quinta-feira, 16 de maio de 2013


Plantio em garrafas pet produz ração em 15 dias.


Quantidade de ração feita em apenas um canteiro é suficiente para alimentar em um dia o total de 50 cabeças de caprinos.

Campina Grande - A hidroponia do milho, técnica de plantio sustentável que não utiliza solo e pode ser feita em canteiros feitos com garrafas ‘pet’, é uma das alternativas dos produtores rurais para driblar a seca. Um canteiro de 5m x 1m produz até 150 quilos de ração animal no período de 15 dias. Utilizando materiais como lona, madeira e bagaço, o quilo da ração é finalizado com custo médio de R$ 0,25 para o produtor rural. A medida é apontada pela Emater-PB como uma ação emergencial para atenuar os efeitos da estiagem.

A técnica de origem alemã produz uma quantidade suficiente para complementar a alimentação de até seis cabeças de gado por dia. “Em todo o Cariri e Curimataú é viável realizar essa técnica. É uma medida emergencial, porque se o agricultor se depara com uma situação de seca, essa técnica produz um tipo de ração complementar barata, eficaz, mas que deve ser dada junto com a palma, com o bagaço de capim”, declarou o assessor técnico da Emater, Tarcísio da Costa Ramos. O custo total de produção é de R$ 37,50 a cada 150 quilos.

A quantidade de ração feita em apenas um canteiro é suficiente para alimentar em um dia o total de 50 cabeças de caprinos. “Em relação às aves, o uso pode ser feito diretamente, sem precisar de uma alimentação complementar e a vantagem é que é uma ração que rende muito”, declarou. Os interessados podem buscar ajuda e orientação nos escritórios regionais da Emater e, no caso dos produtores do Cariri e Curimataú, entrar em contato com eles pro meio do telefone (83) 3331-3627.

Como montar

Segundo o técnico da Emater, as sementes são plantadas em bagaço de cana ou casca de arroz (que substituem o solo) e recebem uma solução nutritiva balanceada. “É bastante simples, é preciso ter água e milho, de índice germinativo alto. O substrato, que vai substituir o solo, até o ‘capim-elefante’ moído ou outros tipos de palha, que é colocado em uma lona impermeável de dupla face”, explicou.

O canteiro do plantio pode ser feito com tijolos, madeira ou garrafas pet. “Depois de montado o canteiro, o produtor coloca uma camada de 3cm de um dos substratos escolhidos por ele, molha bem e depois pega o milho em uma quantidade de 12,5kg por canteiro de 5m x 1m. Antes é importante colocar o milho de 24 a 36 horas de molho na água. Isso vai acelerar o processo de germinação”, ensina.

Após essa etapa, o milho é colocado no canteiro e coberto com uma camada de bagaços. “A quantidade de água para aguar é de 30 litros de água por dia, sendo quatro turnos de rega. Nos três primeiros dias o produtor vai aguar somente com água normal. Após esse tempo, se usa água e uma solução nutritiva com biofertilizante, em vezes intercaladas: às 7h, às 10h, às 14h e às 17h”, disse Tarcísio.

 ver notícia completa em: interjornal.noticias

COMENTÁRIOS

João Suassuna - Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, Recife

As soluções de caráter hídrico, nos limites do Semiárido, precisam ser tratadas com mais cuidado. Lembro que, nesse caso, o uso da água para a produção de ração animal, está sendo demandado, em uma região onde não se resolveu, ainda, o problema do consumo de água para beber.

Pensemnisso!

Ruben Siqueira - CPT/Bahia.

Caro companheiro João Suassuna,

Acho as iniciativas tecnológicas voltadas para a questão do 'stress hídrico' do semiárido importantes, em geral.

Mas tenho, pelo menos, dois problemas, com este tipo aí apresentado:

1o - hidroponia para poupar a terra que reconcentra no semiárido?

2o - hidroponia para demandar rações à base de biofertilizantes a serem adquiridos no comércio, produzido por agroindústrias, dominadas crescentemente pelas transnacionais, comprometendo, pela superexploração, solos e águas?

A experiência do semiárido chinês me parece mais promissora:


abraços,

Ruben Siqueira.

por João Suassuna — Última modificação 06/05/2013 14:57

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