No. 316 - 04/2013
VIVER EM SOCIEDADE
o respeito às leis e o exercício
do poder de polícia
Renato Holz (*)
As leis são regras para a vida em sociedade. Elas
servem para mostrar a cada cidadão as suas obrigações para com a comunidade, e estabelece
os seus direitos para sua vida em coletividade.
O respeito às leis deve ser ensinado ao ser humano
desde a mais tenra idade, e seu conhecimento e prática recapitulados até o
final da vida.
Uma vida harmônica em sociedade, com amplo
exercício de cidadania por todos nasce e tem seu maior baluarte na educação;
desde os princípios ensinados pelos pais, passando pela educação formal nas
escolas e pelo aprendizado que a vida nos oferece. Não devemos esquecer nunca
que a forma como agimos, os nossos atos, ensinam muito mais do que milhares de
palavras.
Além da educação, é necessária e imprescindível a
presença do estado, zelando diuturnamente pelo correto respeito às leis. É o
exercício do poder de polícia, mais que um direito, uma obrigação do estado. Entenda-se
como estado as três esferas de governo, e os três poderes que formam este
governo. Estão envolvidos pois vereadores, prefeitos, promotores de justiça e
juízes, deputados, governadores, desembargadores, membros do congresso
nacional, presidente da república e ministros dos tribunais superiores, assim
como todos os subordinados destes. Perdoem-me pela exaustiva citação,
aparentemente desnecessária, mas citar todos é importante para mostrar a
amplitude desta instituição que chamamos de estado.
Manter os terrenos baldios limpos, fazer
edificações respeitando o que estabelece a legislação pertinente, somente
construir com a devida licença dos órgãos competentes, montar estabelecimentos
industriais, comercias e de serviços dentro das especificações técnicas e de
segurança concernentes a cada caso, respeitar as leis de trânsito e o
patrimônio alheio, são deveres de toda a população.
Cabe à “ instituição estado “ o
exercício do poder de polícia. Isto vai desde a fiscalização efetiva e
constante de terrenos e edificações, dos estabelecimentos industriais,
comerciais, de serviços e também dos estabelecimentos públicos – escolas,
hospitais, postos de saúde, vias públicas, etc - Este zelo, sob forma de uma
fiscalização efetiva, não deve se restringir à aplicação de multas por
sonegação fiscal, desrespeito às leis de trânsito e esporádicas visitas a
locais passíveis de fiscalização. A obrigação do estado é imensamente maior.
Cuidar para que cada cidadão cumpra as regras da
vida em sociedade – leis - o estado estará protegendo a saúde da população -
evitando a proliferação do mosquito da dengue -, a integridade física dos
pedestres – fiscalizando o respeito pela preservação de passeios dentro do que
estabelece a legislação municipal e sua total desobstrução, permitindo a
circulação pela cidade em segurança -, a vida da população – fiscalizando o
respeito pela legislação pertinente a edificações e regras de engenharia e
segurança de estabelecimentos em geral. Isto para citar alguns exemplos.
A responsabilidade dos gestores públicos é ainda
maior, pois lhes cabe a orientação e cobrança constante dos educadores, assim
como dos fiscais de sua alçada, para que as regras de vida em sociedade sejam
devidamente ensinadas e seu cumprimento cobrado.
Tudo isto deve parecer a muitos como sendo o óbvio
e desnecessário a sua menção. Mas não é.
Quantas cidades brasileiras carecem de pessoas
preparadas e em número suficiente para exercer o poder de polícia – fiscais.
Conheço municípios onde os fiscais além de poucos são instruídos a não agirem,
ou o fazerem somente mediante denúncias, pois a sua ação poderá fazer com que
prefeitos e vereadores percam os votos dos fiscalizados em eleições futuras.
Repito, parece o óbvio mas não é.
Quantos motociclistas morrem ou ficam com graves
seqüelas por se acidentarem sem estarem com os equipamentos de segurança
estabelecidos; assim agiram por não respeitarem as regras, mas também porque
não são fiscalizados com o devido rigor.
Por último pergunto: quantas tragédias mais, como a
do último sábado em Santa Maria, RS com a morte de centenas de jovens, são
necessárias para que cada um cumpra com o seu dever ?
Após a tragédia, discutir o assunto por alguns dias
pela imprensa, e as manifestações de solidariedade das autoridades dos mais
diversos níveis são bem vindas, mas, quando aprenderemos, todos, como nação, a
respeitar as regras estabelecidas para a vida em sociedade, e quando a
instituição estado passará a exercer a efetivo e constante obrigação de
verificar de forma preventiva se estas regras estão sendo cumpridas?
Pensem
nisto enquanto desejo a todos uma ótima semana
Renato
Holz Horizonte
/ Ce 28 de janeiro de 2013
articulista
e consultor em planejamento estratégico
P.S. –
Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a autoria.
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