quinta-feira, 25 de abril de 2013


Bagaço da cana-de-açúcar vira produto nobre e preço dobra em Pernambuco.


Pecuaristas utilizam a sobra para alimentar gado no Sertão e Agreste. Uma tonelada chega a ser vendida por R$ 120.

http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2012/11/bagaco-da-cana-de-acucar-vira-produto-nobre-e-preco-dobra-em-pe.html


Além do Agreste e Sertão, a seca também está fazendo estragos em uma das regiões mais prósperas de Pernambuco: a Zona da Mata. Lá, a produção de cana-de-açúcar caiu 35%. No ano passado, foram produzidos 7 milhões de toneladas de cana. Este ano, apenas 4,5 milhões. Esses números assustam os fornecedores locais, que conseguiram um novo jeito de lucrar: o produto da vez é o bagaço da cana-de-açúcar, que virou produto nobre, comercializado no Sertão do estado como fonte de alimentação para os animais.

Com a estiagem, o Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar) articulou a doação de pequenas quantidades do bagaço para os pecuaristas da sociedade nordestina. Mas a comercialização deste produto se intensificou e o preço do resíduo dobrou. Antes, os criadores não buscavam as sobras da cana com tanta frequência. Agora, com a estiagem prolongada, ele se tornou uma das principais fontes de alimentação para o gado no Agreste e no Sertão.

Atualmente, a tonelada deste resíduo chega a ser vendida por R$ 120 nas usinas e destilarias do interior do estado. Além da grande procura, a oferta não é das maiores: de acordo com o empresário Carlos Henrique Maranhão, o que sobra de bagaço é menos do que 5% do volume de produção. “O produto ficou mais caro. E o que sobra é muito pouco”, diz. Para se ter uma ideia, cada tonelada de cana-de-açúcar produz apenas 50 quilos de bagaço.

Paulo Guedes, vice-presidente da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco, se incomoda com a situação: “É realmente estranho você ter um produto, que é basicamente um resíduo, valendo esse preço todo. Mas é mercado, procura e oferta”, diz.

Os empresários da região, já observando a movimentação financeira que envolve o bagaço da cana, querem incluir o valor do bagaço no preço pago pela cana-de-açúcar. “Essa receita que está sendo gerada com o bagaço, não chega um centavo nas mãos dos fornecedores de cana”, completa Paulo Guedes.

O presidente do Sindaçúcar, Renato Cunha, divulgou nota informando que o foco principal não é a alimentação animal, e sim a geração de energia para acionar o próprio parque industrial da Usina. A doação do bagaço é realizada por meio da Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Pernambuco (Fetape).

Sobre o assunto:

BAGAÇO DE CANA: alimento animal versus produção de energia elétrica (2002)

http://www.fundaj.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=638&Itemid=376

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