segunda-feira, 15 de novembro de 2010

MILAGRES DA NATUREZA

Foto: Ibama

Interessante artigo de autoria do sertanejo, tacaratuense, GERALDO CARVALHO, enaltecendo o milagre que se opera na Caatinga logo após as primeiras chuvas ou trovoadas. Vale a pena ler.


"MILAGRES DA NATUREZA

Quero dedicar essa matéria a todos os meus conterrâneos, verdadeiros super-homens que sobrevivem da constante lida com a terra, quer seja na roça, com as plantações próprias e adequadas ao nosso clima; quer seja no campo, com a criação de bodes, carneiros, ou mesmo de vacas de leite, etc., numa constante luta para sobreviver às intempéries do seu dia-a-dia.

Expresso a minha homenagem, em forma de versos, na tentativa de retratar a experiência, vivida quando criança e adolescente, na Laminha onde nasci e cresci.


O que venho comentar

Do tão sofrido sertão

É difícil acreditar

Mas tenho convicção

Que da terra ressequida

Sem qualquer sinal de vida

Renasce a vegetação.



A vegetação da terra

É própria da região

Na baixada ou na serra

Tem a mesma formação

Aqui, ali, um umbuzeiro

Mais na frente, um juazeiro

Alimentam a criação.



É no auge da estiagem

Que a vida endurece

Quando não há mais pastagem

Toda a criação padece

Mas, naquela vastidão

Sob o calor do verão

Sempre um milagre acontece.



E o milagre tão sonhado

Um certo dia aparece

Quando o céu fica nublado

E o sol se desvanece

Logo a chuva está caindo

E o sertanejo sorrindo

Ao Pai do Céu agradece.




Poucos dias decorridos

A mudança não demora

Do chão não mais ressequido

Flores brotam a toda hora

Lírios brancos, açucenas

Vários tipos de verbenas

Enriquecem toda a flora.



E aquela serra distante

Até onde a vista ia

Sob um calor causticante

Como miragem tremia

Transformou sua roupagem

Em uma linda paisagem

De cor verde que inebria.



É o milagre da vida

Que oferece a Natureza

Numa terra tão sofrida

Desprovida de beleza

É grande a transformação

E o homem do sertão

Desfruta dessa riqueza.



Quando chega o fim do dia

Ao retornar do roçado

Não cabe em si, de alegria

Nem sente o corpo cansado

Após trivial refeição

De joelhos, em oração

Agradece a Deus, seu legado."


Autor: Gê Carvalho.

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