Consumo de energia cresce 6,3% no Nordeste em
setembro de 2012.
O consumo de energia em setembro
no Nordeste foi 6,3% maior em setembro do que há um ano e o subsistema Sul teve
aumento de 3,8%. Segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS), as taxas
elevadas refletem o bom desempenho econômico das duas regiões. Os dados foram
divulgados nesta segunda-feira, 8.
http://www.opovo.com.br/app/economia/2012/10/08/noticiaseconomia,2933387/consumo-de-energia-cresce-6-3-no-nordeste-em-setembro.shtml
No País, o crescimento do consumo foi de 3,5% em
relação ao mesmo período de 2011. Em agosto, a carga de energia enviada ao
Sistema Interligado Nacional (SIN) havia crescido 2%, totalizando 59.620
megawatts-médios.
O consumo no subsistema Sudeste/Centro-Oeste,
regiões que abrangem 60% do consumo de energia no país, sobretudo pela
concentração da atividade econômica, subiu 3,1% em setembro contra o mesmo mês
do ano anterior, índice superior ao de agosto, quando subiu apenas 1,1%.
O ONS justifica o crescimento pela ocorrência de
temperaturas elevadas durante o mês de setembro, que afeta principalmente as
classes residencial e comercial.
A recuperação do consumo de energia pela
indústria pode ser percebida também na região Norte, que em agosto teve consumo
negativo de energia (queda de 0,7%) e em setembro subiu 0,2%. As informações
são da Folha de São Paulo.
Redação O POVO Online
COMENTÁRIOS
João Suassuna – Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, Recife.
A questão do consumo de energia faz parte do
nosso discurso contrário ao projeto da Transposição do Rio São Francisco. As
demandas de energia elétrica no Brasil costumam se portar 2% acima do
crescimento do PIB. No caso do Nordeste, se tivermos um crescimento de 4%, as
demandas de energia estarão na faixa dos 6 % ao ano. É o caso analisado na
matéria em questão. O agravante de tudo isso é que o potencial gerador do São
Francisco já está em seu limite. Segundo informações colhidas de técnicos da
Chesf, é possível se explorar, ainda, cerca de 800 MW, e nada mais. Além disso,
desde 2005 que a Chesf já não consegue gerar a energia necessária para o
crescimento da região. Em 2010, por exemplo, as suas usinas hidroelétricas
geraram 6.000 MW médios e a região necessitou de 8.000 MW médios. Dois mil MW
médios já tiveram que vir de fora da região. É nesse cenário de penúria hídrica
que as autoridades querem retirar, do rio, cerca de 127 m³/s para o
abastecimento de 12 milhões de pessoas. Essa manobra irá por em risco todos os
investimentos que já foram realizados ao logo de sua bacia hidrográfica. Só no
setor elétrico, por exemplo, a Chesf investiu cerca de US$ 13 bilhões, e
costumamos dizer: energia é sinônimo de desenvolvimento e nós não podemos estar
brincando com isso!
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