Situação volumétrica
dos reservatórios das hidrelétricas da CHESF – 18/11/2016
Estamos
iniciando uma atividade semanal de informação, aos interessados, dos estágios
em que se encontram os níveis de acumulações volumétricas dos principais
reservatórios da Chesf, na bacia do rio São Francisco. No caso específico da
região do Submédio São Francisco - local onde é gerada a maior parte da energia
elétrica do Nordeste - os reservatórios, principalmente o de Sobradinho, acumulam água no período de novembro a abril,
para disponibilizarem os volumes acumulados, no processo de
regularização das vazões do Velho Chico, no período de maio a outubro. Estamos
no dia 18/11/2016,
portanto, em período no qual os reservatórios estão numa fase de acumulação volumétrica. Acompanhem a evolução
desse processo, nos endereços abaixo, clicando no canal “Bacia do Rio São
Francisco”.
18/11/2016
Reservatório Data Afluência Defluência Volumes (%)
(m³/s) (m³/s) Atual Ano anterior
Três Marias 17/11 622 344 14,42 28,00
Sobradinho 17/11 510 827 6,01 2,24
Itaparica 17/11 780 879 15,38 10,17
Xingó* 17/11 785 847 - -
* - Não há percentuais acumulados, tendo em vista o rio correr, em seu leito, a fio d´água
11/11/2016
Reservatório Data Afluência Defluência Volumes (%)
(m³/s) (m³/s) Atual Ano anterior
Três Marias 02/11 117 344 14,35 28,00
Sobradinho 02/11 490 824 6,67 2,80
Itaparica 02/11 770 823 15,55 9,20
Xingó* 02/11 800 847 - -
* - Não há percentuais acumulados, tendo em vista o rio correr, em seu leito, a fio d´água
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Fonte:
Chesf
Fonte:
ANA
Sobre o assunto
Ibama emite nota técnica e atesta prejuízos para o São
Francisco com vazão reduzidaVazão do São Francisco vai sofrer redução ainda maior
Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) diz que
nível de reservatórios do Nordeste chegará a 7,5% no fim de novembro
COMENTÁRIOS
João
Suassuna – Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco
As chuvas agora começaram a cair com mais intensidade nas
regiões do Alto e Médio São Francisco. A prova disso é a de que, no intervalo
de uma semana, as vazões do rio praticamente dobraram nos postos de observação
de Morpará e São Francisco. Daqui para frente, iremos manter a nossa atenção
voltada para a recuperação da represa de sobradinho e também para suas
defluências, já que havia decisão das autoridades responsáveis pelo setor, em
diminuí-las para cerca de 700 m³/s.
As chuvas já começaram a ocorrer,
principalmente na região do Alto São Francisco, embora pontuais, mas já com
bastante intensidade. Essas precipitações resultaram em aumento volumétrico
significativo nos postos de observação de Morpará e São Francisco, passando de 460
m³/s e 403 m³/s, da semana anterior, para 796 m³/s e 737 m³/s, nesta semana. As
vazões no posto de observação de São Francisco continuam menores do que as de
São Romão. Como as águas do São Francisco levam cerca de 30 dias para
percorrerem a região do Alto até chegarem em Sobradinho, a sua afluência
volumétrica se manteve estável, atualmente em cerca de 510 m³/s. Na semana anterior estava em 490 m³/s. Em
Sobradinho, o percentual volumétrico caiu mais um pouco, passando de 6,67% para
6,01% de seu volume útil. A barragem, hoje, ainda continua com seu percentual
volumétrico um pouco melhor do que aquele verificado em igual período do ano
anterior (atualmente 6,01% - ano anterior 2,24%).
Com o aumento da intensidade das
precipitações nas regiões do Alto e Médio São Francisco e com o atual cenário
de precipitações ocorrido durante essa semana em curso, iremos começar a
descrever e analisar o comportamento dos fluxos de vazões no decorrer da quadra
chuvosa na bacia do Rio São Francisco, nas novas situações meteorológicas
apresentadas, sempre atentos aos esclarecimentos
hidrogeológicos de José do Patrocínio Tomaz Albuquerque.
Com a mudança do tempo nesse início de
primavera na região do Alto São Francisco, com a ocorrência de chuvas de maior
intensidade, é importante observar, tanto a regularidade na caída, como,
também, os volumes precipitados. Na atual semana, por exemplo, houve boas
previsões, conforme informado por Pereira Bode Velho, no quadro abaixo. Segundo Gomes, na região de Montes
Claros no Norte de Minas, que tem uma precipitação média no mês de novembro de
197,8 mm, o acumulado do mês já ultrapassa os 55,4 mm.
Na semana (18/11), as vazões do São
Francisco praticamente dobraram nos postos de observação de São Romão e São
Francisco - 796 m³/s e 737 m³/s - quando comparadas àquelas da semana anterior
– 460 m³/s e 403 m³/s -, respectivamente. As vazões no posto de observação de
São Francisco continuam menores do que as do posto de São Romão (737 m³/s - 796 m³/s, respectivamente). Houve um discreto acréscimo na vazão afluente em
Sobradinho. Atualmente está em 510 m³/s. Na semana anterior ela estava em 490
m³/s. Detalhe: Essa vazão afluente, em Sobradinho (510 m³/s), ainda é um pouco
mais da metade do que aquela verificada na defluência da represa, atualmente em
cerca de 827 m³/s. Dessa forma, a represa continuará depreciando. Preocupadas
com esse fato, as autoridades responsáveis pelo setor hidrelétrico comunicaram
da necessidade de reduzirem a vazão defluente, em Sobradinho, para o patamar
de 700 m³/s. Essa
perspectiva na redução da defluência da represa aumentará os problemas da
progressão da cunha salina na foz do rio, fato esse que vem dando certos
transtornos no abastecimento do município alagoano de Piaçabuçu, que tem servido à população uma água
de péssima qualidade, com elevados teores de sais (água salobra). Em igual situação vivem 70% da população de Aracaju, que
são abastecidos com as águas do Rio São Francisco, por intermédio de uma
adutora, em Propriá, município sergipano localizado em sua margem direita, a
cerca de 60 km de sua foz. Esses descompassos nas afluências e defluências, tanto
em Sobradinho, como em Três Marias, irão resultar na rápida depleção dessas
represas, cujas necessidades em defluir mais volumes, somadas ao consumo
excessivo das águas subterrâneas nos principais aquíferos da bacia hidrográfica
do Rio São Francisco, à morte de nascentes, à elevada evaporação existente em
seus espelhos d´água (a evaporação no espelho d´água em Sobradinho, nessa época
do ano, ultrapassa os 200 m³/s) e o uso da água na irrigação, são as principais
causas dessas depreciações.
A esperança de todos é na continuidade
das fortes chuvas que já começaram a cair nas regiões do Alto e Médio São
Francisco. No entanto, ficaremos atentos, também, para a questão da defluência
de Sobradinho, atualmente em cerca de 827 m³/s, pois havia uma determinação
das autoridades do setor, para a sua redução à patamares de cerca de 700 m³/s,
conforme recentemente divulgada na mídia.
Abaixo, as informações dos postos de mensuração de vazões
do rio, sob a responsabilidade da Chesf, a fim de que se uma tenha ideia dos
volumes afluentes na represa de Sobradinho, nos próximos dias:
Dia 18/11: São Romão
- 796 m³/s; São Francisco - 737 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 512 m³/s e Morpará -
616 m³/s.
Dia 11/11: São Romão
- 460 m³/s; São Francisco - 403 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 609 m³/s e Morpará -
660 m³/s.
Dia 04/11: São Romão
- 571 m³/s; São Francisco - 575 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 632 m³/s e Morpará -
644 m³/s.
Dia 28/10: São Romão
- 571 m³/s; São Francisco - 546 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 616 m³/s e Morpará -
664 m³/s.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco, nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom
Jesus da Lapa e Morpará, de junho a outubro de 2016.
Comportamento
das vazões do Rio São Francisco, nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom
Jesus da Lapa e Morpará, de fevereiro a maio de 2016.
Situação do Rio São
Francisco mostrada em gráficos
Precipitação observada na semana de 11 a
17 de novembro.Respostas das vazões do Rio São Francisco, nos postos de observação de São Romão e São Francisco, com as últimas chuvas caídas nas regiões do Alto e Médio São Francisco.
Fonte: Movimento da Carta de Morrinhos – Gomes – 11/2016
O rio São Francisco existe
para dar vida !
Pertence à população e aos demais seres vivos que dependem dele
e não da geração prioritária de energia elétrica, enriquecimento de empresários sem vínculos com o rio e a
terra, nem tampouco é o receptor dos esgotos não tratados e despejos
industriais descontrolados e de contaminações por metais pesados das
mineradoras.
Precisam estancar a "indústria de perfuração de poços artesianos" e dar um basta no represamento de suas nascentes e destruição das Veredas.
Preservar suas lagoas marginais para revitalizar o rio novamente com peixes.
Fiscalização firme das leis ambientais e buscar o equilíbrio desse importante ecossistema.
Se a população ribeirinha não se manifestar, nada disso será feito.
Pereira Bode VelhoPrecisam estancar a "indústria de perfuração de poços artesianos" e dar um basta no represamento de suas nascentes e destruição das Veredas.
Preservar suas lagoas marginais para revitalizar o rio novamente com peixes.
Fiscalização firme das leis ambientais e buscar o equilíbrio desse importante ecossistema.
Se a população ribeirinha não se manifestar, nada disso será feito.
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