Redução de CO2 de São Paulo pede novas rotas tecnológicas.
Foram antecipados na última semana, em Brasília (DF), os dados preliminares do inventário de emissões de gases de efeito estufa (GEE) de São Paulo. As informações, divulgadas pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) são referentes ao ano de 2005 e trazem também o plano de redução para 2020 e as principais rotas tecnológicas que podem contribuir para o alcance das metas estabelecidas.
O objetivo do Estado é reduzir em 20% as emissões de CO2 nos próximos dez anos. Isso significa sair de um patamar de 145 milhões de toneladas emitidas em 2005 para 116 milhões. Se for considerado um crescimento econômico de 3,8% entre 2010 e 2020 e as tecnologias disponíveis hoje, a redução é ainda maior: alcança a marca de 50%.
“Se nada for feito a emissão poderá chegar a 238 milhões de toneladas em 2020. Devemos definir o que fazer nessa década para impedir isso”, destacou o diretor de Inovação do IPT, Fernando Landgraf, durante a 6ª edição do Congresso ABIPTI, evento que reuniu a comunidade científica nos dias 24 e 25, em Brasília (DF). O inventário oficial poderá sair ainda este mês.
Segundo o pesquisador, o instituto se debruçou nos últimos seis meses para construir cenários e apontar alternativas capazes de ajudar o Estado a atingir os resultados esperados. Todo o plano tem por base a Lei Estadual nº 13.978/2009, que instituiu a Política Estadual de Mudanças Climáticas.
Atualmente, segundo os dados apresentados pelo IPT, o maior responsável pelas emissões GEE é o setor energético, com 83 milhões de toneladas emitidas por ano, o que representa 57% do total. Somente esse segmento poderá lançar, nos próximos dez anos, 148 milhões de toneladas de GEE na atmosfera.
Os desafios tecnológicos para reverter esse quadro são, na avaliação do instituto, gigantescos, e passam principalmente pela ampliação do uso de biocombustíveis, alteração nos modais de transporte, uso de tecnologias limpas na indústria, mudanças no setor agrícola, utilização de tecnologias de captura e estocagem de carbono e gaseificação de biomassa.
Dentro dessa nova demanda, que pede cada vez mais o uso de tecnologias limpas, já está em curso no IPT um projeto para o desenvolvimento de uma nova rota metalúrgica para produzir silício de grau solar. Segundo o instituto, a técnica, além de ser mais econômica também possibilita a obtenção do material de alta pureza, empregado na produção de células solares fotovoltaicas utilizadas para conversão da energia solar em energia elétrica.
Trata-se de uma necessidade de substituir as energias baseadas em combustíveis fósseis por energias mais limpas e renováveis. O projeto recebeu recursos da ordem de R$ 10 milhões e conta com apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Outra estratégia, segundo o instituto, é reduzir gradativamente a frota de carros a gasolina e substituí-la por veículos a etanol, que poderia economizar 27 milhões de toneladas mesmo dentro de um cenário tímido. “Estamos supondo um uso modesto de biodiesel. Sabemos que não é possível usar 100% nos caminhões”, considerou.
Para Landgraf, o Estado também pode apostar em tecnologias de sequestro de carbono, já que São Paulo possui um solo com estocagem subterrânea de gás natural em aquífero. “É um grande potencial. Vamos precisar de altos investimentos financeiros para investigar qual é o tamanho desse reservatório e qual a capacidade deles de capturar CO2”, explicou.
Projeto ambicioso
O diretor de Inovação do IPT também apresentou o grande projeto do instituto para os próximos cinco anos. Trata-se da gaseificação da biomassa. Para defender essa iniciativa, a instituição utilizou os números da colheita de 2009 da cana-de-açúcar. Os dados mostram que foram colhidas 650 milhões de toneladas naquele ano e 14% desse volume pode ser utilizado na gaseificação.
De acordo com ele, esse montante é o suficiente para gerar 18 GJ/t, ao custo de R$ 130 por MWh. “Esse é o resultado com um rendimento de 40%, que é altamente possível numa gaseificação de biomassa, com ciclo integrado e geração de energia a partir de usinas a gás”. Todo esse processo renderia R$ 24 bilhões.
Entretanto, Landgraf lembrou que as iniciativas não podem ser isoladas. Para que o Estado alcance a meta de reduzir em 20% as emissões de gases de efeito estufa será preciso desenvolver dezenas de rotas tecnológicas diferentes. “Vamos ter que investigar. É um desafio para muitas instituições de pesquisa tecnológica”, completou.
Fonte:Cynthia Ribeiro Gestão CT
Postado por InovaBrasil às 11/30/2010 07:07:00 AM
Foram antecipados na última semana, em Brasília (DF), os dados preliminares do inventário de emissões de gases de efeito estufa (GEE) de São Paulo. As informações, divulgadas pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) são referentes ao ano de 2005 e trazem também o plano de redução para 2020 e as principais rotas tecnológicas que podem contribuir para o alcance das metas estabelecidas.
O objetivo do Estado é reduzir em 20% as emissões de CO2 nos próximos dez anos. Isso significa sair de um patamar de 145 milhões de toneladas emitidas em 2005 para 116 milhões. Se for considerado um crescimento econômico de 3,8% entre 2010 e 2020 e as tecnologias disponíveis hoje, a redução é ainda maior: alcança a marca de 50%.
“Se nada for feito a emissão poderá chegar a 238 milhões de toneladas em 2020. Devemos definir o que fazer nessa década para impedir isso”, destacou o diretor de Inovação do IPT, Fernando Landgraf, durante a 6ª edição do Congresso ABIPTI, evento que reuniu a comunidade científica nos dias 24 e 25, em Brasília (DF). O inventário oficial poderá sair ainda este mês.
Segundo o pesquisador, o instituto se debruçou nos últimos seis meses para construir cenários e apontar alternativas capazes de ajudar o Estado a atingir os resultados esperados. Todo o plano tem por base a Lei Estadual nº 13.978/2009, que instituiu a Política Estadual de Mudanças Climáticas.
Atualmente, segundo os dados apresentados pelo IPT, o maior responsável pelas emissões GEE é o setor energético, com 83 milhões de toneladas emitidas por ano, o que representa 57% do total. Somente esse segmento poderá lançar, nos próximos dez anos, 148 milhões de toneladas de GEE na atmosfera.
Os desafios tecnológicos para reverter esse quadro são, na avaliação do instituto, gigantescos, e passam principalmente pela ampliação do uso de biocombustíveis, alteração nos modais de transporte, uso de tecnologias limpas na indústria, mudanças no setor agrícola, utilização de tecnologias de captura e estocagem de carbono e gaseificação de biomassa.
Dentro dessa nova demanda, que pede cada vez mais o uso de tecnologias limpas, já está em curso no IPT um projeto para o desenvolvimento de uma nova rota metalúrgica para produzir silício de grau solar. Segundo o instituto, a técnica, além de ser mais econômica também possibilita a obtenção do material de alta pureza, empregado na produção de células solares fotovoltaicas utilizadas para conversão da energia solar em energia elétrica.
Trata-se de uma necessidade de substituir as energias baseadas em combustíveis fósseis por energias mais limpas e renováveis. O projeto recebeu recursos da ordem de R$ 10 milhões e conta com apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Outra estratégia, segundo o instituto, é reduzir gradativamente a frota de carros a gasolina e substituí-la por veículos a etanol, que poderia economizar 27 milhões de toneladas mesmo dentro de um cenário tímido. “Estamos supondo um uso modesto de biodiesel. Sabemos que não é possível usar 100% nos caminhões”, considerou.
Para Landgraf, o Estado também pode apostar em tecnologias de sequestro de carbono, já que São Paulo possui um solo com estocagem subterrânea de gás natural em aquífero. “É um grande potencial. Vamos precisar de altos investimentos financeiros para investigar qual é o tamanho desse reservatório e qual a capacidade deles de capturar CO2”, explicou.
Projeto ambicioso
O diretor de Inovação do IPT também apresentou o grande projeto do instituto para os próximos cinco anos. Trata-se da gaseificação da biomassa. Para defender essa iniciativa, a instituição utilizou os números da colheita de 2009 da cana-de-açúcar. Os dados mostram que foram colhidas 650 milhões de toneladas naquele ano e 14% desse volume pode ser utilizado na gaseificação.
De acordo com ele, esse montante é o suficiente para gerar 18 GJ/t, ao custo de R$ 130 por MWh. “Esse é o resultado com um rendimento de 40%, que é altamente possível numa gaseificação de biomassa, com ciclo integrado e geração de energia a partir de usinas a gás”. Todo esse processo renderia R$ 24 bilhões.
Entretanto, Landgraf lembrou que as iniciativas não podem ser isoladas. Para que o Estado alcance a meta de reduzir em 20% as emissões de gases de efeito estufa será preciso desenvolver dezenas de rotas tecnológicas diferentes. “Vamos ter que investigar. É um desafio para muitas instituições de pesquisa tecnológica”, completou.
Fonte:Cynthia Ribeiro Gestão CT
Postado por InovaBrasil às 11/30/2010 07:07:00 AM
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