terça-feira, 15 de janeiro de 2013


propostas salvadoras da pátria como de instalar usinas nucleares no pais, termeletricas a carvão mineral, óleo combustível, óleo diesel, etc.

Abaixo (anexo) um breve artigo que fala destas soluções estapafúrdias. Cordialmente,

Heitor.

Energia para poluir

Heitor Scalambrini Costa

Professor da Universidade Federal de Pernambuco

Energia sem dúvida é um dos temas mais relevantes neste século XXI. É da cadeia produtiva da energia hoje utilizada no mundo, que se produz a maior quantidade dos chamados gases de  efeito estufa (GEE), que tem provocado o aumento médio da temperatura do planeta, e assim as mudanças climáticas e todas suas conseqüências.

Para efeitos didáticos se classifica a fonte energética em não renovável e renovável. As não renováveis são aquelas predominantes no mundo, correspondendo a mais de 2/3 do consumo mundial. Provêm dos combustíveis fósseis: petróleo/derivados, carvão mineral, gás natural. E também dos minérios radioativos. Por sua vez são esgotáveis, possuindo alto potencial poluente, e produzindo gases e resíduos altamente prejudiciais à saúde humana, de todos seres vivos, e do meio ambiente. Já as fontes renováveis, são inesgotáveis oriundas da própria natureza, do Sol, dos ventos, da biomassa (toda matéria orgânica), das águas dos rios, mares e oceanos; possuindo baixo potencial poluente.

Estes energéticos não renováveis, da revolução industrial até os dias atuais, tiveram um papel de destaque na chamada sociedade moderna. Receberam e recebem dos governos, apoios extraordinários no que concerne aos recursos financeiros e aos subsídios. No Brasil esta situação não é muito diferente, bastando verificar o montante de recursos alocados no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), para os combustíveis fósseis, em particular o petróleo e gás natural, em relação às fontes renováveis de energia.

Com a evolução da ciência e da tecnologia, o que sempre foi considerado bom, barato, aceitável e necessário para movimentar a economia mundial, começou a ser reavaliado, questionado e criticado. Mitos sobre as fontes energéticas não renováveis foram desvendados. O que alguns acreditavam ser a garantia do conforto nos lares, dos povos, a mobilidade, o lazer, a prosperidade, a tranqüilidade e a paz social, agora é sinônimo de destruição, guerra, desastres ambientais, doenças para as pessoas, e até risco para a própria sobrevivência da raça humana.

Daí a consciência cada vez maior da necessidade da transição para uma nova era, a era das fontes renováveis de energia.

Mas eis que surge a poderosa indústria petrolífera, e aquel@s interessados em prolongar mais a vida dos combustíveis fósseis sobre o planeta. A promessa agora é de oferecer uma energia barata e abundante, deixando de lado o investimento em energias menos sujas, renováveis. O negócio agora é o gás de xisto.

Esta “solução energética” profetizada pela industria petrolífera norte americana, e apoiada por uma parte importante da classe política e por setores da mídia, exalta a questão da segurança nacional, o nacionalismo, através da obtenção, através do gás de xisto, da auto-suficiência. Os EUA ainda compram mais da metade do petróleo que consomem, cerca de 56%, importando 22% do Canadá, 12% do México e 22% do Iraque.

Alardeiam para o povo americano e para o mundo a abundância das reservas existentes, dezenas e centenas de trilhões equivalentes de barris de petróleo. Propagandeiam uma “nova era de energia barata”, e as vantagens econômicas advindas do uso deste energético. São divulgados custos da ordem de 55 a 65 dólares o barril equivalente de petróleo de 159 litros. Mais de 25 vezes os 6 dólares que custava a extração de um barril de petróleo no Mar do Norte. Todavia, não revelam o caráter predatório e as peripécias para extrair o gás da rocha betuminosa, e o alto poder poluente na extração, no transporte e no uso final.

Aquecimento global, mudança climática provocada pela influência do modo de vida (consumir e produzir) e seu modelo predador, não existem para esta parte tão influente da sociedade mundial. O que existe são simplesmente os interesses econômicos, os “negócios”, a ânsia de consumidores, que acreditam assim garantir o conforto dos lares, dos povos, a mobilidade, o lazer, a prosperidade, a tranqüilidade e a paz social. Mesmo que para isso coloque em risco a vida do planeta e de todos seus habitantes.

Nestes tempos de crise energética batendo as portas do país, devemos ficar com a “pulga atrás das orelhas” diante das propostas mirabolantes, salvadoras da pátria, como de instalação de usinas nucleares, de termelétricas a carvão mineral, a óleo combustível/diesel...

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