Prejuízo com a seca na agricultura ultrapassa os R$ 400 milhões em PE.
Foi decretado estado de
emergência em 99 municípios pernambucanos em função da seca que atinge o
Estado. Segundo o secretário estadual de Agricultura, Ranilson Ramos, o número
engloba todos os 56 municípios do sertão de Pernambuco e 43, das 66 cidades no
agreste.
http://ne10.uol.com.br/canal/cotidiano/nordeste/noticia/2012/05/23/prejuizo-com-a-seca-na-agricultura-ultrapassa-os-r-400-milhoes-em-pe-344451.php
Os agricultores, que respondem por cerca de 6% do
Produto Interno Bruto de Pernambuco, já contabilizam prejuízos provocados pela
seca na ordem de R$ 411 milhões, como perdas de 370 mil toneladas de grãos.
“Essa é a maior seca dos últimos 50 anos. Tivemos 25% de precipitação de chuvas
nos últimos seis meses”, afirmou o secretário.
Pelas contas do governo, nos quatro primeiros meses deste ano, o setor pecuário registrou 120% mais saídas de animais do estado (bovino, caprino e ovino)do que no mesmo período do ano passado. “Isso significa que estamos perdendo rapidamente nosso rebanho, que chega a 6 milhões de animais. Se o rebanho ficar aqui, morre porque não tem água ou pasto”, explicou Ramos.
Pelas contas do governo, nos quatro primeiros meses deste ano, o setor pecuário registrou 120% mais saídas de animais do estado (bovino, caprino e ovino)do que no mesmo período do ano passado. “Isso significa que estamos perdendo rapidamente nosso rebanho, que chega a 6 milhões de animais. Se o rebanho ficar aqui, morre porque não tem água ou pasto”, explicou Ramos.
Para Marcelo Cauás Asfora, presidente da Agência
Pernambucana de Águas e Clima de Pernambuco (Apac), não é possível estimar com
precisão os prejuízos. Segundo ele, os impactos na agricultura vão afetar
outros setores que dependem dos produtos.
Os governos federal e estadual disponibilizaram recursos para construção de cisternas que vão acumular águas das próximas chuvas e armazenar a água que está sendo levada por 800 carros-pipas . A Secretaria de Agricultura de Pernambuco também informou que autorizou a distribuição de sementes de milho para plantio e ração, mas ainda não existem medidas estruturais para enfrentar o problema da seca no estado.
“Existe um conjunto de ações para reduzir as perdas mas tem que pensar em ações de médio e longo prazo, como dotar de infraestrutura a região. Embora não tenha como prever como será a seca desse ano, quem nasce no sertão sabe que vai enfrentar o problema”, disse Asfora.
Os governos federal e estadual disponibilizaram recursos para construção de cisternas que vão acumular águas das próximas chuvas e armazenar a água que está sendo levada por 800 carros-pipas . A Secretaria de Agricultura de Pernambuco também informou que autorizou a distribuição de sementes de milho para plantio e ração, mas ainda não existem medidas estruturais para enfrentar o problema da seca no estado.
“Existe um conjunto de ações para reduzir as perdas mas tem que pensar em ações de médio e longo prazo, como dotar de infraestrutura a região. Embora não tenha como prever como será a seca desse ano, quem nasce no sertão sabe que vai enfrentar o problema”, disse Asfora.
Segundo o presidente da Apac, hoje existem duas
obras em andamento que, se estivessem prontas, poderiam resolver o problema de
abastecimento de 80 municípios que estão em emergência. “A Adutora do Pageu,
que captaria água do Rio São Francisco, e Adutora do Agreste, que vai atender
60 municípios do agreste e outras 70 localidades. Ao longo dos anos se criou um
passivo muito grande de investimento nestas áreas. E, agora, a eliminação do
racionamento começou a ser vista como prioridade”, disse.
Outra iniciativa que pode produzir frutos já
nesta estiagem é a ampliação do projeto de áreas de cultivo irrigado no estado.
A tecnologia já está presente em mais da metade do município de Petrolândia,
onde agricultores familiares, como José Maurício, que planta feijão, milho,
mandioca e melancia no município, conseguiram garantir a produção.
“No meu caso a produção é pequena, produzo mais para o consumo da família. Mas acabo vendendo alguma coisa para comprar o que não produzo e já vendo mais caro. Outros agricultores maiores estão vendendo o saco de feijão a R$ 400. Em agosto, era R$ 100”, disse.
“No meu caso a produção é pequena, produzo mais para o consumo da família. Mas acabo vendendo alguma coisa para comprar o que não produzo e já vendo mais caro. Outros agricultores maiores estão vendendo o saco de feijão a R$ 400. Em agosto, era R$ 100”, disse.
Se de um lado, José Maurício comemora, por outro,
lamenta a situação de quem não está produzindo e precisa dos produtos para se
alimentar e manter os animais. Na própria cidade de Petrolândia, o cultivo
irrigado é uma realidade de pouco mais de 60% do município. “Ainda tem muita
gente que trabalha na área seca e enfrenta problemas com alimentação de animais
e água potável e tem que buscar [água] distante de onde mora. Em vários
assentamentos, esse ano, era para ter plantado em maio e tem oito meses que não
chove e, aí, não tem como plantar”, disse o agricultor.
Fonte: Agência
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