A SITUAÇÃO “HIDRO-ILÓGICA” DA
TRANSPOSIÇÃO DO SÃO FRANCISCO – 22/03/2022
Eixo Norte da
Transposição – Imagem Reprodução do Google
Estamos iniciando uma atividade semanal de informações, aos
interessados, da real situação operacional dos eixos Norte e Leste da
Transposição do Rio São Francisco, bem como da capacidade acumulada dos
principais reservatórios do país, responsáveis pela geração de nossa energia.
O percentual das capacidades dos reservatórios das hidrelétricas
das regiões Sudeste/Centro-Oeste (os mais importantes do País em termos de
geração elétrica) aumentou na semana em curso (22/03), estando em 62,00% - 20/03/2022. A leitura
anterior era de estando em 59,34% - 09/03/2022 (dados
ONS), havendo, portanto, um aumento de 2,66%. Considerando esse preocupante
percentual volumétrico acumulado nos reservatórios, a ANEEL determinou que as
tarifas de energia elétrica dos brasileiros continuem a ser cobradas na
modalidade bandeira vermelha “escassez hídrica”, até
nova determinação.
Para efeito da análise dos volumes a serem bombeados em ambos os
canais do projeto, foram utilizadas as informações do Plano de Gestão Anual da Transposição do Rio São Francisco, da Agência
Nacional de Águas (ANA), em cujo Anexo II foram estabelecidos os quantitativos
volumétricos mensais (condições e padrões operacionais) para o uso das águas do
caudal. Os volumes previstos nesse Plano de Gestão Anual serão utilizados em
fase de “Teste do Projeto”, com data prevista para o encerramento desse Plano
no mês de fevereiro de 2022.
Após vultosos investimentos realizados no projeto da
Transposição, cuja cifra já ultrapassa os R$12 bilhões, atualmente as águas do
Velho Chico não estão chegando ao seu destino, no Eixo Leste. A represa de
Boqueirão de Cabaceiras continua no seu leto processo de depreciação
volumétrica.
O Eixo Norte do projeto, por exemplo, que visa o abastecimento
do agronegócio dos Estados de Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte, além de
atender as demandas hídricas das populações da Grade Fortaleza (CE), foi inaugurado,
em 26/06/2020, no trecho
compreendido entre a Barragem de Milagres, no município de Verdejante (PE) e a barragem de Jatí, CE,
cujos volumes começaram a fluir em direção ao projeto cearense (Cinturão das Águas) e, também, ao Estado
do Rio Grande do Norte.
O Professor Doutor em Hidrologia, João Abner Guimarães Jr,
voltou a fazer críticas à inviabilidade técnico-econômica
dessa obra, notadamente no trecho compreendido entre a barragem de Jatí-CE e o
destino final das águas, no Rio Grande do Norte. Segundo Abner, a solução para o
abastecimento hídrico da região passa, necessariamente, pela adoção de medidas que busquem e controlem os
recursos hídricos já existentes na região, através da definição de políticas
públicas que sejam capazes, não só de serem comprometidas com a boa aplicação
da água em si, mas, também, com a adoção de soluções que sejam efetivas e
duradoras. Notícias da internet do dia 27/10/2020 deram
conta de que a condução das águas nesse eixo, para o CE e RN, estão ocorrendo
normalmente. Em março de 2021 as águas do São
Francisco alcançaram o açude do Castanhão, no Ceará, onde se estima, naquela represa, uma vazão,
proveniente do São Francisco, de cerca de 12 m³/s. Em 03/11/2021, as obras de engenharia do Eixo
Norte foram concluídas em sua totalidade. Em 19/11/2021, Abner concedeu
entrevista ao Instituto Humanitas Unisinos (IHU) evidenciando a insistência do
Governo Federal de perpetuar "o mau uso que essa obra tem sofrido ao
longo dos anos por todos os presidentes da República que,
desde Lula, abusaram politicamente do projeto da transposição".
Em 05 de fevereiro de 2022, as águas do Rio São Francisco
começaram a fluir do açude de São Gonçalo, localizado em Sousa, na Paraíba, em
direção ao Rio Grande do Norte. Em conversa com o hidrólogo, João Abner
Guimarães Jr, ele ponderou a gestão hídrica desse trecho do projeto. Segundo
Abner, as águas estão fluindo do açude São Gonçalo, que atualmente (fevereiro
de 2022) está com cerca de 24 milhões de m³, em direção ao açude Armando
Ribeiro Gonçalves, RN, que se encontra com cerca de 1,1 bilhão de m³. Estão
secando o açude Engenheiro Ávidos, atualmente com cerca de 104 milhões
de m³, que perde parte de suas águas para o açude São Gonçalo, que
por sua vez está transferindo suas águas para uma represa que se encontra
atualmente com mais da metade de sua capacidade preenchida. Abner não vê razões
para os paraibanos comemorarem isso! Além do mais, os testes de bombeamento do
projeto se encerram oficialmente no dia 9 de fevereiro, data na qual o projeto
será oficialmente inaugurado em sua totalidade pelo Governo Federal, o qual,
com isso, irá encerrar as remessas de recursos financeiros para o custeio do
projeto. Serão 50 milhões de reais por mês que deverão ser assumidos,
doravante, pelos Estados nordestinos envolvidos com o projeto.
Em 08 de fevereiro de 2022, João Abner participou de webinar promovido
pela Academia Pernambucana de Ciência Agronômica (APCA), discutindo a segunda
fase do projeto da Transposição do Rio São Francisco e a chegada das águas do
rio ao estado do Rio Grande do Norte. O pesquisador João Suassuna coordenou
essa webinar, fazendo comentários sobre a problemática do abastecimento de
campina Grande com as águas do Rio São Francisco.
O Eixo Leste do projeto atende prioritariamente as demandas
hídricas (abastecimento) das regiões agrestes dos estados de Pernambuco e da
Paraíba (municípios da bacia do Rio Ipojuca, PE, o município de Campina Grande
e regiões de seu entorno), havendo previsão, também, para o uso das águas no
abastecimento de populações e no agronegócio paraibano (projeto Acauã-Araçagi), na chamada Vertente Litorânea do
estado.
Foi inaugurado recentemente o Ramal do Agreste que
irá abastecer municípios pernambucanos localizados na bacia do Rio Ipojuca, que
passam por problemas de escassez hídrica.
A represa de Boqueirão de Cabaceiras, com 411,6 milhões de m³ de
capacidade, é o principal reservatório que abastece Campina Grande e 18
municípios de seu entorno. O reservatório está localizado em uma região de
expressivo déficit hídrico, o que tem depreciado a sua capacidade com relativa
frequência, agravada por uma gestão ineficiente de suas águas, o que tem
ocasionado, em muitos casos, na necessidade de se realizar longos racionamentos hídricos no sistema de abastecimento da população assistida.
Com vista à solução desse incômodo problema, as autoridades responsáveis pelo
setor hídrico nacional fizeram com que, em 2017, águas da Transposição do Rio
São Francisco começaram a ser bombeadas para abastecer essa represa, via Eixo
Leste do projeto e, atualmente, elas não estão chegando ao seu destino final. Na Terça do Crea realizada no dia 17/11/2020, tratando de como garantir os múltiplos usos da água diante da escassez e
crescente demanda, o ex-Secretário de Recursos
Hídricos do Estado de Pernambuco, Almir Cirilo, fez comentários acerca das
razões pelas quais os fluxos das águas da Transposição foram interrompidos para
Campina Grande. Na ótica de Cirilo, a razão disso deveu-se à fluência das águas
a céu aberto, na bacia do Rio Paraíba, entre os municípios de Monteiro e
Campina Grande, levando ao desperdício volumétrico de grande monta,
consequência direta das infiltrações, evaporação e outros aportes nas
irrigações existentes naquele trecho, além do lançamento de elementos
contaminantes (esgotos), o que tem levado a um desperdício de cerca de ¾ dos
volumes bombeados do projeto, aos campinenses. Ainda segundo o ex-Secretário,
para a solução desse problema é importante que se comece a pensar em ações
suplementares futuras, com o uso de tubulações adutoras, a exemplo do que vem
sendo praticado na Adutora do Agreste em Pernambuco, para o abastecimento de vários municípios da bacia
do Rio Ipojuca, os quais vêm passando por sérios problemas de escassez hídrica.
Além do mais, a falta de critérios nos usos das águas dos
principais aquíferos do Velho Chico, a exemplo do Urucuia, têm interferido
diretamente nas vazões de base dessas fontes hídricas, em direção a calha do
rio, resultando em significativas variações volumétricas no
caudal. Trabalho realizado
pelas Universidades Federais do Rio de Janeiro, Viçosa e Oeste da Baía, deu
conta de que a irrigação com pivôs centrais, praticada no Oeste da Bahia, sobre
esse aquífero, já rebaixou o seu lençol freático em cerca de 6,63 m.
Recentemente, professores de geologia da USP têm conseguido
provar que o aquífero Urucuia está diminuindo de tamanho e
que os rios do oeste baiano estão secando. No começo de 2020, Chang, o
pesquisador Roger Dias Gonçalves e outros dois colegas da Alemanha publicaram
um estudo sobre o aquífero utilizando dados obtidos de satélites da Nasa
chamados Grace (sigla em inglês para Experimento de Clima e de Recuperação da
Gravidade). Os satélites, que medem atração gravitacional, forneceram material
para que os pesquisadores pudessem deduzir a massa de água que se encontrava no
lençol freático por 12 anos (desde quando o satélite foi lançado, em 2002, até
2014). Eles descobriram que durante esse período o aquífero perdeu cerca de 10
km cúbicos de água.
Um problema de grandes proporções criado, tendo em vista a
ausência quase que total de gestão hídrica, em praticamente toda região
semiárida do país, cujas consequências são previsíveis, principalmente se
levado em consideração o lamentável estado de incapacidade hídrica existente no
São Francisco, o que tem dificultado o atendimento das demandas oriundas dos
variados e conflituosos usos existentes em toda sua bacia hidrográfica. Recente trabalho na
região central dos Estados Unidos, alerta para os riscos existentes nos usos,
sem o devido controle das águas de subsolo daquela região, e sugere medidas de
solução para os problemas. Fica dado, portanto, o alerta sobre os descontroles
existentes nos volumes bombeados do aquífero Urucuia, no Oeste baiano, os
quais, continuando sem os devidos cuidados, poderão ter o mesmo destino
daqueles relatados pelos americanos nesse trabalho.
Existindo essa problemática, é de se supor das dificuldades que
existirão pela frente, para se mudar o cenário de pobreza da região,
principalmente se levado em consideração o cumprimento das metas do projeto da
Transposição, de abastecer 12 milhões de pessoas na região setentrional
nordestina e a de irrigar uma área estimada em cerca de 150 mil ha.
Finalmente, fica claro que o projeto da Transposição do Rio São
Francisco passa por dificuldades de gestão hídrica, que
poderão comprometer os usos futuros das águas em toda região Setentrional
nordestina. Para o agravamento dessa situação, a Operadora Nacional do Sistema
Elétrico (ONS), reivindicou à ANA, a flexibilização dos
volumes defluídos da UHE de Xingó, para maior conforto na geração de energia no
complexo de hidrelétricas da Chesf. Nesse sentido, medidas urgentes
na melhoria desses aspectos de gestão hídrica devem ser tomadas, para que
seja garantida a necessária segurança do acesso à água em todo o Semiárido
brasileiro.
Atualmente o usuário da energia elétrica para suas tarifas na
modalidade bandeira vermelha, “escassez hídrica”, situação
essa que irá permanecer até o final do ano em curso.
CBHSF divulga, em primeira mão, os resultados de
aerolevantamento inédito em trecho incremental do Rio São Francisco e achados
impressionam
http://www.suassuna.net.br/2021/05/cbhsfdivulga-em-primeira-mao-os.html
Algumas características técnicas do Projeto da Transposição:
Características das represas reguladoras de vazão do Rio São
Francisco
- A construção das represas de Três Marias e Sobradinho, na
calha do São Francisco, possibilitou às autoridades do setor hídrico do país, o
total controle volumétrico de vazões do rio, ao longo de toda a sua bacia
hidrográfica.
- Com a regularização das vazões do Velho Chico, a Chesf passou
décadas gerando a energia do Nordeste brasileiro, com uma vazão
média regularizada de cerca de 2.060 m³/s.
- Informações volumétricas, na calha do São Francisco, obtidas nos
postos de observações da Chesf e da Cemig, localizados entre a nascente e a foz
do rio – Fonte: Chesf
Dia 22/03: UHE Três Marias (controle
das defluências de Três Marias) 597 m³/s; São Romão 1.751 m³/s; São Francisco –
2.193 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 3.231 m³/s; Morpará – 5.360 m³/s; Juazeiro
(controle das defluências de Sobradinho) 3.088 m³/s e Propriá (controle das
defluências de Xingó) 3.684 m³/s. (dados da Chesf).
- Situação crítica do projeto da
Transposição: A represa de Sobradinho acumulou no ano de 2017, apenas
1,98% de sua capacidade útil, e defluiu, para a regularização das vazões do
Submédio e Baixo São Francisco, apenas 554 m³/s. Esse foi o volume existente à
época, no São Francisco, para a satisfação das demandas hídricas da região do
Submédio, a principal área de captação de água do rio e consequentes
atendimentos aos seus múltiplos e conflituosos usos.
Capacidade total de Três Marias: 20 bilhões de m³ - Fonte: ANA
Afluência: 660 m³/s
Defluência: 597 m³/s
Percentual volumétrico atual da represa: 93,88% (em
ascensão volumétrica)
Capacidade total de Sobradinho: 34 bilhões de m³ - Fonte: ANA
Afluência: 6.330 m³/s
Defluência: 2.986 m³/s
Percentual volumétrico atual da represa: 93,28% (em
ascensão volumétrica)
Características técnicas dos eixos do Projeto
- Irá passar pelos dois eixos do projeto, uma vazão de até 127
m³/s, sendo 99 m³/s no Norte e 28 m³/s no Leste.
Até o final dos testes de bombeamento, os volumes anuais
que serão bombeados para o projeto obedecerão a quantitativos divulgados pela
ANA através de tabelas.
O fim da fase de testes do projeto foi previsto para o dia 09 de
fevereiro de 2022, data na qual o projeto da Transposição do Rio São Francisco
será oficialmente inaugurado. A partir dessa data não haverá mais previsões
volumétricas de bombeamentos, pela ANA, ao projeto.
Eixo Norte - Fonte: Chesf
- Esse Eixo foi inaugurado pelo Presidente da República, em 26/06/2020.
- Extensão de 402 km
- Serão atendidos os estados de PE, CE, PB e RN
- Existência de 12 reservatórios de diversos tamanhos, com
potencial de armazenamento de cerca de 56 milhões de m³.
- Perspectiva de atendimento a 232 municípios nos estados, e uma
população estimada em cerca de 7,5 milhões de pessoas.
- Vazão do Rio São Francisco na tomada d´água em Cabrobó
(Estação de Ibó): 3.648 m³/s.
Notícias de 23/12/2020, vinculadas ao Ministério do
Desenvolvimento Regional (MDR) asseguraram a efetivação
da licitação do Ramal Apodi, no Rio Grande do Norte, iniciativa
essa que recebeu críticas no
segmento técnico da obra, oriundas da Academia.
Inauguradas, em
21/10/2021, as obras do trecho final do Eixo Norte do Projeto de Integração do
Rio São Francisco. A inauguração aconteceu em São José de Piranhas, na Paraíba.
O trecho tem oito quilômetros de extensão, entre os reservatórios Caiçara, em
São José de Piranhas, e Eng. Avidos, em Cajazeiras.
- O Professor Doutor em Hidrologia, João Abner Guimarães
Jr, voltou a fazer críticas sobre a inviabilidade técnico-econômica
da obra, notadamente no trecho compreendido entre a barragem de Jatí-CE e o
destino final das águas, no Rio Grande do Norte. Segundo Abner,
a solução para o abastecimento hídrico da região passa, necessariamente, pela
adoção de medidas
que busquem e controlem os recursos hídricos já existentes na
região, através da definição de políticas públicas que sejam capazes, não só de
serem comprometidas com a boa aplicação da água em si, mas, também, com a
adoção de soluções que sejam efetivas e duradoras. Em entrevista recente
concedida ao Instituto Humanitas Unisinos (IHU),
Abner analisou a gestão do atual governo em relação ao uso da água da
transposição, chegando à conclusão de que se perpetua "o mau uso que essa
obra tem sofrido ao longo dos anos, por todos os presidentes da
República que, desde Lula, abusaram politicamente
do projeto".
O pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, João
Suassuna, volta a fazer críticas ao sistema elétrico interligado do
país, quando levado em consideração o binômio demanda elétrica x
hidrologia, sugerindo, para o caso, a falta de sensibilidade dos
responsáveis pelo setor elétrico do país, no trato com as questões climáticas,
sobretudo em relação às estiagens prolongadas, que anteriormente se restringiam
ao Nordeste do país e que, agora, se manifestam em todo o território nacional.
- Em março de 2021 as águas do São
Francisco alcançaram o açude do Castanhão, no Ceará, onde se estima, naquela represa, uma vazão,
proveniente do São Francisco, de cerca de 12 m³/s.
- Em agosto de 2021, as águas do São Francisco começam a abastecer
a barragem de Cipó, em Brejo Santo
– CE.
- No dia 9 de fevereiro de 2022, o Presidente da República inaugurou o
trecho que faltava do projeto da Transposição, fazendo as águas do São
Francisco chegarem ao Estado do Rio Grande do Norte. Com essa inauguração, Sua
Excelência deu por encerrada a Fase 1 do projeto (Implantação das obras no
campo), dando início a sua Fase 2, de operacionalização e manutenção das obras.
Eixo Leste - Fonte: Chesf
- Inaugurado em julho de 2017
- Extensão de 220 km
- Serão atendidos os estados de PE e PB
- Existência de 16 reservatórios de diversos tamanhos, com
potencial de armazenamento de cerca de 910 milhões de m³.
- Perspectiva de atendimento a 169 municípios nos estados, e uma
população estimada em cerca de 4,5 milhões de pessoas.
Reservatório da hidrelétrica de Itaparica
Capacidade total do reservatório: 11 bilhões de m³
Afluência: 3.200 m³/s
Defluência: 2.872 m³/s
Percentual volumétrico atual da represa: 49,81% (em declínio volumétrico)
Em 2018, a Adutora
de Moxotó (PE) começou a operar
abastecendo os municípios pernambucanos de Sertânia, Arcoverde, Pesqueira, Brejo
da Madre de Deus, Belo
Jardim, Alagoinha, Tacaimbó,
São Bento do Una, Sanharó e Custódia, cuja captação é na mesma fonte que abastece Campina Grande, ou
seja, o Eixo
Leste da Transposição. A Adutora
de Moxotó vai ser interligada à Adutora do Agreste, na altura do município de
Arcoverde.
A Adutora
do Agreste - Inaugurada
a primeira fase do projeto, que irá aduzir
volumes do Rio São Francisco, via eixo Leste do projeto da Transposição, para o
abastecimento de municípios pernambucanos localizados na bacia do Rio Ipojuca
- 8 m³/s
Os açudes de Poções e Camalaú defluem seus volumes para a represa
de Boqueirão de Cabaceiras
Capacidade do açude de Poções (30 milhões de m³, Monteiro): 57,37% (em ascensão volumétrica). Destino dos volumes da transposição para o açude de
Camalaú - Fonte: Aesa
Atualmente a capacidade da represa de Poções está visando o
atendimento, também, das demandas da Grande Adutora
do Cariri, que atualmente encontra-se em fase de negociações para
sua implantação.
Capacidade do açude de Camalaú (48 milhões de m³, Camalaú): 40,94% (em ascensão volumétrica). Destino dos volumes da transposição para o açude de
Boqueirão de Cabaceiras - Fonte: Aesa
O destino final da água desse eixo é o açude de Boqueirão de
Cabaceiras, para o abastecimento de Campina Grande e 18 municípios de seu
entorno.
Boqueirão de Cabaceiras - Fonte: Aesa
Capacidade do reservatório: 411,6 milhões de m³
Volume morto do reservatório: 8,20% de sua
capacidade
Percentual volumétrico útil atual: 20,72% (em ascensão volumétrica)
Vazão afluente do projeto da
Transposição do São Francisco em Boqueirão: 0 m³/s
Vazão de regularização de Boqueirão de Cabaceiras – 1,25
m³/s
Defluência de Boqueirão para Acauã: 2,2 m³/s
Reservatório de Acauã - Fonte: Aesa
Capacidade do reservatório: 253 milhões de m³
Volume morto do reservatório: 8,00% de sua
capacidade
Percentual volumétrico útil atual: 6,75% (em ascensão volumétrica)
Vazão afluente em Acauã: 2,2 m³/s
Vazão defluente para o projeto
Acauã-Araçagi: 0 m³/s
A situação “Hidro-ilógica” da Transposição do Rio São
Francisco e comportamento das vazões do rio ao longo dos anos
2020
http://www.suassuna.net.br/2021/11/estagiosda-obra-da-transposicao-do-rio.html
2021
http://www.suassuna.net.br/2021/12/estagios-daobra-da-transposicao-do-rio.html
Postado há 9
hours ago por João
Suassuna
Eixo Norte da
Transposição – Imagem Reprodução do Google
Estamos iniciando uma atividade semanal de informações, aos
interessados, da real situação operacional dos eixos Norte e Leste da
Transposição do Rio São Francisco, bem como da capacidade acumulada dos
principais reservatórios do país, responsáveis pela geração de nossa energia.
O percentual das capacidades dos reservatórios das hidrelétricas
das regiões Sudeste/Centro-Oeste (os mais importantes do País em termos de
geração elétrica) aumentou na semana em curso (22/03), estando em 62,00% - 20/03/2022. A leitura
anterior era de estando em 59,34% - 09/03/2022 (dados
ONS), havendo, portanto, um aumento de 2,66%. Considerando esse preocupante
percentual volumétrico acumulado nos reservatórios, a ANEEL determinou que as
tarifas de energia elétrica dos brasileiros continuem a ser cobradas na
modalidade bandeira vermelha “escassez hídrica”, até
nova determinação.
Para efeito da análise dos volumes a serem bombeados em ambos os
canais do projeto, foram utilizadas as informações do Plano de Gestão Anual da Transposição do Rio São Francisco, da Agência
Nacional de Águas (ANA), em cujo Anexo II foram estabelecidos os quantitativos
volumétricos mensais (condições e padrões operacionais) para o uso das águas do
caudal. Os volumes previstos nesse Plano de Gestão Anual serão utilizados em
fase de “Teste do Projeto”, com data prevista para o encerramento desse Plano
no mês de fevereiro de 2022.
Após vultosos investimentos realizados no projeto da
Transposição, cuja cifra já ultrapassa os R$12 bilhões, atualmente as águas do
Velho Chico não estão chegando ao seu destino, no Eixo Leste. A represa de
Boqueirão de Cabaceiras continua no seu leto processo de depreciação
volumétrica.
O Eixo Norte do projeto, por exemplo, que visa o abastecimento
do agronegócio dos Estados de Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte, além de
atender as demandas hídricas das populações da Grade Fortaleza (CE), foi inaugurado,
em 26/06/2020, no trecho
compreendido entre a Barragem de Milagres, no município de Verdejante (PE) e a barragem de Jatí, CE,
cujos volumes começaram a fluir em direção ao projeto cearense (Cinturão das Águas) e, também, ao Estado
do Rio Grande do Norte.
O Professor Doutor em Hidrologia, João Abner Guimarães Jr,
voltou a fazer críticas à inviabilidade técnico-econômica
dessa obra, notadamente no trecho compreendido entre a barragem de Jatí-CE e o
destino final das águas, no Rio Grande do Norte. Segundo Abner, a solução para o
abastecimento hídrico da região passa, necessariamente, pela adoção de medidas que busquem e controlem os
recursos hídricos já existentes na região, através da definição de políticas
públicas que sejam capazes, não só de serem comprometidas com a boa aplicação
da água em si, mas, também, com a adoção de soluções que sejam efetivas e
duradoras. Notícias da internet do dia 27/10/2020 deram
conta de que a condução das águas nesse eixo, para o CE e RN, estão ocorrendo
normalmente. Em março de 2021 as águas do São
Francisco alcançaram o açude do Castanhão, no Ceará, onde se estima, naquela represa, uma vazão,
proveniente do São Francisco, de cerca de 12 m³/s. Em 03/11/2021, as obras de engenharia do Eixo
Norte foram concluídas em sua totalidade. Em 19/11/2021, Abner concedeu
entrevista ao Instituto Humanitas Unisinos (IHU) evidenciando a insistência do
Governo Federal de perpetuar "o mau uso que essa obra tem sofrido ao
longo dos anos por todos os presidentes da República que,
desde Lula, abusaram politicamente do projeto da transposição".
Em 05 de fevereiro de 2022, as águas do Rio São Francisco
começaram a fluir do açude de São Gonçalo, localizado em Sousa, na Paraíba, em
direção ao Rio Grande do Norte. Em conversa com o hidrólogo, João Abner
Guimarães Jr, ele ponderou a gestão hídrica desse trecho do projeto. Segundo
Abner, as águas estão fluindo do açude São Gonçalo, que atualmente (fevereiro
de 2022) está com cerca de 24 milhões de m³, em direção ao açude Armando
Ribeiro Gonçalves, RN, que se encontra com cerca de 1,1 bilhão de m³. Estão
secando o açude Engenheiro Ávidos, atualmente com cerca de 104 milhões
de m³, que perde parte de suas águas para o açude São Gonçalo, que
por sua vez está transferindo suas águas para uma represa que se encontra
atualmente com mais da metade de sua capacidade preenchida. Abner não vê razões
para os paraibanos comemorarem isso! Além do mais, os testes de bombeamento do
projeto se encerram oficialmente no dia 9 de fevereiro, data na qual o projeto
será oficialmente inaugurado em sua totalidade pelo Governo Federal, o qual,
com isso, irá encerrar as remessas de recursos financeiros para o custeio do
projeto. Serão 50 milhões de reais por mês que deverão ser assumidos,
doravante, pelos Estados nordestinos envolvidos com o projeto.
Em 08 de fevereiro de 2022, João Abner participou de webinar promovido
pela Academia Pernambucana de Ciência Agronômica (APCA), discutindo a segunda
fase do projeto da Transposição do Rio São Francisco e a chegada das águas do
rio ao estado do Rio Grande do Norte. O pesquisador João Suassuna coordenou
essa webinar, fazendo comentários sobre a problemática do abastecimento de
campina Grande com as águas do Rio São Francisco.
O Eixo Leste do projeto atende prioritariamente as demandas
hídricas (abastecimento) das regiões agrestes dos estados de Pernambuco e da
Paraíba (municípios da bacia do Rio Ipojuca, PE, o município de Campina Grande
e regiões de seu entorno), havendo previsão, também, para o uso das águas no
abastecimento de populações e no agronegócio paraibano (projeto Acauã-Araçagi), na chamada Vertente Litorânea do
estado.
Foi inaugurado recentemente o Ramal do Agreste que
irá abastecer municípios pernambucanos localizados na bacia do Rio Ipojuca, que
passam por problemas de escassez hídrica.
A represa de Boqueirão de Cabaceiras, com 411,6 milhões de m³ de
capacidade, é o principal reservatório que abastece Campina Grande e 18
municípios de seu entorno. O reservatório está localizado em uma região de
expressivo déficit hídrico, o que tem depreciado a sua capacidade com relativa
frequência, agravada por uma gestão ineficiente de suas águas, o que tem
ocasionado, em muitos casos, na necessidade de se realizar longos racionamentos hídricos no sistema de abastecimento da população assistida.
Com vista à solução desse incômodo problema, as autoridades responsáveis pelo
setor hídrico nacional fizeram com que, em 2017, águas da Transposição do Rio
São Francisco começaram a ser bombeadas para abastecer essa represa, via Eixo
Leste do projeto e, atualmente, elas não estão chegando ao seu destino final. Na Terça do Crea realizada no dia 17/11/2020, tratando de como garantir os múltiplos usos da água diante da escassez e
crescente demanda, o ex-Secretário de Recursos
Hídricos do Estado de Pernambuco, Almir Cirilo, fez comentários acerca das
razões pelas quais os fluxos das águas da Transposição foram interrompidos para
Campina Grande. Na ótica de Cirilo, a razão disso deveu-se à fluência das águas
a céu aberto, na bacia do Rio Paraíba, entre os municípios de Monteiro e
Campina Grande, levando ao desperdício volumétrico de grande monta,
consequência direta das infiltrações, evaporação e outros aportes nas
irrigações existentes naquele trecho, além do lançamento de elementos
contaminantes (esgotos), o que tem levado a um desperdício de cerca de ¾ dos
volumes bombeados do projeto, aos campinenses. Ainda segundo o ex-Secretário,
para a solução desse problema é importante que se comece a pensar em ações
suplementares futuras, com o uso de tubulações adutoras, a exemplo do que vem
sendo praticado na Adutora do Agreste em Pernambuco, para o abastecimento de vários municípios da bacia
do Rio Ipojuca, os quais vêm passando por sérios problemas de escassez hídrica.
Além do mais, a falta de critérios nos usos das águas dos
principais aquíferos do Velho Chico, a exemplo do Urucuia, têm interferido
diretamente nas vazões de base dessas fontes hídricas, em direção a calha do
rio, resultando em significativas variações volumétricas no
caudal. Trabalho realizado
pelas Universidades Federais do Rio de Janeiro, Viçosa e Oeste da Baía, deu
conta de que a irrigação com pivôs centrais, praticada no Oeste da Bahia, sobre
esse aquífero, já rebaixou o seu lençol freático em cerca de 6,63 m.
Recentemente, professores de geologia da USP têm conseguido
provar que o aquífero Urucuia está diminuindo de tamanho e
que os rios do oeste baiano estão secando. No começo de 2020, Chang, o
pesquisador Roger Dias Gonçalves e outros dois colegas da Alemanha publicaram
um estudo sobre o aquífero utilizando dados obtidos de satélites da Nasa
chamados Grace (sigla em inglês para Experimento de Clima e de Recuperação da
Gravidade). Os satélites, que medem atração gravitacional, forneceram material
para que os pesquisadores pudessem deduzir a massa de água que se encontrava no
lençol freático por 12 anos (desde quando o satélite foi lançado, em 2002, até
2014). Eles descobriram que durante esse período o aquífero perdeu cerca de 10
km cúbicos de água.
Um problema de grandes proporções criado, tendo em vista a
ausência quase que total de gestão hídrica, em praticamente toda região
semiárida do país, cujas consequências são previsíveis, principalmente se
levado em consideração o lamentável estado de incapacidade hídrica existente no
São Francisco, o que tem dificultado o atendimento das demandas oriundas dos
variados e conflituosos usos existentes em toda sua bacia hidrográfica. Recente trabalho na
região central dos Estados Unidos, alerta para os riscos existentes nos usos,
sem o devido controle das águas de subsolo daquela região, e sugere medidas de
solução para os problemas. Fica dado, portanto, o alerta sobre os descontroles
existentes nos volumes bombeados do aquífero Urucuia, no Oeste baiano, os
quais, continuando sem os devidos cuidados, poderão ter o mesmo destino
daqueles relatados pelos americanos nesse trabalho.
Existindo essa problemática, é de se supor das dificuldades que
existirão pela frente, para se mudar o cenário de pobreza da região,
principalmente se levado em consideração o cumprimento das metas do projeto da
Transposição, de abastecer 12 milhões de pessoas na região setentrional
nordestina e a de irrigar uma área estimada em cerca de 150 mil ha.
Finalmente, fica claro que o projeto da Transposição do Rio São
Francisco passa por dificuldades de gestão hídrica, que
poderão comprometer os usos futuros das águas em toda região Setentrional
nordestina. Para o agravamento dessa situação, a Operadora Nacional do Sistema
Elétrico (ONS), reivindicou à ANA, a flexibilização dos
volumes defluídos da UHE de Xingó, para maior conforto na geração de energia no
complexo de hidrelétricas da Chesf. Nesse sentido, medidas urgentes
na melhoria desses aspectos de gestão hídrica devem ser tomadas, para que
seja garantida a necessária segurança do acesso à água em todo o Semiárido
brasileiro.
Atualmente o usuário da energia elétrica para suas tarifas na
modalidade bandeira vermelha, “escassez hídrica”, situação
essa que irá permanecer até o final do ano em curso.
CBHSF divulga, em primeira mão, os resultados de
aerolevantamento inédito em trecho incremental do Rio São Francisco e achados
impressionam
http://www.suassuna.net.br/2021/05/cbhsfdivulga-em-primeira-mao-os.html
Algumas características técnicas do Projeto da Transposição:
Características das represas reguladoras de vazão do Rio São
Francisco
- A construção das represas de Três Marias e Sobradinho, na
calha do São Francisco, possibilitou às autoridades do setor hídrico do país, o
total controle volumétrico de vazões do rio, ao longo de toda a sua bacia
hidrográfica.
- Com a regularização das vazões do Velho Chico, a Chesf passou
décadas gerando a energia do Nordeste brasileiro, com uma vazão
média regularizada de cerca de 2.060 m³/s.
- Informações volumétricas, na calha do São Francisco, obtidas nos
postos de observações da Chesf e da Cemig, localizados entre a nascente e a foz
do rio – Fonte: Chesf
Dia 22/03: UHE Três Marias (controle
das defluências de Três Marias) 597 m³/s; São Romão 1.751 m³/s; São Francisco –
2.193 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 3.231 m³/s; Morpará – 5.360 m³/s; Juazeiro
(controle das defluências de Sobradinho) 3.088 m³/s e Propriá (controle das
defluências de Xingó) 3.684 m³/s. (dados da Chesf).
- Situação crítica do projeto da
Transposição: A represa de Sobradinho acumulou no ano de 2017, apenas
1,98% de sua capacidade útil, e defluiu, para a regularização das vazões do
Submédio e Baixo São Francisco, apenas 554 m³/s. Esse foi o volume existente à
época, no São Francisco, para a satisfação das demandas hídricas da região do
Submédio, a principal área de captação de água do rio e consequentes
atendimentos aos seus múltiplos e conflituosos usos.
Capacidade total de Três Marias: 20 bilhões de m³ - Fonte: ANA
Afluência: 660 m³/s
Defluência: 597 m³/s
Percentual volumétrico atual da represa: 93,88% (em
ascensão volumétrica)
Capacidade total de Sobradinho: 34 bilhões de m³ - Fonte: ANA
Afluência: 6.330 m³/s
Defluência: 2.986 m³/s
Percentual volumétrico atual da represa: 93,28% (em
ascensão volumétrica)
Características técnicas dos eixos do Projeto
- Irá passar pelos dois eixos do projeto, uma vazão de até 127
m³/s, sendo 99 m³/s no Norte e 28 m³/s no Leste.
Até o final dos testes de bombeamento, os volumes anuais
que serão bombeados para o projeto obedecerão a quantitativos divulgados pela
ANA através de tabelas.
O fim da fase de testes do projeto foi previsto para o dia 09 de
fevereiro de 2022, data na qual o projeto da Transposição do Rio São Francisco
será oficialmente inaugurado. A partir dessa data não haverá mais previsões
volumétricas de bombeamentos, pela ANA, ao projeto.
Eixo Norte - Fonte: Chesf
- Esse Eixo foi inaugurado pelo Presidente da República, em 26/06/2020.
- Extensão de 402 km
- Serão atendidos os estados de PE, CE, PB e RN
- Existência de 12 reservatórios de diversos tamanhos, com
potencial de armazenamento de cerca de 56 milhões de m³.
- Perspectiva de atendimento a 232 municípios nos estados, e uma
população estimada em cerca de 7,5 milhões de pessoas.
- Vazão do Rio São Francisco na tomada d´água em Cabrobó
(Estação de Ibó): 3.648 m³/s.
Notícias de 23/12/2020, vinculadas ao Ministério do
Desenvolvimento Regional (MDR) asseguraram a efetivação
da licitação do Ramal Apodi, no Rio Grande do Norte, iniciativa
essa que recebeu críticas no
segmento técnico da obra, oriundas da Academia.
Inauguradas, em
21/10/2021, as obras do trecho final do Eixo Norte do Projeto de Integração do
Rio São Francisco. A inauguração aconteceu em São José de Piranhas, na Paraíba.
O trecho tem oito quilômetros de extensão, entre os reservatórios Caiçara, em
São José de Piranhas, e Eng. Avidos, em Cajazeiras.
- O Professor Doutor em Hidrologia, João Abner Guimarães
Jr, voltou a fazer críticas sobre a inviabilidade técnico-econômica
da obra, notadamente no trecho compreendido entre a barragem de Jatí-CE e o
destino final das águas, no Rio Grande do Norte. Segundo Abner,
a solução para o abastecimento hídrico da região passa, necessariamente, pela
adoção de medidas
que busquem e controlem os recursos hídricos já existentes na
região, através da definição de políticas públicas que sejam capazes, não só de
serem comprometidas com a boa aplicação da água em si, mas, também, com a
adoção de soluções que sejam efetivas e duradoras. Em entrevista recente
concedida ao Instituto Humanitas Unisinos (IHU),
Abner analisou a gestão do atual governo em relação ao uso da água da
transposição, chegando à conclusão de que se perpetua "o mau uso que essa
obra tem sofrido ao longo dos anos, por todos os presidentes da
República que, desde Lula, abusaram politicamente
do projeto".
O pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, João
Suassuna, volta a fazer críticas ao sistema elétrico interligado do
país, quando levado em consideração o binômio demanda elétrica x
hidrologia, sugerindo, para o caso, a falta de sensibilidade dos
responsáveis pelo setor elétrico do país, no trato com as questões climáticas,
sobretudo em relação às estiagens prolongadas, que anteriormente se restringiam
ao Nordeste do país e que, agora, se manifestam em todo o território nacional.
- Em março de 2021 as águas do São
Francisco alcançaram o açude do Castanhão, no Ceará, onde se estima, naquela represa, uma vazão,
proveniente do São Francisco, de cerca de 12 m³/s.
- Em agosto de 2021, as águas do São Francisco começam a abastecer
a barragem de Cipó, em Brejo Santo
– CE.
- No dia 9 de fevereiro de 2022, o Presidente da República inaugurou o
trecho que faltava do projeto da Transposição, fazendo as águas do São
Francisco chegarem ao Estado do Rio Grande do Norte. Com essa inauguração, Sua
Excelência deu por encerrada a Fase 1 do projeto (Implantação das obras no
campo), dando início a sua Fase 2, de operacionalização e manutenção das obras.
Eixo Leste - Fonte: Chesf
- Inaugurado em julho de 2017
- Extensão de 220 km
- Serão atendidos os estados de PE e PB
- Existência de 16 reservatórios de diversos tamanhos, com
potencial de armazenamento de cerca de 910 milhões de m³.
- Perspectiva de atendimento a 169 municípios nos estados, e uma
população estimada em cerca de 4,5 milhões de pessoas.
Reservatório da hidrelétrica de Itaparica
Capacidade total do reservatório: 11 bilhões de m³
Afluência: 3.200 m³/s
Defluência: 2.872 m³/s
Percentual volumétrico atual da represa: 49,81% (em declínio volumétrico)
Em 2018, a Adutora
de Moxotó (PE) começou a operar
abastecendo os municípios pernambucanos de Sertânia, Arcoverde, Pesqueira, Brejo
da Madre de Deus, Belo
Jardim, Alagoinha, Tacaimbó,
São Bento do Una, Sanharó e Custódia, cuja captação é na mesma fonte que abastece Campina Grande, ou
seja, o Eixo
Leste da Transposição. A Adutora
de Moxotó vai ser interligada à Adutora do Agreste, na altura do município de
Arcoverde.
A Adutora
do Agreste - Inaugurada
a primeira fase do projeto, que irá aduzir
volumes do Rio São Francisco, via eixo Leste do projeto da Transposição, para o
abastecimento de municípios pernambucanos localizados na bacia do Rio Ipojuca
- 8 m³/s
Os açudes de Poções e Camalaú defluem seus volumes para a represa
de Boqueirão de Cabaceiras
Capacidade do açude de Poções (30 milhões de m³, Monteiro): 57,37% (em ascensão volumétrica). Destino dos volumes da transposição para o açude de
Camalaú - Fonte: Aesa
Atualmente a capacidade da represa de Poções está visando o
atendimento, também, das demandas da Grande Adutora
do Cariri, que atualmente encontra-se em fase de negociações para
sua implantação.
Capacidade do açude de Camalaú (48 milhões de m³, Camalaú): 40,94% (em ascensão volumétrica). Destino dos volumes da transposição para o açude de
Boqueirão de Cabaceiras - Fonte: Aesa
O destino final da água desse eixo é o açude de Boqueirão de
Cabaceiras, para o abastecimento de Campina Grande e 18 municípios de seu
entorno.
Boqueirão de Cabaceiras - Fonte: Aesa
Capacidade do reservatório: 411,6 milhões de m³
Volume morto do reservatório: 8,20% de sua
capacidade
Percentual volumétrico útil atual: 20,72% (em ascensão volumétrica)
Vazão afluente do projeto da
Transposição do São Francisco em Boqueirão: 0 m³/s
Vazão de regularização de Boqueirão de Cabaceiras – 1,25
m³/s
Defluência de Boqueirão para Acauã: 2,2 m³/s
Reservatório de Acauã - Fonte: Aesa
Capacidade do reservatório: 253 milhões de m³
Volume morto do reservatório: 8,00% de sua
capacidade
Percentual volumétrico útil atual: 6,75% (em ascensão volumétrica)
Vazão afluente em Acauã: 2,2 m³/s
Vazão defluente para o projeto
Acauã-Araçagi: 0 m³/s
A situação “Hidro-ilógica” da Transposição do Rio São
Francisco e comportamento das vazões do rio ao longo dos anos
2020
http://www.suassuna.net.br/2021/11/estagiosda-obra-da-transposicao-do-rio.html
2021
http://www.suassuna.net.br/2021/12/estagios-daobra-da-transposicao-do-rio.html
Postado há 9
hours ago por João
Suassuna
Nenhum comentário:
Postar um comentário