As lições da seca que assola o semiárido
A seca que assola o semiárido da
Paraíba já apresenta vários impactos. Mas, também, existem lições na vida de
agricultoras e agricultores de base familiar.
26/04/2012
Por
José Dias
As principais conseqüências foram levantadas num
encontro itinerante de Gestão dos Fundos Rotativos Solidários, realizado neste
mês na comunidade Santo Agostinho, município de Teixeira , com lideranças
comunitárias e integrantes de famílias beneficiárias das ações desenvolvidas e
apoiadas pelo Cepfs (Centro de Educação Popular e Formação Social).
Os principais impactos são: escassez de alimentos
para os animais –famílias já estão comprando ração para salvá-los; escassez de
água para o consumo humano e de animais; preço dos cereais elevado, que pode
ocasionar fome, principalmente, nas famílias com mais fragilidades financeira;
possibilidades de aumentar a migração campo-cidade, inclusive, para outras
regiões do país; desânimo das pessoas, influenciando na diminuição da
participação nos processos, sobretudo, em relação a temáticas de construção e
aprimoramento dos conhecimentos.
O foco de preocupação das pessoas se volta para
prioridades emergenciais. Tem aumentado a infestação do mosquito da dengue, por
conta da estocagem de água, principalmente, nas cidades, em função do
racionamento.
Há impacto na dinâmica de execução de projetos,
dentro de uma abordagem participativa, uma vez que as preocupações se voltam
para soluções emergenciais. Com isso, prevê-se influência na dinâmica dos
Fundos Rotativos Solidários, do ponto de vista de arrecadação e de
participação.
Também deve haver fortalecimento da dominação dos
políticos tradicionais face às fragilidades das famílias pela coincidência de
um ano de estiagem, também, ser um ano de eleições municipais.
As principais lições são a percepção da
necessidade de se preparar mais nos períodos de chuva abundante, com maior
estocagem de água e alimentos para os seres humanos e para os animais. Pode ser
um momento para resgatar os mutirões de limpeza e escavação das cacimbas.
Impactos de curto, médio e longo prazos
Isso revela a necessidade, urgente, de medidas por
parte dos gestores públicos no sentido de minimizar esses impactos em curto,
médio e longo prazo.
Revela, também, a importância da mobilização
social no sentido de cobrar que as políticas públicas, planejadas para esta
região, sejam ajustadas para atender a realidade e as necessidades que as
mudanças climáticas impõem, no momento.
Em curto prazo, medidas emergências são
necessárias, a exemplo de decretação de estado de emergência, abastecimento de
água através de carros-pipa e, em relação a alimentação, humana e animal , é
fundamental que os estoques do governo federal, geridos pela Conab, possam ser
disponibilizados no sentido de evitar a venda, com prejuízo, dos estoques
agrícola e do rebanho animal de agricultores, patrimônio este constituído ao
longo de vários anos, e ajustar o preço do mercado em relação aos cereais
necessários à alimentação das famílias.
Em médio e longo prazos, é necessário planejar
políticas que possam reforçar as estratégias que a sociedade civil vem adotando
em relação à estruturação das propriedades da agricultura familiar,
principalmente, na parte de manejo da água nas propriedades e nas comunidades,
visando à estocagem de água e alimentos que permitam, em secas futuras, uma
melhor convivência com a realidade semiárida.
Fonte para edição no Rema:
Eng.º Civil Marcos Carnaúba
Crea 3034 D -PE/FN
Tels. 82.9981.6748 - 8833.9343
E-mail:marcarnauba@gmail.com
Maceió - Alagoas - Brasil
Skype: marcarnauba
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