sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Situação volumétrica dos reservatórios das hidrelétricas da CHESF - 02/08/2013.



Estamos iniciando uma atividade semanal de informação, aos interessados, dos estágios em que se encontram os níveis de acumulações volumétricas dos principais reservatórios da Chesf, na bacia do rio São Francisco. No caso específico da região do Sub-médio São Francisco - local onde é gerada a maior parte da energia elétrica do Nordeste -, os reservatórios, principalmente o de Sobradinho, acumulam água no período de novembro a abril, para disponibilizarem os volumes acumulados, no processo de regularização das vazões do Velho Chico, no período de maio a outubro. Estamos no dia 02/08/2013, portanto, em período no qual os reservatórios estão numa fase de disponibilização volumétrica. Acompanhem a evolução desse processo, nos endereços abaixo, clicando no canal “Bacia do Rio São Francisco”.
02/08/2013
Reservatório            Data                 Afluência                Defluência                Volume
                                                           (m³/s)                     (m³/s)                   útil (%)
Sobradinho            31/07                    0840                       1686                     41,40
Itaparica                31/07                    1630                       1246                     26,80
Xingó*                   31/07                    1182                       1276                        -
* - Não há percentuais acumulatórios, tendo em vista o rio correr em seu leito, a fio d´água
 
26/07/2013
Reservatório            Data                 Afluência                Defluência                Volume
                                                           (m³/s)                     (m³/s)                   útil (%)
Sobradinho            22/07                    0910                       1605                     44,10
Itaparica                22/07                    1310                       1541                     27,30
Xingó*                   22/07                    1653                       1819                        -
* - Não há percentuais acumulatórios, tendo em vista o rio correr em seu leito, a fio d´água
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Fonte: Chesf
http://www.chesf.gov.br/portal/page/portal/chesf_portal/paginas/sistema_chesf/sistema_chesf_bacias/conteiner_bacias

Fonte: ANA
http://www2.ana.gov.br/Paginas/servicos/saladesituacao/default.aspx

É o Núcleo de Estudos e Articulação sobre o Semiárido (NESA), da Fundação Joaquim Nabuco, divulgando a realidade do Nordeste seco.
 
Sobre o assunto:
Comitê do São Francisco critica decisão do governo federal de reduzir a vazão do rio
http://www.remabrasil.org/Members/suassuna/campanhas/comite-do-sao-francisco-critica-decisao-do-governo-federal-de-reduzir-a-vazao-do-rio/view

COMENTÁRIOS
João Suassuna - Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, Recife
O problema da vazão média regularizada, de 2060 m³/s, do rio São Francisco:
Para o setor elétrico, a construção da represa de Sobradinho foi muito importante para a regularização da vazão do São Francisco, principalmente nos trechos do Submédio e do Baixo. Primeiramente, a vazão é dita “média regularizada ”. Isso significa dizer que durante o dia, o rio poderá estar correndo com várias leituras de vazões:  1.500, 1.800, 2.000, 2.100 m³/s, as quais irão depender da quantidade de energia que está sendo gerada  nas hidrelétricas do complexo Chesf. Quanto maior a quantidade de energia gerada, maior o valor da vazão lançada no rio pelas turbinas geradoras, em direção a sua foz. Nesse sentido, o importante é que, com a construção de Sobradinho, a Chesf conseguiu manter uma vazão regularizada média, a jusante da represa de Sobradinho, de cerca de 2.060 m³/s, ao final de cada dia.
O problema que está sendo verificado na atualidade é que essa vazão média regularizada do rio está caindo a níveis preocupantes. Determinações recentes de vazões realizadas na foz do rio têm demonstrado valores médios diários da ordem de  1.850 m³/s. A razão disso é que tem chovido frequentemente abaixo da média ao logo da bacia do rio, principalmente na região do Alto e do Médio São Francisco, somado ao uso indiscriminado das águas, com a irrigação praticada em áreas pertencentes aos seus principais aquíferos, o que tem resultado em baixas acumulações volumétricas em Sobradinho. Para compreensão do problema, no mês de março de 2013, a represa de Sobradinho, que deveria estar próxima ao nível de vertimento (sangria), para surpresa de todos, apresentava, apenas, uma acumulação de cerca de 37%. Isso obrigou as autoridades, à adoção de medidas urgentes para a recuperação da represa. E essas medidas passaram, necessariamente, pelo manejo das vazões que entram e que saem de Sobradinho, os chamados volumes afluentes e defluentes. No caso em questão, os volumes afluentes (os que entram na represa) teriam que ser maiores do que os defluentes (os volumes que saem da represa). Caso não se obedecesse a esse critério, Sobradinho jamais iria recuperar seu volume acumulado em patamares satisfatórios. Foi com essa estratégia adotada pela Chesf que se iniciou o lançamento, de Sobradinho, para o Submédio e Baixo São Francisco, de cerca de 1.100 m³/s, apenas. Essa baixa vazão, inclusive, vem contrariando determinações do IBAMA, que estipulou uma vazão mínima de 1.300 m³/s – a chamada vazão ecológica – a qual deveria, necessariamente, chegar à foz do rio. Ora, se estão lançando, de Sobradinho, cerca de 1.100 m³/s, uma vazão parecida com essa está chegando à sua foz. Isso tem preocupado os ribeirinhos, pelo fato de estar causando o “sumiço” do peixe e o aparecimento de bancos de areia no leito do rio, dificultando a navegação.

 
por João SuassunaÚltima modificação 02/08/2013 10:19

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