Transposição do rio São Francisco: Um grande
erro!
Aos poucos vai se confirmando o
que os movimentos sociais, cientistas e especialistas diziam sobre a
transposição do Rio São Francisco: A obra é um grande erro e se transformou num
mico nas mãos de Dilma, uma das heranças malditas deixadas por Lula.
http://www.ihu.unisinos.br/cepat/cepat-conjuntura/508127-conjuntura-da-semana-transposicao-do-rio-sao-francisco-um-grande-erro
A análise da conjuntura da semana
é uma (re)leitura das "Notícias do Dia’ publicadas
diariamente no sítio do IHU. A análise é elaborada, em fina
sintonia com o Instituto Humanitas Unisinos – IHU, pelos
colegas do Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores – CEPAT,
com sede em Curitiba-PR, parceiro estratégico do Instituto Humanitas Unisinos –
IHU, e por Cesar Sanson, professor na
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, parceiro
do IHU na elaboração das Notícias do Dia.
Sumário
Equívocos da transposição do São Francisco
‘O bispo tinha razão’
Transposição, boa apenas para a indústria da seca
Críticas do movimento social se confirmam
Violações persistem em megaobras
Conjuntura da Semana em frases
Tuitadas da semana
Eis a análise.
Equívocos da transposição do São Francisco
Empreiteiras ávidas por mais recursos, obras paradas,
cronograma adiado, problemas com licitações, aumento bilionário nos custos,
canais rachados, túneis desabando, deslizamento de solo, empregos frustrados e
caatinga devastada envolvem a transposição do Rio São Francisco. Já se coloca
em dúvida se um dia a obra terminará e, ainda mais grave, vai se confirmando a
denúncia da ineficácia da transposição para levar água aos que mais dela
precisam.
“A transposição do Rio São Francisco se transformou em um grande atoleiro e eu
não vejo nenhuma perspectiva de ela ser concluída, pois as obras estão
praticamente paradas em vários trechos”, declara
João Abner, professor da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte (
UFRN) em entrevista ao
IHU. Segundo
ele, “nenhum agricultor que, hoje, recebe água do carro-pipa receberá água da transposição
desse rio, porque a água vai escoar em grandes rios, vai para as maiores
barragens da região e será utilizada pelo agronegócio”.
Nos últimos dias, a transposição do São Francisco voltou ao noticiário pelo
viés do escândalo em que se transformou. A transposição já é o
mais caro dos projetos do Programa de Aceleração do
Crescimento (
PAC). Só no governo
Dilma Rousseff,
os preços aumentaram 71% e saltaram para R$ 8,2 bilhões. A obra se transformou
num “
ralo do dinheiro público”.
Na opinião de
João Abner, “com um terço do custo da transposição do rio São
Francisco seria possível construir um grande sistema de abastecimento de água
para atender a todo o Nordeste e abastecer todas as casas da região”.
A obra se transformou num mico nas mãos de
Dilma,
uma das heranças malditas deixadas por
Lula. Na opinião de
João Suassuna, engenheiro-agrônomo e pesquisador da
Fundação Joaquim Nabuco, de Recife, a transposição caracteriza-se como
um “projeto tecnicamente ruim, socialmente preocupante e politicamente
desastroso”.
'O bispo tinha razão'
Aos poucos vai se confirmando tudo o que os movimentos sociais, cientistas e
especialistas diziam da obra: “A transposição do São Francisco é um erro”.
Entre as várias vozes que se levantaram contra a transposição, uma, sobretudo é
lembrada, a de
dom Luiz Cappio, bispo de Barras (BA).
Cappio,
em seus dois jejuns, em
2005 e
2007, chamou a atenção para os equívocos da obra e profetizou
que a mesma era um grande erro e que não seria concluída.
Em uma das
entrevistas que concedeu ao
IHU, em 2008,
dom
Luiz Cappio afirmou que “a transposição não irá acontecer porque é
mentirosa, anti-ética, anti-socal, injusta e economicamente inaceitável”.
Cappio
dizia na oportunidade: "O projeto é socialmente injusto porque
vai beneficiar um pequeno grupo, enquanto que projetos alternativos podem
beneficiar quase toda a população do Nordeste do semi-árido. Ela é
ecologicamente insustentável porque, enquanto o projeto de transposição agride
a realidade do Rio São Francisco, os projetos alternativos são altamente
sustentáveis. E a transposição é eticamente inaceitável porque é mentirosa,
enquanto os projetos alternativos estão aí para poder atender as necessidades
do povo".
Em outra
entrevista ao IHU em 2010,
Cappio reafirmou:
“O tempo mostra a verdade de todas as coisas e vai mostrar o significado da
nossa luta”.
“O bispo tinha razão...”, diz o sociólogo
Rubens Siqueira, da Comissão Pastoral da Terra na Bahia e da
articulação São Francisco Vivo. Lembrando o bispo, relata: “'Quando a razão se
extingue, a loucura é o caminho’. Com esta ideia, o bispo franciscano de
Barra–BA
dom Luiz Cappio justificava seus dois jejuns, em
2005 e
2007, contra o projeto de transposição, em defesa do Rio São
Francisco e do semiárido brasileiro. Dizia que o projeto, além de ignorar o mal
estado do rio, visava, como sempre no Nordeste, concentrar água, terra e poder,
levaria dinheiro público para o ralo e votos para urnas e – vaticínio
profético? – não seria concluído”.
“E não é que, não à parte a loucura, ele tinha
razão! Quatro anos e meio depois de iniciado, o projeto capenga, confirmando as
críticas do bispo, de cientistas respeitados e dos movimentos populares. O
próprio sertanejo da região ‘beneficiada’, até aqui iludido com a mítica
promessa, começa a desconfiar”, destaca
Rubens Siqueira.
Transposição, boa apenas para a indústria da seca
A transposição do São Francisco até o momento foi boa apenas para a indústria
da seca, destaca
João Abner na
entrevista ao
IHU. Segundo ele, “a indústria
da seca é uma espécie de colonialismo que predomina no Nordeste há séculos.
Quer dizer, os projetos para distribuir água no Nordeste são pensados fora da
região e têm a intenção de capturar recursos públicos. O Programa de Açudagem
do Nordeste mostra isso. As obras pensadas para o Nordeste são descoladas de um
plano de desenvolvimento e têm um fim em si mesmas”.
Continua o professor da
UFRN: “a transposição do rio São
Francisco segue essa mesma lógica. O governo e as empresas querem construir o
maior açude possível no Nordeste e depois pensar o que será possível fazer com
ele. Para funcionar, a transposição do rio precisa de mais investimento. Além
disso, durante o período em que a obra ficou parada, os canais construídos se
arrebentaram e terão de ser refeitos. Portanto, essa é a estratégia das elites
do Nordeste: criam um projeto de desenvolvimento para se apropriarem de
recursos públicos”.
Segundo
Abner, “o mal menor seria terminar logo a transposição
do rio para mostrar que a obra não tem nada a ver com o desenvolvimento do
Nordeste, que não foi feita para acabar com o carro-pipa, que não vai servir
para nada. Assim, ao menos ela ficaria exposta como um monumento para denunciar
a indústria da seca. O problema é que, enquanto a obra estiver sendo
construída, não será possível discutir um projeto específico e alternativo para
o Nordeste”. Porém, o professor considera que “a indústria da seca não tem
interesse que essa obra seja concluída, porque, quando ela for concluída, a
indústria da seca será desmascarada”.
Além de alimentar a indústria da seca, a transposição quando pronta, ou
parcialmente pronta, beneficiará o agronegócio ou o hidronegócio.
“Essa história de associar a transposição com a seca é a maior fraude que
existe. O projeto é para (...) uso econômico. Na verdade, a água da
transposição será utilizada para consumo industrial (na região litoral e
metropolitana) e para consumo agrícola”, diz
João Abner na
entrevista.
Críticas do movimento social se confirmam
As principais críticas ao projeto feitas desde 2005 vão se confirmando.
Rubens Siqueira lembra e enumera as denúncias feitas pelo
movimento social, pesquisadores e especialistas que estão se comprovando:
1. A obra seria muito mais cara que o previsto: de 5 bilhões
iniciais já estão reajustadas em 6,8 bilhões, um aditivo de 1,8 bilhões, 36% em
média. Há lotes ainda não re-licitados, o que vai onerar ainda mais o preço
final.
2. Não atenderia a população mais necessitada: efetivamente,
não pôs uma gota d’água para nenhum necessitado; antes desmantelou a produção
agrícola local por onde passou.
3. O custo da água seria inviável: hoje o governo reconhece
que o metro cúbico valerá cerca de R$ 0,13 (poderá ser ainda bem maior), seis
vezes maior que às margens do São Francisco, onde muitos irrigantes estão
inadimplentes por dívidas com os sistemas de água. Para ser economicamente
viável, este preço terá que ser subsidiado, e é certo que o povo pagará a
conta;
4. Impactaria comunidades indígenas e quilombolas: comunidades
quilombolas impactadas são 50 e povos indígenas nove. As demarcações de seus
territórios foram emperradas, patrimônios destruídos. No caso dos Truká, em
Cabrobó – PE, em cuja área o Exército iniciou o Eixo Norte, o território já
identificado é demarcado se aceitarem as obras. No caso dos Tumbalalá, em
Curaçá e Abaré – BA, na outra margem, se aceitarem a barragem de Pedra Branca.
Ainda não foi demarcado pela
FUNAI o território Pipipã e
concluído o processo Kambiwá, a serem cortados pelos futuros canais, ao pé da
Serra Negra, em Pernambuco, monumento natural e sagrado de vários povos. Muitas
destas comunidades resistem. Em Serra Negra povoado e assentamento de reforma
agrária não admitem as obras em seu espaço.
5. Destruiria o meio ambiente: grandes porções da caatinga
foram desmatadas. Inventário florestal levantou mais de mil espécies vegetais
somente no Eixo Leste.
6. Empregos precários e temporários: como sintetizou o cacique
Neguinho Truká, “os empregos foram temporários, os problemas
são permanentes”. Em Cabrobó, nada restou da prometida dinamização econômica,
só decepção e revolta. Nas cidades por onde a obra passou ficou um rastro de
comércio desorientado, casas vazias, gente desempregada, adolescentes
grávidas...
7. Arrastadas no tempo, a obra se presta a “transpor” votos e
recursos: não debela, antes realimenta a “indústria política da seca”. Nova
precisão de data para conclusão: 2014! Vem mais uma eleição aí, em 2012, outra
em 2014...
8. Faltam duas das consequências graves a serem totalmente
comprovadas, que só teremos certeza se a obra chegar ao fim: vai impactar ainda
mais o rio São Francisco e não vai levar água para os necessitados do Nordeste
Setentrional. Enfim, a Transposição é para o agro-hidronegócio e pólos
industriais do Pecém (CE) e Suape (PE).”
“Está provado que a transposição do rio São Francisco é uma obra que não serve
para o Nordeste. Quer dizer, tudo o que se falou anteriormente está sendo
comprovado na prática”, comenta
João Abner, concordando com o
diagnóstico do movimento social.
O principal e mais forte argumento do governo, de que a obra garantiria a
segurança hídrica na região semi-árida a 12 milhões de pessoas virou uma
falácia. Segundo
João Abner, “existem dois discursos: de que a água seria
usada para consumo humano e para uso econômico. Mas a primeira fraude diz
respeito ao beneficiamento de 12 milhões de pessoas. Nós fizemos um
levantamento das populações que possivelmente serão atendidas pelos sistemas
adutores, que captam a água das bacias que receberão a água da transposição do
rio São Francisco, e contabilizamos três milhões de pessoas”.
“A outra mentira, diz ele, é que essa água não irá perenizar rios secos. Essa
água só será despejada na cabeceira dos dois maiores rios do Nordeste, ou seja,
será despejada fora do rio São Francisco e do Parnaíba, que é onde se concentram
70% das reservas típicas da região”. “Então, essa história de associar a
transposição com a seca é a maior fraude que existe”.
As sucessivas denúncias de que as obras da transposição estavam abandonadas
levaram recentemente Dilma Rousseff à
região. Para os
integrantes da CPT em Floresta/PE, a visita da presidenta
Dilma
foi uma tentativa estratégica de dar resposta às inúmeras críticas
feitas ao megaprojeto e de provocar uma comoção nacional de que a obra não
estava abandonada. Foi logo após a visita de
Dilma à região
que uma série de novas licitações começaram a serem elaboradas e os custos da
obra explodiram.
Desde 2005, o Instituto Humanitas Unisinos –
IHU, através do
seu sítio, da
revista IHU On-Line e publicações especiais como os
Cadernos
IHU, deu espaço e voz a inúmeros estudiosos e lideranças sociais sobre
a análise do caráter e natureza da obra. Em centenas de reportagens, artigos e
entrevistas, o
IHU contribuiu para o debate da polêmica da
transposição. Destacamos aqui a publicação
Cadernos IHU em formação
–
A transposição do Rio São Francisco em debate, publicada em
2008, que condensou amplo material sobre o tema.
Desde o anúncio da obra, somamo-nos às inúmeras vozes para alertar sobre o
equívoco da transposição do Rio São Francisco. Em 2005, o
IHU publicava
a
Revista IHU On-Line edição 159 - Salvar o Velho Chico: uma luta
que se revitaliza. À época, muitos contestaram o porque de tanto espaço a
um tema regional, ou mesmo não compreenderam e criticaram a postura do
IHU
de contestação ao projeto – símbolo de uma nova Era no país, a do
modelo neodesenvolvimentista capitaneado por
Lula. Passados
mais de seis anos, como diz dom
Cappio, “o tempo mostra a
verdade de todas as coisas”.
Violações persistem em megaobras
Não é apenas a transposição do Rio São Francisco que tem dado dores de cabeça
ao governo. Ao longo da semana, uma série de outros megaprojetos enfrentaram
problemas. As maiores obras do país, as quatro principais hidrelétricas
planejadas pelo governo na Amazônia – valores estimado em R$ 56,6 bilhões –,
estão com
projetos paralisados.
Operários dos dois principais
canteiros de Belo Monte, no rio Xingu (PA), interromperam
atividades. No rio Madeira (RO), as usinas de Jirau e de Santo Antônio
enfrentam greves. Faz poucos dias, a usina de Teles Pires, na
divisa entre Mato Grosso e Pará, teve
obras suspensas pela Justiça Federal.
Em
Belo Monte, os cerca de cinco mil trabalhadores do Consórcio
Construtor Belo Monte (
CCBM), responsável pelas obras da
terceira maior hidrelétrica do mundo, entraram em greve geral na quinta-feira,
dia 29 de março. As reivindicações são por aumento salarial, redução dos
intervalos entre as baixadas (visita dos trabalhadores a suas famílias) de 6
para 3 meses, o não-rebaixamento do pagamento e solução de problemas com a
comida e a água.
A paralisação começou no canteiro de obras do Sítio Pimental, após um acidente
de trabalho que matou o operador de motosserra Francisco Orlando Rodrigo Lopes,
de Altamira. A saída dos ônibus do perímetro urbano de Altamira para os
canteiros de obras, em Vitória do Xingu, foi bloqueada.
Em
Rondônia, a greve começou no dia 10 de março com cerca de 16
mil trabalhadores que constroem a Usina Jirau, no rio Madeira, e ganharam no
dia 21 de março, o apoio de parte dos funcionários da Usina de Santo Antônio,
no mesmo rio, que também pararam momentaneamente as atividades.
Em Jirau, os operários resolveram suspender as atividades por conta das
precárias condições no canteiro administrado pela empresa. “A estrutura do
alojamento não dá conta da quantidade de operários. Falta desde banheiro até
área de lazer, algo muito grave se levarmos em conta que os trabalhadores estão
em uma área remota dentro da floresta amazônica”, comentou
Cláudio Gomes, presidente da Confederação dos Trabalhadores
na Indústria da Construção e Madeira (
Conticom).
O dirigente comenta ainda que acordos como o reajuste do vale-alimentação não
foram cumpridos. A categoria, cuja data-base é em maio, cobra o reajuste de 20%
dos salários, o aumento do vale-alimentação para R$ 510 e o pagamento de 100%
de todas as horas extras. Atualmente, o valor equivale a 70% nos dias normais e
100% em domingos e feriados.
No canteiro da usina de Santo Antônio,
o clima ficou pesado com a pressão da
Camargo Correa
e da
Odebrecht para que a Força Nacional assuma o canteiro. O
mesmo
pedido foi reiterado pelo governo de Rondônia, com um
agravante: o governo do Estado pediu a presença do Exército.
As empreiteiras e o governo do Estado temem o
fantasma da
Rebelião de Jirau.
A retomada das greves nos grandes canteiros é uma derrota do governo após o
acordo denominado de
Compromisso Nacional para o
Aperfeiçoamento das Condições de Trabalho na Indústria da Construção.
O acordo foi apresentado pela presidente
Dilma Rousseff no
começo do mês de março como um “novo paradigma” nas relações entre
trabalhadores, empresários e governo, porém não provocou até agora mudanças
significativas no setor.
Além da presença permanente de representantes sindicais para a “resolução
imediata de questões envolvendo patrões e empregados, favorecendo a produtividade
e o bom andamento das obras”, conforme comunicado da Secretaria-Geral da
Presidência da República, o acordo prevê a criação de uma
Mesa Nacional
Tripartite Permanente para a Melhoria das Condições de Trabalho,
reunindo autoridades, empresários e trabalhadores.
A estratégia não tem, porém, dado os resultados esperados. Em Jirau, a
tentativa de ampliar o diálogo fracassou e os próprios representantes dos
sindicatos que tentaram intermediar as negociações acabaram vaiados pelos
trabalhadores. Na realidade, o acordo é visto com reservas mesmo pelos
sindicalistas que participaram da negociação.
Um dos principais articuladores do acordo é
José Lopez Feijóo,
ex-dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, e agora assessor da
secretaria geral da Presidência da República, da qual é ministro
Gilberto
Carvalho. Segundo ele, foram os seguidos problemas nas obras das
hidrelétricas do Rio Madeira nos últimos anos que fizeram o governo se
preocupar em articular um acordo voltado para as grandes obras. "Há
enormes investimentos em obras de energia e infraestrutura, e mesmo em
infraestrutura social, como o [programa] Minha Casa, Minha Vida. O que
aconteceu em Santo Antônio e Jirau nos chamou a atenção para a necessidade de
um acordo”, diz, referindo-se à
revolta de trabalhadores em março de 2011.
De acordo com ele, o compromisso tem, conforme a presidente
Dilma anunciou,
potencial para gerar mudanças significativas. “Serão cumpridos direitos
constitucionais que hoje praticamente ninguém exerce. No acordo fica claro, por
exemplo, que o trabalhador não pode ser demitido se recusar a exercer algo que
coloca em risco saúde. Na medida em que adere a um acordo, a empresa assume um
compromisso público que vai ter que cumprir. E o sindicato passa a contar com
mais um instrumento que não tinha anteriormente”.
O fato é que até o momento o acordo não chegou efetivamente nas grandes obras.
Mesmo com o acordo, greves e violações persistem nos megaprojetos. O cenário
para o governo é preocupante, considerando-se ainda o andamento das obras da
Copa do Mundo.