Atraso nas obras da transposição do São
Francisco castiga os nordestinos.
Ministério da Integração diz que
obras devem ser concluídas em 2015. Em Floresta, PE, não há sequer contrato com
construtora.
Assistam a matéria AQUI
Com o atraso e a paralisação de alguns trechos
das obras de transposição do Rio São Francisco, agricultores estão revoltados.
Castigados pela seca, eles contavam com a conclusão do canal de transposição
para aliviar o sofrimento provocado pela falta de chuva. Sem emprego, com fome,
sede e família para sustentar, a esperança que traziam consigo parece se esvair
aos poucos, como mostrou reportagem no NETV 2ª Edição. Por sua vez, o
Ministério da Integração Nacional informou que deve realizar novas licitações
para a transposição ainda neste ano. Ainda de acordo com o Ministério, a meta é
concluir as obras até 2015.
De acordo com o balanço mais recente do Ministério da Integração, até agora as obras avançaram 43%. Elas deveriam estar em andamento em nove lotes, mas estão estagnadas em quatro. No lote nove, por exemplo, no município pernambucano de Floresta, não há sequer contrato em vigor com uma construtora, para que o serviço seja feito.
De acordo com o balanço mais recente do Ministério da Integração, até agora as obras avançaram 43%. Elas deveriam estar em andamento em nove lotes, mas estão estagnadas em quatro. No lote nove, por exemplo, no município pernambucano de Floresta, não há sequer contrato em vigor com uma construtora, para que o serviço seja feito.
Um dos desempregados à espera de mudanças, Paulo
Bezerra da Silva operava uma das motoniveladoras da transposição: “Não trabalho
porque a obra parou, as firma parou e a gente ficou desempregado. E a situação
é essa, acudindo o povo, que tem sede”.
A obra, que salvaria 12 milhões de nordestinos da miséria imposta pela falta de chuva, foi iniciada em agosto de 2007. Concluída, contornaria a estiagem típica da região, levando água a quase 400 municípios de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. A água do rio passaria por dois canais de concreto que cortariam uma das áreas mais pobres do Brasil.
No município pernambucano de Sertânia, que possui 34 mil habitantes, a terra cavada está abandonada, assim como os canteiros de obras. Em alguns deles, as máquinas sequer foram retiradas das caixas.
No sítio Barreiro, 16 famílias formaram uma cooperativa para plantar frutas. Para irrigar a plantação, tiravam a água de um açude, construído há cerca de 40 anos. Hoje, a área onde nunca faltava água está seca. “O que ocorreu aí foi uma falta de consciência do que estavam fazendo. Através das explosões, que ficavam muito próximas ao canal, então a detonação abriu uma fenda no subsolo e a água desce todinha, vai todinha para o canal”, desabafou o agricultor Fernando Ferreira Leite.
A obra, que salvaria 12 milhões de nordestinos da miséria imposta pela falta de chuva, foi iniciada em agosto de 2007. Concluída, contornaria a estiagem típica da região, levando água a quase 400 municípios de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. A água do rio passaria por dois canais de concreto que cortariam uma das áreas mais pobres do Brasil.
No município pernambucano de Sertânia, que possui 34 mil habitantes, a terra cavada está abandonada, assim como os canteiros de obras. Em alguns deles, as máquinas sequer foram retiradas das caixas.
No sítio Barreiro, 16 famílias formaram uma cooperativa para plantar frutas. Para irrigar a plantação, tiravam a água de um açude, construído há cerca de 40 anos. Hoje, a área onde nunca faltava água está seca. “O que ocorreu aí foi uma falta de consciência do que estavam fazendo. Através das explosões, que ficavam muito próximas ao canal, então a detonação abriu uma fenda no subsolo e a água desce todinha, vai todinha para o canal”, desabafou o agricultor Fernando Ferreira Leite.
Lotes
No décimo lote, que consta como “em andamento”, é possível percorrer quilômetros sem encontrar funcionários ou máquinas. O serviço parou quando havia passado um pouco da metade, e as construtoras foram embora há aproximadamente três meses.
No décimo lote, que consta como “em andamento”, é possível percorrer quilômetros sem encontrar funcionários ou máquinas. O serviço parou quando havia passado um pouco da metade, e as construtoras foram embora há aproximadamente três meses.
A única parte concluída é o canal de aproximação,
em Cabrobó. O Exército foi o responsável por abrir este trecho, que vai receber
primeiro a água do Rio São Francisco, distribuindo-a para todo o eixo norte, de
402 quilômetros. O canal do eixo leste, que terá 220 quilômetros, começa no
município de Floresta.
A obra neste local avança sobre o Lago de Itaparica, para alcançar a parte mais profunda do reservatório. Até então, somente um trecho de aterro separa a água, tão necessária para os nordestinos, do canal da transposição.
A obra neste local avança sobre o Lago de Itaparica, para alcançar a parte mais profunda do reservatório. Até então, somente um trecho de aterro separa a água, tão necessária para os nordestinos, do canal da transposição.
Foi o Exército que ficou também com a parte mais
próxima ao lago, que está quase concluída. Nessa área trabalham operários dos
consórcios contratados pelo Ministério. E que erguem, inclusive, a estação que
vai bombear a água, necessária para vencer os desníveis do solo. De acordo com
os planos, outras seis estações deverão ser erguidas.
Também em Floresta, a barragem de Areias está
perto de ser concluída. Aqui, onde os animais vinham para matar a sede, resta
apenas um poço cheio de lama, onde poucos peixes lutam pela vida. Enquanto o
tempo passa e as obras não avançam, morrem peixes, gado, plantas e, aos poucos,
a esperança do povo.
Sobre o assunto:
Construção
para salvar 12 milhões de nordestinos da falta de chuva começou em agosto de
2007. Pela previsão inicial, até o fim de 2012 a transposição estaria
concluída. 09/11/2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário