Trocando ovelhas e cabras por cana irrigada no Semiárido.
Conjuntura
O Projeto está pronto para levar usinas de álcool para o Semiárido e, se ninguém colocar a boca no trombone, as ovelhas e cabras poderão ser substituídas bem depressa.
O Sertão pode virar um mar de cana.
112 O Berro - nº 149 sertanejo ou estudante primário das lidas do Semiárido. Enquanto isso, o ministro vai sendo convidado para visitar cana irrigada em outros países, a convite do Banco Mundial, acreditando que vai enfiar o Projeto goela abaixo dos matutos nordestinos.
Na Austrália, conheceu até o agave irrigado, também utilizado para fabricação de etanol e, por sequência, uma boa cachaça (tequila, no México). De repente, o ministro - para não pagar mico, perdendo o projeto inteiro - talvez resolva apresentar o agave como alternativa no lugar da cana! Pelo menos, os nordestinos poderiam saborear muita tequila à base de agave!
l Traição - Com certeza, a cana irrigada no Semiárido poderia multiplicar a produção de etanol, podendo se tornar igual à obtida em São Paulo ou Goiás.
Só existe um problema: não há água! O Ministro pode dizer que “não sabia”, mas então é bom aprender que não há água para chegar à Caatinga propriamente dita. Pode até existir alguma água para irrigar as áreas de aluvião, mas ali seria preferível produzir alimentos – como já vem sendo feito pela ocupação centenária das terras. O sertanejo é phD em conviver com o clima e sobreviver na Caatinga.
Tentar irrigar a Caatinga é, no mínimo, uma doidice, já comprovada como equivocada em muitos países. O melhor seria acreditar que o Ministro contou uma piada!
Afinal, ele sabe que “as maiores civilizações do regadio estão embaixo da areia, hoje”.
Quando se fala em água para o sertanejo, tudo fica nebuloso: o projeto de Transposição do São Francisco já está fartamente desmascarado e jamais pretendeu levar água para os lugarejos do Sertão, até porque a água sempre esteve lá, mas nunca chegou às torneiras.
Bastaria ter ligado os açudes existentes às torneiras e todo sertanejo teria uma piscina em casa! Isto está muito comprovado!
Resumo: não existe volume de água para a irrigação do Projeto misterioso.
Segundo João Suassuna, “a simples extrapolação numérica entre aluvião e Caatinga é perniciosa e sujeita a erros crassos, pois os ambientes naturais em questão são ompletamente diferentes”.
O pobre Velho Chico não dispõe sequer do volume necessário para geração de energia requerida pela região.
O Ministro parece ter esquecido que a região é ainda importadora de energia produzida em outros locais do país. Se 95% das águas do rio São Francisco já são Cana irrigada, bom negócio, para muita água.
É bonito um canavial imenso...
Conjuntura
O Projeto está pronto para levar usinas de álcool para o Semiárido e, se ninguém colocar a boca no trombone, as ovelhas e cabras poderão ser substituídas bem depressa.
O Sertão pode virar um mar de cana.
112 O Berro - nº 149 sertanejo ou estudante primário das lidas do Semiárido. Enquanto isso, o ministro vai sendo convidado para visitar cana irrigada em outros países, a convite do Banco Mundial, acreditando que vai enfiar o Projeto goela abaixo dos matutos nordestinos.
Na Austrália, conheceu até o agave irrigado, também utilizado para fabricação de etanol e, por sequência, uma boa cachaça (tequila, no México). De repente, o ministro - para não pagar mico, perdendo o projeto inteiro - talvez resolva apresentar o agave como alternativa no lugar da cana! Pelo menos, os nordestinos poderiam saborear muita tequila à base de agave!
l Traição - Com certeza, a cana irrigada no Semiárido poderia multiplicar a produção de etanol, podendo se tornar igual à obtida em São Paulo ou Goiás.
Só existe um problema: não há água! O Ministro pode dizer que “não sabia”, mas então é bom aprender que não há água para chegar à Caatinga propriamente dita. Pode até existir alguma água para irrigar as áreas de aluvião, mas ali seria preferível produzir alimentos – como já vem sendo feito pela ocupação centenária das terras. O sertanejo é phD em conviver com o clima e sobreviver na Caatinga.
Tentar irrigar a Caatinga é, no mínimo, uma doidice, já comprovada como equivocada em muitos países. O melhor seria acreditar que o Ministro contou uma piada!
Afinal, ele sabe que “as maiores civilizações do regadio estão embaixo da areia, hoje”.
Quando se fala em água para o sertanejo, tudo fica nebuloso: o projeto de Transposição do São Francisco já está fartamente desmascarado e jamais pretendeu levar água para os lugarejos do Sertão, até porque a água sempre esteve lá, mas nunca chegou às torneiras.
Bastaria ter ligado os açudes existentes às torneiras e todo sertanejo teria uma piscina em casa! Isto está muito comprovado!
Resumo: não existe volume de água para a irrigação do Projeto misterioso.
Segundo João Suassuna, “a simples extrapolação numérica entre aluvião e Caatinga é perniciosa e sujeita a erros crassos, pois os ambientes naturais em questão são ompletamente diferentes”.
O pobre Velho Chico não dispõe sequer do volume necessário para geração de energia requerida pela região.
O Ministro parece ter esquecido que a região é ainda importadora de energia produzida em outros locais do país. Se 95% das águas do rio São Francisco já são Cana irrigada, bom negócio, para muita água.
É bonito um canavial imenso...
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