Plantio em garrafas pet produz ração em 15 dias.
Quantidade de ração feita em apenas
um canteiro é suficiente para alimentar em um dia o total de 50 cabeças de
caprinos.
Campina Grande - A hidroponia do milho, técnica de plantio
sustentável que não utiliza solo e pode ser feita em canteiros feitos com garrafas
‘pet’, é uma das alternativas dos produtores rurais para driblar a seca. Um
canteiro de 5m x 1m produz até 150 quilos de ração
animal no período de 15 dias. Utilizando materiais como lona,
madeira e bagaço, o quilo da ração é finalizado com custo
médio de R$ 0,25 para o produtor rural. A medida é apontada pela Emater-PB como
uma ação emergencial para atenuar os efeitos da estiagem.
A técnica de origem alemã produz uma quantidade
suficiente para complementar a alimentação de até seis cabeças de gado por dia.
“Em todo o Cariri e Curimataú é viável realizar essa técnica. É uma medida
emergencial, porque se o agricultor se depara com uma situação de seca, essa
técnica produz um tipo de ração complementar
barata, eficaz, mas que deve ser dada junto com a palma, com o bagaço de
capim”, declarou o assessor técnico da Emater, Tarcísio da Costa Ramos. O custo
total de produção é de R$ 37,50 a cada 150 quilos.
A quantidade de ração feita em apenas um canteiro é suficiente
para alimentar em um dia o total de 50 cabeças de caprinos. “Em relação às
aves, o uso pode ser feito diretamente, sem precisar de uma alimentação
complementar e a vantagem é que é uma ração que rende muito”,
declarou. Os interessados podem buscar ajuda e orientação nos escritórios
regionais da Emater e, no caso dos produtores do Cariri e Curimataú, entrar em
contato com eles pro meio do telefone (83) 3331-3627.
Como montar
Segundo o técnico da Emater, as sementes são plantadas em bagaço de
cana ou casca de arroz (que substituem o solo) e recebem uma solução nutritiva balanceada. “É bastante simples,
é preciso ter água e milho, de índice germinativo alto. O substrato, que vai
substituir o solo, até o ‘capim-elefante’ moído ou outros tipos de palha, que é
colocado em uma lona impermeável de dupla face”, explicou.
O canteiro do plantio pode ser feito com tijolos,
madeira ou garrafas pet. “Depois de montado o canteiro, o
produtor coloca uma camada de 3cm de um dos substratos escolhidos por ele,
molha bem e depois pega o milho em uma quantidade de 12,5kg por canteiro de 5m
x 1m. Antes é importante colocar o milho de 24 a 36 horas de molho na água.
Isso vai acelerar o processo de germinação”, ensina.
Após essa etapa, o milho é colocado no canteiro e coberto com uma
camada de bagaços. “A quantidade de água para aguar é de 30 litros de água por
dia, sendo quatro turnos de rega. Nos três primeiros dias o
produtor vai aguar somente com água normal. Após esse tempo, se usa água e uma
solução nutritiva com biofertilizante, em vezes intercaladas: às 7h, às 10h, às
14h e às 17h”, disse Tarcísio.
ver notícia completa em: interjornal.noticias
COMENTÁRIOS
João Suassuna - Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, Recife
As soluções de caráter hídrico, nos
limites do Semiárido, precisam ser tratadas com mais cuidado. Lembro que, nesse
caso, o uso da água para a produção de ração animal, está sendo demandado, em
uma região onde não se resolveu, ainda, o problema do consumo de água para beber.
Pensemnisso!
Ruben Siqueira - CPT/Bahia.
Caro companheiro João Suassuna,
Acho as iniciativas tecnológicas
voltadas para a questão do 'stress hídrico' do semiárido importantes, em geral.
Mas tenho, pelo menos, dois
problemas, com este tipo aí apresentado:
1o - hidroponia para poupar a terra que reconcentra no
semiárido?
2o - hidroponia para demandar
rações à base de biofertilizantes a serem adquiridos no comércio, produzido por
agroindústrias, dominadas crescentemente pelas transnacionais, comprometendo,
pela superexploração, solos e águas?
A experiência do semiárido chinês
me parece mais promissora:
abraços,
Ruben Siqueira.
por João
Suassuna — Última modificação 06/05/2013 14:57
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