A QUESTÃO ENERGÉTICA: ALERTA DO ONS PREVÊ
COLAPSO DE OITO RESERVATÓRIOS DE HIDRELÉTRICAS ATÉ NOVEMBRO
Áreas mais
prejudicadas, com maior possibilidade de blecautes, são as regiões Sul, Sudeste
e Centro-Oeste. Em razão desses riscos, o Operador Nacional do Sistema Elétrico
recomenda medidas como reduzir a vazão de reservatórios
Vera Batista
Correio
Brasiliense
04/06/2021
(crédito:
Arquivo/CEMIG)
Pelo menos
oito grandes usinas hidrelétricas na região Sudeste devem ficar com
reservatórios perto do colapso total até 30 de novembro, fim do período de
estiagem. Essa perspectiva provocará restrições no atendimento energético nos
subsistemas Sul e Sudeste/Centro-Oeste, de acordo com o Operador Nacional do
Sistema Elétrico (ONS). A previsão é de que o cenário, que já era crítico em
2020, se mantenha em 2021. De acordo com a Agência Nacional de Águas (Ana), das
oito unidades apontadas pelo ONS, cinco podem chegar ao fim do período de seca
com os volumes úteis esgotados — que pode ampliar a possibilidade de blecautes.
No estudo
apresentado à Ana, o ONS conclui que “considerando-se as previsões de afluência
obtidas com a chuva de 2020, prevê-se a perda do controle hidráulico de
reservatórios da bacia do Rio Paraná no segundo semestre de 2021 e essa perda
de controle implicaria em restrições no atendimento energético nos subsistemas Sul
e Sudeste/Centro-Oeste”, destaca. “Mesmo considerando as flexibilizações
adicionais das defluências mínimas no Baixo Paraná e na Hidrovia Tietê-Paraná,
os principais reservatórios da bacia do Rio Paraná chegam ao final do período
seco com níveis críticos de armazenamento”, afirma o estudo.
O ONS aponta,
ainda, uma redução das sobras, nos reservatórios, principalmente a partir do
mês de setembro, se agravando no mês de outubro de 2021. E explica que o
conjunto de reservatórios das usinas na bacia do rio Paraná corresponde a 76%
da capacidade máxima de armazenamento do Subsistema Sudeste/Centro-Oeste e um
pouco mais da metade (53%) da capacidade de armazenamento de todo o SIN
(Sistema Interligado Nacional), indica. “Em novembro há praticamente esgotamento
de todos os recursos, sendo necessário o uso da reserva operativa a fim de
evitar déficit de potência”, reforça o documento.
“A redução das
defluências mínimas no Baixo Paraná, operação abaixo da cota mínima em Ilha
Solteira e Três Irmãos e o uso de todos os recursos armazenados nas bacias dos
rios Grande e Paranaíba podem permitir a manutenção da governabilidade
hidráulica de reservatórios da bacia do Rio Paraná até novembro; e as medidas
indicadas, que resultam na manutenção da governabilidade hidráulica da bacia do
rio Paraná, permitem assegurar o atendimento eletroenergético do SIN (Sistema
Interligado Nacional) em 2021”, destaca o ONS.
Em função
dessas constatações, o Operador recomenda que a Ana faça testes de redução das
vazões de vários reservatórios e que tenha especial atenção à situação
desfavorável do rio Paraná que engloba as bacias dos rios Paranaíba, Grande,
Tietê e Paranapanema, na qual se encontram os principais reservatórios de
regularização do SIN.
“Essas usinas
e respectivos reservatórios são de extrema importância para a operação do SIN,
pois os recursos neles estocados são capazes de garantir energia nos períodos
secos, quando não há contribuições significativas das usinas instaladas na
região Norte do País, que em muito ajudam no atendimento da carga do SIN nos
períodos chuvosos.
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Postado há 43 minutes ago por João Suassuna
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