Ainda indefinido, no Ceará, o início das obras do Cinturão das Águas.
A solução definitiva para a falta
de água no Interior está na transposição hídrica com a ligação de bacias.
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1140578
Crateús Previsto para começar
pelo Cariri no início do ano passado, o Projeto Cinturão das Águas do Ceará
(CAC) continua com obras indefinidas. Com a meta de fazer a transposição das
águas para todo o Estado, levará recursos hídricos do leste ao oeste do Ceará,
indo também em direção ao norte, perenizando todas as grandes bacias. Estima-se
que o primeiro trecho do CAC seja concluído até o fim de 2014.
O empreendimento, quando concluído, em 2040, vai assegurar o abastecimento de água para a totalidade da população cearense. Levará água para a região dos Inhamuns, uma das áreas mais secas e isoladas do Ceará. A Secretaria de Recursos Hídricos (SRH) admite que não há previsão para início da obra.
O empreendimento, quando concluído, em 2040, vai assegurar o abastecimento de água para a totalidade da população cearense. Levará água para a região dos Inhamuns, uma das áreas mais secas e isoladas do Ceará. A Secretaria de Recursos Hídricos (SRH) admite que não há previsão para início da obra.
"Foi feita a licitação para a elaboração do
projeto executivo, após a conclusão é que se marcará a ordem de serviço do
primeiro trecho", informa a assessoria de imprensa da SRH. A previsão é de
que a integração disponibilize 45 mil metros cúbicos de água por segundo para todo
o Ceará.
Enquanto a população da zona rural da grande
maioria dos Municípios do Ceará sofre com o desabastecimento de água provocado
pela maior estiagem dos últimos 30 anos, e a da zona urbana já vislumbra passar
por problemas similares, gerados pela diminuição de água nos reservatórios, as
prováveis soluções para solucionar o crônico quadro hídrico do Ceará continuam
no papel. Ou para ser mais otimista, andando a passos lentos, muito longe de
alcançar a triste realidade e urgência do sertanejo. A solução ainda está a longo
prazo.
No que diz respeito ao atendimento das demandas
hídricas no horizonte de 2040, a implantação do CAC gerará um cenário favorável
de suprimento hídrico, com o atendimento das demandas atingindo níveis elevados
e equivalentes em todas as macrobacias.
O governador Cid Gomes e o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, assinaram, em outubro, no Palácio da Abolição, o termo de compromisso para o projeto executivo da obra. A partir de então, será possível - após a conclusão do projeto executivo - a realização da licitação do primeiro trecho do Projeto, que terá extensão de 150km e vai do Município de Jati ao Rio Cariús, na região Sul do Estado, transpondo águas do Rio São Francisco.
O governador Cid Gomes e o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, assinaram, em outubro, no Palácio da Abolição, o termo de compromisso para o projeto executivo da obra. A partir de então, será possível - após a conclusão do projeto executivo - a realização da licitação do primeiro trecho do Projeto, que terá extensão de 150km e vai do Município de Jati ao Rio Cariús, na região Sul do Estado, transpondo águas do Rio São Francisco.
O Cinturão das Águas envolverá todo o Estado,
através de um conjunto de canais e adutoras, com extensão de três mil
quilômetros, para dar segurança hídrica a 92% da população cearense. É um
sistema adutor extenso, com cerca de 1.200km de comprimento, quase
integralmente gravitário - com somente um pequeno bombeamento em seu trecho
litoral final - com trechos em canais em corte ou aterro, obras de travessia de
talvegues e elevações topográficas através de sifões, aquedutos e túneis. Tem
por objetivo principal aduzir as vazões transpostas do Rio São Francisco para
todas as macro-bacias hidrográficas do Ceará.
Com o CAC, 80% do território do Estado será
beneficiado pelo Projeto de Integração do Rio São Francisco com o Nordeste
Setentrional e não somente as bacias do Jaguaribe e Metropolitanas, como
previsto inicialmente no projeto. Aumentará significativamente a possibilidade
de acumulação das águas possíveis de aduzir do Rio São Francisco, com a
inclusão de cerca de 20 novos grande saçudes.
Segundo a SRH, o investimento total previsto é de
R$ 28 bilhões, até 2040. O Cinturão será formado por um canal principal que
margeará a Chapada do Cariri, aproximadamente no sentido leste-oeste, para
depois, com diretriz sul-norte, atravessar as bacias do Alto Jaguaribe e
Poti-Parnaíba, atingindo a bacia do Acaraú. No primeiro trecho, serão
investidos R$ 1,5 bilhão no projeto, sendo R$ 400 milhões oriundos do Governo
do Estado e o restante assegurados pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
EixãoAlém do CAC, há o Eixão das
Águas, outra grande obra hídrica estadual, que dará garantia hídrica durante 30
anos na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) e aos projetos estruturantes do
Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), como a Siderúrgica, Refinaria
e Zona de Processamento e Exportação (ZPE). Além dos dois grandes projetos, a
SRH atua na construção de novos açudes, visando aumentar a reservas de água no
Estado, mais canais, adutoras e perfuração de poços que asseguram o suprimento
de água às populações urbanas e rurais.
Trata-se de investimentos financiados pelo Banco Mundial, Governo Federal, através do PAC-Programa de Aceleração do Crescimento, e recursos próprios do governo estadual.
Trata-se de investimentos financiados pelo Banco Mundial, Governo Federal, através do PAC-Programa de Aceleração do Crescimento, e recursos próprios do governo estadual.
Essa é uma das questões que fazem parte do nosso
discurso contrário ao projeto da Transposição do Rio São Francisco. O Semiárido
brasileiro tem cerca de 37 bilhões de metros cúbicos de água estocados em cerca
de 70 mil represas. É o maior volume represado em regiões semiáridas do mundo.
O Estado do Ceará tem cerca da metade desse volume estocado (18 bilhões de
metros cúbicos), distribuído em cerca de 8.000 represas. O Ceará foi o Estado
pioneiro em ir em busca de suas águas interiores para o abastecimento de sua
população rural difusa. A idéia no Ceará é interligar suas bacias, através de
adutoras (uso de tubulações) e iniciar uma ação de abastecimento baseada no fornecimento
de água através de bacias com melhores possibilidades de fornecimento de água,
pois o sistema está sendo todo interligado. Essas ações são a prova clara de
que a transposição do São Francisco para o Ceará será para o atendimento ao
grande capital, principalmente a grande irrigação, a carcinicultura e aos usos
industriais.
Ruben Siqueira
Comissão Pastoral da Terra / Bahia
Articulação Popular São Francisco Vivo
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