Mudanças climáticas deixaram 1,3 milhão de mortos em 20 anos, diz ONU
O Unisdr (Escritório das Nações
Unidas para a Redução de Riscos de Desastres) criticou a falta de ação dos
Estados-membros da ONU para prevenir tragédias causadas pelas mudanças climáticas,
que afetaram 4,4 bilhões de pessoas -mais da metade da população mundial- nos
últimos 20 anos.
14/06/2012
Segundo o levantamento do organismo, desde 1992,
desastres naturais como enchentes, furacões, secas e terremotos deixaram um
saldo de 1,3 milhão de mortos e um prejuízo de cerca de US$ 2 trilhões em todo
o mundo.
Para a representante especial da ONU para o tema,
Margareta Wahlström, no entanto, um maior comprometimento dos governos poderia
ter evitado resultados tão catastróficos. "Os números falam por si só. E
são surpreendentes se você considerar o que isso significa em termos de oportunidades
perdidas, vidas destroçadas, casas perdidas, escolas e unidades de saúde
destruídas, perdas culturais", disse Wahlström.
Metas
A crítica foi feita na quarta-feira (13), no dia
da abertura da Rio+20. O Unisdr defende que a conferência "introduza metas
realísticas de desenvolvimento sustentável", que considerem a redução de
riscos de desastres ambientais.
"Não podemos imaginar que exista um novo
marco para o desenvolvimento sustentável sem falar em como evitar
desastres", disse o chefe do Unisdr para as Américas, Ricardo Mena.
"Não podemos continuar fazendo ordenamentos territoriais, manejo de bacias
e projetos de desenvolvimento urbano sem pensar na sensibilidade aos
riscos", acrescentou.
Mena destaca que todos os Estados-membros da ONU
assinaram, em 2005, o Marco de Ação de Hyogo, que prevê a identificação e a
redução dos riscos de desastres, a educação da população para criar uma cultura
de segurança e a preparação para uma resposta eficaz a tragédias ambientais.
"Se não aplicarmos o que foi acordado, vamos continuar vulneráveis a essas
ameaças", disse.
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