O MAR NÃO ESTÁ PRA PEIXE.
Alexandre Araújo e Suzy Rocha (*)
Sabe, tenho vivenciado o grande número de aterros, destruição de manguezais, emissão de milhões de toneladas de resíduos industriais e domésticos, muito deles tóxicos, lançados diretamente ao mar ou mesmo através dos rios, que o atinge do mesmo jeito. Com isso, presenciei a morte, quando não a migração, de diversas espécies de peixes, crustáceos – e até de mamíferos – em quase toda a costa brasileira.
Num levantamento feito em 13 países, ao longo de 8 mil quilômetros de praias, foram coletadas quase 2 milhões de toneladas de lixo, o que significa 250 toneladas de lixo por quilômetro. Conclusão: estamos todos nadando no lixo!
Em Pernambuco, particularmente na área entre o porto do Recife e de Suape, tenho observado o total descontrole na faixa costeira, como os freqüentes cortes e aterros de manguezais e destruição de arrecifes para aberturas de canais, diminuindo, assim, quantidade e diversidade da oferta dos recursos costeiros, trazendo conseqüências imediatas para a alimentação de várias espécies, inclusive, dos tubarões.
Essa situação é agravada com o aumento de resíduos de alimentos descartados pelos navios que utilizam aqueles portos, somando-se ao lixo depositado nas praias, estuários e rios, fazendo com que algumas espécies marinhas tenham que se aproximar da costa em busca de alimentos, ficando num trilema: ou migra em busca de alimentos, ou se arrisca aproximando-se da costa atrás de comida ou tenta adaptar-se a uma nova dieta.
Como se não bastasse isso, há que se perguntar qual é ou são a(s) espécie(s) responsável(eis) por recentes ataques, uma vez que, apenas algumas poucas atacam os humanos e quantas destas ocorrem no litoral de Pernambuco, para que não se atribua aos tubarões, de forma generalizada, esses ataques? Até porque, muitos deles não se alimentam de carne e outras, sequer, possuem dentes.
Diante de tudo isso, perguntaria: de quem é a responsabilidade dos ataques de tubarões, uma vez que, vocês poluem mares e oceanos, degradam manguezais e praias, acumulam o entulho da civilização no ambiente marinho, não sabendo utilizar e, superexplorando algumas espécies tendo provocado a extinção de muitas delas? E, ainda: invadem habitats alheios, aos quais vocês não estão adaptados! O que esperam que nós façamos? Fiquemos de nadadeiras cruzadas esperando o que possa acontecer?
(*)Associação Pernambucana de Defesa da Natureza (Aspan)
Alexandre Araújo e Suzy Rocha (*)
Sabe, tenho vivenciado o grande número de aterros, destruição de manguezais, emissão de milhões de toneladas de resíduos industriais e domésticos, muito deles tóxicos, lançados diretamente ao mar ou mesmo através dos rios, que o atinge do mesmo jeito. Com isso, presenciei a morte, quando não a migração, de diversas espécies de peixes, crustáceos – e até de mamíferos – em quase toda a costa brasileira.
Num levantamento feito em 13 países, ao longo de 8 mil quilômetros de praias, foram coletadas quase 2 milhões de toneladas de lixo, o que significa 250 toneladas de lixo por quilômetro. Conclusão: estamos todos nadando no lixo!
Em Pernambuco, particularmente na área entre o porto do Recife e de Suape, tenho observado o total descontrole na faixa costeira, como os freqüentes cortes e aterros de manguezais e destruição de arrecifes para aberturas de canais, diminuindo, assim, quantidade e diversidade da oferta dos recursos costeiros, trazendo conseqüências imediatas para a alimentação de várias espécies, inclusive, dos tubarões.
Essa situação é agravada com o aumento de resíduos de alimentos descartados pelos navios que utilizam aqueles portos, somando-se ao lixo depositado nas praias, estuários e rios, fazendo com que algumas espécies marinhas tenham que se aproximar da costa em busca de alimentos, ficando num trilema: ou migra em busca de alimentos, ou se arrisca aproximando-se da costa atrás de comida ou tenta adaptar-se a uma nova dieta.
Como se não bastasse isso, há que se perguntar qual é ou são a(s) espécie(s) responsável(eis) por recentes ataques, uma vez que, apenas algumas poucas atacam os humanos e quantas destas ocorrem no litoral de Pernambuco, para que não se atribua aos tubarões, de forma generalizada, esses ataques? Até porque, muitos deles não se alimentam de carne e outras, sequer, possuem dentes.
Diante de tudo isso, perguntaria: de quem é a responsabilidade dos ataques de tubarões, uma vez que, vocês poluem mares e oceanos, degradam manguezais e praias, acumulam o entulho da civilização no ambiente marinho, não sabendo utilizar e, superexplorando algumas espécies tendo provocado a extinção de muitas delas? E, ainda: invadem habitats alheios, aos quais vocês não estão adaptados! O que esperam que nós façamos? Fiquemos de nadadeiras cruzadas esperando o que possa acontecer?
(*)Associação Pernambucana de Defesa da Natureza (Aspan)
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