sexta-feira, 2 de julho de 2021

 A SITUAÇÃO “HIDRO-ILÓGICA” DA TRANSPOSIÇÃO DO SÃO FRANCISCO – 02/07/2021

Eixo Norte da Transposição - Imagem do Google

Estamos iniciando uma atividade semanal de informações, aos interessados, das reais situações operacionais dos eixos Norte e Leste da Transposição do Rio São Francisco, bem como da capacidade acumulada dos principais reservatórios do país, responsáveis pela geração de nossa energia.

O percentual das capacidades dos reservatórios das regiões Centro Oeste/Sudeste (os mais importantes do País em termos de geração elétrica) diminuiu na semana em curso (02/07), estando em 29,07% - 30/06/2021. A leitura da semana anterior era de 29,75% - 23/06/2021 (dados ONS), havendo, portanto, uma queda de 0,68%. Considerando esse baixo percentual volumétrico acumulado nos reservatórios, a ANEEL determinou a cobrança das tarifas de energia elétrica dos brasileiros, na modalidade “bandeira vermelha”, dando continuidade a essa taxa adicional no mês em curso.

Para efeito da análise dos volumes bombeados em ambos os canais do projeto, foram utilizadas as informações do Plano de Gestão Anual da Transposição do Rio São Francisco, da Agência Nacional de Águas (ANA), em cujo Anexo II são estabelecidos os quantitativos volumétricos mensais (condições e padrões operacionais) para o uso das águas do caudal.

Após vultosos investimentos realizados no projeto da Transposição, cuja cifra já ultrapassa os R$12 bilhões, atualmente as águas do Velho Chico não estão chegando ao seu destino final.

O Eixo Norte do projeto, por exemplo, que visa o abastecimento do agronegócio dos Estados de Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte, além de atender as demandas hídricas das populações da Grade Fortaleza (CE), foi inaugurado, e26/06/2020, no trecho compreendido entre a Barragem de Milagres, no município de Verdejante (PE) e a barragem de Jatí, CE, cujos volumes começaram a fluir em direção ao projeto cearense (Cinturão das Águas) e, também, ao Estado do Rio Grande do Norte. O Professor Doutor em Hidrologia, João Abner Guimarães Jr, voltou a fazer críticas à inviabilidade técnico-econômica dessa obra, notadamente no trecho compreendido entre a barragem de Jatí-CE e o destino final das águas, no Rio Grande do Norte. Segundo Abner, a solução para o abastecimento hídrico da região passa, necessariamente, pela adoção de medidas que busquem e controlem os recursos hídricos já existentes na região, através da definição de políticas públicas que sejam capazes, não só de serem comprometidas com a boa aplicação da água em si, mas, também, com a adoção de soluções que sejam efetivas e duradoras. Notícias da internet do dia 27/10/2020 deram conta de que a condução das águas nesse eixo, para o CE e RN, estão ocorrendo normalmente. Em março de 2021 as águas do São Francisco alcançaram o açude do Castanhão, no Ceará, onde se estima, naquela represa, uma vazão, proveniente do São Francisco, de cerca de 12 m³/s. O Eixo Norte está com 97,50% de suas obras concluídas.

O Eixo Leste do projeto atende prioritariamente as demandas hídricas (abastecimento) das regiões agrestes dos estados de Pernambuco e da Paraíba (municípios da bacia do Rio Ipojuca, PE, o município de Campina Grande e regiões de seu entorno), havendo previsão, também, para o uso das águas no agronegócio paraibano (projeto Acauã-Araçagi).

Foi inaugurado recentemente o Ramal do Agreste que irá abastecer municípios pernambucanos localizados na bacia do Rio Ipojuca, que passam por problemas de escassez hídrica. 

A represa de Boqueirão de Cabaceiras, com 411,6 milhões de m³ de capacidade, é o principal reservatório que abastece Campina Grande e 18 municípios de seu entorno. As águas da Transposição do Rio São Francisco começaram a ser bombeadas para abastecer essa represa, via Eixo Leste do projeto, em 2017 e, atualmente, elas não estão chegando ao seu destino final. Na Terça do Crea realizada no dia 17/11/2020, tratando de como garantir os múltiplos usos da água diante da escassez e crescente demanda, o ex-Secretário de Recursos Hídricos do Estado de Pernambuco, Almir Cirilo, fez comentários acerca das razões pelas quais os fluxos das águas da Transposição foram interrompidos para Campina Grande. Na ótica de Cirilo, a razão disso deveu-se à fluência das águas a céu aberto, na bacia do Rio Paraíba, entre os municípios de Monteiro e Campina Grande, levando ao desperdício volumétrico de grande monta, consequência direta das infiltrações, evaporação e outros aportes nas irrigações existentes naquele trecho, além do lançamento de elementos contaminantes (esgotos), o que tem levado a um desperdício de cerca de ¾ dos volumes bombeados do projeto, aos campinenses. Ainda segundo o ex-Secretário, para a solução desse problema é importante que se comece a pensar em ações suplementares futuras, com o uso de tubulações adutoras, a exemplo do que vem sendo praticado na Adutora do Agreste em Pernambuco, para o abastecimento de vários municípios da bacia do Rio Ipojuca, os quais vêm passando por sérios problemas de escassez hídrica.

Além do mais, a falta de critérios nos usos das águas dos principais aquíferos do Velho Chico, a exemplo do Urucuia, têm interferido diretamente nas vazões de base dessas fontes hídricas, em direção a calha do rio, resultando em significativas variações volumétricas no caudalTrabalho realizado pelas Universidades Federais do Rio de Janeiro, Viçosa e Oeste da Baía, deu conta de que a irrigação com pivôs centrais, praticada no Oeste da Bahia, sobre esse aquífero, já rebaixou o seu lençol freático em cerca de 6,63 m. Um problema de grandes proporções criado, tendo em vista a ausência quase que total de gestão hídrica, em praticamente toda região semiárida do país, cujas consequências são previsíveis, principalmente se levado em consideração o lamentável estado de incapacidade hídrica existente no São Francisco, o que tem dificultado o atendimento das demandas oriundas dos variados e conflituosos usos existentes em toda sua bacia hidrográfica. Recente trabalho na região central dos Estados Unidos, alerta para os riscos existentes nos usos, sem o devido controle das águas de subsolo daquela região, e sugere medidas de solução para os problemas. Fica dado, portanto, o alerta sobre os descontroles existentes nos volumes bombeados do aquífero Urucuia, no Oeste baiano, os quais, continuando sem os devidos cuidados, poderão ter o mesmo destino daqueles relatados pelos americanos nesse trabalho.

Existindo essa problemática, é de se supor das dificuldades que existirão pela frente, para se mudar o cenário de pobreza da região, principalmente se levado em consideração o cumprimento das metas do projeto da Transposição, de abastecer 12 milhões de pessoas na região setentrional nordestina e a de irrigar uma área estimada em cerca de 150 mil ha.

Finalmente, fica claro que o projeto da Transposição do Rio São Francisco passa por dificuldades de gestão hídrica, que poderão comprometer os usos futuros das águas em toda região Setentrional nordestina. Para o agravamento dessa situação, a Operadora Nacional do Sistema Elétrico (ONS), reivindicou à ANA, a flexibilização dos volumes defluídos da UHE de Xingó, para maior conforto na geração de energia no complexo de hidrelétricas da Chesf. Nesse sentido, medidas urgentes na melhoria desses aspectos de gestão hídrica devem ser tomadas, para que seja garantida a necessária segurança do acesso à água em todo o Semiárido brasileiro.

CBHSF divulga em primeira mão os resultados de aerolevantamento inédito em trecho incremental do Rio São Francisco e achados impressionam

http://www.suassuna.net.br/2021/05/cbhsfdivulga-em-primeira-mao-os.html

Algumas características técnicas do Projeto da Transposição:

Características das represas reguladoras de vazão do Rio São Francisco

- A construção das represas de Três Marias e Sobradinho, na calha do São Francisco, possibilitou às autoridades do setor hídrico do país, o total controle volumétrico de vazões do rio, ao longo de toda a sua bacia hidrográfica.

- Com a regularização das vazões do Velho Chico, a Chesf passou décadas gerando a energia do Nordeste brasileiro, com uma vazão média regularizada de cerca de 2.060 m³/s.

- Informações volumétricas, na calha do São Francisco, obtidas nos postos de observações da Chesf e da Cemig, localizados entre a nascente e a foz do rio – Fonte: Chesf

Dia 02/07: UHE Três Marias (controle das defluências de Três Marias) 416 m³/s; São Romão 518 m³/s; São Francisco – 620 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 689 m³/s; Morpará – 765 m³/s; Juazeiro (controle das defluências e Sobradinho) 1.150 m³/s e Propriá (controle das defluências de Xingó) 809 m³/s. (dados da Chesf)

Situação crítica do projeto da Transposição: A represa de Sobradinho acumulou no ano de 2017, apenas 1,98% de sua capacidade útil, e defluiu, para a regularização das vazões do Submédio e Baixo São Francisco, apenas 554 m³/s. Esse foi o volume existente à época, no São Francisco, para a satisfação das demandas hídricas da região do Submédio, a principal área de captação de água do rio e consequentes atendimentos aos seus múltiplos e conflituosos usos.

Capacidade total de Três Marias: 20 bilhões de m³ - Fonte: ANA

Afluência: 86 m³/s

Defluência: 416 m³/s

Percentual volumétrico atual da represa: 59,11% (em declínio volumétrico)

Capacidade total de Sobradinho: 34 bilhões de m³ - Fonte: ANA

Afluência: 550 m³/s

Defluência: 1.017 m³/s

Percentual volumétrico atual da represa: 57,92% (em declínio volumétrico)

Características técnicas dos eixos do Projeto

- Irá passar pelos dois eixos do projeto, uma vazão de até 127 m³/s, sendo 99 m³/s no Norte e 28 m³/s no Leste.

Plano de Gestão Anual (PGA) dos Eixos Norte e Leste da Transposição

ANEXO II do PGA

Vazões mínimas médias mensais bombeadas (m³/s)

Eixo Leste

Jan/21

Fev/21

Mar/21

Abr/21

Mai/21

Jun/21

 

EBV-1

8,400

8,400

8,400

8,400

3,700

3,700

 

EBV-2

8,279

8,279

8,279

8,279

3,605

3,605

 

EBV-3

8,108

8,108

8,108

8,108

3,474

3,474

 

EBV-4

7,904

7,904

7,904

7,904

3,322

3,322

 

EBV-5

7,340

7,340

7,340

7,340

2,801

2,801

 

EBV-6

7,250

7,250

7,250

7,250

2,736

2,736

 

Eixo Leste

jul/21

Ago/21

set/21

out/21

nov/21

dez/21

Média

EBV-1

2,250

2,250

2,250

2,250

2,250

2,280

4,544

EBV-2

2,163

2,163

2,163

2.163

2,163

2,189

4,444

EBV-3

2,043

2,043

2,043

2,043

2,043

2,068

4,305

EBV-4

1,906

1,906

1,906

1,906

1,906

1,931

4,143

EBV-5

1,281

1,281

1,281

1,281

1,281

1,283

3,554

EBV-6

1,226

1,226

1,226

1,226

1,226

1,227

3,486

Vazões mínimas médias mensais bombeadas (m³/s)

Eixo Norte

Jan/21

Fev/21

Mar/21

Abr/21

Mai/21

Jun/21

 

EBI-1

14,150

14,150

14,150

2,350

2,350

2,350

 

EBI-2

13,614

13,614

13,614

2,082

2,082

2,082

 

EBI-3

13,099

13,099

13,099

1,797

1,797

1,797

 

Eixo Norte

Jul/21

Ago/21

Set/21

Out/21

Nov/21

Dez/21

Média

EBI-1

2,370

2,370

2,370

2,370

2,370

2,430

5,315

EBI-2

2,101

2,101

2,101

2,101

2,101

2,159

4,979

EBI-3

1,796

1,796

1,796

1,796

1,796

1,806

4,623

Eixo Norte - Fonte: Chesf

- Esse Eixo foi inaugurado pelo Presidente da República, em 26/06/2020.

- Extensão de 402 km

- Serão atendidos os estados de PE, CE, PB e RN

- Existência de 12 reservatórios de diversos tamanhos, com potencial de armazenamento de cerca de 56 milhões de m³.

- Perspectiva de atendimento a 232 municípios nos estados, e uma população estimada em cerca de 7,5 milhões de pessoas.

- Vazão do Rio São Francisco na tomada d´água em Cabrobó (Estação de Ibó): 1.060 m³/s

- Vazão de bombeamento da EBI-1 (PGA) do mês de julho/21: 2,370 m³/s

- Vazão da última estação de bombeamento EBI-3 (PGA) do mês de julho/21: 1,796 m³/s

Notícias de 23/12/2020, vinculadas ao Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) asseguraram a efetivação da licitação do Ramal Apodi, no Rio Grande do Norte, iniciativa essa que recebeu críticas no segmento técnico da obra, oriundas da Academia.

O Professor Doutor em Hidrologia, João Abner Guimarães Jr, voltou a fazer críticas sobre a inviabilidade técnico-econômica da obra, notadamente no trecho compreendido entre a barragem de Jatí-CE e o destino final das águas, no Rio Grande do Norte. Segundo Abner, a solução para o abastecimento hídrico da região passa, necessariamente, pela adoção de medidas que busquem e controlem os recursos hídricos já existentes na região, através da definição de políticas públicas que sejam capazes, não só de serem comprometidas com a boa aplicação da água em si, mas, também, com a adoção de soluções que sejam efetivas e duradoras.

O pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, João Suassuna, volta a fazer críticas ao sistema elétrico interligado do país, quando levado em consideração o binômio demanda elétrica x hidrologia, sugerindo, para o caso, a falta de sensibilidade dos responsáveis pelo nosso setor elétrico, no trato com as questões climáticas, sobretudo em relação às estiagens prolongadas, que anteriormente se restringiam ao Nordeste do país e que, agora, se manifestam em todo o território nacional.

- Em março de 2021 as águas do São Francisco alcançaram o açude do Castanhão, no Ceará, onde se estima, naquela represa, uma vazão, proveniente do São Francisco, de cerca de 12 m³/s.

- O Eixo Norte está com 97,50% de suas obras concluídas e vem conduzindo seus volumes normalmente.

Eixo Leste - Fonte: Chesf

- Inaugurado em julho de 2017

- Extensão de 220 km

- Serão atendidos os estados de PE e PB

- Existência de 16 reservatórios de diversos tamanhos, com potencial de armazenamento de cerca de 910 milhões de m³.

- Perspectiva de atendimento a 169 municípios nos estados, e uma população estimada em cerca de 4,5 milhões de pessoas.

Reservatório da hidrelétrica de Itaparica

Capacidade total do reservatório: 11 bilhões de m³

Afluência: 880 m³/s

Defluência: 797 m³/s

Percentual volumétrico atual da represa: 66,52% (em elevação volumétrica)

Vazão de bombeamento da EBV-1 (PGA) do mês de julho/21: 2,250 m³/s

Vazão da última estação de bombeamento EBV-6 (PGA) do mês de julho/21: 1,226 m³/s

Em 2018, a adutora de Moxotó (PE) começou a operar abastecendo os municípios pernambucanos de SertâniaArcoverdePesqueiraBrejo da Madre de Deus, Belo JardimAlagoinhaTacaimbó, São Bento do Una, Sanharó e Custódia, cuja captação é na mesma fonte que abastece Campina Grande, ou seja, o Eixo Leste da Transposição.

adutora do Agreste - Inaugurada a primeira fase do projeto, que irá aduzir volumes do Rio São Francisco, via eixo Leste do projeto da Transposição, para o abastecimento de municípios pernambucanos localizados na bacia do Rio Ipojuca - 8 m³/s

Os açudes de Poções e Camalaú defluem seus volumes para a represa de Boqueirão de Cabaceiras

Capacidade do açude de Poções (30 milhões de m³, Monteiro): 89,12%.  Destino dos volumes da transposição para o açude de Camalaú - FonteAesa

Atualmente a capacidade da represa de Poções está visando o atendimento, também, das demandas da Adutora do Cariri.

Capacidade do açude de Camalaú (48 milhões de m³, Camalaú): 70,07%. Destino dos volumes da transposição para o açude de Boqueirão de Cabaceiras - FonteAesa

O destino final da água desse eixo é o açude de Boqueirão de Cabaceiras, para o abastecimento de Campina Grande e 18 municípios de seu entorno.

Boqueirão de Cabaceiras - Fonte: Aesa

Capacidade do reservatório: 411,6 milhões de 

Volume morto do reservatório: 8,20% de sua capacidade

Percentual volumétrico útil atual: 34,16% (em declínio volumétrico)

Vazão afluente do projeto da Transposição do São Francisco em Boqueirão: 0 m³/s

Vazão de regularização de Boqueirão de Cabaceiras – 1,25 m³/s

Defluência de Boqueirão para Acauã: 2,2 m³/s

Reservatório de Acauã - Fonte: Aesa 

Capacidade do reservatório: 253 milhões de 

Volume morto do reservatório: 8,00% de sua capacidade

Percentual volumétrico útil atual: 4,86% (em declínio volumétrico)

Vazão afluente em Acauã: 2,2 m³/s

Vazão defluente para o projeto Acauã-Araçagi: 0 m³/s

COMENTÁRIOS

José Do Patrocínio Tomaz Albuquerque – Hidrogeólogo e ConsultorInfelizmente, pelo que ainda estão fazendo com as águas subterrâneas, responsáveis por estas vazões na estação de Estio, o nível mínimo do Rio São Francisco vai voltar a se repetir, sim. Afirmo isto com base na evolução da situação volumétrica dos reservatórios da CHESF, publicados semanalmente por nosso amigo João Suassuna no site da Carta de Morrinhos. A contribuição da vazão de base vem diminuindo, semana após semana. A afluência a Sobradinho tem sido maior pela contribuição da defluência de Três Marias. No dia 10/09/2020 foi de 780 m3/s com a contribuição de Três Marias ascendendo a 670 m3/s, o que significa que a vazão de base suprida pelos aquíferos existentes na bacia do São Francisco, a montante de Sobradinho, estão contribuindo com, apenas, 102 m3/s. Isto nunca se verificou antes. É só olhar a série hidrológica de longo período, mesma a da grande seca recente. E olhe que viemos de um período chuvoso abundante neste ano de 2020. Entre Três Maria e Sobradinho há uso demais de águas subterrâneas. Responsável? Só a irrigação justifica isso! (setembro de 2020) (Postado há 1 hour ago por João Suassuna)

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