Regiões do país podem enfrentar colapso hídrico até 2015.
A mais dramática seca dos últimos
30 anos, que atinge os nove estados nordestinos e o norte de Minas Gerais, já
levou mais de 900 municípios a terem a situação de emergência reconhecida pelo
Ministério da Integração Nacional e um prejuízo de estimados R$ 12 bilhões ao
Produto Interno Bruto agropecuário. O fenômeno climático, tradicional da
região, custou - de janeiro a junho deste ano - R$ 3,5 bilhões aos cofres
públicos brasileiros e ainda deve consumir mais verbas. Todos os danos
registrados até agora ocorreram no que deveria ser a estação das chuvas na
região. A época oficial de estiagem começou no início de junho e se prolonga
até o fim do ano.
10/06/2012
Paula Filizola
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica-brasil-economia/33,65,33,12/2012/06/10/interna_brasil,306437/regioes-do-pais-podem-enfrentar-colapso-hidrico-ate-2015.shtml
Os R$ 3,5 bi correspondem a cerca de um quarto do
total do projeto de transposição do Rio São Francisco, que pode custar mais de
R$ 12 bilhões. Em cinco anos de obras, o valor já aumentou 77%. Do total
repassado pelo governo para atenuar os efeitos da estiagem, quase R$ 191
milhões foram repassados para ações específicas de assistência nesses estados
afetados (veja tabela), além de mais de R$ 300 milhões do Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome para construção de cisternas. No
entanto, esse montante equivale somente a ações de enfrentamento a curto prazo
da situação no local, com medidas como abastecimento de água por meio de
carros-pipa, liberação de crédito extraordinário, seguro-safra, bolsa-estiagem,
que ilustram a política de compensação e improviso da chamada "indústria
da seca".
Apesar de ser uma ajuda essencial em se tratando
da sobrevivência da população do semiárido brasileiro, o valor salta aos olhos,
principalmente porque contempla somente providências estritamente emergenciais.
A avaliação de especialistas é de que é possível criar uma infraestrutura adequada
e sustentável a longo prazo, dentro da lógica de convivência com o semiárido,
com um investimento bem mais razóavel.
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