TEMOS CONSIDERÁVEL RESERVA DE ÁGUA DOCE, MAS MAL DISTRIBUÍDA.
Brasil detém 12% da água do planeta, mas recurso está mal
distribuído.
11/06/2012
http://sosriosdobrasil.blogspot.com.br/2012/06/temos-consideravel-reserva-de-agua-doce.html
O Brasil está em uma situação
confortável em relação à disponibilidade de recursos hídricos comparado a
outros países, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA). O documento Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil 2012,
divulgado nesta segunda-feira (4), em Brasília, revelou que o volume de água no
país representa 12% da disponibilidade do planeta. Mas o mesmo documento alerta
que o aparente conforto convive com a distribuição desigual desses recursos.
O levantamento mostrou que mais de 80% da disponibilidade hídrica está
concentrada na região hidrográfica amazônica. “O Brasil tem uma grande reserva
de água doce, mas a distribuição é bastante desigual. Em algumas regiões, há um
potencial hídrico muito grande, enquanto em outras regiões você tem até a falta
de água”, disse o diretor-presidente da ANA, Vicente Andreu.Os reservatórios artificiais são apontados pelos técnicos da ANA como elementos estratégicos para equacionar essas concentrações. “Esse é um dos principais assuntos que vamos tratar na Rio+20. Em relação ao aumento da preservação, queremos rediscutir se reservatórios só têm impactos negativos. Evidentemente que os reservatórios têm impactos ambientais e sociais significativos, mas podem ser instrumentos eficazes no controle de inundações e na oferta de água”, acrescentou Andreu.
Pelas contas da agência reguladora do setor, o Brasil possui 3,6 mil metros
cúbicos de volume armazenado em reservatórios, por habitante. O número é
superior ao apresentado em vários continentes. Na Europa, por exemplo, a
relação de recursos hídricos armazenados por habitante é da ordem de 1,4 mil
metros cúbicos. Na América Latina e no Caribe, é 836 metros cúbicos por
habitante.
Em 2011, açudes considerados importantes nessa relação, no Brasil, como os da
Região Nordeste do país, que têm a função de acumular água em períodos úmidos
para garantir o recurso durante as secas, apresentaram acréscimos de 9% no
volume armazenado em relação a 2010. A média de estoque na região tem se
mantido em torno de 68%. Mas quando os técnicos avaliaram os cenários em cada
estado, constataram, por exemplo, que, na Bahia, os valores estocados estão
abaixo da média de região, com 42% do volume.
A agricultura, com cultivos irrigados se mantém na liderança do consumo desses
recursos. O estudo da ANA mostrou que 54% da retirada de águas são promovidos
pela atividade agrícola. De acordo com os técnicos da agência, essa parcela
ganha ainda mais importância com o crescimento da área irrigável no país que,
segundo os dados, responde hoje por 5,4 milhões de hectares (20% a mais do que
a área apontada no censo agropecuário de 2006).
O que precisamos é combinar as políticas, para que a expansão agrícola,
principalmente a das culturas irrigadas, aconteça em locais onde os solos e a
disponibilidade de água seja adequada. Há estatística de que a agricultura
irrigada com produtividade, para determinadas produções, aumenta em até quatro
vezes. Com isso, você pode evitar a expansão da agricultura para outras áreas
como as de biomas mais sensíveis e evitar conflitos do uso da água”, explicou
Andreu.Recursos em boas condições
Os recursos hídricos no Brasil
apresentaram boas condições em 75% de quase 2 mil pontos de monitoramento de
recursos hídricos acompanhados pela Agência Nacional de Águas (ANA). De acordo
com o documento de conjuntura apresentado nesta segunda-feira (4), pela agência
reguladora do setor, apenas 6% dos pontos monitorados mostraram água em ótimas
condições. Em 1% deles, os recursos hídricos estavam em péssimas condições.
O relatório Conjuntura dos Recursos Hídricos é elaborado desde 2001. A cada
ano, o estudo é atualizado e informações sobre novos pontos de monitoramento
vão sendo acrescidas. Considerando apenas os pontos analisados desde o início
da série histórica, a conclusão é a de que em 86% dos locais monitorados, a
situação manteve-se estável, enquanto em 7% os recursos hídricos pioraram e em
outros 7% a qualidade da água melhorou. Fonte: AGÊNCIA BRASIL
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