Presidente lança plano para combate à estiagem.
Conforme anunciou na última
visita àBahia, na sexta-feira, a presidente Dilma Rousseff lançou, nesta terça-feira,
13, o programa Mais Irrigação, que prevê investimentos de R$ 10 bilhões para
regiões afetadas pelos efeitos da seca - do volume de recursos, R$ 3 bilhões
serão oriundos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e R$ 7 bilhões,
da iniciativa privada.
Portal A TARDE
"Vamos derrotar a seca e vamos usar para
isso o que há de melhor na tecnologia, não vamos medir esforços, tenho certeza
de que esse é um projeto que seremos bem-sucedidos", disse a presidente,
durante solenidade no Palácio do Planalto.
Dilma lança o programa quatro dias após inaugurar
a Adutora do Algodão no município de Malhada (BA), que vai levar água do Rio
São Francisco para mais de 100 mil pessoas de nove municípios.
O Mais Irrigação deverá atingir 538 mil hectares
de área rural voltados para a produção de biocombustíveis, fruticultura, leite,
carne e grãos. "Uma das características do Mais Irrigação é a busca de
mais eficiência para melhor investir. Eu acho que ele é um passo à frente de
todas as iniciativas que tínhamos tomado no PAC. E falo da eficiência para
obter uma maior produção agrícola, maior renda gerada naquela região pobre do
País, e da operação adequada dos projetos de irrigação", destacou Dilma.
"Os males provocados pela estiagem, se ainda
são muitos e se ainda são extensos, temos o absoluto compromisso de superá-los,
estão sendo enfrentados com firmeza".
Polêmica - Apesar da insistência
dos jornalistas, a presidente Dilma Rousseff evitou comentar, na solenidade,
sobre o jantar que teve segunda-feira com o presidente do PSD, Gilberto Kassab.
Mas o encontro já provoca polêmicas.
O tucano Alberto Goldman, vice-presidente do
PSDB, publicou em seu blog um texto no qual reprovava a atitude de Kassab.
"Já me perguntaram se eu fiquei surpreso com a rapidez com que Kassab
aderiu (à base aliada governo federal). Bem, nessa altura da vida eu não tenho
o direito de ficar surpreso com qualquer atitude de quem quer que seja",
disse.
Fonte para edição no Rema:
Ruben Siqueira
Comissão Pastoral da Terra / Bahia
Articulação Popular São Francisco Vivo
COMENTÁRIOS
João Suassuna - Pesquisador da Fundação
Joaquim Nabuco,Recife
Ao invés de priorizar o agronegócio, as ações
governamentais deveriam estar voltadas para a solução do abastecimento da
população difusa, o qual, infelizmente, ainda não foi resolvido no Nordeste
seco!
José do Patricínio Tomaz Albuquerque -
Consultor e Professor aposentado da Universidade Federal de Campina Grande.
Prezado João Suassuna
Já dizia, ainda na década de 40 do século passado, o Professor Nicolau
(Programa Escolinha do Prof. Nicolau, levado ao ar pela Rádio Borborema de
Campina Grande-PB): a ignorância é uma bandeira desastrada. No caso, a
presidente ignora tudo o que se relaciona com o Nordeste Semiárido (apesar
de ter inaugurado o INSA – Instituto do Semiárido, ela o desconsidera
solenemente): com a dimensão do problema da seca em termos de área atingida
e problemas econômicos e sociais consequentes; com o alcance da irrigação no
modelo praticado atualmente na região (no Ceará, estado com a maior área
irrigada, a quebra da safra de grãos foi de 83,41% segundo o Levantamento
Sistemático da Produção Agrícola –LSPA, realizado pelos órgãos estatais, o
que significa dizer que a produção de grãos por irrigação, da ordem de
235.800 toneladas não supre as necessidades de sua população, abastecida
pelos cultivos de subsistência, cuja produção atinge 1.200.000 toneladas);
com a vulnerabilidade de certos sistemas de abastecimento urbano, a despeito
da existência de reservatórios superficiais capazes de substituí-los com
segurança, qualquer que seja a duração do evento seca; com a falta de
abastecimento, igualmente seguro (como o amigo frisou e que poderia e
deveria ser realizado) da população humana difusa, com uma política de
incremento, armazenamento, mercado, escoamento da produção, etc. etc., de
cultivos nativos e adaptados às estiagens; com a implantação de uma
pecuária; com os estudos trabalhos e pesquisa produzidos na região, desde
Guimarães Duque, José Augusto Trindade e outros; com projetos exitosos e
fracassados já implantados, etc. etc. Tudo é esquecido, insistindo-se em
projetos de nenhum ou pequeno alcance na solução dos problemas causados pela
Seca. Ora, insistir no erro é diabólico, diz o ditado. Mas, o que esperar de
governantes que, tendo limitações de conhecimento, não procuram ouvir, medir
e avaliar outras opções de solução para poder decidir? Nada!
Abraços,
Patrocínio
Já dizia, ainda na década de 40 do século passado, o Professor Nicolau
(Programa Escolinha do Prof. Nicolau, levado ao ar pela Rádio Borborema de
Campina Grande-PB): a ignorância é uma bandeira desastrada. No caso, a
presidente ignora tudo o que se relaciona com o Nordeste Semiárido (apesar
de ter inaugurado o INSA – Instituto do Semiárido, ela o desconsidera
solenemente): com a dimensão do problema da seca em termos de área atingida
e problemas econômicos e sociais consequentes; com o alcance da irrigação no
modelo praticado atualmente na região (no Ceará, estado com a maior área
irrigada, a quebra da safra de grãos foi de 83,41% segundo o Levantamento
Sistemático da Produção Agrícola –LSPA, realizado pelos órgãos estatais, o
que significa dizer que a produção de grãos por irrigação, da ordem de
235.800 toneladas não supre as necessidades de sua população, abastecida
pelos cultivos de subsistência, cuja produção atinge 1.200.000 toneladas);
com a vulnerabilidade de certos sistemas de abastecimento urbano, a despeito
da existência de reservatórios superficiais capazes de substituí-los com
segurança, qualquer que seja a duração do evento seca; com a falta de
abastecimento, igualmente seguro (como o amigo frisou e que poderia e
deveria ser realizado) da população humana difusa, com uma política de
incremento, armazenamento, mercado, escoamento da produção, etc. etc., de
cultivos nativos e adaptados às estiagens; com a implantação de uma
pecuária; com os estudos trabalhos e pesquisa produzidos na região, desde
Guimarães Duque, José Augusto Trindade e outros; com projetos exitosos e
fracassados já implantados, etc. etc. Tudo é esquecido, insistindo-se em
projetos de nenhum ou pequeno alcance na solução dos problemas causados pela
Seca. Ora, insistir no erro é diabólico, diz o ditado. Mas, o que esperar de
governantes que, tendo limitações de conhecimento, não procuram ouvir, medir
e avaliar outras opções de solução para poder decidir? Nada!
Abraços,
Patrocínio
Clóvis Cavalcanti - Coordenador Geral da
área de Meio Ambiente da Fundação Joaquim Nabuco, Recife
Seu amigo está certo. Dirceu Pessoa e eu
pesquisamos a seca de 1970. Nosso relatório (para a Sudene), de 1971, aborda o
assunto. A mesma coisa aconteceu nos relatório sobre a seca de 1979-1984, que
também pesquisamos. Sem contar trabalhos de Osmil, Renato Duarte e outros. A
seca é para ser cuidada fora da seca; não na emergência da seca. Dissemos isso
em 1971. Quem conhece trabalhos assim?
Abraços,
Clóvis.
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