GOVERNO DA PARAÍBA VAI
INVESTIR US$ 80 MILHÕES DE DÓLARES NA ADUTORA DO CARIRI
Joao
Suassuna <joao.suassuna@fundaj.gov.br>
Para:Fundaj Todos,pesquisa-todos@fundaj.gov.br
Cc:Morvan de Mello
Moreira,Carolina Beltrão de
Medeiros,Marcelo Cauas Asfora,Luciana
Tavora
Cco:alipiocfilho@yahoo.com.br
ter.,
15 de jun. às 12:23
Meus Prezados,
Essa proposta de construção da grande adutora do Cariri paraibano irá
cobrir um santo e descobrir outro. A barragem de Poções, em Monteiro, principal
fonte de fornecimento hídrico à referida adutora, faz parte do circuito das
águas da Transposição do Rio São Francisco na Paraíba, que abastece Boqueirão
de Cabaceiras que, por sua vez, abastece Campina Grande e 18 municípios de seu
entorno. Mas só que há um detalhe: as águas da Transposição não estão chegando
ao seu destino final, em Boqueirão, estando essa represa, atualmente, em fase
de depreciação volumétrica. Esse fato, que tenho acompanhado e divulgado
semanalmente nas redes sociais, decorre do seguinte: a situação de
instabilidade hídrica no abastecimento de Campina Grande já dura décadas. A
falta de gestão hídrica do Eixo Leste na
Paraíba, é uma
constante. Ainda existe o agravante da falta de segurança hídrica do
Projeto Acauã/Araçagi, o qual também recebe as águas
defluídas de Boqueirão de Cabaceiras. A represa de Poções, localizada em
Monteiro, tem capacidade de cerca de 30 milhões de m³, estando, atualmente com
percentual de acumulação em torno de 92,75%. Segundo o trajeto dos volumes da
Transposição na Paraíba, as águas defluídas do açude de Poções alimentam a
represa de Camalaú, com capacidade de 48 milhões de m³, estando, atualmente,
com percentual volumétrico estável, de cerca de 64,98%. De Camalaú as
águas descem em direção à represa de Boqueirão de Cabaceiras. Portanto, os
volumes do São Francisco não estão progredindo para Camalaú, estando sendo
retidos em Poções, conforme relatado por mim semanalmente. É possível que o
projeto da grande adutora do Cariri esteja forçando as autoridades paraibanas,
ao acúmulo das águas do São Francisco na represa de Poções, por tratar-se da
principal fonte hídrica ao atendimento dos municípios paraibanos localizados
nas regiões do Cariri e do Curimataú. Só que, ao acumular esses volumes em
Poções, e não deixá-los fluir para Camalaú, as autoridades estão cobrindo um santo
e descobrindo outro, tendo em vista a total falta de gestão hídrica, tanto para
o abastecimento dos campinenses, como para o atendimento das demandas hídricas
existentes no projeto Acauã/Araçagi. Com esse pequeno relato, continua muito
clara aquela denúncia que tenho feito sobre o projeto da Transposição, de haver
um forte propósito, de parte de brasileiros, de achar que a “água” é um bem
natural infinito e que, portanto, pode ser utilizada a bel-prazer e de forma
ilimitada. É importante que se corrija essa equivocada distribuição hídrica na
Paraíba, sob pena de haver riscos de faltar água, para todos os que residem
naquelas regiões do estado de comprovada escassez
hídrica.
Circulei a informação nas redes sociais e a encaminhei para edição
no Observa
Fundaj
Transposição do Rio São Francisco: Governo da Paraíba vai
investir US$ 80 milhões de dólares na adutora do Cariri
O governador
da Paraíba, João Azevêdo, anunciou que o Governo do Estado já conseguiu o
recurso para construir a nova adutora do Cariri, que atingirá quase todas as
cidade da região. O investimento será feito através do empréstimo com o Banco
Mundial e custará US$ 80 milhões de dólares. A adutora terá uma extensão de 358
quilômetros.
Assista ao
vídeo da fala do governador da Paraíba, João Azevedo, no endereço abaixo
10/06/2021
Governador
da Paraíba, João Azevedo. Imagem do Google
COMENTÁRIOS
João Suassuna
– Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco
Essa proposta
de construção da grande adutora do Cariri paraibano irá cobrir um santo e
descobrir outro. A barragem de Poções, em Monteiro, principal fonte de
fornecimento hídrico à referida adutora, faz parte do circuito das águas da
Transposição do Rio São Francisco na Paraíba, que abastece Boqueirão de
Cabaceiras que, por sua vez, abastece Campina Grande e 18 municípios de seu
entorno. Mas só que há um detalhe: as águas da Transposição não estão chegando
ao seu destino final, em Boqueirão, estando essa represa, atualmente, em fase
de depreciação volumétrica. Esse fato, que tenho acompanhado e divulgado
semanalmente nas redes sociais, decorre do seguinte: a situação de
instabilidade hídrica no abastecimento de Campina Grande já dura décadas. A
falta de gestão hídrica do Eixo Leste na Paraíba,
é uma constante. Ainda existe o agravante da falta de segurança hídrica do
Projeto Acauã/Araçagi, o
qual também recebe as águas defluídas de Boqueirão de Cabaceiras. A represa de
Poções, localizada em Monteiro, tem capacidade de cerca de 30 milhões de m³,
estando, atualmente com percentual de acumulação em torno de 92,75%. Segundo o
trajeto dos volumes da Transposição na Paraíba, as águas defluídas do açude de
Poções alimentam a represa de Camalaú, com capacidade de 48 milhões de m³,
estando, atualmente, com percentual volumétrico estável, de cerca de
64,98%. De Camalaú as águas descem em direção à represa de Boqueirão de
Cabaceiras. Portanto, os volumes do São Francisco não estão progredindo para
Camalaú, estando sendo retidos em Poções, conforme relatado por mim
semanalmente. É possível que o projeto da grande adutora do Cariri esteja
forçando as autoridades paraibanas, ao acúmulo das águas do São Francisco na
represa de Poções, por tratar-se da principal fonte hídrica ao atendimento dos
municípios paraibanos localizados nas regiões do Cariri e do Curimataú. Só que,
ao acumular esses volumes em Poções, e não deixá-los fluir para Camalaú, as
autoridades estão cobrindo um santo e descobrindo outro, tendo em vista a total
falta de gestão hídrica, tanto para o abastecimento dos campinenses, como para
o atendimento das demandas hídricas existentes no projeto Acauã/Araçagi. Com
esse pequeno relato, continua muito clara aquela denúncia que tenho feito sobre
o projeto da Transposição, de haver um forte propósito, de parte de
brasileiros, de achar que a “água” é um bem natural infinito e que, portanto,
pode ser utilizada a bel-prazer e de forma ilimitada. É importante que se
corrija essa equivocada distribuição hídrica na Paraíba, sob pena de haver
riscos de faltar água, para todos os que residem naquelas regiões do estado de
comprovada escassez hídrica.
Postado há 7
hours ago por João Suassuna
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comentários
1.
João Abner15 de junho de 2021 08:53
Projeto
corretíssimo, em perfeita consonância com o princípio da prioridade da entrega
da água da Transposição do Rio São Francisco para o abastecimento humano de
água das regiões mais necessitadas. Faltando apenas, e principalmente, integrar
o novo sistema ao abastecimento de Campina Grande que hoje é bombeado do açude
Boqueirão a uma distância de 50 km e um desnível desfavorável próximo de 200 m
que se soma ao desnível favorável de 100 m entre poções e Campina Grande,
compensando o bombeamento proposto de 100 km a mais. Vale ressaltar a excelente
qualidade da água da Transposição que é potável, ao contrário da água do açude
Boqueirão.
João Suassuna trata das questões da Convivência com o Semiárido
no Canal “Alexandre Santos Convida”
Assista
a entrevista, no endereço abaixo
11/06/2021
Postado há 18 hours ago por João Suassuna
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