segunda-feira, 27 de setembro de 2010

CIENTISTAS EXPLICAM MUDANÇAS CLIMÁTICAS AMBIENTAIS

Esse é o arquivo mais importante dos jornais da Paraíba. Leia e veja se não é verdade. Outra coisa que nos preocupa e muito: a questão do aquecimento global na Paraíba (e no mundo). Mas parece que aqui isso não tem a menor importância. A discussão que querem impor é mesmo a de 'quem' vai se dar bem 'administrando' a Paraíba para fazer patrimônio, em detrimento da pobreza de todos nós. Um absurdo. Um abraço, Ivaldo Gomes (ivaldogomes2@gmail.com)
Domingo, 11 de Julho de 2010
http://www.portalcorreio.com.br/jornalcorreio/contentLer.asp?contentId=10736
Thadeu Rodrigues
do Portal Correio.
As temperaturas máximas e mínimas registradas no semiárido nordestino estão ficando mais elevadas a cada ano, chegando a aumentar 3º C nos últimos 40 anos, número superior à média global, que é de 0,4º C. Na Paraíba, o semiárido corresponde a 85%% do território do Estado e também sofre com as mudanças climáticas. O estudo é do pesquisador e meteorologista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Paulo Nobre (foto), e vai ser apresentado na 62ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que vai acontecer de 25 a 30 deste mês, em Natal (RN).
As modificações climáticas influenciam a regularidade das chuvas e devem extinguir, nos próximos 20 anos, a agricultura de sequeiro na Paraíba, com o solo infértil, prejudicando a produção de milho e feijão, principais culturas do Estado. As áreas mais afetadas são o Cariri e o Seridó, com destaques para os municípios de Picuí, Sumé e Monteiro.
O modelo de cultivo em sequeiro depende de chuvas regulares de fevereiro a maio e corresponde a 90% da agricultura praticada na Paraíba. A região semiárida sofre um processo de desertificação e as soluções apontadas por estudiosos são as mudanças das práticas agropecuárias, a irrigação e o desenvolvimento de atividades que se beneficiem do clima local, a exemplo de investimentos em energias renováveis, como a solar e a eólica.
De acordo com Paulo Nobre, a Paraíba sofreu acréscimos médios de temperatura de 1º C, nos últimos 40 anos, mais que o dobro da média do restante do mundo, o que concorre para a ocorrência de chuvas irregulares e mais intensas, prejudicando o solo semiárido, que está fraco, devido às más práticas agrícolas. “Enquanto a temperatura do planeta aumentou 0,4º C, no Nordeste brasileiro, os índices são mais altos, chegando até a 3º C e isto contribui para que a água disponível no solo evapore mais rápido, formando nuvens carregadas, que resultam em chuvas intensas”.
De acordo com o engenheiro agrícola Amílcar Filgueira, não havendo modificações na sociedade, é provável que o solo do Curimatáu esteja infértil nos próximos 20 anos. Ele destaca como agravantes, na região, a exploração da atividade da mineração sem os cuidados com o meio ambiente, a pecuária, a agricultura com práticas arcaicas, além das mudanças climáticas. Cidades como Sumé e Monteiro, que são polos da pecuária caprina, o problema da desertificação também é grave.
Terremotos no Estado
Tremores de terra no nordeste, que antes eram mais observados em determinados lugares da região, passaram a ser identificados nos últimos anos em diversas outras cidades nordestinas, afirma o coordenador do Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Joaquim Mendes Ferreira.
“Estamos detectando atividade sísmica em várias localidades no nordeste onde não sabíamos que havia”, conta. “Só neste ano ocorreram abalos sísmicos em cidades dos estados da Bahia, Ceará, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte”, enumera. O especialista abordará esse assunto em uma conferência que fará na 62ª Reunião Anual da SBPC.
O mais recente foi registrado em Tacaimbó, também no agreste de Pernambuco. Já o de maior magnitude, que atingiu 4,3 graus na escala Richter – em uma graduação de 0 a 10 –, ocorreu no início deste ano em Taipu, no Rio Grande do Norte, e foi sentido em um raio de 350 quilômetros, atingindo Natal, Recife e João Pessoa. Mas não há motivos para pânico. A série histórica dos dados mostra que os abalos no nordeste são de intensidade ligeira, ou seja, não costumam causar grandes danos. Dificilmente atingem magnitude acima de 5 graus na escala Richter.
De acordo com Ferreira, a constatação de um maior número de tremores no nordeste se deve à melhoria na comunicação e ao aprimoramento dos instrumentos de monitoramento de atividade sísmica disponíveis na região. Isso possibilita detectar com maior precisão e rapidez abalos sísmicos que antes poderiam passar despercebidos.
Nível do mar deve subir 50 cm em 100 anos
O fenômeno natural, conhecido como erosão costeira, em que há o recuo para o interior do continente da linha de costa, que limita o mar da terra firme, atinge diversas regiões do nordeste. E deverá se agravar nos próximos anos devido às mudanças climáticas globais. “O aquecimento global, além de provocar a elevação do nível do mar, ainda pode alterar a distribuição e a frequência dos ventos no nordeste”, diz o professor de geologia costeira e sedimentar da Universidade Federal da Bahia (UFBA), José Maria Landim Dominguez. “Como as ondas são geradas pelos ventos, a direção e a intensidade delas também deve mudar, provocando alterações no transporte de sedimentos ao longo da linha de costa e desencadeando processos erosivos no litoral nordestino”, afirma.
O especialista abordará esse assunto em uma conferência que fará na 62ª Reunião Anual da SBPC – evento que a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) realizará de 25 a 30 deste mês em Natal (RN).
De acordo com Dominguez, desde o início desta década tem se constatado no nordeste um aumento na freqüência das ondas vindas do sudeste que, se persistir, agravará os problemas de erosão costeira na região. Mas ainda não se sabe se o fenômeno já está relacionado ao aquecimento global ou é apenas reflexo de uma variabilidade climática natural.
Segundo ele, há mil anos ocorreu na costa leste do Brasil um período de grave erosão costeira desencadeado por uma mudança acentuada na frequência direcional das ondas. Pelas estimativas dos cientistas, é possível que o fenômeno se repita e agrave nos próximos cem anos, quando o nível do mar deve subir em torno de 50 centímetros, conforme as previsões mais pessimistas do último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). “A combinação do aumento do nível do mar com as mudanças na frequência direcional das ondas será desastrosa e vai acelerar o processo de erosão costeira no nordeste”, prevê. “A partir do que ocorreu no passado podemos nos preparar e tentar proteger as áreas mais vulneráveis à erosão costeira na região”, alerta.
Rios com pouca sedimentação
O geólogo explica que o nordeste é extremamente sensível à erosão costeira porque os rios que deságuam na região trazem um volume muito pequeno de sedimentos. Por isso, são comuns as falésias nos tabuleiros costeiros da região.
O estado de Pernambuco é um dos mais afetados pelo fenômeno no nordeste. Entretanto, segundo o especialista, o problema foi agravado pela ocupação irregular da costa pernambucana, onde muitos imóveis foram construídos sobre a faixa de praia, como demonstram estudos realizados pela Universidade Federal do Pernambuco (UFPE). “Há uma grande densidade populacional na zona costeira de Pernambuco e no passado foram construídos diversos imóveis muito próximos à praia”, conta.
Na tentativa de minimizar o problema, os órgãos de fiscalização de Pernambuco e de outros estados nordestinos estabeleceram nos últimos anos faixas de recuo, medidas a partir da linha máxima de preamar, no sentido no continente, onde não devem ser construídas estruturas permanentes. No estado da Bahia, por exemplo, a faixa de recuo, criada com o objetivo de absorver as variações naturais da linha de costa nas próximas décadas e as decorrentes do aumento do nível do mar, tem uma largura de 60 metros. Em Pernambuco foi estabelecida em 50 metros para os projetos de empreendimentos imobiliários recentemente aprovados na costa do estado.
Já em áreas urbanas consolidadas, em que é impossível reverter o avanço do processo de erosão costeira pelo mar, uma das soluções indicadas, de acordo com Dominguez, é o “engordamento de praia”. O processo consiste na criação de praias artificiais através de aterros, a exemplo do Aterro do Flamengo e da Avenida Beira-Mar, no Rio de Janeiro.
A AMANE lança a publicação SABERES E FAZERES DA MATA ATLÂNTICA DO NORDESTE
http://www.cepan. org.br/noticias/ a_amane_lana_ a_publicao_ saberes_e_ fazeres_da_ mata_rnatlntica_ do_nordeste_ .html

A Associação para Proteção da Mata Atlântica do Nordeste - AMANE - apresenta, discute e lança a publicação Saberes e Fazeres da Mata Atlântica do Nordeste - Lições para uma gestão participativa, hoje, quarta feira, 14 de julho, às 19h, na Livraria Cultura, em Recife.

A publicação é fruto de um processo de sistematização da trajetória vivenciada durante o projeto Capacitação em gestão participativa de Unidades de Conservação da Mata Atlântica do Nordeste, realizado no período de 2008 a 2010, com o apoio do Subprograma Projetos Demonstrativos (PDA) do Ministério do Meio Ambiente, da Conservação Internacional e da Fundação SOS Mata Atlântica.

A capacitação em gestão participativa se concretizou na realização de seis cursos intensivos, com carga horária média de 76h, envolvendo 145 gestores de UCs dos oito estados inseridos no domínio da Mata Atlântica do Nordeste - Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia.


Ora tornado público, o livro sintetiza muito do que foi feito e com certeza servirá para continuar alimentando o processo iniciado. Ao longo de suas páginas percorre-se por analogia um caminho que vai da preparação no plantio aos cuidados com uma planta que simboliza a Mata Atlântica.


Saberes e Fazeres da Mata Atlântica do Nordeste - Lições para uma gestão participativa inicia em seu capítulo I a semeadura da idéia, força e a formação das parcerias para construção e execução do projeto. Para que a semeadura tenha sucesso é necessário estabelecer procedimentos para manejar a terra e as sementes. Assim, o capítulo II discorre sobre a metodologia e as concepções empregadas nos cursos. O capítulo III concentra-se no substrato, a terra fértil representada pelos gestores, onde serão depositadas as sementes. Estas são apresentadas em seguida, no capítulo IV, que contempla todos os temas tratados nas capacitações a partir de textos dos educadores envolvidos no projeto. Preparado o terreno e lançadas as sementes com os devidos cuidados é hora da germinação, apresentada no capítulo V com os resultados alcançados com a capacitação e a mobilização dos gestores.

Muitos foram os parceiros que contribuíram na realização do projeto, dentre os quais, o IBAMA PE, a The Nature Conservancy - TNC, o Instituto de Estudos Socioambientais do Sul da Bahia - IESB, o Centro de Pesquisas Ambientais - CEPAN, Universidade Federal de Alagoas - UFAL, A Universidade Federal de Pernambuco - UFPE e o Instituto Amigos da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica - IA RBMA.

Com a atual publicação, a AMANE e parceiros atingem o objetivo de disseminar os conhecimentos gerados ao longo da execução do projeto, expondo os resultados para um público mais amplo e construindo uma ferramenta extremamente útil para ações futuras. Os resultados alcançados são concretos e com grande potencial de extrapolar os limites regionais colocando o corredor Nordeste da Mata Atlântica na vanguarda de iniciativas semelhantes no Brasil.


A AMANE tem como missão proteger e recuperar a Mata Atlântica do Nordeste e acredita que a criação e gestão participativa de Unidades de Conservação (UCs) são as principais estratégias para a sua efetivação.

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