Contra
estiagem, governo baiano quer "fabricar" chuva.
O governo
baiano pretende "fabricar" chuva para amenizar os efeitos da
prolongada estiagem no Estado, que deixa 238 dos 417 municípios em situação de
emergência e afeta, segundo a administração estadual, 2,7 milhões de pessoas.
Segundo a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), os prejuízos
causados pela seca, considerada a maior no Estado nos últimos 47 anos,
ultrapassam R$ 100 milhões.
16/05/2012
TIAGO
DÉCIMO - Agência Estado
A Secretaria de Agricultura, Irrigação e Reforma
Agrária (Seagri) está finalizando os estudos, junto com o Instituto do Meio
Ambiente e Recursos Hídricos do Estado (Inema), para o início da operação de
indução de chuvas nas áreas mais castigadas pela seca, as regiões de Irecê, na
Chapada Diamantina, e de Vitória da Conquista, no sudoeste baiano.
A tecnologia para a "fabricação" de chuva
consiste em pulverizar, com uso de aviões, água potável em nuvens que estejam
nas regiões, tornando-as mais densas e propensas à precipitação. Segundo a
Seagri, o procedimento, criado no Brasil, não agride o meio ambiente e, além de
diminuir problemas de abastecimento, ajuda na recuperação de nascentes. A
técnica já vem sendo adotada, nos últimos anos, em fazendas particulares que
atravessam problemas pontuais de fornecimento de água, com bons resultados.
De acordo com o secretário Eduardo Salles, a ideia
é iniciar a operação com um projeto-piloto nas duas regiões, ao custo de R$ 200
mil. A empresa ModClima está sendo contratada para realizar 12 horas de voos
nas áreas. Caso a experiência tenha sucesso, o uso da tecnologia será ampliado
para outras regiões do Estado.
Salles, porém, adverte que esta não é a época ideal
para realizar o procedimento, porque há poucas nuvens nas regiões atingidas. A
expectativa de haver chuva nas regiões afetadas com a adoção da tecnologia não
passa de 40%. "Não queremos criar falsa expectativa, mas é uma experiência
que não podemos deixar de fazer", justifica o gestor. "Neste momento,
é importante tentar todas as alternativas possíveis".
Vitória da Conquista, terceiro município mais
populoso da Bahia, com 310 mil habitantes, enfrenta, desde terça-feira),
racionamento no fornecimento de água por causa da prolongada estiagem - há seis
meses não chove consistentemente na região. A Barragem de Água Fria, que
abastece a cidade, opera com a metade da capacidade e pode ficar seca até
setembro, caso não volte a chover.
Para tentar garantir a manutenção do fornecimento
de água, a Empresa Baiana de Águas de Saneamento (Embasa) iniciou um
procedimento de interrupção intercalada de fornecimento, no qual metade da
cidade recebe água por dois dias, depois fica dois sem receber, enquanto a
outra metade é abastecida. Com o procedimento, a Embasa espera prolongar a
capacidade de fornecimento da barragem até novembro.
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COMENTÁRIOS
As nuvens que trazem chuvas para o Semiárido são as
de formação Cumulos nimbos. Apenas lembraria aos desavisados que as
nucleações das nuvens, para a ocorrência de chuvas artificiais, só são
possíveis, com a existência de C. nimbos no firmamento. Nesse sentido
lembraria que, em época de estiagem no Nordeste, a ocorrência desse tipo de
formação é muito difícil. O céu normalmente se apresenta azul, com nebulosidade
baixíssima. Portanto, nuclear o quê, se existem poucas nuvens no firmamento???
A atividade de nucleação de nuvens não é prática nova no Nordeste, e as que
foram realizadas, normalmente, vieram acompanhadas de baixa eficiência, dada a
insuficiência de nuvens no período de estiagem. João Suassuna
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