O EX-DIRETOR DO DNOCS, ENG. MANOEL BONFIM
RIBEIRO, AFIRMAVA: "ÁGUA - EXISTE ESCASSEZ" ?
Homenagem do Rema, ao saudoso Manoel Bomfim Ribeiro (João
Suassuna)
http://sosriosdobrasil.blogspot.com.br/2012/02/o-ex-diretor-do-dnocs-engmanoel-bonfim.html
O nosso planeta possui um
volume de água que, ao longo de milênios e milênios, nunca sofreu alterações
para mais ou para menos. Nunca, nenhuma gota d’água saiu do nosso planeta para
outro ou vice-versa. A Terra tem o seu volume constante de 1,4 bilhões de
quilômetros cúbicos de água gerados muito antes da existência dos dinossauros.
Vejamos
em números as nossas águas:
De 1,4 bilhões de metros
cúbicos existentes, 97% são águas salgadas nos oceanos e mares, somente 3% é
doce. Destes, 2/3 estão nas calotas polares, nas neves eternas e nas
profundezas da terra (águas telúricas) fora do alcance do homem. Uma pequena
parte, menos de 1%, é que o homem pode dispor, ou seja, quatro milhões de km.
cúbicos de água (4.000.000 km³). É muita água, tanto que a humanidade só usa
uma pequena parcela para todas as suas necessidades, apenas 0,01% deste volume,
ou seja, quatro mil km³ (4.000 km³)
Quando Cristo veio á Terra a
população era em torno de 250 milhões de habitantes e a água disponível já era
esta. Só em 1830 tivemos o 1º bilhão de habitantes. Cem anos depois, em 1930,
fechamos o 2º bilhão e encerramos o século XX com uma população de seis bilhões
de almas e dispondo da mesma quantidade de água.
O ciclo hidrológico processado
pela energia solar conduz estas águas através dos seus três estágios, sólido,
líquido e gasoso sem nada perder do seu volume.
A imagem transmitida pela
mídia é que a água desperdiçada ou usada desaparece, diminuindo o volume
existente. Nada disto, toda água é reciclada sem a perda do seu volume global.
Esta água á nossa disposição,
os quatro milhões de km³, pode abastecer muito mais de 100 bilhões de habitantes
com todos os seus usos múltiplos, cifra que jamais será atingida pelas
civilizações.
Não teremos, portanto,
problemas de escassez de água. Isto não existe,
nem existirá. O calcanhar de Aquiles está na gestão, no gerenciamento
competente dos nossos dirigentes e governantes sobre o trato com os recursos
hídricos da Terra.
Primeiro a Distribuição- através da
interligação de bacias hidrográficas, transferindo e compensando grandes
volumes de água. São balanceamentos hídricos em grandes níveis. Sistemas de
canais, uma técnica usada bem antes da Era Cristã como o Canal Imperial da
China. Sistemas de aquedutos como na Roma antiga, Cartago, Lisboa, etc.
Adutoras de grandes diâmetros como na Europa Central. Adutoras localizadas em
regiões diversas para atender cidades, vilas, povoados, até pequenos
aglomerados humanos.
Segundo, cuidar do Desperdício, nos seus
mais diversos usos, na industria, na irrigação e sobretudo no uso doméstico em
todas as cidades do mundo em todos os continentes. No Brasil atingimos mais de
40% de desperdício. Mal crônico do mundo civilizado.
Terceiro, a Despoluição dos mananciais
hídricos em todos os países dos cinco continentes. Os grandes rios da Ásia
estão chegando a exaustão pela contínua e crescente poluição das suas águas. Os
rios da Europa estão poluídos á exceção do Tamisa. África nem se fala, o grande
Nilo está poluído com nitratos. No Brasil nada escapa desde os rios do Nordeste
á Bacia Platina, a não ser alguns confluentes do Amazonas. O Tietê, que recebe
os despejos de 40.000 fábricas da Grande São Paulo, é um exemplo triste para o
mundo, o que seja um rio poluído, vergonha nacional.
As medidas saneadoras, distribuição, despoluição e evitar desperdício
são, portanto, imperativas, inadiáveis e caríssimas, conhecidas de hidrólogos,
governantes, administradores e da sociedade civil. São medidas grandiosas, mas
só com elas poderemos atender as populações sequiosas dos continentes e assim
jamais haverá escassez de água para os habitantes do planeta Terra.
Publicado na TRIBUNA DA BAHIA em 23-01-2012- 2ª feira
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