Problema em estação diminui vazão da água do São
Francisco em Monteiro (PB)
Por Redação
Publicado em 23.05.2017 às 10:47
A vazão da água que chega a Monteiro através do Eixo Leste da Transposição do Rio São Francisco diminuiu consideravelmente no último fim de semana. De acordo com João Fernandes, presidente da Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa), “foi o caso de alguma das estações ou bomba que deu problema, não me informaram os detalhes”.
João Fernandes explicou que a vazão máxima atingida no eixo Leste foi de 7,3 metros cúbicos por segundo e que no fim de semana diminuiu para 5,14 m³/s. No entanto, a ideia inicial era que a vazão fosse de 9 m³/s, meta que nunca foi atingida.
A diminuição na vazão pode afetar a chegada de água ao Açude de Boqueirão. “Atrapalha de certo modo mas é normal um sistema com seis estações, 12 bombas”, afirmou João Fernandes que espera que a situação seja normalizada o mais rápido possível.
O açude abastece a região de Campina Grande, que atualmente passa por um racionamento de água. Com o aumento no volume do reservatório será possível normalizar o abastecimento. “Quanto mais entrada de água em boqueirão, sobra mais água para ir aumentando o volume para atingir a expectativa de 33,8 milhões de metros cúbicos”, explicou o presidente da Aesa.
De
acordo com dados da Aesa, o volume de água no açude Epitácio Pessoa, em
Boqueirão, atingiu 5% de seu total, com mais de 20 milhões de metros cúbicos
nesta terça-feira (23). Apesar da diminuição na vazão, o prazo inicial de 90
dias para normalizara distribuição de água na região de Campina Grande
permanece. João Fernandes recorda que “só temos 34 dias que a água chegou a
boqueirão e já botou mais 8 milhões de metros cúbicos”.
Sobre o assunto
Comportamento das vazões do Rio São Francisco, nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom
Jesus da Lapa e Morpará, de junho a outubro de 2016.
Comportamento
das vazões do Rio São Francisco, nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom
Jesus da Lapa e Morpará, de fevereiro a maio de 2016.
A manobra política para inauguração da transposição no São Francisco
A baixa afluência na
represa de Sobradinho
Fonte:
Movimento da Carta de Morrinhos – Pereira Bode Velho–
03/2017
O Rio São Francisco não consegue ganhar força. Só nos resta observar o que acontecerá,
principalmente de Sobradinho até a Foz. Coisa boa não vai ser.
O Governo precisa ouvir os cientistas e dar um norte novo para o problema!
Fonte:
Movimento da Carta de Morrinhos – Pereira Bode Velho–
03/2017O Governo precisa ouvir os cientistas e dar um norte novo para o problema!
Para
FUNDAJ TODOS FJN
CC
aedias
melo lucia13
Luciana Tavora
Carolina
Beltrão de Medeiros asicsu e 3 mais...
Mar 10 em 10:19 AM
Meus
Prezados,
Segue relato da lenta e
preocupante recuperação da represa de Sobradinho. As chuvas continuam caindo
com baixa intensidade em todo Alto e médio São Francisco. Os bombeamentos da
transposição continuam ocorrendo, é já começam a fazer parte das análises
semanais de vazões do rio.
A Bacia
Hidrográfica do Rio São Francisco encontra-se em pleno período das águas,
embora com as chuvas caindo abaixo da média, principalmente nas regiões do Alto
e Médio São Francisco. Com essas instabilidades na caída das chuvas, as vazões
do Velho Chico, ao longo de sua bacia hidrográfica, se mantiveram estáveis,
apenas com um acréscimo importante no posto de observação de Bom Jesus da Lapa.
Pereira Bode Velho vem observando um fraco
desempenho nas vazões do rio, que não consegue ganhar forças no seu trajeto. Há
indícios, inclusive, de interferências significativas, com as retiradas de água
pelo projeto da Transposição (ver gráfico abaixo). Pelos dados da Chesf, a
afluência de Itaparica está 60 m³/s a menos do que a defluência de Sobradinho.
Além do mais, o nível de Itaparica caiu 3% em 15 dias, e continua caindo.
Permanece o alerta para a necessidade da caída de mais chuvas na bacia do rio,
para a pronta recuperação, tanto da represa de Três Marias, como de Sobradinho.
A estabilidade volumétrica do rio resultou, nessa semana, no seguinte cenário
hidrológico: uma discreta diminuição na vazão do posto de observação de São
Romão, passando de 713 m³/s, da semana anterior, para 622 m³/s, nessa semana.
Discreto aumento no posto de São Francisco, passando de 517 m³/s, da semana
anterior, para 789 m³/s, nessa semana. Aumento importante em Bom Jesus da Lapa,
passando de 681 m³/s, da semana passada, para 1.088 m³/s nessa semana e um leve
acréscimo em Morpará, que estava com 846 m³/s, na semana passada e passou para
866 m³/s, nessa semana (ver sequência dos volumes abaixo). A afluência
volumétrica na represa de Sobradinho aumentou um pouco nessa semana, estando em
cerca de 1.100 m³/s. Na semana anterior
estava na casa dos 910 m³/s. O percentual
volumétrico de Sobradinho ficou praticamente estável. Na semana anterior estava
em 12,97% de seu volume útil. Na atual está com 14,72%. A barragem continua com
o seu percentual volumétrico menos da metade, do que aquele verificado em igual
período do ano anterior (atualmente 14,72% - ano anterior 31,90%).
Meus Prezados,
Por Jonas Duarte
Falo
com a autoridade de quem já foi um crítico persistente do Projeto de
Transposição do São Francisco. Consideramos o projeto
como uma obra que continua limitada à busca de soluções apenas hidráulicas para
o Semiárido. Consideramos, todavia, que a questão do Semiárido é muito mais
ampla e grave. Não se pode esperar desenvolvimento nessa região, no sentido
amplo do termo, que não passe por sua reestruturação socioeconômica.
Essa
reestruturação socioeconômica exige democratização do acesso a terra e a água,
a eliminação da pobreza com políticas sociais inclusivas, a estruturação do
território com inúmeras técnicas e tecnologias de captação, armazenamento, usos
e reusos dos recursos hídricos no Semiárido, os quais não são poucos. Exige
ainda um trabalho vigoroso de recuperação do nosso principal bioma, a Caatinga,
e um redirecionamento forte na educação ali praticada, no sentido dela se tornar uma
Educação Contextualizada às condições próprias do Semiárido, o que implica
promover uma revalorização do Bioma e do Território com todas as suas
características, colocando em evidência as potencialidades e possibilidades de
convivência e transformação social desse lugar.
Pudemos
constatar, ao longo do tempo e de profundas pesquisas, que muita gente foi
capaz de progredir, avançar cultural, social e economicamente nessas terras,
mesmo sob as desastrosas ou ausentes políticas públicas para o território, como
resultado do uso de tecnologias disponíveis para produção e renda já existentes
nesse espaço maravilhoso do território nacional.
Infelizmente,
o nosso Bioma continua desvalorizado e mesmo a população da região ainda ignora
as suas imensas possibilidades decorrentes da riqueza e diversidade das suas
características próprias. Em conseqüência, o manejo
ambiental e as técnicas mais utilizadas continuam ampliando o processo de
desertificação, a degradação de nossos solos, de nossa vegetação e de nossa
fauna. Persiste apenas a busca de soluções definitivas através de grandes
obras, como se pudessem ser soluções mágicas.
É
importante destacar desde já que no Semiárido brasileiro há muita possibilidade
de vida, riqueza e desenvolvimento apenas tendo em conta as condições
específicas que lhe foram dadas naturalmente. Acrescentamos que é possível
praticar políticas econômicas inclusivas e de desenvolvimento social sob as
condições naturais do semiárido.
Para
ilustrar as afirmações acima, comparemos a realidade de dois municípios
nordestinos. O primeiro, o pequenino município de Várzea, no estado da Paraíba,
com pouco mais de 2 mil habitantes, inserido no Seridó Ocidental, região com
média pluviométrica em torno dos 500 mm anuais. O segundo, o município de Belém
do São Francisco, em Pernambuco, com cerca de 20 mil habitantes, banhado pelo
Velho Chico, com uma média pluviométrica de 500 mm. Em ambos o MMA – Ministério
do Meio Ambiente registra estágio grave de desertificação. Observem as
diferenças sociais entre esses municípios.
TABELA
I
DADOS
SOBRE REALIDADE SOCIAL DOS MUNICÍPIOS DE VÁRZEA – PB E BELÉM DO SÃO FRANCISCO –
PE
Índices
|
Várzea – PB
|
Belém de São Francisco – PE
|
IDH M (2010)
|
0,707
|
0,642
|
ÍNDICE DE GINI
|
0,35
|
0,44
|
INCIDÊNCIA DE POBREZA
|
46,97%
|
64,28%
|
Fonte:
IBGE, Censo 2010
Para
o leitor que não é acostumado com esses índices, segue uma pequena referência
para facilitar o entendimento.
IDH
M – Índice de Desenvolvimento Humano Médio – Expressa,
de forma geral, a qualidade de vida da população a partir de três referenciais:
Renda, educação e saúde. Quanto mais alto melhor a qualidade de vida da
população.
Índice
de Gini – Mede a concentração de rendas. Quanto
mais próximo de 1 (um), mais concentrada se encontra a riqueza.
Incidência
de Pobreza – Mede em percentual a população considerada
pobre no município, pelos critérios de renda e acessibilidade a bens e
serviços.
É
indiscutível, pelos dados da Tabela, apresentados acima que, no geral, a
qualidade de vida no município de Várzea, em uma das regiões mais secas do
Brasil, e com dificílimo acesso a água é melhor do que em Belém de São
Francisco, banhada pelo Velho Chico. Aliás, para quem conhece, sabe que às
margens do São Francisco fica a grande miséria daquele município. Quem conhece
Várzea, na Paraíba, sabe também que sua elevada taxa de desenvolvimento,
comparada aos padrões do Semiárido brasileiro, advém de investimentos na área
de Educação.
Os
dados comparativos servem apenas para ilustrar o pensamento de parte da
esquerda brasileira que, na época de apresentação do Projeto de transposição do
rio São Francisco, em 2006/2007, se posicionou por privilegiar outras
prioridades do governo Lula. Questionava-se tanto o aspecto dos riscos
socioambientais da obra, como do ponto de vista socioeconômico.
Pressionava-se
por uma nova forma de cuidar do nosso principal Bioma, a Caatinga. Defendíamos
um novo rumo a ser dado nas políticas econômicas para o Semiárido, que se
fizesse a Reforma Agrária no Semiárido, obedecendo às suas características
próprias; que se fortalecesse a Agricultura Familiar Camponesa, as tecnologias
de convivência, as obras de captação e distribuição de água, democratizadas;
que em detrimento da Agricultura Familiar camponesa que alimenta o povo
brasileiro, não fortalecêssemos as grandes empresas internacionais que, afinal,
já tomam conta das águas e de parte do próprio São Francisco, onde essas águas
se escasseiam fruto desse uso desastroso. Enfim, era nesse rosário de críticas
que parte da esquerda militante no Semiárido se baseava para contestar as obras
de transposição do São Francisco, tidas como prioridade absoluta pelo Governo
Lula para a Região.
Parte
do que as esquerdas propunham para o Semiárido foi atendido nos governos Lula e
Dilma. Outros aspectos não foram contemplados. Porém, de uma coisa Lula e Dilma
não abriram mão. DA
INTEGRAÇÃO/TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO.
Sendo
sinceros e honestos com a história e com as pessoas, temos que reconhecer que,
enfrentando todas as críticas acima apontadas, e todas as desconfianças
expressas pelos movimentos sociais de caráter popular mais à esquerda (que o
apoiaram sempre), foi
o presidente Lula quem arregaçou as mangas, assumiu o Projeto e teve a coragem
de iniciar, construir e assegurar os recursos para a Obra. Isso
foi feito com o absoluto desprezo e descrédito por parte das oligarquias de
sempre, que nunca tiveram ou quiseram destinar recursos a grandes obras no
Nordeste.
O
debate à esquerda agora não pode ser mais “que a obra não deveria, não poderia ter sido
prioridade”. Parte das alternativas apresentadas ao projeto
original não foram incorporadas, ponto final. A realidade objetiva nos mostra
hoje que essa obra vai salvar, eu disse: SALVAR,
da sede, milhões de nordestinos. Não há mais sentido ficar em discussões: “mas SE… Se … se”.
Não. A primeira atitude de alguém sensato, preocupado com as transformações
sociais que necessitamos é discutir a realidade objetiva, concreta. O fato é
que a obra foi feita, com todos os riscos que conhecemos.
Cabe
agora aos movimentos populares sociais debater como a obra pode e deve
beneficiar o máximo de pessoas, sem incorrer em tantos riscos ambientais que
sabemos existir. E sem se tornar base de mais concentração de riquezas de um
lado, pobreza, miséria e destruição ambiental do outro, como enfim ocorre em
todas as obras inseridas na lógica perversa do capital.
É
preciso combater com veemência o Hidronegócio, que pode (está de olho)
transformar em mercadoria as águas que começam a jorrar, usando às claras esses
recursos públicos, comuns a todas e todos, para seu exclusivo beneficio,
como já se faz desde muitos anos em gigantescas áreas de terras às margens do
Velho Chico, acumulando fortunas de um lado e espalhando miséria e destruição
ambiental do outro.
Em
função do que foi dito até aqui é preciso colocar alguns pingos nos “is” e
divisar algumas tarefas para minimizar os riscos efetivos que decorrem da
Transposição do São Francisco.
Primeiro
e fundamental aspecto. Desmascarar
esses políticos oportunistas, que descaradamente e sem nenhuma vergonha querem
se apropriar da Obra. Como se a Transposição tivesse sido uma
conquista deles ou mérito deles. Estou
falando de políticos GOLPISTAS, responsáveis por toda onda de violência e
agressividade que sofrem hoje a Presidenta Dilma e o Presidente Lula. Políticos
que agora se apressam em ir a rádios, TV’s, Jornais, espalhar outdoors em
defesa da transposição, pegando carona e dizendo que a transposição tem
suas caras. Ora, estes políticos participaram, apoiaram os diversos governos
federal a vida toda, se beneficiaram de todos, absolutamente todos os governos
que ali passaram, sejam de golpistas, ditadores ou democratas; neoliberais ou
desenvolvimentistas. Abarrotados de dinheiro, nunca foram além de tratar a
Transposição do rio São Francisco como mero projeto, ou de fazerem belos
discursos. Só isso. Na
hora H, apenas Lula teve coragem, “sangue no olho”, como se
dizemos por aqui, para tirar a Obra do papel, do discurso, e assegurar sua
execução.
A
Lula principalmente, e a Dilma devemos o nosso reconhecimento. Não se pode
esquecer que a Obra fez parte do PAC – Plano de Aceleração do Crescimento,
claramente uma política desenvolvimentista, antineoliberal, assegurada pela
visão de Dilma e Mantega (demonizados por neoliberais de plumagem tucana). A
Obra cumpriu também um papel anticíclico, sendo uma forma de enfrentar a crise
do capitalismo, sem se render ao neoliberalismo clássico.
O
que já ouvimos e vimos nos últimos dias nas emissoras de rádio e TV na Paraíba,
nos enoja. Seria risível se não fosse trágico e imoral…Até o “chuchu tucano” de
São Paulo apareceu por aqui para dar entrevistas mostrando o que fez pela Obra.
Nossos políticos voltaram ao nível anterior a 30, pré-Getúlio Vargas. Seus comportamentos são lastimáveis,
tristes, coronelescos. Nunca assisti tanto cinismo, despudor e oportunismo.
O líder local golpista, dos tucanos, eleito senador pela Paraíba para defender
as “Quatrocentonas paulistas”, descaradamente, desavergonhadamente atribui à
FHC o inicio da Obra. Como não se indignar diante de tanto oportunismo? De
tanto descaramento?
Caso
tivéssemos influência junto aos petistas ou tivéssemos algum contato pessoal
com Lula ou com alguém do seu staff,
proporíamos uma vinda de Lula à Monteiro, à pequenina e rebelde Paraíba.
Iniciaria na terra do valente João Santa Cruz, de saudosa memória do levante de
1912 contra João Machado e o “machadismo”, uma cruzada pela verdade. Ali, nas
terras do maior repentista do Brasil, Pinto, esse símbolo da cultura popular
sertaneja; nas terras do grande Zé Marcolino (aquilo tudo era Monteiro). Na
terra do cantor da música que pede para o “rio desaguar”, o grande Flávio José.
A partir de Monteiro deveria surgir uma espécie procissão da verdade sobre a
Obra de Transposição do velho Chico. Lula à frente, ali em Monteiro. Reuniria
Ciro Gomes, seu Ministro que começou toda essa peleja e brigou com muita gente,
especialmente com nós da esquerda para a Obra sair. Traria Dilma e Mantega, os
ideólogos economistas. Unir-se-ia ao Governador Ricardo Coutinho, guerreiro
fiel nas horas de turbulência, aliado digno, que ficou ao lado desse Projeto,
econômico, hídrico…
Ali,
Lula, Ciro, Dilma, Ricardo Coutinho e todos os movimentos sociais que apoiaram
e lutaram pelos governos deles, recebendo as águas do Velho Chico começaria uma
reação à operação asquerosa contra os que querem se tornar “donos da obra”,
claro. Seus objetivos
é privatizar seus fins e amealhar seus rendimentos políticos e financeiros.
Essa
turma golpista, aqui na Paraíba já se movimenta para privatizar a CAGEPA. No
Congresso Nacional querem aprovar a permissão da entrega das terras banhadas
agora pelas águas do Velho Chico para empresas estrangeiras, que monopolizam o
agro e o hidro negócios hoje no mundo. Para essas explorarem as nossas águas,
solos e sol e deixarem o cascalho conosco. São entreguistas sem pudor. As águas
que hoje salvam de sede milhões de paraibanos, são vistas por eles, como
matéria prima de fazer fortunas.
Do
ponto de vista político é importante nesse momento fortalecer algumas das
bandeiras levantadas pelo Governador Ricardo Coutinho, sobretudo, a sua posição
firme em defesa da CAGEPA e da AESA. Companhias como estas, em mãos
privatistas, vendáveis, entreguistas, seria um desastre para a Paraíba e
paraibanos.
É
necessário defender um Projeto Popular para Agricultura Familiar Camponesa, que
fortaleça os pequenos agricultores, disponibilizando-lhes a água e tecnologias
apropriadas para uma produção agroecológica, saudável e em harmonia com o meio
ambiente. Na mesma direção, cabe fortalecer o INSA – Instituto Nacional do
Semiárido, para efetivamente chegar junto das populações desse território com
ciência e tecnologias voltadas ao desenvolvimento sustentável desse território.
Os movimentos sociais do campo precisam ainda pressionar e exigir a recriação
do MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário e, nele, uma Coordenação de Políticas para o
Semiárido.
É
de fundamental importância organizar uma campanha educativa e efetiva de
revitalização e salvamento do Rio São Francisco. A Transposição não pode ser
(como está sendo) mais um fator de agressão e morte àquele rio. Pode e deve se
transformar num instrumento de sua defesa, de sua revitalização. Faz-se
igualmente necessária uma campanha em defesa da revitalização dos rios da
Paraíba, especialmente das bacias hidrográficas do Paraíba e Taperoá (recebedoras
do Eixo leste).
Hoje
todos os paraibanos devem saber que desmatar é crime e o atalho curto para
destruir sua perspectiva de futuro. é
necessário aproveitar a oportunidade para um grande programa de educação
ambiental, voltado ao recaatingamento, ao combate à desertificação e a
recuperação de nossas áreas degradadas e consequentemente da revitalização de
nossos rios. São tarefas fundamentais de quem pensa no futuro.
Vamos
aproveitar a chegada das águas do São Francisco para fazer esse debate em nosso
estado.
Sejamos
firmes: Água para a vida, não para a exploração, lucro e acumulação de riquezas
só de alguns. Afinal é no Semiárido que a vida pulsa, é no semiárido que o povo
resiste.
Sobre o assunto:
Transposição: o legado de Marcondes e o paradoxo político
COMENTÁRIOS
João Suassuna –
Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco
Que a água vai chegar na Paraíba,
isso não resta a menor dúvida. No entanto, o foco da discussão não é esse. O
problema está na segurança do rio, no fornecimento de volumes suficientes para
o abastecimento de 12 milhões de pessoas no Setentrional nordestino, sem,
antes, por em risco o meio ambiente da bacia e todos os investimentos já
efetuados no rio. A Chesf já investiu algo entorno de U$ 13 bilhões, no parque
gerador de energia do Nordeste. Cerca 80% dos volumes do rio são utilizados no
setor geração elétrica. Atualmente, está sendo irrigada uma área de mais de 340
mil ha, e ainda existem os bombeamentos efetuados para o atendimento das
demandas hídricas das populações ribeirinhas. Lembro, também, que a represa de
Sobradinho está com cerca de 14,6% de seu volume útil (no mês de abril a
represa teria que estar com 60% de seu volume preenchido para não haver
problemas no atendimento de demandas). Estamos à cerca de 60 dias do
encerramento da quadra chuvosa da região, ou seja, há possibilidades concretas
de a represa vir a entrar em volume morto no mês de novembro. Caso isso
aconteça, gostaria de ver a cara de todos esses políticos que, atualmente,
estão brigando pela paternidade desse conflituoso projeto.
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comentários
A Transposição, por
si só, está fadada ao desastre. No livro "Os Sertaníadas"
apresentamos as alternativas para "salvar" a Transposição. Da maneira
como está, a obra continua equivocada, um esbulho da verdade, apenas um trunfo
eleitoreiro habilmente explorado por Lula/Dilma et caterva. Continua sendo,
agora por outros que tentam se apoderar da aberração que dinamitou as caatingas
e que, no final, não levará água para os sertanejos - a não ser nos primeiros
momentos (apenas para as televisões exibirem). A transposição é apenas mais um
engodo sobre os crédulos nordestinos reduzidos ao niilismo hídrico, ao invés de
terem sido promovidos para o superavit do Sequeiro. O discurso sobre o
Semiárido no texto acima é de fazer pena, pois abstrai todos os problemas
técnicos para se focar na política. Nesse campo - a política - ninguém foi
melhor do que Lula, de fato. Pena que foi um político para o mal, e não para o
bem. Os "companheiros" ficaram milionários, do dia para a noite;
enquanto os sertanejos - coitados! - ficaram com essa insanidade chamada
Transposição que, tecnicamente, tem os dias contados. Ainda há tempo para ser
salva, mas os políticos não se importam com isso, pois vivem justamente da
miséria dos sertanejos. A falta de água é um precioso bem para os políticos.
Eles "autorizarão" o desmantelamento de qualquer boa intenção de
salvar a Transposição - isso é certeza.
Meus
Prezados,
Segue relato da lenta
recuperação da represa de Sobradinho. As chuvas continuam caindo com baixa
intensidade em todo Alto e médio São Francisco. Os bombeamentos da transposição
continuam, é já começam a fazer parte das análises de vazões do rio e da lenta
recuperação de Sobradinho.
A Bacia
Hidrográfica do Rio São Francisco encontra-se em pleno período das águas,
embora, nessa semana, as chuvas tenham continuado a cair com baixa intensidade,
principalmente nas regiões do Alto e Médio São Francisco. Com essas
instabilidades na caída das chuvas, as vazões do Velho Chico, ao longo de sua
bacia hidrográfica, deram uma caída acentuada, principalmente nos seus postos
de observações volumétricas. Pereira Bode
Velho vem observando, também, diferenças significativas (gráfico abaixo) nos
volumes do rio, compreendidos entre a defluência de Sobradinho e a afluência de
Itaparica. Com isso, há indícios de usos excessivos das águas do São Francisco,
principalmente na irrigação praticada na região do Vale, também se destacando a
retirada de boa parcela volumétrica pelos bombeamentos do projeto da
Transposição. Continua o alerta para a necessidade da caída de mais chuvas na
bacia do rio, para a pronta recuperação das represas de Três Marias e
Sobradinho. A diminuição volumétrica do rio resultou, nesse início do mês de
março, no seguinte cenário hidrológico: um discreto aumento na vazão do posto
de observação de São Romão, passando de 473 m³/s, da semana anterior, para 713
m³/s, nessa semana. Diminuição nos demais postos: o de São Francisco passou de
620 m³/s, da semana anterior, para 517 m³/s, nessa semana. O de Bom Jesus da
Lapa de 1.310 m³/s, da semana passada, para 681 m³/s nessa semana e o de
Morpará que estava com 1.619 m³/s, na semana passada, passou para 846 m³/s,
nessa semana (ver sequência dos volumes abaixo). A afluência volumétrica na
represa de Sobradinho diminuiu nessa semana, estando em cerca de 910 m³/s. Na semana anterior estava na casa dos
1.500 m³/s. O percentual volumétrico de
Sobradinho ficou praticamente estável. Na semana anterior estava em 11,75% de
seu volume útil. Na atual está com 12,97%. A barragem continua com o seu
percentual volumétrico menor do que aquele verificado em igual período do ano
anterior (atualmente 12,97% - ano anterior 31,10%).
Na semana
(03/03), foram iniciadas averiguações nas diferenças volumétricas existentes
entra a defluência de Sobradinho e a afluência de Itaparica, conforme gráfico
explicativo mostrado por Pereira Bode Velho, abaixo. É digno de nota, nessa
diferença, o estabelecimento de provável situação de caos na represa de
Sobradinho, até o final do ano em curso, caso as chuvas continuem caindo abaixo
da média e, agora, com a participação efetiva desse novo “consumidor”
(bombeamento da transposição) no balanço hídrico local. É importante observar,
também, que a continuidade nas baixas defluências de Sobradinho (719 m³/s) vem
agravando o quadro da progressão da cunha salina na foz do rio, fato esse que
tem dando certos transtornos no abastecimento do município alagoano dePiaçabuçu, que tem servido à população uma água
de péssima qualidade, com elevados teores de sais (água salobra). Em igual
situação vivem 70% da
população de Aracaju, que são abastecidas com as águas do Rio São Francisco,
por intermédio de uma adutora, em Propriá, município sergipano localizado em
sua margem direita, a cerca de 60 km de sua foz.
Daqui para
frente, a esperança de todos é na ocorrência de volumes de chuvas expressivos,
em toda bacia hidrográfica do Velho Chico. Além do mais, continuaremos atentos
para a questão das defluências de Sobradinho (719 m³/s) e, agora, de Três
Marias (193 m³/s), pois houve determinação das autoridades do setor, para essas
defluências ficarem estabelecidas à patamares de cerca de 700 m³/s e 160 m³/s,
respectivamente, conforme divulgada
na mídia e atualmente
praticada.
Para