segunda-feira, 7 de maio de 2012


Cisternas de Enxurrada ou de Produção


Uma das tecnologias hídricas difundidas pela ASA Brasil, para integrar os sistemas de produção no Semiárido nordestino.

A cisterna colhe água escoada do chão, possui um dispositivo de decantação para que a areia não penetre na cisterna. Anualmente devem ser limpas e há como limpá-las. Em Casa Nova, no sertão baiano, no período atual de seca, as únicas familias que ainda tem água de chuva são exatamente aquelas que foram beneficiadas com a cisterna de enxurrada, já que elas guardam 50 mil litros, hermeticamente fechados para não evaporar. Até o presente momento, estima-se a existência, em todo semiárido, de cerca de 10 mil unidades construídas.

Vejam a cisterna nas fotos anexas. Notar, no canto inferior direito das fotos, o dispositivo de decantação dos detritos das enxurradas.

Informações pretadas por Roberto Malvezzi, o Gogó.


Membro da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Bahia.

COMENTÁRIOS

José do Patrocínio Tomaz Albuquerque

Prezados Roberto Malvezzi e João Suassuna

Antes de me pronunciar sobre as cisternas de enxurradas, agradeço o envio das fotografias de um exemplar das mesmas. Quero dizer ao Malvezzi que tenho lido os seus artigos publicados no Ecodebate, principalmente aqueles que tratam do semi-árido e da famigerada Transposição. Sobre a cisterna em apreço, pelo que transcende das fotografias enviadas, o seu reservatório fica todo em cota abaixo da superfície do terreno, com o dispositivo de decantação constando de 3 aberturas, a julgar pelas partes (filtradas?) em verde. A água chega até a cisterna conduzida pelo canal, sendo o excedente do volume que chega colocado para fora da mesma através de canos ladrões. Com estas dimensões do canal e das aberturas, o aporte de água e de sedimentos não se coaduna com a vazão de enxurradas (grandes volumes de água e de sedimentos escoados em exíguo espaço de tempo). A cisterna, ao que parece, é construída em terrenos quase planos, onde o escoamento, com as chuvas, se faz quase laminarmente, sendo, por esta razão, necessário canalizá-lo. Quando li "cisternas de enxurradas", pensei logo em escoamento rápido, de grande volume e turbulento, daí o meu comentário. Tecnicismos a parte, creio que a construção destas cisternas (que eu chamaria de epidérmicas), seja uma boa medida (muito melhor que a construção de barreiros, principalmente, pelo aspecto sanitário) para atender as necessidades hídricas da população difusa (beber e produzir alimentos), porque podem acumular um volume superior ao das cisternas que captam águas pluviais de telhados. Mas tem que escolher lugares apropriados. Ainda assim, se não houver filtro nas aberturas, é possível que a cisterna receba uma carga de sedimentos que existem em suspensão ou diluídos na água, as argilas, siltes e areias finas.

Em suma, acho que eu não estaria de todo equivocado.

Abraços

José do Patrocínio Tomaz Albuquerque - patrociniotomaz@uol.com.br

Graduado em geologia (hidrogeólogo) com mestrado em Engª Civil, área de Recursos Hídricos.

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