terça-feira, 12 de março de 2013


Firjan alerta: Estamos na antessala do apagão.


Nível dos reservatórios é o pior dos últimos 11 anos, e só não é mais crítico do que o passado no período de racionamento.

http://www.jornaldaenergia.com.br/ler_noticia.php?id_noticia=12132&id_secao=2

Por Natália Bezutti

O sistema Firjan emitiu nesta quarta-feira (19/12) comunicado a indústria em que alerta para o estado crítico em que se encontram os reservatórios das usinas hidrelétricas do subsistema Sudeste/Centro-Oeste e risco de desabastecimento de energia até o início de 2013. “Estamos praticamente na antessala do apagão”, declarou o gerente de competitividade industrial e investimentos da Firjan, Cristiano Prado.

Segundo o executivo, o atual nível dos reservatórios é o pior dos últimos 11 anos e só não perde para o período de racionamento. De acordo com dados da federação, em dezembro de 2011, o nível dos reservatórios estava em 61%, mas hoje representa apenas 29,8%. Contrariamente, a geração termelétrica em novembro de 2011 era de 6,91%, saltando para 23,14% no mesmo período deste ano.

“A previsão das chuvas para dezembro está abaixo da média e, ainda que alcançasse a média histórica, não teremos água suficiente para encher os reservatórios. Por outro lado está sendo necessário aumentar a geração de termelétricas num momento em que o País não estava esperando gerar”, declarou Prado.

Preocupada com a situação, a federação solicitou ao Ministério de Minas e Energia que esclareça a situação, dizendo quais as medidas que ainda podem ser adotadas para manter o fornecimento de energia, e também de gás, para a indústria, visando garantir não só a competitividade do setor, mas também o crescimento econômico do Brasil.

“É um cobertor curto dos dois lados. Curto na parte de cima porque o nível dos reservatórios está muito abaixo e, curto na parte de baixo, porque você vai precisar de mais gás para as térmicas, e não tem gás sobrando no País”, apontou o gerente da Firjan.

Ele ainda revela que apesar das previsões de chuva apontarem otimismo, o despacho térmico não deverá cair pelo menos até o primeiro trimestre de 2013. Mesmo que ocorresse o aumento da precipitação acima da média histórica, a possibilidade do governo continuar a operação das térmicas é mantida, para que, por questão de segurança, os reservatórios sejam preservados para o próximo ano.

“Se viesse o dilúvio, talvez a gente tivesse alguma chance. É a única chance para salvar essa situação”, comentou. Sobre a alta variação entre as previsões das chuvas e o que tem sido contestado, Prado confirma a disparidade, mas diz não ter base para avaliar a qualidade e modelo das previsões.

Para o engenheiro Fábio Resende, diretor do Instituto Ilumina, ainda é precoce falar de racionamento, mas revela que o risco está aumentando à medida que as previsões de chuva não se concretizam. “À medida que não tem chuva você vai esvaziando o reservatório... Tem que ver se todas essas térmicas que foram contratadas têm condição de gerar. Se houver problema na geração das térmicas também, vai faltar energia, mas por enquanto é precoce dizer”.

Comentário do ILUMINA: Se ocorrer o racionamento, antes que digam que a culpa é da falta de chuvas, o ILUMINA informa qual foi a Energia Natural Afluente dos últimos anos em termos da média de longo prazo.

Ano
% em relação a média de longo termo
2002
90%
2003
86%
2004
108%
2005
108%
2006
94%
2007
104%
2008
95%
2009
117%
2010
100%
2011
119%
2012 (até novembro)
79%


Como se pode ver, a não ser o corrente ano, S. Pedro tem sido generoso com o sistema elétrico brasileiro. Se a energia natural do sistema de dezembro repetir o pior valor desse histórico de 11 anos, o percentual de 2012 em relação à média chega a 85%, o que, não é uma desgraça.


É preciso lembrar que em 2013 os reservatórios esvaziam outra vez e, se não se conseguir enchê-los, a situação pode se repetir.

O problema não está na ausência de chuvas, mas sim em dissidências metodológicas entre a EPE (planejamento) e ONS (operação). Agravando a situação, apesar de não ser admitido pelas autoridades, desconfiamos que o despacho térmico foi adiado em função da elaboração da medida que quer reduzir tarifas da pior maneira possível, intervindo de forma inédita e abrupta na receita das geradoras.

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