Transposição racha de novo e
'estoura' em CustódiaDepois de apresentar problemas
durante a construção, a obra rompeu o canal por problemas de engenharia. O
vazamento ocorreu em Custódia, onde já havia apresentado rachaduras antes mesmo
de a água chegar.
Assista ao vídeo no endereço enetronico abaixo:
Publicado em: 11/06/2017 15:46 Atualizado em: 11/06/2017 16:32
A obra da Transposição do São Francisco apresentou
mais um problema no trecho pernambucano. Em Custódia, a construção do canal
rompeu, provocando vazamento de água. O relato virou assunto nas redes sociais,
com questionamentos em relação à qualidade da engenharia. O prefeito da cidade
de Sertânia, Ângelo Ferreira, que fica a 40 quilômetros de Custódia, confirmou
o vazamento ao Blog do Magno Martins, informando que a empresa responsável pelo
trecho já conteve o vazamento para evitar danos maiores. A obra é de
responsabilidade do Ministério da Integração Nacional e já está em construção
há dez anos. O custo do projeto é de R$ 8,2 bilhões.
O trecho em questão integra o Eixo Leste e foi o primeiro a receber a água do Velho Chico, percorrendo Pernambuco com destino à Paraíba. Em Custódia, onde ocorreu o incidente deste fim de semana, a água chegou em fevereiro deste ano, um percurso de quase 100 quilômetros a partir da captação do Rio até a quarta Estação de Bombeamento Vertical (EBV) do trecho, equipamento que leva a água a alturas em que o fluxo não consegue seguir por gravidade. A terceira EBV do Eixo Leste, por sinal, foi inaugurada com bastante tom político pelo presidente da República, Michel Temer.
O trecho em questão integra o Eixo Leste e foi o primeiro a receber a água do Velho Chico, percorrendo Pernambuco com destino à Paraíba. Em Custódia, onde ocorreu o incidente deste fim de semana, a água chegou em fevereiro deste ano, um percurso de quase 100 quilômetros a partir da captação do Rio até a quarta Estação de Bombeamento Vertical (EBV) do trecho, equipamento que leva a água a alturas em que o fluxo não consegue seguir por gravidade. A terceira EBV do Eixo Leste, por sinal, foi inaugurada com bastante tom político pelo presidente da República, Michel Temer.
Vários trechos da obra foram construídos e, com a
falta de continuidade, apresentaram rachaduras, fissuras e até sinais de
abandono (mato crescendo em meio aos canais). Há pouco mais de um ano, os
incidentes foram testemunhados pela reportagem do Diario. Na época, o
Ministério afirmou que os reparos são de responsabilidade das construtoras, que
tem o contrato de entregar a obra em plenas condições, sem custo extra ao
governo federal.
Prioridade do Governo Federal, a maior obra de infraestrutura hídrica do País, quando totalmente concluída, vai atender mais de 12 milhões de pessoas em 390 municípios nos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. O Eixo Leste já está completamente em testes, com água em todos os equipamentos. Já o Eixo Norte, ainda tem um trecho com licitação em andamento e tem previsão de entrar em testes de operação ainda neste ano.
A obra foi inciada em 2007 no governo Lula e tinha previsão de entrega em 2010, ao custo de R$ 4,5 bilhões. A construção amargou paralisações, contratos interrompidos, precisou ser relicitada em vários trechos e viu o valor quase que dobrar. Durante o governo Dilma Roussef, a obra sofreu dois grandes reajustes, quando foi para R$ 6,7 bilhões e, em seguida, aos R$ 8,2 bilhões atuais.
Apesar do status de "abastecendo as cidades", como divulga o governo, a água que chega pelos canais nos estados de Pernambuco e da Paraíba ainda não está liberada para consumo humano. O Ministério da Integração Nacional espera a resposta do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), que aprovou a liberação da água para testes dos equipamentos e vai validar o consumo mediante análise das compensações ambientais do dano ao ecossistema.
Ainda de acordo com o ministério, depois da liberação, o controle da água será dado aos estados, que terão a responsabilidade de tratar a água e fazer a distribuição para a população. A água, por enquanto, pode ser vista, mas não utilizada.
Prioridade do Governo Federal, a maior obra de infraestrutura hídrica do País, quando totalmente concluída, vai atender mais de 12 milhões de pessoas em 390 municípios nos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. O Eixo Leste já está completamente em testes, com água em todos os equipamentos. Já o Eixo Norte, ainda tem um trecho com licitação em andamento e tem previsão de entrar em testes de operação ainda neste ano.
A obra foi inciada em 2007 no governo Lula e tinha previsão de entrega em 2010, ao custo de R$ 4,5 bilhões. A construção amargou paralisações, contratos interrompidos, precisou ser relicitada em vários trechos e viu o valor quase que dobrar. Durante o governo Dilma Roussef, a obra sofreu dois grandes reajustes, quando foi para R$ 6,7 bilhões e, em seguida, aos R$ 8,2 bilhões atuais.
Apesar do status de "abastecendo as cidades", como divulga o governo, a água que chega pelos canais nos estados de Pernambuco e da Paraíba ainda não está liberada para consumo humano. O Ministério da Integração Nacional espera a resposta do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), que aprovou a liberação da água para testes dos equipamentos e vai validar o consumo mediante análise das compensações ambientais do dano ao ecossistema.
Ainda de acordo com o ministério, depois da liberação, o controle da água será dado aos estados, que terão a responsabilidade de tratar a água e fazer a distribuição para a população. A água, por enquanto, pode ser vista, mas não utilizada.
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COMENTÁRIOS
João Suassuna – Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco
Esse é o resultado da existência de denúncias de
superfaturamentos nas obras da transposição, e que não foram apuradas com a
brevidade devida. O projeto da transposição apresentou, no último mês de
março, no município de Sertânia (PE), evento semelhante a esse, em região muito
próxima ao atual rompimento, logo após a inauguração do projeto por Lula, Dilma
e Temer. Quando há suspeitas de superfaturamento em obras, geralmente o
material utilizado é de péssima qualidade e os serviços são mal feitos. O
resultado disso não costuma ser diferente ao mostrado na matéria do Diário de
Pernambuco. O lamentável de tudo isso é com a penalização do povo paraibano,
principalmente o de Campina Grande, que estava na esperança de sair, a qualquer
momento, do longo racionamento existente com as águas oriundas da represa de
Boqueirão, que abastece Campina e 18 municípios de seu entorno, que é o ponto
final das águas do Eixo Leste do projeto da transposição do Rio São Francisco,
na Paraíba. O campinense terá de aguardar mais um pouco pelo fim do
racionamento em sua cidade. Infelizmente, em nossa modesta opinião, a
probabilidade de que venha ocorrer novos vazamentos no canal é enorme. Nesse
sentido é importante que o poder público inicie um processo de fiscalização
constante, em todo Eixo Leste do projeto da Transposição, para que sejam
identificados possíveis locais, com possibilidades de virem apresentar
problemas futuros, para que sejam remediados com a brevidade necessária e, com
isso, evitar as desagradáveis consequências que esses vazamentos costumam
trazer para a população.
Postado há 23 hours ago por João Suassuna
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