Em
Pernambuco, seca provoca retirada de animais em massa.
Somente
no município de Serrita, mais de oito mil bois já foram transferidos para
outros pastos.
29/05/2012
Em Pernambuco, está ocorrendo uma retirada em
massa de rebanhos que, sem água e comida, vão embora para pastos em outros
estados.
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No século passado, a seca expulsava famílias
inteiras, que partiam em busca da sobrevivência longe do Nordeste. A estiagem,
que hoje não é capaz de provocar tamanho êxodo humano, ainda é um fardo para os
animais. Em Pernambuco, está ocorrendo uma retirada em massa de rebanhos que,
sem água e comida, vão embora para pastos em outros estados, conforme revela a
reportagem da versão impressa do Diario de Pernambuco desta quarta-feira.
Um dos municípios que mais tem mandado bovinos para
fora do estado é Serrita, no Sertão, cidade onde é celebrada a Missa do
Vaqueiro. Segundo a Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária (Adagro),
saíram de lá 8.086 bois e vacas com destino ao Maranhão e Pará, entre janeiro e
o dia 20 de maio deste ano. Todos para se salvar da seca.
Os
modelos de negociação variam de acordo com o bolso do criador. Os que têm mais
dinheiro estão alugando um pasto que é usado pelos animais até que as chuvas
voltem ao semiárido. Outros estão dando a metade do rebanho como pagamento pela
forragem e devem receber a outra metade de volta quando a seca passar ou apenas
os garrotes que nascerem no período.
Abate - Quem não tem como socorrer o gado e não quer ver os
animais morrerem de fome e sede está apelando para os matadouros. Como a
maioria está magra e doente, a cabeça chega a ser negociada até pela metade do
preço. Quem trabalha com a venda de carne reclama que a qualidade do produto
caiu nos últimos meses.
"Carne gorda já é quase uma raridade. E o preço só faz subir. Se está ruim agora, a tendência é ficar ainda pior", acredita o comerciante João Bosco Alves da Cruz, 48 anos, que tem um açougue no Centro de Salgueiro, no Sertão.
A seca atinge não apenas o gado de corte, mas também o produtor de leite. Em Itaíba, um dos principais municípios da bacia leiteira do estado, 1.609 bois e vacas foram levados para o Pará, o Ceará, o Maranhão, Alagoas e Piauí, para reprodução e engorda. Até agora, mais de 70 mil cabeças de gado saíram do estado por conta da estiagem.
O secretário de Agricultura e Reforma Agrária, Ranilson Ramos, revela que o governo do estado está preocupado em tentar mater, pelo menos, os bovinos da bacia leiteira, que é uma das atividades produtivas mais fortes do interior. "Temos 500 mil vacas em lactação e nossa grande meta é protegê-las", conta. A disponibilização de ração gratuita e a criação de poços artesianos estão entre as medidas anunciadas pelo estado para socorrer o gado.
"Carne gorda já é quase uma raridade. E o preço só faz subir. Se está ruim agora, a tendência é ficar ainda pior", acredita o comerciante João Bosco Alves da Cruz, 48 anos, que tem um açougue no Centro de Salgueiro, no Sertão.
A seca atinge não apenas o gado de corte, mas também o produtor de leite. Em Itaíba, um dos principais municípios da bacia leiteira do estado, 1.609 bois e vacas foram levados para o Pará, o Ceará, o Maranhão, Alagoas e Piauí, para reprodução e engorda. Até agora, mais de 70 mil cabeças de gado saíram do estado por conta da estiagem.
O secretário de Agricultura e Reforma Agrária, Ranilson Ramos, revela que o governo do estado está preocupado em tentar mater, pelo menos, os bovinos da bacia leiteira, que é uma das atividades produtivas mais fortes do interior. "Temos 500 mil vacas em lactação e nossa grande meta é protegê-las", conta. A disponibilização de ração gratuita e a criação de poços artesianos estão entre as medidas anunciadas pelo estado para socorrer o gado.
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