sexta-feira, 30 de julho de 2010

DESMATE NO PAMPA GAÚCHO

Da Folha de São Paulo:
MEIO AMBIENTE / PAMPAS GAÚCHO
Tamanho da fonte:27.07.10 05h10
Desmate destruiu 1,23% do pampa gaúcho em 6 anos
O bioma com gramíneas e plantas rasteiras tem hoje só 36% da extensão original


FOLHA

Entre 2002 e 2008, o pampa gaúcho teve 1,23% de sua área destruída, totalizando 2.200 km2 de desmate, indica levantamento inédito do Ministério do Meio Ambiente.

O bioma com gramíneas e plantas rasteiras tem hoje só 36% da extensão original, mesmo tendo sido o que menos sofreu em anos recentes.

Dos 177,8 mil km2 do bioma no Brasil, calcula-se o abate de 364 km2 ao ano. "Sabíamos que havia perda, mas não sabíamos a magnitude", disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

Segundo ela, a pecuária foi o motor da devastação ao longo dos anos. "Um pico de entrada de soja" explicaria o desmatamento mais recente.

Já se sabe com precisão que restam 52% do Cerrado, 54% da Caatinga e 85% da Amazônia (número depende do critério usado). No mês que vem, o ministério divulga dados da Mata Atlântica, único bioma ainda sem análise recente por satélite.

Um comentário:

  1. Os Campos da região Sul do Brasil são denominados como “pampa”, termo de origem indígena para “região plana”. Esta denominação, no entanto, corresponde somente a um dos tipos de campo, mais encontrado ao sul do Estado do Rio Grande do Sul, atingindo o Uruguai e a Argentina.

    Outros tipos conhecidos como campos do alto da serra são encontrados em áreas de transição com o domínio de araucárias. Em outras áreas encontram-se, ainda, campos de fisionomia semelhantes à savana. Os campos, em geral, parecem ser formações edáficas (do próprio solo) e não climáticas. A pressão do pastoreio e a prática do fogo não permitem o estabelecimento da vegetação arbustiva, como se verifica em vários trechos da área de distribuição dos Campos do Sul.

    A região geomorfológica do planalto de Campanha, a maior extensão de campos do Rio Grande do Sul, é a porção mais avançada para oeste e para o sul do domínio morfoestrutural das bacias e coberturas sedimentares. Nas áreas de contato com o arenito botucatu, ocorrem os solos podzólicos vermelho-escuros, principalmente a sudoeste de Quaraí e a sul e sudeste de Alegrete, onde se constata o fenômeno da desertificação. O solo, em geral, de baixa fertilidade natural e bastante suscetível à erosão.

    À primeira vista, a vegetação campestre mostra uma aparente uniformidade, apresentando nos topos mais planos um tapete herbáceo baixo – de 60 cm a 1 m -, ralo e pobre em espécies, que se torna mais denso e rico nas encostas, predominando gramíneas, compostas e leguminosas; os gêneros mais comuns são: Stipa, Piptochaetium, Aristida, Melica, Briza. Sete gêneros de cactos e bromeliáceas apresentam espécies endêmicas da região. A mata aluvial apresenta inúmeras espécies arbóreas de interesse comercial.

    Na Área de Proteção Ambiental do Rio Ibirapuitã, inserida neste bioma, ocorrem formações campestres e florestais de clima temperado, distintas de outras formações existentes no Brasil. Além disso, abriga 11 espécies de mamíferos raros ou ameaçados de extinção, ratos d’água, cevídeos e lobos, e 22 espécies de aves nesta mesma situação. Pelo menos uma espécie de peixe, cará (Gymnogeophagus sp., Família Cichlidae) é endêmica da bacia do rio Ibirapuitã.

    O Pampa Gaúcho está situado no sul do Brasil, no Estado do Rio Grande do Sul, na divisa com o Uruguai. O Pampa é uma região de clima temperado, com temperaturas médias de 18°C, formada por coxilhas onde se situam os campos de produção pecuária e as várzeas que se caracterizam por áreas baixas e úmidas. A região sul tem, na pecuária, uma tradição que se iniciou com a colonização do Brasil.

    Os campos no RS ocupam uma área de aproximadamente 40% da área total do estado. O Pampa gaúcho da Campanha Meridional encontra-se dentro da área de maior proporção de campos naturais preservados do Brasil, sendo um dos ecossistemas mais importantes do mundo.

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