção de montar, nos mesmos moldes, o Memorial do Bioma Caatinga, em Santa Maria da Boa Vista, PE, uma comitiva de representantes dessa cidade, tendo à frente o prefeito Leandro Rodrigues Duarte, 44 anos, do PSDB, encontra-se em Goiânia, tendo sido recebida na manhã desta quinta-feira, dia 5, em audiência na Sala de Reuniões da Reitoria e à tarde irá ao Campus II da instituição, para conhecer ‘in loco’ esse espaço da PUC Goiás.
Mais antigo município de Pernambuco e segundo em território, margeando o Rio São Francisco, Santa Maria da Boa Vista vem sentindo o grande processo de desertificação da região, diante do desordenado desmatamento, e decidiu mudar esse roteiro. Com a criação da Rede Integrada de Desenvolvimento Econômico (RIDE), a terceira do País, a Prefeitura está unindo esforços, com a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), que tem sede na cidade, e com a Embrapa Semiárido, que reúne excelentes pesquisadores, para realizar estudos que norteiem um trabalho de resgate da Caatinga, único bioma exclusivamente brasileiro e endêmico, e buscar experiências da área, como o Memorial do Cerrado, para montar idêntico projeto na cidade.

AUDIÊNCIA
A comitiva de Santa Maria da Boa Vista foi recebida pelo reitor Wolmir Amado, vice-reitora Olga Ronchi, pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa, Sandra de Faria, chefe de Gabinete da Reitoria, Giuseppe Bertazzo, e professor Altair Sales Barbosa, do ITS. O Prefeito, que cumpre o terceiro mandato, discorreu sobre o seu município, o trabalho que realiza e as iniciativas que pretende adotar para reverter o preocupante quadro na economia regional. Ressaltou os projetos culturais, a revitalização do casario antigo e as ações na área de música, citando a oportunidade de aprendizagem de instrumentos de sopro, flauta, violino e violão, e a ‘Serenata da Recordação’, em junho, já na 12ªé edição, e disse da intenção de criar o Memorial do Bioma Caatinga, a partir do exemplo importante realizado pela PUC Goiás.
Acompanham o prefeito Leandro Duarte a secretária de Cultura, Turismo e Meio Ambiente, Suely Gonzaga, a assessora Sueli Duarte, o arquiteto e consultor Cosme Cavalcante, e o analista e gestor de turismo Helder José Gomes Freitas, do Sebrae-PE.
Como outras comunidades do Vale do São Francisco, Santa Maria da Boa Vista foi inicialmente uma fazenda de gado do domínio de Garcia D’Ávila; e depois da família Brandão, com uma propriedade denominada ‘Fazenda Volta’. Em 1672 havia várias aldeias índigenas na região, destacando-se a dos Coripó, na ilha de Santa Maria, e dos Cariri, na ilha do Aracapá. A paróquia foi criada por ato da Mesa da Consciência e Ordenas de 30 de janeiro de 1672, sendo instalada em 14 de agosto do ano seguinte, tendo como padroeira Santa Maria, sob invocação da Imaculada Conceição. Pertenceu inicialmente à Diocese de Olinda, posteriormente à de Pesqueira e Floresta, e finalmente à de Petrolina. Seu primeiro vigário foi o padre Ezequiel Gameira, sendo frei Anastácio d`Audierne o primeiro sacerdote a desembarcar na região. Outros missionários que atuaram no município, naquela época, foram François Danfront, Boaventura, Frei Martin de Nantes e Frei Apolinário. Localiza-se a 08º48`28" de latitude sul e 39º49`32" de longitude oeste, a uma altitude de 361 metros. Sua população estimada em 2004 era de 41.870 habitantes Ocupa uma área de 2.977,8 km²

MEMORIAL DO CERRADO
O reitor Wolmir Amado mostrou a PUC Goiás, sua história e sua missão como colaboradora para o desenvolvimento sociocultural de Goiás, já tendo formado mais de 75 mil profissionais, de várias áreas, e discorreu sobre o Memorial do Cerrado que, como explicou, é dividido em dois setores – o Museu de História Natural, que conta a história evolutiva que hoje corresponde à região dominada pelo Sistema Biogeográfico do Cerrado, desde as suas origens até o início da colonização portuguesa; e a Vila Cenográfica, que resgata a história da ocupação portuguesa no interior do Brasil, com seus espaços urbanos e rurais. Engloba também duas réplicas: de uma aldeia indígena, mostrando a etnografia dos índios da região, e de um quilombo.
“O Memorial do Cerrado é hoje referência internacional”, disse, ao informar que todos os eventos da cidade sempre incluem uma visita a esse espaço, que atrai pesquisadores e estudiosos. Explicou todo o esforço na viabilização do projeto, diante da peculiaridade da PUC Goiás com o ensino, a pesquisa e a extensão, e que o retorno é mais demorado, como agora, 10 anos depois, quando registra mais de um milhão de visitantes nesse período. Propôs a assinatura de um termo de cooperação para viabilizar o Memorial do Bioma Caatinga.

CAATINGA
A Caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro e ocupa uma área de cerca de 850.000 km², cerca de 10% do território nacional, englobando de forma contínua parte dos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia (região Nordeste do Brasil) e parte do norte de Minas Gerais (região Sudeste do Brasil). Apresenta vegetação típica de regiões semi-áridas com perda de folhagem pela vegetação durante a estação seca. Anteriormente acreditava-se que a caatinga seria o resultado da degradação de formações vegetais mais exuberantes, como a Mata Atlântica ou a Floresta Amazônica. Essa crença sempre levou à idéia de que o bioma seria homogêneo, com biota pobre em espécies e em endemismos; está pouco alterada ou ameaçada, desde o início da colonização do Brasil, tratamento que tem permitido a degradação do meio ambiente e a extinção em âmbito local de várias espécies, principalmente de grandes mamíferos, cujo registro em muitos casos restringe-se atualmente à associação com a denominação das localidades onde existiram.
Estudos e dados mais recentes apontam a caatinga como rica em biodiversidade e endemismos, e bastante heterogênea. Muitas áreas que eram consideradas como primárias são, na verdade, o produto de interação entre o homem nordestino e o seu ambiente, fruto de uma exploração que se estende desde o século XVI. Quanto à flora, foram registradas até o momento cerca de 1.000 espécies, estimando-se que haja um total de 2.000 a 3.000 plantas. A fauna é depauperada, com baixas densidades de indivíduos e poucas espécies endêmicas. Apesar da pequena densidade e do pouco endemismo, já foram identificadas 17 espécies de anfíbios, 44 de répteis, 695 de aves e 120 de mamíferos, num total de 876 espécies de animais vertebrados, pouco se conhecendo em relação aos invertebrados. Descrições de novas espécies vêm sendo registradas, indicando um conhecimento botânico e zoológico bastante precário deste ecossistema, que segundo os pesquisadores é considerado o menos conhecido e estudado dos ecossistemas brasileiros.
A caatinga tem um potencial econômico ainda pouco valorizado. Em termos forrageiros, apresenta espécies como o pau-ferro, a catingueira verdadeira, a catingueira rasteira, a canafístula, o mororó e o juazeiro que poderiam ser utilizadas como opção alimentar para caprinos, ovinos, bovinos e muares. Entre as de potencialidade frutífera, destacam-se o umbú, o araticum, o jatobá, o murici e o licuri e, entre as espécies medicinais, encontram-se a aroeira, a braúna, o quatro-patacas, o pinhão, o velame, o marmeleiro, o angico, o sabiá, o jericó, entre outras. A caatinga é uma savana - estépica com fisionomia de deserto, que se caracteriza por um clima semi-árido com poucas e irregulares chuvas, solos muito férteis e uma vegetação aparentemente seca.A vegetação muito reduzida por a falta da água nessa região.
Esse patrimônio encontra-se ameaçado. A exploração feita de forma extrativista pela população local, desde a ocupação do semi-árido, tem levado a uma rápida degradação ambiental. Segundo estimativas, cerca de 70% da caatinga já se encontram alteradas pelo homem, e somente 0,28% de sua área é protegida em unidades de conservação. Em 2010, no primeiro monitoramento realizado sobre o bioma, constatou-se que a caatinga perde por ano e de forma pulverizada uma área de sua vegetação nativa equivalente a duas vezes a cidade de São Paulo. A área desmatada equivale aos territórios dos Estados do Maranhão e do Rio de Janeiro somados. O desmatamento da caatinga é equivalente ao da Amazônia, bioma cinco vezes maior.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, restam 53,62% da cobertura vegetal original. A principal causa apontada é o uso da mata para abastecer siderúrgicas de Minas Gerais e Espírito Santo e indústrias de gesso e cerâmica do semiárido. Os dois estados com maior incidência de desmatamento deste tipo de bioma são Bahia e Ceará. Estes números conferem à caatinga a condição de ecossistema menos preservado e um dos mais degradados, conforme o biologo Guilherme Fister explicou em um recente estudo realizado na Universidade de Oxford.

TEMOS QUE CORRER PARA PROTEGER O BIOMA CAATINGA

Bela foto de Wagner Guerreiro

Do Blog Nova Escola
Temos que correr para proteger o bioma Caatinga urgentemente.

Mudou o jornalismo,não o Semi-Árido
Autor(es): Washington Novaes
O Estado de S. Paulo - 13/08/2010

A primeira manchete de jornal escrita pelo autor destas linhas na então Folha da Manhã, nos idos de 1958, dizia: Assume proporções de catástrofe na Paraíba a seca que assola todo o Nordeste. Mudou o estilo, passou-se mais de meio século, não mudou a realidade. Na próxima segunda-feira, em Fortaleza, a Organização das Nações Unidas lançará a Década da ONU sobre Desertos e de Combate à Desertificação, com o propósito de enfrentar o drama em mais de cem países e lançar um alerta sobre as "dimensões alarmantes" da questão

De fato, segundo a ONU, um terço da superfície do planeta, onde vivem 2,6 bilhões de pessoas, enfrenta o problema, em algum grau. Na região subsaariana, por exemplo, a degradação nos vários países varia de 20% a 50% do território e atinge 200 milhões de pessoas. Na Ásia e na América Latina, são 357 milhões de hectares afetados, 2,7 bilhões de toneladas de solo perdidas a cada ano. No Brasil, mais de 1 milhão de quilômetros quadrados, do Nordeste a Minas Gerais e Espírito Santo, 15 milhões de pessoas já atingidas diretamente, perdas de US$ 5 bilhões por ano. Se a temperatura da Terra subir mais que 2 graus, alerta a ONU, pode pôr em risco um terço da economia.

Em artigo recente neste espaço (22/1), já foram analisados muitos ângulos da parte que cabe ao Brasil no drama, com áreas em torno de 1 milhão de quilômetros quadrados suscetíveis de desertificação (quase 100 mil km2 já em processo), 1.482 municípios, 15 milhões de pessoas. Algumas dessas áreas - Gilbués (PI), Irauçuba (CE), Cabrobó (PE) e Seridó (RN) - "já podem ser consideradas desertos", segundo o meteorologista Humberto Barbosa (Portal do Meio Ambiente, 9/8); "e, pior, estão se expandindo". A Bahia tem em áreas problemáticas 289 municípios, 86,8% do território do Estado, onde vivem 3,7 milhões de pessoas. E nem é só no Semi-Árido. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, 40% das áreas suscetíveis estão no Cerrado (entre elas, o paradisíaco Jalapão) e na fronteira gaúcha, na região de Alegrete. Até a região das nascentes do Rio Araguaia está ameaçada, com mais de 20 voçorocas de quilômetros de extensão.

Segundo a Fundação Oswaldo Cruz e a Universidade Federal de Minas Gerais, 1% do Nordeste, pelo menos, está sob risco alto de desertificação, por causa de mudanças climáticas. Já o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Laboratório de Meteorologia de Pernambuco dizem que as temperaturas médias fora do litoral nordestino estão aumentando rapidamente, com estiagens mais longas, chuvas mais intensas e mais rápidas, ar mais seco. Em Vitória de Santo Antão, por exemplo, em 40 anos a média das máximas subiu 3,5 graus (para 35°), enquanto a média mundial aumentava 0,4 grau. Por isso tudo, o Ministério do Meio Ambiente e o Inpe assinaram esta semana acordo para a elaboração do Sistema de Alerta Precoce de Secas e Desertificação, que pode antecipar situações problemáticas e providências cabíveis, partindo de dados meteorológicos e imagens de satélites. O diretor do Inpe, Gilberto Câmara, afirmou na ocasião que "o mundo vive uma tragédia anunciada". Na seca, 60% das chuvas na região caem em um mês; 30% em um dia.

A Caatinga já perdeu a vegetação em quase 50% de sua área total. Entre 2002 e 2008 foram 16.576 quilômetros quadrados, mais de 2,7 mil por ano. E só tem 7% do território em áreas protegidas, das quais apenas 2% com proteção integral. Por isso, muito terá de ser feito para tentar reverter o quadro. Influir no modelo energético, por exemplo, já que a lenha ainda responde por 40% da energia, somados o consumo no polo gesseiro de Araripe (1 milhão de metros cúbicos anuais de lenha, para fabricar 1,3 milhão de toneladas de produtos) e o consumo nas residências. Além do desmatamento, contribuem para a desertificação as queimadas, o "extrativismo desenfreado", o uso intensivo do solo.

Até aqui, muitas das propostas de "solução" se têm mostrado ineficazes ou até contraproducentes, embora mobilizando recursos públicos consideráveis. Nos açudes nordestinos, por exemplo, acumulam-se 37 bilhões de metros cúbicos de água, equivalentes a um terço do que o Rio São Francisco despeja no mar por ano - e com alto nível de evaporação. Mas não há uma rede de distribuição. Perímetros irrigados são outro exemplo de ineficácia. Segundo o Instituto Nacional do Semi-Árido, só 2% das terras, ali, podem receber sistemas de irrigação. Ainda assim, mais de metade da água transposta do Rio São Francisco se destina a projetos de irrigação (embora o próprio Ibama, que licenciou a obra, tenha advertido que a maior parte da água irá para terras já em processo de erosão ou desertificação).

Como já se escreveu aqui tantas vezes, o pensamento moderno e realista sugere que se mudem as estratégias, que se parta para a "convivência com o Semi-Árido", em lugar de tentar modificá-lo, tarefa impossível. Que se adotem soluções como as mais de 300 mil cisternas de placa já instaladas pela Articulação do Semi-Árido e outras instituições, que recolhem água da chuva e abastecem as famílias durante a estiagem. Como as mais de 4 mil cisternas de produção, como as barragens subterrâneas. A Embrapa sugere ênfase na pecuária leiteira, na vinicultura, na oleicultura, na fruticultura irrigada.

É preciso ter urgência. Este ano, a estiagem já levou à perda de 70% da safra em Picos (PI). Entre janeiro e maio, as chuvas no Ceará estiveram 53% abaixo da média. A "seca" verde atingiu 63 municípios cearenses.

O Ministério do Meio Ambiente espera ver criado por decreto federal o Fundo da Caatinga, a ser administrado pelo Banco do Nordeste. O Senado aprovou a inclusão da Caatinga (e do Cerrado) entre os patrimônios nacionais definidos pelo artigo 225, parágrafo 4.º, da Constituição. Ainda falta a aprovação da Câmara dos Deputados para a proposta, que tramita há mais de 20 anos. É preciso correr.

Comentário: temos que correr para proteger o bioma Caatinga urgentemente.

OS BIOMAS BRASILEIROS

Do BLOGREEN

sábado, 14 de agosto de 2010
Os Biomas Brasileiros

Hoje se fala muito em “biomas”. Palavra um tanto estranha até pouco tempo atrás. Entretanto, na sua fala em um evento organizado pela Itaipu Binacional, o famoso físico Fritjof Capra disse que “não há como promover um desenvolvimento sustentável senão adaptado a cada bioma”. Portanto, buscar os caminhos do desenvolvimento no mundo de hoje exige, pressupõe que conheçamos o bioma onde vivemos.
Especialistas definem assim o que é um bioma:

Bioma é conceituado no mapa como um conjunto de vida (vegetal e animal) constituído pelo agrupamento de tipos de vegetação contíguos e identificáveis em escala regional, com condições geoclimáticas similares e história compartilhada de mudanças, o que resulta em uma diversidade biológica própria.

Em outras palavras, um bioma é formado por todos os seres vivos de uma determinada região, cuja vegetação tem bastante similaridade e continuidade, com um clima mais ou menos uniforme, tendo uma história comum em sua formação. Por isso tudo sua diversidade biológica também é muito parecida.

Entretanto, nós dos movimentos sociais, achamos que não existe um bioma sem gente. Portanto, o ser humano que habita essa região também faz parte de seu bioma.

O desafio é que, para se adaptar bem ao bioma em que vivemos, para não destruí-lo – se já não foi destruído – precisamos estudá-lo e compreendê-lo. É o que se chama de educação contextualizada. Assim, um amazônida deveria aprender na escola as características do bioma Amazônia. O mesmo com um caatingueiro. O mesmo com um habitante do Cerrado.
Aqui, de forma muito simples, vamos apenas listar os seis grandes biomas que compõem o território brasileiro. Há quem fale em sete, com a inserção de certos ambientes litorâneos. Há ainda quem fale em oito, com a inclusão do território brasileiro na Antártida. Porém, vamos ficar com os oficiais. Conhecer melhor cada um cabe a cada cidadão que quer um mundo mais justo e mais respeitoso do planeta em que vive. Começamos nosso respeito pelo planeta ao respeitarmos nosso bioma.


Biomas Continentais Brasileiros Área Aproximada (km²) Área / Total Brasil
Bioma AMAZÔNIA 4.196.943 49,29%
Bioma CERRADO 2.036.448 23,92%
Bioma MATA ATLÂNTICA 1.110.182 13,04%
Bioma CAATINGA 844.453 9,92%
Bioma PAMPA 176.496 2,07%
Bioma PANTANAL 150.355 1,76%
Área Total Brasil 8.514.877
Fonte: http://www.ibge.com.br/home/presidencia



1- Caatinga

Há aproximadamente 260 milhões de anos, toda região onde hoje está o semi-árido foi fundo de mar, mas o bioma caatinga é muito recente. Há apenas dez mil anos atrás era uma imensa floresta tropical, como a Amazônia. Para conhecer bem esse bioma do semi-árido brasileiro, basta fazer uma visita ao Sítio Arqueológico da Serra da Capivara, no sul do Piauí. Ali estão os painéis rupestres, com desenhos de preguiças enormes, aves gigantescas, tigres-dente-de-sabre, cavalos selvagens e tantos outros. No Museu do Homem Americano estão muitos de seus fósseis. Com o fim da era glacial, há dez mil anos atrás, também acabou a floresta tropical. Ficou o que é hoje a nossa Caatinga.

A Caatinga ocupa oficialmente 844.453 Km² do território brasileiro. Hoje fala-se em mais de um milhão de Km² . Estende-se pela totalidade do estado do Ceará (100%) e mais de metade da Bahia (54%), da Paraíba (92%), de Pernambuco (83%), do Piauí (63%) e do Rio Grande do Norte (95%), quase metade de Alagoas (48%) e Sergipe (49%), além de pequenas porções de Minas Gerais (2%) e do Maranhão (1%).

A Caatinga é muito rica em biodiversidade, tanto vegetal quanto animal, sobretudo de insetos. É por isso que o sul do Piauí, por exemplo, é muito favorável à criação de abelhas. Nos períodos sem chuva, cerca de 8 meses por ano, ela “adormece” e suas folhas caem. Depois, com a primeira chuva, ela como que ressuscita. É a essa lógica que seus habitantes têm que se adaptar. Portanto, aqueles que ainda acham essa região inviável, ou a têm como um deserto, demonstram um profundo desconhecimento da realidade brasileira.
Cerca de 28 milhões de brasileiros habitam esse bioma, sendo que aproximadamente 38% vivem no meio rural. Essa população tem um dos piores IDHs de todo o planeta.


2 - Amazônia

“Pulmão do Mundo”, “Planeta Água”, “Inferno Verde”, são alguns dos chavões mundialmente conhecidos a respeito da Amazônia. Está sempre em evidência em qualquer ponto da aldeia globalizada. Interessa a todos. Uma das últimas regiões do planeta que ainda seduzem pela exuberância de uma natureza primitiva, hoje absolutamente ameaçada por sua devastação. A Amazônia guarda a maior diversidade biológica do planeta – região mega-diversa - e escoa 20% de toda água doce da face da Terra. Seu início se deu há 12 milhões de anos atrás, quando os Andes se elevaram e fecharam a saída das águas para o Pacífico. Formou-se um fantástico Pantanal, quase um mar de água doce, coberto só por águas. Depois, com tantos sedimentos, a crosta terrestre tornou emergir e, aos poucos, formou-se o que é hoje a Amazônia.

A Amazônia ocupa 4.196.943 km², cerca de 49,29% do território brasileiro. Ocupa a totalidade de cinco unidades da federação (Acre, Amapá, Amazonas, Pará e Roraima), grande parte de Rondônia (98,8%), mais da metade de Mato Grosso (54%), além de parte de Maranhão (34%) e Tocantins (9%). A área desmatada da Amazônia já atinge 16,3% de sua totalidade (www.classinet.com.br)
Hoje cerca de 17 milhões de brasileiros vivem no bioma Amazônia, sendo que cerca de 70% no meio urbano.

3 - Mata Atlântica.

Já foi a grande floresta costeira brasileira. Ia do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. Em alguns lugares adentrava o continente, como no Paraná, onde ocupava 98% do território Paranaense.

Era também o mais rico bioma brasileiro em biodiversidade. Ainda é em termos de Km². Hoje é o mais devastado de nossos biomas. Restam aproximadamente 7% de sua cobertura vegetal. São manchas isoladas, muitas vezes sem comunicação entre si. Há quem fale em apenas 5%.

A Mata Atlântica é o exemplo mais contundente do modelo desenvolvimento predatório desse país. Foi ao longo dele que se saqueou o pau Brasil e depois se instalaram os canaviais, tantas outras monoculturas, além do complexo industrial. Quem vive onde já foi esse bioma muitas vezes nem conhece seus vestígios, tamanha sua devastação.

O Bioma Mata Atlântica ocupa 1.110.182 km², ou seja, 13,04% do território nacional. Cobre inteiramente três estados - Espírito Santo, Rio de Janeiro e Santa Catarina - e 98% do Paraná, além de porções de outras 11 unidades da federação.

Aproximadamente 70% da população brasileira vivem na área desse bioma, perto de 120 milhões de pessoas. Por mais precarizado que esteja, é desse bioma que essa população depende para beber água e ter um clima ainda ameno.


4 - Cerrado.

O Cerrado é o mais antigo bioma brasileiro. Fala-se que sua idade é de aproximadamente 65 milhões de anos. É tão velho que 70% de sua biomassa está dentro da terra. Por isso, se diz que é uma “floresta de cabeça prá baixo”. Por isso, para alguns especialistas, o Cerrado não permite qualquer revitalização. Uma vez devastado, devastado para sempre.

O Cerrado é ainda a grande caixa d’água brasileira. É do Planalto Central que se alimentam bacias hidrográficas que correm para o sul, para o norte, para o oeste e para o leste.

O Cerrado guarda ainda uma fantástica biodiversidade, porém, 57% do Cerrado já foram totalmente devastados e a metade do que resta já está muito danificada. Sua devastação é muito veloz, chegando a três milhões de hectares por ano. Nesse ritmo, estima-se que em 30 anos já não existirá. (www.cenargen.embrapa.br)

A partir da década de 70, sob o embalo do regime militar, essa foi a grande fronteira agrícola para criação de gado e depois para o plantio de soja. A devastação de sua cobertura vegetal está comprometendo suas nascentes, rios e riachos. Ao se eliminar a vegetação, também se está eliminando os mananciais. Um rio como o São Francisco tem 80% de suas águas com origem no Cerrado. Hoje se fala que é necessário uma moratória para se preservar o que resta do Cerrado.

O Bioma Cerrado ocupa 2.036.448 Km², ou seja, 23,92% do território brasileiro. Ocupa a totalidade do Distrito Federal, mais da metade dos estados de Goiás (97%), Maranhão (65%), Mato Grosso do Sul (61%), Minas Gerais (57%) e Tocantins (91%), além de porções de outros seis estados.

Sua população em 1991 era estimada em 12,1 milhão de habitantes.

5 - Pantanal

O Pantanal sugere animais, rios, peixes, matas e qualquer coisa ainda parecida com o Paraíso.É um bioma geologicamente novo. O leito do rio Paraguai ainda está em formação. “O Pantanal é a maior planície inundável do mundo e apresenta uma das maiores concentrações de vida silvestre da Terra. Situado no coração da América do Sul, o Pantanal se estende pelo Brasil, Bolívia e Paraguai com uma área total de 210,000 km2. Aproximadamente 70% de sua extensão encontra-se em território brasileiro, nos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul”. (www.conservation.org.br/onde/pantanal/)

No Brasil o Pantanal ocupa 150.355 Km², ou seja, 1,76% do nosso território. Há opinião que 80% do Pantanal encontra-se bem conservado. Entretanto, as queimadas, a derrubada das árvores, o assoreamento dos rios ameaçam sua existência. As últimas reportagens de TVs falam da intensa evaporação de suas águas e o risco de tornar-se um deserto. O que mais ameaça e agride esse bioma são as pastagens, queimadas e as entradas do agronegócio. Foi para impedir projeto de cana no Pantanal que Anselmo deu sua vida. A forma como a criação de gado teria se adaptado ao ambiente seria uma das responsáveis. Entretanto, para outros, os problemas ambientais do Pantanal passa também pela criação de gado.

O desafio é manter suas características e também manter sua população em condições dignas de vida. O caminho do turismo é uma possibilidade real e também um perigo. A pesca esportiva predatória é um exemplo. “Pelo seu estado de conservação, sua rica biodiversidade e as particularidades de seu ecossistema, o Pantanal é considerado uma das 37 últimas Grandes Regiões Naturais da Terra”. (Idem)

O Baixo Pantanal tem uma população de 130 mil pessoas.

6 - Pampa

O Pampa gaúcho é bastante diferente dos demais biomas brasileiros. Dominado por gramíneas, com poucas árvores, sempre foi considerado mais apropriado para a criação do gado. Entretanto, em 2004 foi reconhecido pelo Ministério do Meio Ambiente como um bioma. Na verdade, sua biodiversidade havia sido ignorada por quase trezentos anos. Foi a porta de entrada para o gado através da região sul. A outra foi pelo vale do São Francisco, através dos currais de gado.

O único estado brasileiro com esse bioma é o Rio Grande do Sul. Ocupa 63% do território do Rio Grande. Ele também se estende pelo Uruguai e Argentina.
Agora o Pampa sofre uma ameaça muito mais grave: a introdução do monocultivo e Pinus e

Eucaliptos. Mais uma vez portanto, se propõe um tipo de desenvolvimento econômico inadequado às características de um bioma. (http://www.defesabiogaucha.org/terror/terror04.htm).

Aventura Selvagem em Cabaceiras - Paraíba

Rodrigo Castro, fundador da Associação Caatinga, da Asa Branca e da Aliança da Caatinga

Bioma Caatinga

Vale do Catimbau - Pernambuco

Tom da Caatinga

A Caatinga Nordestina

Rio São Francisco - Momento Brasil

O mundo da Caatinga