No Rio Grande do Norte, caprinos salvam o semiárido durante a seca
Mais que uma forma de
subsistência, a atividade pode representar a redenção do sertanejo e a geração
de negócios mais prósperos.
Sandra
Monteiro
Natal
– Na paisagem seca do semiárido potiguar, castigada ainda mais pela estiagem
que atinge vários municípios do Nordeste, alguns animais resistem e são
apontados como uma saída para a sobrevivência e manutenção do homem no campo.
Mais que uma forma de subsistência, a criação de caprinos e ovinos pode
representar a redenção do sertão e a geração de prosperidade.
O Rio Grande do Norte tem o sexto maior rebanho
de caprinos do Nordeste, com 405 mil animais. Já o rebanho de ovinos está
estimado em 583 mil cabeças. Os dados são da Pesquisa da Pecuária Municipal de
2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na região
oeste do Rio Grande do Norte, onde se concentra mais da metade do rebanho de
caprinos e mais de 40% dos ovinos do estado, a venda de animais para corte é
uma alternativa viável e lucrativa.
No sítio Carrasco, zona rural de Apodi, município
com mais de 28 mil cabeças de caprinos, Francisco de França mostra que a
caprinovinocultura é um bom negócio. Criador de médio porte, com mais de 400
animais, ele explica que pretende ampliar a área de pastagem para elevar a
produção e atender a demanda de consumidores, que só aumenta. Atualmente, uma
média de 20 animais, com cerca de 13 quilos, são abatidos mensalmente. O quilo
da carne é comercializado a R$ 8,00. “Apesar da seca que atinge toda essa
região, estou muito satisfeito com os resultados que a atividade me dá. Quero
aumentar em três vezes a quantidade de animais”, revela.
Os animais de Apodi são abatidos e
comercializados, em sua maior parte na própria região, mas abastecem ainda
supermercados e frigoríficos de Mossoró e Natal. Para estimular ainda mais o
consumo da carne caprina e o fortalecimento da atividade na região, o Sebrae
no Rio Grande do Norte, por meio do Projeto Aprisco no
Oeste e Sertão do Cabugi, promoverá ações de estímulo durante a Festa do Bode,
evento que será realizado de 2 a 5 de agosto, em Mossoró.
Além do tradicional Festival Gastronômico, serão
promovidas oficinas para proprietários de frigoríficos sobre cortes especiais.
“A atividade possui um elevado potencial, que pode ser melhor explorado. Com as
ações que vamos oferecer durante o evento, pretendemos estimular ainda mais o
consumo da carne de caprino e assim promover o aumento da demanda”, ressalta
Vamberto Torres, gestor do Projeto Aprisco no Oeste e Sertão do Cabugi.
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