MEIO AMBIENTE - Investimento anual de R$ 20 por
pessoa poderia sanar falta d’água no NE, diz professor.
O professor e pesquisador da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) João Abner Guimarães Júnior
defendeu ontem a implementação de uma espécie de programa “Água para Todos”,
nos moldes do atual “Luz para Todos”, para resolver o problema de abastecimento
de água no Nordeste. Doutor em Recursos Hídricos, Abner ressaltou que, com
investimento de R$ 20 por pessoa ao ano, pode ser sustentada uma grande rede de
abastecimento na região.
http://www.camara.gov.br/internet/jornalcamara/default.asp?selecao=materia&codMat=76860&codjor=
Lara Haje
O pesquisador participou de audiência pública, na
Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, sobre a seca que o
Nordeste brasileiro enfrenta – conforme os participantes, trata-se da pior
estiagem dos últimos 40 ou 50 anos. De acordo com o diretor da Secretaria
Nacional da Defesa Civil do Ministério da Integração Nacional, Rafael Schadeck,
mais de 10 milhões de pessoas em 1.317 municípios estão sendo atingidas pela
falta de chuvas no Nordeste.
Segundo Abner, existe, comprovadamente, bastante água no Nordeste Setentrional (região que engloba Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará). Na visão dele, o problema está no uso que é feito dessa água. “A seca é, sobretudo, um problema social. As políticas do governo são meramente paliativas ao longo de toda a história”, disse. O pesquisador propôs a adoção de uma política de desenvolvimento sustentável para o Nordeste.
O diretor do Ministério da Integração informou que existe um programa do governo, “Água para Todos no Semiárido”, por meio do qual já foram entregues, na região, mais de 181 mil cisternas (reservatório para armazenamento de águas da chuva). “Esse programa é baseado em soluções que funcionam bem na época da chuva, e não na época da seca”, contestou Abner.
Carro-pipa - O professor da UFRN defendeu ainda que a utilização de carros-pipa é o sistema mais precário de abastecimento de água que existe.
Na audiência, Rafael Schadeck, do Ministério da Integração Nacional, informou que a principal ação do governo para os municípios atingidos pela seca é justamente a “Operação Carro-Pipa”. “Não estamos dizendo que é o modelo mais correto, mas hoje é o meio que está levando água para quem precisa”, declarou.
Conforme o diretor do Ministério da Integração, o governo federal também já transferiu recursos para a recuperação de poços e para a chamada “bolsa estiagem” - auxílio emergencial financeiro, no valor de cinco parcelas de R$ 80. A bolsa já foi concedida para cerca de 835 mil famílias, ressaltou Schadeck. Além disso, de acordo com ele, o Executivo disponibiliza linha emergencial de crédito para recuperação dos produtores agrícolas em médio prazo.
Transposição - O professor João Abner criticou ainda o fato de as políticas do governo de combate estrutural à seca estarem centradas no polêmico projeto de transposição de águas do Rio São Francisco.
O presidente da comissão, deputado Sarney Filho (PV-MA), que solicitou o debate, também se manifestou contrariamente à transposição do Rio São Francisco. “A transposição pode ser não só de água, mas de doenças também”, afirmou. “O governo, que está gastando uma fortuna nessa obra, deveria cuidar da revitalização das águas do rio”, complementou.
O pesquisador João Suassuna, da Fundação Joaquim Nabuco, também é contrário à transposição. Segundo ele, com o empreendimento, a água do São Francisco chegará onde já é abundante. “O problema do abastecimento das populações difusas não será resolvido com o projeto”, salientou. Além disso, ele destacou que a qualidade da água do rio é péssima, imprópria até para o banho.
Segundo Abner, existe, comprovadamente, bastante água no Nordeste Setentrional (região que engloba Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará). Na visão dele, o problema está no uso que é feito dessa água. “A seca é, sobretudo, um problema social. As políticas do governo são meramente paliativas ao longo de toda a história”, disse. O pesquisador propôs a adoção de uma política de desenvolvimento sustentável para o Nordeste.
O diretor do Ministério da Integração informou que existe um programa do governo, “Água para Todos no Semiárido”, por meio do qual já foram entregues, na região, mais de 181 mil cisternas (reservatório para armazenamento de águas da chuva). “Esse programa é baseado em soluções que funcionam bem na época da chuva, e não na época da seca”, contestou Abner.
Carro-pipa - O professor da UFRN defendeu ainda que a utilização de carros-pipa é o sistema mais precário de abastecimento de água que existe.
Na audiência, Rafael Schadeck, do Ministério da Integração Nacional, informou que a principal ação do governo para os municípios atingidos pela seca é justamente a “Operação Carro-Pipa”. “Não estamos dizendo que é o modelo mais correto, mas hoje é o meio que está levando água para quem precisa”, declarou.
Conforme o diretor do Ministério da Integração, o governo federal também já transferiu recursos para a recuperação de poços e para a chamada “bolsa estiagem” - auxílio emergencial financeiro, no valor de cinco parcelas de R$ 80. A bolsa já foi concedida para cerca de 835 mil famílias, ressaltou Schadeck. Além disso, de acordo com ele, o Executivo disponibiliza linha emergencial de crédito para recuperação dos produtores agrícolas em médio prazo.
Transposição - O professor João Abner criticou ainda o fato de as políticas do governo de combate estrutural à seca estarem centradas no polêmico projeto de transposição de águas do Rio São Francisco.
O presidente da comissão, deputado Sarney Filho (PV-MA), que solicitou o debate, também se manifestou contrariamente à transposição do Rio São Francisco. “A transposição pode ser não só de água, mas de doenças também”, afirmou. “O governo, que está gastando uma fortuna nessa obra, deveria cuidar da revitalização das águas do rio”, complementou.
O pesquisador João Suassuna, da Fundação Joaquim Nabuco, também é contrário à transposição. Segundo ele, com o empreendimento, a água do São Francisco chegará onde já é abundante. “O problema do abastecimento das populações difusas não será resolvido com o projeto”, salientou. Além disso, ele destacou que a qualidade da água do rio é péssima, imprópria até para o banho.
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