segunda-feira, 16 de março de 2015
l gran río artificial de Libia
O “Grande Rio Artificial” da Líbia
Rede com mais de 4.000 quilômetros de tubulações fornece à população a água retirada de aqüíferos fósseis do deserto do Saara
Da Redação da Revista Cyan
Um dos países mais secos do mundo, sem rios nem lagos, a Líbia, localizada no norte da África, tem grande parte de seu território ocupado pelo deserto do Saara. A escassez hídrica é um problema perene no país. Para combatê-la, o governo construiu um dos maiores projetos de distribuição de água do planeta, batizado deGrande Rio Artificial.
Trata-se de uma rede de 4.071 quilômetros de dutos, com até 4 metros de diâmetro, que captam água de mais de 1.300 poços cavados a até 500 metros de profundidade e a distribui para cerca de 5 milhões de habitantes - 75% da população.
Os poços fazem parte do aqüífero fóssil de Núbia, formado há milhares de anos, quando o clima da região era temperado e as chuvas, abundantes. Hoje, apenas 5% do país - que se encontra nas manchetes internacionais por causa da rebelião popular contra o governo de Muammar Gaddafi - recebe cerca de 100 milímetros de chuva por ano.
A diferença dos aqüíferos fósseis para os tradicionais é que o primeiro não é recarregável - depois que sua água é consumida, ele seca.
O projeto, iniciado em 1983, foi realizado em três etapas e prevê pelo menos mais duas no futuro (veja infográfico abaixo). "Primeiro, foi levada água das tubulações do Leste, em As-Sarir e Tazerbo, para Bengasi e Sirte. Depois, foram abastecidas a capital Tripoli e as tubulações ocidentais de Jeffara desde a região de Fezzan", afirmou Ivan Ivekovic, professor de Ciências Políticas da Universidade Americana do Cairo, à agência de notícias Inter Press Service.
Com um custo estimado em mais de US$ 25 bilhões, o Grande Rio Artificial da Líbia - considerado um dos maiores projetos de engenharia do mundo - mudou a paisagem do país, mas a crescente demanda de água ainda faz com que o abastecimento da população líbia seja um grande desafio.
COMENTÁRIOS
João Suassuna - Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, Recife
Em francês compreensível esse projeto, na Líbia, na época de Muammar Gaddafi, é apresentado ao mundo. Existem semelhanças significativas em relação ao projeto da transposição do rio São Francisco, em andamento no Semiárido brasileiro. Sua grandiosidade e a prática de se iludir o povo são marcantes. Apesar de haver a proposta do abastecimento de cerca de 5 milhões de pessoas (75% da população), o projeto visa, também, o desenvolvimento do agronegócio do País (que não foi enfatizado). Ao final do vídeo, dá para se perceber isso. No tocante à forma de transporte da água, esse, ao nosso modo de entender, tem um diferencial importantíssimo em relação ao do projeto do São Francisco: as águas, no projeto da Líbia, são aduzidas, ou seja, são transportadas em tubulações de 4 m de diâmetro. Esse projeto líbio, ganha em eficiência, pois água entubada não evapora.
Fonte para edição no Rema:
Apolo Heringer Lisboa
Idealizador/fundador do Projeto Manuelzão (PMz)
Rio das Velhas /São Francisco watershed-cuenca/Brasil
Movement for Rivers and Peace
Currículo: http://lattes.cnpq.br/8584595137405086
Blog: http://www.apoloheringerlisboa.com.br/
Facebook: http://www.facebook.com/apoloheringerlisboa
por João Suassuna — Última modificação 25/08/2014 09:01
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