Carro-pipa permanecerá na Paraíba.
A Famup avalia que os pequenos
municípios não têm recursos para investir na distribuição da água. A
distribuição de água é precária e municípios precisam de várias obras
complementares.
Correio da Paraíba– 13/05/2012
Álisson Arruda
A zona rural da maioria dos municípios paraibanos
vai continuar sendo abastecido por carro-pipa e precisando de cisternas para
reservatórios, mesmo após a conclusão das obras de transposição das águas do
Rio São Francisco. É o que acredita o vice presidente da Federação das
Associações de Municípios da Paraíba (Famup), Tota Guedes. Segundo ele, as
cidades não possuem recursos suficientes para bancar projetos de saneamento e
abastecimento de água para a zona rural.
“Além das adutoras precisarem de reformas, o
abastecimento é precário. A população da zona rural vai continuar sofrendo se
não forem feitas várias obras complementares. O abastecimento é só para os
centros urbanos. As águas do Rio São Francisco não devem chegar para outras
pessoas que estão isoladas e sofrem com a seca. E no período da seca tem açude
com menos de 30% da capacidade”, afirmou.
De acordo com o vice presidente da Famup, além
dos poucos recursos para as obras de abastecimento, as pequenas cidades, mesmo
as que estiverem próximas ao acesso das águas, devem enfrentar dificuldades
para distribuir a água para seus moradores. “As cidades também precisam de mais
incentivo para saneamento básico. É complicado levar água e esgotamento para
moradores mais distantes, mas é importante, pelo menos, que as pequenas cidades
tenham acesso a essas águas e condições de distribuição para o máximo
possível”,destacou Tota Guedes.
COMENTÁRIOS
João Suassuna – josu@fundaj.gov.br
Abastecimento hídrico é uma questão complicada se
conviver. Os seres vivos precisam de água, pois, na sua falta, eles desidratam
e morrem. O nordestino é um ser vivo, portanto, precisa de água para sua
existência.
Há 17 anos que estamos denunciando que a
Transposição do Rio São Francisco não irá resolver os problemas de
abastecimento do Semiárido nordestino. Antes de tudo, as águas transpostas irão
atender ao grande capital, principalmente a grande irrigação, a criação do
camarão e os usos industriais.
A matéria do Correio da Paraíba está nos
dando razão, ao esclarecer que as águas do Velho Chico não irão abastecer os
paraibanos carentes, residentes no meio rural do Estado. Essa assertiva irá se
complicar com a chegada do pleito eleitoral de outubro próximo. O acesso a água
será moeda de troca para o voto do eleitor iludido. Os maus políticos não terão
interesse algum na solução dos problemas do abastecimento da região semiárida,
pois sabem que, uma vez resolvidos, as torneiras dos votos irão se fechar. É a Indústria
da Seca com suas garras afiadas em cima do povo do Semiárido nordestino.
Isso, ao nosso modo de entender, é fazer política com o sofrimento e a miséria
do cidadão do Nordeste seco.
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