Mudanças climáticas tornam águas da Antártica menos densas, diz estudo.
As águas mais densas da Antártica
tiveram seu volume reduzido drasticamente nas últimas décadas, em parte devido
aos impactos das atividades humanas sobre o clima, informaram cientistas
australianos nesta sexta-feira.
Publicado em maio 7, 2012 por HC
A pesquisa sugere que até 60% da “Água Antártica
de Fundo”, água densa que se forma nas bordas da Antártica, que penetra nas
profundezas e se espalha pelos oceanos do mundo, desapareceu desde 1970.
Matéria da AFP.
“É uma resposta às mudanças que acontecem no
clima das regiões polares, devido tanto a causas naturais quanto humanas”,
afirmou à AFP o chefe das pesquisas, Steve Rintoul, da Entidade de Pesquisa
Científica e Industrial da Comunidade Britânica, entidade de ciências do
governo australiano.
O fenômeno “não está provocando mudanças no
clima, está respondendo a mudanças no clima. Portanto, é um sinal de que as
coisas estão mudando na Antártica”, acrescentou.
Os cientistas não têm certeza sobre o que está
provocando o fenômeno, mas Rintoul disse que a hipótese principal é que quanto
mais gelo derrete nas bordas do continente antártico, mais água doce chega ao
oceano.
Ele disse que isto pode estar provocando o
“afundamento” da água densa em latitudes elevadas, um processo que tem sido
vinculado a grandes mudanças climáticas no passado.
“Nós estivemos rastreando essas massas d’água
para ver se mudanças similares ocorridas em condições meteorológicas no passado
podem ocorrer novamente no futuro”, afirmou.
“Nós não vemos isto ainda, mas isto, a contração
da água densa em torno da Antártica, pode ser o primeiro indício de que estamos
nesta direção”, acrescentou.
O estudo foi feito por cientistas australianos e
americanos a bordo do navio Aurora Australis, que partiu para a Commonwealth
Bay, a oeste da costa Antártica, e retornou para Fremantle, na Austrália.
Eles mediram a temperatura e coletaram amostras
de salinidade em etapas da viagem rumo ao extremo sul da Terra, revelando
também a água densa em torno da Antártida ficou menos salgada desde 1970.
Rintoul disse que a mudança estava “provavelmente
refletindo tanto o impacto humano no planeta, quanto ciclos naturais”.
“E o impacto humano inclui tanto o aumento de
gases de efeito estufa, mas também o buraco na camada de ozônio sobre a
Antártica”, disse, acrescentando que este buraco fez os ventos do Oceano
Austral se intensificarem.
Rintoul disse que é importante entender por que
as mudanças ocorrem para se ter uma idea do quão rápido os níveis dos mares vão
subir no futuro
Matéria da AFP,no Yahoo Notícias.
EcoDebate,
07/05/2012
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