'Lulas' e
'Dilmas'
RIO DE JANEIRO - Levantamento da Folha revelou que, dos 455.796 candidatos a prefeito
ou a vereador no próximo dia 7 de outubro, 117 apresentam-se aos eleitores como
"Lula" e 148 como "Dilma". Nada demais nisso se a maioria
desses "Lulas" for de Luízes na carteira de identidade. Lula é uma
corruptela frequente para Luiz, principalmente no Nordeste, e Dilma, percebe-se
agora, é um nome mais comum do que se pensava --muito mais comum.
O problema é se o "Lula" acoplado ao nome do candidato tiver sido um acréscimo recente, e nem sua família souber que ele é chamado assim nas rodas de cerveja ou de sinuca. Nesse caso, a marca Lula junto ao nome verdadeiro do candidato será de um sórdido oportunismo por parte deste, assim como uma prova de sua confiança na ignorância do eleitor. O que se pode esperar de um candidato, mesmo a vereador, que manifesta tal desprezo pela inteligência de quem vota nele?
Quanto à súbita multidão de Dilmas, não deve ser só coincidência. É possível que muitas tenham sido estimuladas a se candidatar apenas pelo fato de se chamar Dilma --como se isso pudesse induzir o eleitorado de Cafundó do Mato Dentro a acreditar que a mulher que eles veem diariamente na televisão, esbravejando com os ministros em Brasília, seja a mesma que promete resolver os seus problemas de esgoto ou do buraco na rua.
A Folha contabilizou os "Lulas" por partido, e não é surpresa constatar que a maioria é do PT --embora o partido que tem o Lula original, primeiro e único, devesse ser o maior interessado em impedir que cabeças de bagre usassem "Seu" santo nome em vão. Mas, enfim, ninguém pode ser proibido de se chamar Lula. Interessante é constatar que, no Brasil atual, há mais mulheres querendo ser Dilma --148-- do que homens tentando se passar por Lula --117.
E essa diferença tende a aumentar.
O problema é se o "Lula" acoplado ao nome do candidato tiver sido um acréscimo recente, e nem sua família souber que ele é chamado assim nas rodas de cerveja ou de sinuca. Nesse caso, a marca Lula junto ao nome verdadeiro do candidato será de um sórdido oportunismo por parte deste, assim como uma prova de sua confiança na ignorância do eleitor. O que se pode esperar de um candidato, mesmo a vereador, que manifesta tal desprezo pela inteligência de quem vota nele?
Quanto à súbita multidão de Dilmas, não deve ser só coincidência. É possível que muitas tenham sido estimuladas a se candidatar apenas pelo fato de se chamar Dilma --como se isso pudesse induzir o eleitorado de Cafundó do Mato Dentro a acreditar que a mulher que eles veem diariamente na televisão, esbravejando com os ministros em Brasília, seja a mesma que promete resolver os seus problemas de esgoto ou do buraco na rua.
A Folha contabilizou os "Lulas" por partido, e não é surpresa constatar que a maioria é do PT --embora o partido que tem o Lula original, primeiro e único, devesse ser o maior interessado em impedir que cabeças de bagre usassem "Seu" santo nome em vão. Mas, enfim, ninguém pode ser proibido de se chamar Lula. Interessante é constatar que, no Brasil atual, há mais mulheres querendo ser Dilma --148-- do que homens tentando se passar por Lula --117.
E essa diferença tende a aumentar.
José Antonio Dias Toffoli: o réu que virou juiz
Por Mário Sérgio Guerreiro.
Nome: José Antonio
Dias Toffoli. Profissão (atual): Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Idade: 41 anos (em 2012). Formado pela USP como bacharel em Direito.
Livros de
reconhecido valor jurídico: se os escreveu, nunca os publicou. Escreveu e publicou
apenas dois artigos. Pós-Graduação latu sensu: nunca fez. Mestrado: nunca fez.
Doutorado: também não fez.
Mas teve o inegável
mérito de não dizer que os fez em seu curriculum na Internet, diferentemente de
Dilma e Mercadante, que colocaram em seus curriculi que eram Doutores em
Economia, tendo sido desmentidos prontamente pelo CNPq e pela UNICAMP.
Reprovado em
concursos para juiz estadual em São Paulo, Toffoli abriu um escritório de
advocacia e começou a atuar em movimentos populares. E foi justamente aí que
começou seu caminho para a glória, como tantos outros neste País…
Em sua militância,
aproximou-se do deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP) e deu o grande salto
na carreira ao unir-se ao PT. Aproximou-se de Lula e José Dirceu, que o
escolheram para ser o advogado das campanhas 1998, 2002 e 2006.
Com a vitória de
Lula, foi nomeado Subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, então comandada
por José Dirceu.
Com a queda do
chefe, pediu demissão e voltou à banca privada. Longe do governo, trabalhou na
campanha para a reeleição de Lula, serviço que lhe rendeu 1 milhão de reais em
honorários. No segundo mandato, voltou ao governo como chefe da Advocacia-Geral
da União.
Toffoli é duas
vezes réu! Ele foi condenado pela Justiça em dois processos que correm em
primeira instância no estado do Amapá. Em termos solenemente pesados, a
sentença mais recente manda Toffoli devolver aos cofres públicos a quantia de
R$700.000,00 (setecentos mil reais) – dinheiro recebido “indevidamente e
imoralmente” por contratos “absolutamente ilegais”, celebrados entre seu
escritório e o governo do Amapá.
Um dos empecilhos
mais incontornáveis para ele é sua visceral ligação com o PT, especialmente com
o ex-ministro José Dirceu acusado de chefe da quadrilha do mensalão.
De todos os oito
ministros indicados por Lula para o Supremo, Toffoli é o que tem mais
proximidade política e ideológica com o presidente e o partido. Sua carreira
confunde-se com a trajetória de militante petista. E esta simbiose foi, ao
fundo e ao cabo, a única justificativa para encaminhá-lo ao Supremo.
No dia 23/10/2009
ocorreu a posse de Dias Toffoli como ministro do STF (indicado pelo Presidente
Lula). Algumas atividades como Ministro do STF: Ao longo de oito meses no STF
ele participou de julgamentos polêmicos e adotou posturas isoladas.
Em março, foi o
único entre dez ministros que votou favoravelmente ao pedido de habeas corpus
para libertar José Roberto Arruda (Dem-DF), ex-governador do Distrito Federal.
Em maio, votou pela absolvição do deputado federal Zé Gerardo (PMDB-CE),
primeiro parlamentar condenado pelo Supremo desde a Constituição de 1988 (o
julgamento acabou em 7 a 3).
Duas semanas
depois, indeferiu um pedido de liminar em habeas corpus em favor do jornalista
Diogo Mainardi, em processo no qual foi condenado por calúnia e difamação.
Mainardi é crítico
da gestão petista e de Lula. Está morando atualmente em Veneza, devido a
ameaças de morte que recebeu. Mas participa do programa Manhattan Connection,
transmitido de Nova Iorque, juntamente com outros jornalistas, num canal da TV
a cabo.
Talvez o mesmo
motivo que levou Olavo de Carvalho, autor de O Imbecil Coletivo (Rio de
Janeiro, Faculdade da Cidade Editora), a passar a morar nos EEUU. Esperamos
ardentemente que os próximos não sejam dois outros impiedosos críticos do
status quo:
O jornalista e
escritor Leandro Narloch, autor de Guia Politicamente Incorreto da História do
Brasil (São Paulo, Editora Leya) e Luiz Felipe Pondé, professor de Filosofia da
USP e autor de Guia Politicamente Incorreto da Filosofia (São Paulo, Editora
Leya). Ambos os livros em primeiro lugar no ranking dos best-sellers no
Brasil.]
Toffoli, que também
é ministro-substituto do Tribunal Superior Eleitoral, pediu vista de um dos
processos por propaganda eleitoral antecipada contra Lula e a presidente pelo
PT, Dilma Rousseff. O julgamento avaliava um recurso contra uma decisão que
multou os dois, nos valores de R$ 10 mil e R$ 5 mil, respectivamente, e que foi
determinada pelo ministro Henrique Neves no dia 21 de maio.
Esse foi o breve
curriculum recebido por mim. Não quero fazer comentários, mas acho que é a
primeira vez em todo o mundo que um réu condenado na primeira instância da
Justiça é escolhido, pelo Presidente do país, como juiz da última instância.
Como é certo que o
advogado de Toffoli recorrerá até seus dois processos chegarem ao STF,
esperamos sinceramente que ele alegue impedimento de atuar num julgamento em
que, caso atuasse, estaria desempenhando, ao mesmo tempo, os distintos e
incompatíveis papéis de juiz e de réu.
* Mário Guerreiro é doutor em Filosofia pela
UFRJ. Professor Adjunto IV do Depto. de Filosofia da UFRJ. Membro Fundador da
Sociedade Brasileira de Análise Filosófica. Membro Fundador da Sociedade de
Economia Personalista. Membro do Instituto Liberal do Rio de Janeiro e da
Sociedade de Estudos Filosóficos e Interdisciplinares da UniverCidade.
Fonte: Jornal da Mídia
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