quinta-feira, 6 de setembro de 2012


Sistema da APAC alertará para desastres 3 dias antes

Notícia da Agência Pernambucana de Água e Clima (APAC) - A sala de situação, inaugurada ontem pelo governo estadual, vai monitorar com ajuda de satélite e outros recursos, a distribuição das chuvas e o nível dos principais rios do estado.


É de uma sala de apenas 20 metros quadrados, mas que acessa remotamente equipamentos no valor R$ 1 milhão, que técnicos da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) acompanharão, ainda neste inverno, a evolução das chuvas e do nível dos reservatórios do Estado. A sede do sistema de alerta de desastres, inaugurado ontem pelo governador Eduardo Campos, fica no prédio da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), na Avenida Cruz Cabugá, em Santo Amaro, área central do Recife.

O lugar, chamado de sala de situação pelo governo do Estado, contará com meteorologistas, hidrólogos e hidrometristas os que monitoram a qualidade e a quantidade da água das 8h às 18h. Nos períodos críticos, em que a meteorologia previr chuvas intensas, pretendemos montar uma equipe para ficar em alertar 24 horas por dia, planeja a diretora de Regulação e Monitoramento da agência, Suzana Montenegro.

A sala contará com 20 funcionários. Eles receberão, via satélite e telefonia móvel, informações de 16 plataformas de coletas de dados (PCDs) dos Rios Una, Capibaribe, Mundaú, Paraíba e seus afluentes. Outras 25 PCDs serão instaladas nos próximos dias, totalizando 41 equipamentos que medem automaticamente o nível do rio ou reservatório, distribuição das chuvas e a qualidade da água. Já estão compradas, adianta Suzana.

Além das PCDs, o convênio no valor de R$ 1 milhão com a Agência Nacional de Águas (ANA) incluiu a compra de três computadores, um servidor, dois barcos e dois medidores de vazão e dois veículos. A sala de situação é um instrumento de segurança para a população ribeirinha. Acompanha o nível dos rios e a quantidade de chuva com 72 horas de antecedência para permitir que a defesa civil seja acionada”, avalia o governador.

Ao todo, a recém-criada Apac conta com 88 funcionários aprovados em concurso público. Um deles, Renata Pinheiro, foi escolhida para discursar em nome do grupo, na solenidade de inauguração da sala, ontem pela manhã.

O governador lamentou a Zona da Mata não ter mais mata. O nome dessa região de nosso Estado se deve à Mata Atlântica, que praticamente não existe mais, declarou. Eduardo Campos destacou que, além da Operação Reconstrução, o governo pretende recuperar a mata ciliar, a que reveste as margens dos rios.

Em 2007, o Estado firmou pacto com o setor sucroalcooleiro, que concentra mais de 90% do que resta da Mata Atlântica no Estado, para recuperar, em três anos, a mata ciliar. O termo de compromisso, celebrado entre a Agência Estadual de Meio Ambiente e o Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar), previa o plantio de 130 mil mudas por ano nas margens dos cursos d’água.

Projeto de 2 barragens em licitação

Mais duas barragens, das dez previstas para a contenção de enchentes, tiveram iniciado o processo de licitação para a contratação de projeto básico construtivo. Uma será em São Benedito do Sul, na Zona da Mata, e a outra em Barra de Guabiraba, no Agreste. Os editais estão disponíveis no site www.itep.br, do Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep), desde a sexta-feira (6).

O Itep foi contratado, em março, pela Secretaria de Recursos Hídricos e Energéticos para elaborar um sistema de contenção de enchentes na Zona da Mata Sul. O contrato prevê a elaboração dos projetos básicos de cinco barragens, quatro no Rio Una e seus afluentes e outra no Rio Sirinhaém , o cadastro dos imóveis a seres desapropriados e o Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA-Rima) das obras.

As duas novas licitações vão durar uma semana. A primeira barragem a ter o projeto básico de construção licitado foi a Serro Azul, em Palmares. Com capacidade para acumular 380 milhões de metros cúbicos e valor estimado em R$ 480 milhões, é a maior e mais cara das dez barragens planejadas. Quatro empresas participaram do certame. A vencedora foi a Techne Engenharia.

A Serro Azul deve estar concluída em maio de 2013, caso os prazos sejam rigorosamente cumpridos, prevê o secretário executivo de Recursos Hídricos de Pernambuco, José Almir Cirilo.

Inicialmente o Estado pretendia construir apenas quatro barragens, todas no Rio Una e seus afluentes, em função da enchente de junho de 2010. Como entre abril e maio deste ano houve novas inundações, decidiu levantar também a do Rio Sirinhaém, que protegerá os municípios de Barra de Guabiraba e Cortês, e outras cinco. As novas serão nas Bacias Hidrográficas do Mundaú, Paraíba, Jaboatão e Ipojuca.

Fonte : Jornal do Commercio

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