RESULTADO DA RIO+20 É ESSENCIAL PARA DETER AS
MUDANÇAS CLIMÁTICAS, POR EDUARDO FELIPE MATIAS.
Compartilhe:
[EcoDebate] Resultado da Conferência das Nações Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) precisa ser positivo para que novo acordo
global para redução das emissões de gases de efeito estufa – estabelecido
durante a COP-17 – prospere
A
Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20 é
fundamental para que os compromissos assumidos na 17ª Cúpula da ONU sobre
Mudanças Climáticas (COP-17) em Durban, na África do Sul, não percam força.
Apesar de terem pautas distintas, o insucesso do evento brasileiro pode
prejudicar a possibilidade de um acordo global que, em Durban, ganhou novas
perspectivas.
“É
verdade que a COP-17 trouxe poucos resultados práticos, mas o consenso sobre a
celebração de um futuro acordo global com a participação de todos os países,
com metas obrigatórias para reduzir as emissões de gases de efeito estufa foi
um passo importante que, até então, não tinha sido dado”, comenta o doutor em
direito internacional e sócio de Nogueira, Elias, Laskowski e Matias Advogados,
Eduardo Felipe Matias.
O
problema desse resultado, segundo o especialista, é que ele não é para já –
diferentemente do que a urgência do problema do aquecimento global exige. O
compromisso assumido na COP-17 é de assinar um acordo global em 2015, para que
este comece a valer em 2020. Até lá, para esse compromisso se transformar em
resultados concretos é preciso manter os países convencidos que o acordo é
necessário e vale a pena.
Por isso, continua, a Rio+20 não deveria afastar seu foco das mudanças climáticas. “Os temas que serão discutidos no Rio, ‘A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza’ e ‘A estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável’, estão diretamente relacionados com a conveniência e a viabilidade de se implantar medidas que levem às nações a cumprirem as metas de redução de emissões”, diz Matias.
Por isso, continua, a Rio+20 não deveria afastar seu foco das mudanças climáticas. “Os temas que serão discutidos no Rio, ‘A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza’ e ‘A estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável’, estão diretamente relacionados com a conveniência e a viabilidade de se implantar medidas que levem às nações a cumprirem as metas de redução de emissões”, diz Matias.
Isso
porque, em sua opinião, ainda é preciso consolidar a convicção de que a
economia verde é capaz de aumentar as vantagens competitivas das empresas e dos
países, moldando os processos produtivos e abrindo caminho para a sustentabilidade
da atividade econômica. Já a discussão sobre a estrutura institucional irá
definir responsabilidades, modelos de governança e normas para o esforço
conjunto necessário para atingir as metas acordadas.
“Portanto,
o esboço que sair da Rio+20 vai impactar diretamente no engajamento que os
países terão com o compromisso da COP-17, ou seja, vai estimular ou
desacreditar o futuro acordo global. Por isso, é fundamental demonstrar que
existe um plano realista e apontar as vantagens da sua adoção. Só assim teremos
chances de que os importantes acordos assumidos em Durban não sejam
esquecidos”, finaliza Eduardo Matias.
Eduardo Felipe Matias é Doutor em
Direito Internacional pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo,
possui pós-doutorado na Espanha pela IESE Business School, onde realizou
estudos sobre a governança global da sustentabilidade e é mestre em Direito
Internacional pela Universidade de Paris II – Panthéon-Assas e visiting scholar
na Columbia University em Nova York. É autor do livro: A Humanidade e suas
Fronteiras – do Estado soberano à sociedade global (Ed. Paz e Terra, 2005),
vencedor do Prêmio Jabuti de 2006 na categoria Economia, Negócios,
Administração e Direito.
EcoDebate, 29/03/2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário