quarta-feira, 16 de junho de 2010

É BOM POR AS BARBAS DE MOLHO.

Foto: Getty Imagens
Barco trabalha na retirada de óleo no Golfo do México


O recente exemplo de vasamento do Poço de petróleo nos Estados Unidos da América, país que domina altas tecnologias na exploração do referido combustível, deve servir de advertência para nosso País que se prepara para explorar a camada do PRE-SAL.
A propósito, um artigo por Leslie Tavares sobre o assunto.
"Nesta terça, o presidente norte-americano se pronunciou sobre o terrível vazamento de petróleo no Golfo do México. Apesar do discurso se estender em explicações sobre as medidas de controle adotadas, as altas tecnologias empregadas e as exigências de compensações, esse pode ser considerado um dos mais importantes pronunciamentos para o futuro de nosso planeta.
O país mais poluidor do mundo finalmente acena para uma mudança de comportamento. Infelizmente, para que a maior potência do mundo despertasse para a problemática ambiental, foi necessário um desastre de proporções gigantescas, comparável ao trauma do 11 de setembro.
O maior destaque foi para o reconhecimento de que, por mais de um século, os americanos não fizeram quase nada em relação a sua dependência do petróleo, apesar dessa fonte ser finita e nociva. Obama falou corajosamente sobre a necessidade de busca por fontes limpas de energia, do sacrifício para se alcançar a sustentabilidade e até insinuou a substituição das poderosas empresas petrolíferas por uma diversidade de empresas de tecnologia sustentável, algo mais democrático e produtivo que os atuais monopólios, tudo isso de olho no futuro eleitorado. O país mais avesso a protocolos ambientais, incrédulo ao aquecimento global, mesmo depois do furacão Katrina, parece agora disposto a tomar o caminho da sustentabilidade.
Já o nosso Brasil, tão destacado na comunidade internacional pela defesa ambiental, está às vésperas de aprovar uma reforma no Código Florestal que reduzirá substancialmente nossas florestas em prol de commodities agrícolas. Também pretende a qualquer custo construir a última grande hidrelétrica na região amazônica e ainda aposta o futuro na exploração de petróleo no pré-sal que, diga-se de passagem, vai ocorrer em uma profundidade quatro vezes maior que a do poço do Golfo.
Apesar de já termos nosso acidente petrolífero, o naufrágio da plataforma P-36, e as tragédias ambientais das chuvas em Santa Catarina e no Rio de Janeiro, onde as mortes foram inúmeras, nada se compara ao que ocorreu aos Estados Unidos e nada garante que não ocorra aqui. Seria bastante conveniente então que os eleitores verifiquem quais as propostas dos candidatos sobre o assunto, uma vez que não será o Obama a aparecer em nosso horário nobre para dar explicações."

(*) Biólogo com mestrado em ecologia tropical.

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