Ceará pode ser atingido por Tsunami. O fenômeno seria causado por um deslizamento de terra nas Ilhas Canárias. Em até seis horas, ondas de sete metros de altura chegariam ao nosso litoral. Especialista espanhol não arrisca uma data para o fenômeno
Viviane Gonçalves - 24/07/2010 02:00
Litoral cearense na mira de Tsunami
O Ceará pode ser uma das próximas vítimas do Tsunami. Ondas de sete metros de altura chegariam ao litoral nordestino em apenas seis horas. O fenômeno não tem data certa para ocorrer, mas tem despertado a atenção de especialistas em todo o mundo.
O Tsunami no Ceará seria provocado por um deslizamento de terra nas Ilhas Canárias, na Espanha. Segundo o chefe de Geociências Marinhas da Universidade de Barcelona, Miguel Canal, a campainha de alerta será quando o vulcão em La Palma entrar em erupção. A última vez foi em 1972.
O especialista explica que o Tsunami seria formado pela passagem de detritos do deslizamento que progressivamente escavaria e soterraria o fundo do mar. O trajeto das ondas ganharia maior altura à medida que se aproximasse dos mares oceânicos mais rasos. As ondas se propagam de forma circular. Dessa forma, o fenômeno atingiria, com poucos minutos de diferença, outras regiões, como a Flórida, nos Estados Unidos.
Só que para o Tsunami ocorrer de fato, a velocidade crítica deve ser de aproximadamente 25 metros por segundo e volume efetivo de 17 a 27 quilômetros cúbicos. “Este panorama representa o pior cenário possível ocasionado pelo deslizamento. Afinal, nem todo deslizamento gera uma Tsunami”, avalia. E completa que nada pode ser feito para evitar ou reduzir o fenômeno, já que os deslizamentos de terra tem sido um processo fundamental de evolução da parte oeste das Ilhas Canárias.
Aquecimento global
O aquecimento global pode ser um dos impulsores desse cenário, já que o aquecimento de águas profundas podem gerar deslizamentos subterrâneos e liberação de gases. Atualmente, os Estados Unidos são os únicos a possuírem um sistema de vigilância sobre possíveis Tsunamis. A boia de identificação está instalada no meio do Oceano Atlântico e emite sinais à medida que ocorre o aumento do nível do mar.
O sistema é privado e não está disponível para o Brasil. Caso o Tsunami se confirme no Estado, o coordenador acadêmico do Laboratório do mar (Labomar), Luis Parente, acredita que as barracas de praia e a orla da Beira Mar seriam completamente destruídas em poucos minutos, por exemplo.
PREOCUPAÇÃO PELO MUNDO
As Ilhas Canárias formam uma região autônoma espanhola - desde 1982 - que fica nas proximidades do Marrocos, no Oceano Atlântico. A população é de aproximadamente dois milhões de habitantes.
As ilhas mais jovens e com maior atividade vulcânica são El Hierro, La Palma e Tenerife. Essas regiões espanholas possuem evidências claras de deslizamento de terra de idade recente – levando em consideração o tempo geológico.
As provas da atividade incluem cicatrizes de deslizamentos nos flancos da ilha, depósitos de detritos nas encostas mais baixas da ilha e turbiditos vulcanoclástica no fundo das bacias oceânicas adjacentes.
O último grande deslizamento de terra registrado naquela região ocorreu há aproximadamente 15 mil anos.
A possibilidade de um Tsunami atingir o litoral nordestino brasileiro proveniente das Ilhas Canárias foi objeto de estudo e artigo científico publicado na revista especializada Geophys, com o título “Cumbre Vieja Volcano: Potential collapse and tsunami at La Palma, Canary Island”,elaborado pelos pesquisadores Steven N. Ward e Simon Day.
Viviane Gonçalves - 24/07/2010 02:00
Litoral cearense na mira de Tsunami
O Ceará pode ser uma das próximas vítimas do Tsunami. Ondas de sete metros de altura chegariam ao litoral nordestino em apenas seis horas. O fenômeno não tem data certa para ocorrer, mas tem despertado a atenção de especialistas em todo o mundo.
O Tsunami no Ceará seria provocado por um deslizamento de terra nas Ilhas Canárias, na Espanha. Segundo o chefe de Geociências Marinhas da Universidade de Barcelona, Miguel Canal, a campainha de alerta será quando o vulcão em La Palma entrar em erupção. A última vez foi em 1972.
O especialista explica que o Tsunami seria formado pela passagem de detritos do deslizamento que progressivamente escavaria e soterraria o fundo do mar. O trajeto das ondas ganharia maior altura à medida que se aproximasse dos mares oceânicos mais rasos. As ondas se propagam de forma circular. Dessa forma, o fenômeno atingiria, com poucos minutos de diferença, outras regiões, como a Flórida, nos Estados Unidos.
Só que para o Tsunami ocorrer de fato, a velocidade crítica deve ser de aproximadamente 25 metros por segundo e volume efetivo de 17 a 27 quilômetros cúbicos. “Este panorama representa o pior cenário possível ocasionado pelo deslizamento. Afinal, nem todo deslizamento gera uma Tsunami”, avalia. E completa que nada pode ser feito para evitar ou reduzir o fenômeno, já que os deslizamentos de terra tem sido um processo fundamental de evolução da parte oeste das Ilhas Canárias.
Aquecimento global
O aquecimento global pode ser um dos impulsores desse cenário, já que o aquecimento de águas profundas podem gerar deslizamentos subterrâneos e liberação de gases. Atualmente, os Estados Unidos são os únicos a possuírem um sistema de vigilância sobre possíveis Tsunamis. A boia de identificação está instalada no meio do Oceano Atlântico e emite sinais à medida que ocorre o aumento do nível do mar.
O sistema é privado e não está disponível para o Brasil. Caso o Tsunami se confirme no Estado, o coordenador acadêmico do Laboratório do mar (Labomar), Luis Parente, acredita que as barracas de praia e a orla da Beira Mar seriam completamente destruídas em poucos minutos, por exemplo.
PREOCUPAÇÃO PELO MUNDO
As Ilhas Canárias formam uma região autônoma espanhola - desde 1982 - que fica nas proximidades do Marrocos, no Oceano Atlântico. A população é de aproximadamente dois milhões de habitantes.
As ilhas mais jovens e com maior atividade vulcânica são El Hierro, La Palma e Tenerife. Essas regiões espanholas possuem evidências claras de deslizamento de terra de idade recente – levando em consideração o tempo geológico.
As provas da atividade incluem cicatrizes de deslizamentos nos flancos da ilha, depósitos de detritos nas encostas mais baixas da ilha e turbiditos vulcanoclástica no fundo das bacias oceânicas adjacentes.
O último grande deslizamento de terra registrado naquela região ocorreu há aproximadamente 15 mil anos.
A possibilidade de um Tsunami atingir o litoral nordestino brasileiro proveniente das Ilhas Canárias foi objeto de estudo e artigo científico publicado na revista especializada Geophys, com o título “Cumbre Vieja Volcano: Potential collapse and tsunami at La Palma, Canary Island”,elaborado pelos pesquisadores Steven N. Ward e Simon Day.
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